mercoledì 13 agosto 2008

Cursos de Português em Lisboa

estação de metro da Cidade Universitária


Mais uma carta de Ivana Bartolini, que frequenta o Curso de Verão da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Impressões da sua estadia, que bem podem inspirar outros italianos amantes de Portugal e da sua cultura, a fazerem umas férias diferentes frente ao Atlântico, frequentando um dos muitos cursos oferecidos pelas universidades portuguesas...


Olá,

cá estou novamente a escrever-te para te contar um pouco da minha vida cá em Lisboa.

Como sabes os dias são muito cheios, sobretudo pelo trabalho de casa depois das aulas. As coisas que o Professor vai explicando são muitas... Temos muito pouco tempo e ao fim do dia estou cansada...mas também muito feliz!: estou aqui para isto mesmo!

No próximo dia 15 à noite vou ver um espectáculo de Fado no Museu do Oriente com algumas pessoas da minha turma.

Gostaria de te escrever muitas outras coisas, mas o tempo corre rápido e agora vou ter uma aula de conversação.

Amanhã as aulas terminarão à uma e meia e a Universidade vai fechar até a próxima segunda-feira.

Buon Ferragosto e muitos beijinhos,

Ivana Bartolini

lunedì 11 agosto 2008

Ainda Vieira

Ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa.

Agradecemos ao Dr. Duarte Pinheiro a simpática informação.


LISBOA - Teatro Nacional D. Maria II

VIEIRA – O CÉU NA TERRA

RUÍNAS DO CONVENTO DO CARMO
22 Julho a 16 Agosto
3ª a Sáb. 22h00

O Convento do Carmo, monumento medieval localizado no coração da cidade, é palco de uma peça que conta a histórica do escritor e padre jesuíta português, António Vieira, que, no século XVII, fascinou europeus e brasileiros com a sua eloquência e a sua expressão de liberdade.

VIEIRA – O CÉU NA TERRA trata os momentos mais importantes da vida do Padre António Vieira, o mais famoso pregador religioso português, nascido em Lisboa, em 1608, e falecido em 1697, em São Salvador da Bahia, para onde partira aos seis anos com a família.
Em Lisboa na corte de D. João IV, no Brasil entre os colonos ou entre os índios do sertão, revela-se o homem de plurais actividades – missionário, diplomata, político, orador, profeta, escritor, nacionalista, VIEIRA – O CÉU NA TERRA evidencia a actividade profética de Padre António Vieira e a sua intransigente defesa das profecias do Bandarra e do Quinto Império como união de todos os povos num reino cristão de justiça, amor e abundância; a actividade de pregador, como o mais insigne orador português, bem como o seu afã de justiça social, corroborado na denúncia contra o tratamento dos escravos, tratados como animais de carga, exigindo dos donos das canavieiras de açúcar um tratamento humano para os negros; na denúncia contra a exploração e escravização dos índios do Brasil promovida abundantemente pelos colonos brancos, e a sua defesa do judeu e cristão-novo. Esta última actividade tornou-o suspeito da Inquisição, tendo sido preso e condenado por este Tribunal.


de MIGUEL REAL E FILOMENA OLIVEIRA
encenação FILOMENA OLIVEIRA
concepção do espaço cénico ANDRZEJ KOWALSKI
desenho de luz ORLANDO WORM
figurinos ESMERALDA BISNOCA
música e orgânica sonora DAVID MARTINS
operação e espacialização de som BRUNO OLIVEIRA
arranjos para voz ANDREIA LOPES
com
ANTÓNIO BANHA Burguês 1 / César Ortigão / Governador
BRUNO SCHIAPPA Bispo / D. José de Meneses / Burguês 2
CARMEN SANTOS D. Luísa de Gusmão
CLÁUDIA FARIA Mulher no Brasil / Mulher do povo em Lisboa
FÉLIX FONTOURA Nestor
JOÃO BRÁS D. João de Vila Verde / Reinol 1
JOÃO LAGARTO D. Jorge de Albergaria (inquisidor)
JOSÉ HENRIQUE NETO P. António Vieira
JÚLIO MARTIN P. Fernão Cardim / Francisco Mendes / Rabi
MARQUES D’AREDE D. João IV
MAURÍCIO VITORIA Caumondé (índio)
e FLÁVIO TOMÉ JOÃO MAIS PAULA COELHO PAULO CAMPOS DOS REIS
produção TNDM II

sabato 9 agosto 2008

Parabéns Professora Maria Helena Portugal

O casal Barchiesi, Maria Helena e Roberto.

Não há ninguém que se interesse pela difusão da língua e cultura portuguesa em Itália que não tenha ouvido falar da Professora Maria Helena Portugal e do seu marido, o Professor Roberto Barchiesi, eminente lusitanista da L'Orientale de Nápoles, que para breve prepara um livro com estudos em sua homenagem.

A Professora Maria Helena Portugal nasceu a 9 de Agosto de uma família nobilíssima (o apelido Portugal vem da sua descendência directa do primeiro rei de Portugal), formou-se com brilhantismo na Faculdade de Letras de Lisboa e, depois do casamento, veio para Roma, onde leccionou por muitos anos na La Sapienza. Para além disso é desde há 40 anos a coordenadora científica dos cursos de Língua e Cultura Portuguesa do Instituto Português de Santo António (infra).

Coincidência feliz: Também a 9 de Agosto comemoramos o "aniversário" do actual Instituto Português, que nasce como hospital dos peregrinos portugueses em Roma, por vontade testamentária de D. Antão Martins de Chaves, bispo do Porto e cardeal de S. Crisógeno - ratificada pelo Papa Paulo II, em 1467 com a Bula Superne Dispositionis.

MUITOS PARABÉNS caríssima Professora Maria Helena, que conte muitos, e com essa magnífica lucidez e senso de humor que conserva!

Os Cursos de Língua e Cultura Portuguesa foram introduzidos no ano lectivo de 1963-64 por iniciativa do Reitor Manuel da Costa Nunes, e em colaboração com o Dr. Manuel Pereira de Carvalho, que por esses anos era o Leitor de Português na Universidade de Roma, La Sapienza.

Numa das salas do Instituto começou pois, a 20 de Novembro de 1963, o primeiro Curso que contava com 18 alunos, não só italianos como também da Holanda, Grécia, Líbano, Alemanha e Vietnam. Logo nesse primeiro ano, o Instituto de Alta Cultura de Lisboa ofereceu uma bolsa de estudos para o aluno com melhor aproveitamento –nesse ano, Adriana Latanzio de Roma – e seguindo-lhe o exemplo Azeredo Perdigão ofereceu também uma bolsa em nome da Fundação Calouste Gulbenkian – ao aluno Gabriele Brustoloni, de Nápoles.

Para além da fonética e da gramática, os alunos eram introduzidos a alguns temas de história portuguesa. No âmbito das aulas organizaram-se ainda sessões de poesia e de música.

Depois do fim da missão em Roma do Prof. Pereira de Carvalho, os cursos foram assegurados pelo seu sucessor no Leitorado de Português da Sapienza, Prof. José da Costa Miranda e desde 1967-68 pelo casal Roberto Barchiesi, recentemente desaparecido, e Maria Helena Portugal, que ainda hoje os coordena e acompanha de perto.

giovedì 7 agosto 2008

Regressar a Lisboa...

Envia-nos Ivana Bartolini algumas "das sensações que Lisboa oferece a uma pessoa como eu". e autoriza-nos a publicá-las no nosso blog:


Gosto de algumas coisas na minha vida, uma delas é voltar a Portugal e regressar a Lisboa.

Este é o segundo ano em que venho aqui para estudar a língua portuguesa e posso dizer que o País me oferece sempre novas sensações positivas.

Por exemplo, lendo a poesia no Blog lembrei-me de uma coisa que vi há alguns dias atrás, na Praça da Alegria (mas onde há outra praça com um nome tão agradável? Não conheco outra que só com seu nome me posse fazer sonhar).

Foi aí que vi uma cena idêntica à descrita na poesia de O'Neil. Talvez fossem mesmo eles: a velha senhora inglesa e o velho senhor português... esta é a magia de Lisboa! Senti muita ternura e pensei que Lisboa poderia chamar-se: "LISBOA A MAGICA".

Cada cantinho de Lisboa inspira uma poesia. É o País da poesia.

Ontem na Rua do Alecrim, vi o lindo monumento de Eça de Queirós, que tem entre os braços uma mulher coberta só com um véu. Em baixo há uma sua frase: "Sobre a nudez forte da verdade o manto diáfano da fantasia".

O meu pode ser um olhar positivo sobre a vida, mas parece-me que aqui as pessoas transmitem muita calma e eu sinto-me em casa.

Talvez uma cegonha não se tenha decidido deixar uma menina neste lugar e agora, no fundo dela, qualquer coisa de Lisboa permance...


IVANA BARTOLINI

66 anos de Caetano

Hoje, 7 de Agosto, o cantor brasileiro Caetano Veloso faz 66 anos. Muito amado em Itália, onde actua frequentemente, e onde trás a língua portuguesa e a cultura brasileira, Caetano está de parabéns, e da Via dei Portoghesi segue um abraço fraterno, luso-brasileiro.

Ei-lo com a sua irmã, a cantora Maria Bethânia.

mercoledì 6 agosto 2008

Tiepolo e humor de Ferreira Fernandes


Artigo de opinião publicado hoje no Diário de Notícias:


O NU DE QUE BERLUSCONI NÃO GOSTA

No ano passado, o Estado português exerceu o direito de opção de compra de um quadro que ia a leilão: A Deposição de Cristo no Túmulo, do veneziano Giovanni Tiepolo (1696-1770). Pagou--se 1,5 milhões de euros, houve quem tivesse achado despropositado, houve quem tivesse acordado para Tiepolo, "Ti, quê?...", e o quadro passou a ser exposto no Museu Nacional de Arte Antiga. No São Bento italiano, o Palácio Chigi, na sala onde o primeiro-ministro Berlusconi costuma dar conferências de imprensa, há uma reprodução de um Tiepolo, copiado do original "O Tempo que Desvenda a Verdade". Desvenda a verdade e um seio de uma mulher, arrendado e nu, que ficava geralmente sobre a cabeça de Berlusconi quando ele falava ao país. Sabe-se como ele tem horror à nudez por aquela região. Careca, fez um implante; pois quanto ao seio, mandou-o agora cobrir com umas pinceladas. Giovanni Tiepolo é, pelos vistos, um artista de escândalos. Por uma vez, o nosso Estado saiu melhor no retrato.

Ferreira Fernandes


Ver também:

venerdì 1 agosto 2008

Um saltinho a Lisboa para celebrar Agosto...

No primeiro dia deste mês de Agosto, a poesia de Alexandre O'Neil, surreal e fantástica, evocando Lisboa e o sol de Portugal...


OS LAGARTOS AO SOL
de Alexandre O'Neil


Expõe ao sol a perna escalavrada,
no jardim do Principe Real,
uma velha inglesa. Não há nada
tão bonito (p'ra mim), so natural.

E conversamos: "Helioterapia
medicina barata em Portugal ".
Accionista do sol, ajudo à missa:
"But, não muito, que senão faz mal ".

Gozosos, eu e a velha, ali ficamos
à mercê de meninos e marçanos.
Ela, a inglesa, de perninha à vela;
e eu, o português, à perna dela.

Talvez que, se Briol nos conservara,
Alguém um dia nos ajardinara.