lunedì 16 maggio 2011

Filipa em Roma

ALEGRIA

De passadas tristezas, desenganos,
amarguras colhidas em trinta anos,
de velhas ilusões,
de pequenas traições que achei no meu caminho…

De cada injusto mal, de cada espinho
que me deixou no peito a nódoa escura
duma nova amargura…

De cada crueldade
que pôs de luto a minha mocidade…

De cada injusta pena
que um dia envenenou e ainda envenena
a minha alma que foi tranquila e forte…

De cada morte
que anda a viver comigo a minha vida,
perdoada ou esquecida…

De cada cicatriz…

Eu fiz
nem tristeza, nem dor, nem nostalgia,
mas heróica alegria.

Alegria sem causa, alegria animal
que nenhum mal pode vencer.
Doido prazer de respirar!
Volúpia de encontrar a terra honesta sob os pés descalços.
Prazer de abandonar os gestos falsos,
prazer de regressar,
de respirar honestamente e sem caprichos,
como as ervas e os bichos.
Alegria voluptuosa
de trincar frutos e de cheirar rosas…

Alegria brutal e primitiva
de estar viva,
feliz ou infeliz,
mas bem presa à raiz.

Volúpia de sentir na minha mão
a côdea loira do pão.
Volúpia de sentir-me ágil e forte
e de saber, enfim, que só a morte
é triste e sem remédio.
Prazer de renegar, de destruir o tédio
esse estranho cilício,
e de entregar-me à vida como a um vício.

Alegria!
Alegria!
Volúpia de sentir-me cada dia
mais cansada, mais triste, mais dorida,
mas cada vez mais agarrada à Vida!

Fernanda de Castro

3 commenti:

  1. E a morte perderá o seu domínio.

    Nús os homens mortos irão confundir-se

    com o homem no vento e na lua do poente;

    quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos

    hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.

    Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;

    mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;

    mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;

    e a morte perderá o seu domínio.


    E a morte perderá o seu domínio.

    Aqueles que há muito repousam sobre as ondas do mar

    não morrerão com a chegada do vento;

    ainda que, na roda da tortura, comecem

    os tendões a ceder, jamais se partirão;

    entre as suas mãos será destruída a fé

    e, como unicórnios, virá atravessá-los o sofrimento;

    embora sejam divididos eles manterão a sua unidade;

    e a morte perderá o seu domínio.

    E a morte perderá o seu domínio.

    Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos

    nem as vagas romper tumultuosamente nas praias;

    onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor

    erguer a sua corola em direcção à força das chuvas;

    ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer

    como pregos as suas cabeças pelas margaridas;

    é no sol que irrompem até que o sol se extinga,

    e a morte perderá o seu domínio.

    Dylan Thomas traduzido por Fernando Guimarães

    Um abraço amigo, Isabella

    RispondiElimina
  2. La mort n'est rien

    La mort n'est rien,
    je suis seulement passé, dans la pièce à côté.

    Je suis moi. Vous êtes vous.
    Ce que j'étais pour vous, je le suis toujours.

    Donnez-moi le nom que vous m'avez toujours donné,
    parlez-moi comme vous l'avez toujours fait.
    N'employez pas un ton différent,
    ne prenez pas un air solennel ou triste.
    Continuez à rire de ce qui nous faisait rire ensemble.

    Priez, souriez,
    pensez à moi,
    priez pour moi.

    Que mon nom soit prononcé à la maison
    comme il l'a toujours été,
    sans emphase d'aucune sorte,
    sans une trace d'ombre.

    La vie signifie tout ce qu'elle a toujours été.
    Le fil n'est pas coupé.
    Pourquoi serais-je hors de vos pensées,
    simplement parce que je suis hors de votre vue ?
    Je ne suis pas loin, juste de l'autre côté du chemin.

    Charles Péguy
    d'après un texte de Saint Augustin

    un abbraccio... S.

    RispondiElimina
  3. L'AMITIÉ
    http://www.youtube.com/watch?v=MXWfb1PpmbQ&feature=related



    Beaucoup de mes amis sont venus des nuages
    Avec soleil et pluie comme simples bagages
    Ils ont fait la saison des amitiés sincères
    La plus belle saison des quatre de la terre

    Ils ont cette douceur des plus beaux paysages
    Et la fidélité des oiseaux de passage
    Dans leurs cœurs est gravée une infinie tendresse
    Mais parfois dans leurs yeux se glisse la tristesse
    Alors, ils viennent se chauffer chez moi
    Et toi aussi tu viendras

    Tu pourras repartir au fin fond des nuages
    Et de nouveau sourire à bien d'autres visages
    Donner autour de toi un peu de ta tendresse
    Lorsqu'un autre voudra te cacher sa tristesse

    Comme l'on ne sait pas ce que la vie nous donne
    Il se peut qu'à mon tour je ne sois plus personne
    S'il me reste un ami qui vraiment me comprenne
    J'oublierai à la fois mes larmes et mes peines
    Alors, peut-être je viendrai chez toi
    Chauffer mon cœur à ton bois

    RispondiElimina