lunedì 28 luglio 2008

Recordar o "Italo Amleto" no Porto...



Carlo Alberto di Savoia-Carignano (Paris, 02.10.1798 - Porto, 28.07.1849), rei da Sardenha de 1831 a 1849, pai de Vittorio Emanuele, primeiro rei de Itália e avô da rainha portuguesa Dona Maria Pia, mulher de Luís I, de cujo passamento se recordam hoje os 159 anos, depois da batalha de Novara, abdicou do trono no filho e retirou-se para a cidade do Porto, onde morreu somente três meses depois.

A 28 de Julho de 1849 expirava na Quinta da Macieirinha, actual Museu Romântico, depois da fatigante viagem sem paragens que sucedia a um período especialmente duro, de guerra, o que lhe valeu depois de morto uma popularidade nunca alcançada em vida.

Figura complexa, ele viveu num período de transição sem ter programas definidos, excluindo o seu ódio pela Áustria, o respeito pela Igreja Católica e o desejo de expandir os domínios da Casa de Savoia. Somaram-se às naturais indecisões que ele viveu nos períodos de passagem de uma forma política para outra (e nisto teve como companheiros Leopoldo II de Toscana, Ferdinando II de Nápoles, e outros) ulteriores doses de incerteza devidas a sua natureza e a sua infeliz juventude. É a luz destas considerações que se pode explicar muitas das suas atitudes que lhe valeram o apelido de "Italo Amleto".
IN http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Alberto_da_Sardenha



No Porto, uma "Praça Carlos Alberto" (antigo Largo dos Ferradores e Feira das Caixas), na freguesia da Vitória, recorda a breve estadia que a aí fez o rei no exílio, no palácio setecentista dos Viscondes de Balsemão, antes de se retirar na Maceirinha - antiga quinta de Macieira, Macieirinha ou do Sacramento, que pertenceu à família Pinto Basto, onde hoje o "museu romântico" pretende ser a reconstituição do interior de uma casa da burguesia abastada de Oitocentos.

http://cct.portodigital.pt/gen.pl?sid=cct.sections/11111013&fokey=cct.museus/15
http://www.cm-porto.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=cmp.stories/324

venerdì 25 luglio 2008

899 anos do primeiro rei

Depois de termos feito menção aos 88 anos de Amália é justo que se referencie hoje o 899º aniversário do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.


Afonso I, mais conhecido pelo seu nome de príncipe, Dom Afonso Henriques, (25.07.1109 - 06.12.1185) foi o primeiro rei de Portugal, conquistando a independência portuguesa em relação ao Reino de Leão.
Em virtude das suas múltiplas conquistas, que ao longo de mais de quarenta anos mais que duplicaram o território que o seu pai lhe havia legado, foi cognominado O Conquistador; também é conhecido como O Fundador e O Grande.


Numa das salas do Arquivo Secreto do Vaticano existe um fresco alegórico que o representa em 1179, com o Papa Alexandre III, que reconhece Portugal independente e vassalo da Igreja, através da Bula Manifestus Probatum. Acerca do assunto foi escrito um interessante opúsculo em 1979 pelo então embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Dr. José Calvet de Magalhães.


Uma outra representação do primeiro rei de Portugal está na abóbada da igreja nacional de Santo António dos Portugueses.
Aqui é representado o lendário milagre de que terá sido protagonista Afonso Henriques nos campos da batalha de Ourique (26.7.1139). Segundo a tradição, muito enriquecida no século XVII pelos cronistas cistercienses Bernardo de Brito e António Brandão, na véspera da batalha travada contra os muçulmanos comandados por Esmar, Cristo crucificado aparecera e falara a D. Afonso Henriques, rodeado de uma multidão de anjos de vestes resplandecentes. Tal versão dava grande importância ao recontro militar, sublinhando a inferioridade numérica dos portugueses – daí vieram os castelos do brasão nacional. Teria sido ainda nessa ocasião que D. Afonso fora aclamado rei.
O grande fresco (sete por três metros e meio) envolvido na rica moldura de motivos naturalistas, representa - com a armadura de guerreiro e o manto da realeza - D. Afonso, de joelho em terra, recebendo de um anjo a coroa e as quinas do seu brasão, e de outro o estandarte com as palavras “in hoc signo vinces”. Lançados ao chão foram a espada, o elmo e o escudo; o acampamento militar entrevê-se ao fundo: toda a atenção se concentra na exaltação da cruz, rodeada de uma corte angélica de tons violáceos.

mercoledì 23 luglio 2008

Amália com 88 anos?

Alguém consegue imaginar a grande Amália, embaixadora da alma portuguesa, com 88 anos? Pois seria esta a idade que a maior fadista de sempre festejaria hoje se fosse viva, apesar de nunca ter sabido ao certo o dia em que nascera. Filha e neta de gente pobre, numa família numerosa, o seu nascimento não foi tão importante que merecesse mais que esta vaga memória: "nasceu no tempo das cerejas"...

IN: http://pt.wikipedia.org/wiki/Amália_Rodrigues
«Filha de um músico sapateiro que, para sustentar os quatro filhos e a mulher, tentou a sua sorte em Lisboa, terá nascido, segundo o seu assento de nascimento, às cinco horas de 23 de Julho de 1920 na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da Pena. Amália pretendia, no entanto, que o aniversário fosse celebrado a1 de Julho ("no tempo das cerejas"), e dizia : Talvez por ser essa a altura do mês em que havia dinheiro para me comprarem os presentes. Catorze meses depois, o pai, não tendo arranjado trabalho, volta com a família para o Fundão. Amália fica com os avós na capital.»

Amália esteve por múltiplas vias ligada a Itália, e foi sem dúvida alguma uma das principais fontes entre as nossas culturas, razão pela qual merece um lugar de honra nesta "Via dei Portoghesi".



IN:http://www.amalia.com/main.htm
«Em Janeiro de 1970, Amália parte para Roma para actuar no Teatro Sistina em Roma. O sucesso foi tal que o fenómeno "Amália" se espalha por Itália. Começava então "La Folia per La Rodrigues".

Comecei a frequentar a Itália, a Itália, a Itália toda. Corri a Itália toda de ponta a ponta. Inclusive aquela história da Sicília e da Calábria e da Sardenha, por todo o lado. Até Triestre, ... não houve uma terra quase onde eu não cantasse, só se não houvesse um teatro, e foi um sucesso muito grande.

Sem se limitar às grandes cidades, Amália percorre toda a Itália, triunfando em locais onde habitualmente muitos cantores italianos não actuam. Nestas longas tournées, Amália chega a dar mais de 80 espectáculos por temporada.
Sempre com grande sucesso, Amália actua nos mais prestigiosos palcos italianos como o Teatro Lírico de Milão.»

VER também:

http://www.youtube.com/watch?v=74s8Ay8snhM

http://fadoportoghese.blogspot.com/2008/03/amlia-rodrigues-fado-incarnato-amlia-e.html

Biografia de Amália em Italiano:
http://www.cavallodiferro.it/catalog/title/?cmd=ext&title_id=31

venerdì 18 luglio 2008

Vieira, "Palavra e Utopia"

LUÍS MIGUEL CINTRA como António Vieira na igreja de Santo António dos Portugueses

Ainda a propósito de Padre António Vieira, recordamos que o filme que sobre ele fez Manoel de Oliveira em 1999, "Palavra e Utopia", foi em parte filmado em Roma, e na igreja de Santo António dos Portugueses. Incluímos aqui a "Nota de Intenções" que sobre o filme fez Manoel de Oliveira.

Nota de Intenções
«PALAVRA E UTOPIA é o título do projecto de um filme muito particular. O assunto versa sobre a vida do Padre António Vieira, famoso pelos seus sermões. Podemos e devemos salientar, que ele próprio não considerou os seus sermões a cousa mais importante da sua vida. No entanto, os dados biográficos seriam de menor interesse se os desligasse dos sermões e das cartas. Cartas e sermões, porém, são palavras. Foi sob esta óptica que procurei desenvolver uma planificação para o filme: púlpitos do Brasil, em São Salvador da Baía e em S. Luís do Maranhão, naturalmente em Lisboa, Coimbra e, também, em Roma; encontros em Portugal com Inquisidores, com o Rei e com o Príncipe Regente; no Brasil com governadores e colonos; em Roma com o Papa e a Rainha Cristina da Suécia; na Holanda com um Rabi; em França, quando de regresso a Portugal, embarcado descia rio Garona, em direcção a Bordeaux, cegou duma vista; e ainda as tantas vezes que atravessou o Atlântico, tendo até naufragado perto dos Açores quando, expulso do Maranhão, veio pela última vez a Portugal.
Contar esta estória, amarrado à vigilância por mim solicitada ao historiador P. João Marques, tanto vale como uma amarra a pés e mãos, como força para uma abordagem aos sermões guiados pelas anotações preciosas das cartas do próprio Vieira.
Assim me debrucei sobre esta forma de narrativa fiel a tempo e lugares, e original por não recorrer desta vez a reconstituições de época, como é hábito comum quanto a filmes históricos. Enfim, uma construção sui generis muito do meu agrado por tudo se condensar num estilo reduzido ao essencial.
Assim, PALAVRA E UTOPIA não será nem filme documentário, nem histórico, nem didáctico, nem biográfico, embora siga uma ordem cronológica. Será, sim, uma ficção com todas as premissas que esta possa permitir. Sem perder a correcção histórica, poderá ter o seu lado didáctico, na medida em que a ficção se afirma pela autenticidade dos documentos que a guiaram sem se afastar mais do que o rigor permitia.»

Manoel de Oliveira
Agosto 1999
IN:
VER também, de Francesco Giai Via, "Palavra e Utopia - Strange Ficition"
E AINDA:

Padre António Vieira

Theodoro Braga, 1922

Neste dia, 18 de Julho, do ano de 1697, morreu na baía, Brasil, o orador jesuíta Padre António Vieira, de quem este ano é celebrado em várias partes do mundo o centenário do nascimento (Lisboa, 06.02.1608).
Em Roma as celebrações incluiram já duas conferências no Instituto Português de Santo António: Miti nazionali nella letteratura della Compagnia di Gesù, pela Dr.ª Carlota Maria Lopes de Miranda Urbano, professora auxiliar do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (13.01.2008) e La formazione retorica di Padre Antonio Vieira (14.02.2008) pela Dr.ª Margarida Lopes Miranda, professora associada do mesmo ateneu.
Já anetriormente noticiado neste blog foi o grande convénio internacional organizado pela Sapienza Università di Roma, Instituto Camões/Portugal, Universidade de Lisboa, Universidade Católica Portuguesa, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Pará e Universidade de S. Paulo, de 7 a 9 de Fevereiro:
Em agenda, para Novembro, o IPSAR tem já duas sessões do colóquio internacional Antonio Vieira, Roma e l'universalismo delle monarchie portoghese e spagnola, organizado pelo Departamento de História da Universidade Roma Tre, em colaboração com a Universidade Nova de Lisboa.
http://cham.fcsh.unl.pt/files/activities/2008_padre_antonio_veira.pdf

giovedì 17 luglio 2008

Ainda sobre a tese de Federica Visconti


Ainda a respeito da tese sobre a igreja nacional de Santo António dos Portugueses, defendida por Federica Visconti, e já anteriormente noticiada neste blog
uma apresentação do trabalho feita em primeira pessoa, e publicada no site do IPSAR:

Renovamos os parabéns feitos a Federica Visconti.


Tesi di Laurea in Storia dell'Arte Moderna a Roma e nel Lazio

LA CHIESA DI SANTO ANTONIO DEI PORTOGHESI A ROMA
E IL SUO RIFACIMENTO NEL XVII SECOLO

“Seguita dal mio Relatore, il professore Alessandro Valeriani, titolare della cattedra in Storia dell'Arte Moderna a Roma e nel Lazio presso la Facoltà di Lettere e Filosofia dell'Università degli Studi di Roma Tor Vegata, ho portato avanti questo mio lavoro di ricerca che si sviluppa come uno studio monografico sulla chiesa di Santo Antonio dei Portoghesi in Roma, edificio ecclesiastico poco conosciuto tanto dai romani e dai turisti, quanto dagli esperti del settore, infatti pochi o molto datati sono gli studi critici che si possono trovare su questo piccolo tempio che sorge nel Rione Campo Marzio in una breve e stretta traversa di via della Scrofa, che l'amministrazione della città ha voluto appunto chiamare “Via Dei Portoghesi”, proprio in onore di questa chiesa.

Più in particolare la mia ricerca si è concentrata sul completo rifacimento che questa architettura dalle ridotte dimensioni ha subito nel corso del '600, il quale le ha dato una veste completamente nuova e ha visto protagonisti in particolare due architetti, anch'essi in parte trascurati dalla critica: Martino Longhi il giovane e Cristoforo Schor, entrambi provenienti dal nord, il primo di origine lombarda, l'altro di origine austriaca, ed entrambi facenti parte di due famiglie, i Longhi e gli Schor appunto, che annoverano tra i loro membri altri importanti architetti che lavorarono nella città eterna. L'aspetto attuale si deve quindi alla trasformazione seicentesca, ma questo piccolo tempio dei portoghesi, che, come ci indica appunto il nome, è Chiesa nazionale del Portogallo e punto di riferimento per tutti i lusitani presenti a Roma, ha in realtà un'origine molto più antica che si può far risalire alla metà del 1400.

L'intento di questa mia tesi è quello di delineare e documentare, nei quattro capitoli che compongono, come sorge e si sviluppa nei secoli questa chiesa, concentrandomi in particolare sugli interventi seicenteschi nella fabbrica e cercando altresì di inquadrare le personalità degli architetti che vi intervennero e di collocare quest'opera, e in particolare la facciata, all'interno del Barocco romano, tentando di individuare quali sono gli elementi innovativi e quali quelli più conservatori, ancora legati alla tradizione di fine Cinquecento.”

Federica Visconti
Laureata in Scienze dei Beni Culturali

mercoledì 16 luglio 2008

Novo Órgão de Santo António dos Portugueses

Começou esta semana a montagem do novo órgão, projectado especialmente para a igreja nacional de Santo António dos Portugueses pelo famoso Jean Guillou, organista titular de St. Eustache (Paris), intérprete virtuoso, compositor inovativo e ainda inventor de um “órgão de estrutura variável”. Desde há mais de quatro anos, quando o reitor deste Instituto, Monsenhor Agostinho da Costa Borges, conheceu o artista francês, que este projecto começou a ganhar forma.
Em associação a esta iniciativa, no dia 24 de Junho no Grande Auditório do Teatro de Vila Real, o pianista Nuno Pereira, anteriormente presente em Roma para um concerto na igreja de Santo António, deu um espectáculo presenciado pelos presidentes de vários municípios do norte de Portugal. Notícia arquivada no Youtube, que aqui reproduzimos.

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa a alargar-se

Tema que interessa a todos quantos estudam a língua portuguesa, em Itália e no mundo, é o do alargamento do interesse de vários países em fazerem parte da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Notícia hoje no lisboeta Diário de Notícias:


Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

JORGE FIEL


Comunidade
Subitamente, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tornou-se um clube muito requisitado. Há dois anos, a Guiné Equatorial e o Maurício entraram, com o estatuto de países associados. Este ano, será a vez do Senegal. Na lista de espera, estão países do Leste e América LatinaPortuguês pode ser língua oficial na Guiné Equatorial



O Senegal vai tornar-se este mês o terceiro país adquirir o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas a lista de espera é longa e inclui nações de geografias tão improváveis como o Leste europeu.

Ucrânia, Croácia e Venezuela já fizeram chegar o seu interesse ao 32 da Rua de São Caetano, à Lapa, em Lisboa , onde a CPLP está instalada num palacete novecentista cedido pelo Governo português.

Constituída há 12 anos, com sete países de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), a CPLP alargou-se a oito, em 2002, com a adesão de Timor-Leste.

Em 2006, na Cimeira de Bissau, a comunidade aceitou os seus dois primeiros países associados:

Maurício e Guiné Equatorial.Maurício (país do Índico usualmente designado como Maurícias) é habitado por duas comunidades, uma de origem indiana e outra africana, originária de Moçambique, daí o interesse em participar na CPLP, com o actual estatuto de associado.

A Guiné Equatorial não descarta a hipótese de passar a ser o 9.º membro efectivo, depois de acrescentar o português às suas duas línguas oficiais; castelhano e francês.

Antiga colónia portuguesa, foi objecto, no século XVII, de um negócio com a Espanha, que. em privado, o Presidente da Guiné Equatorial faz questão de lamentar. Em troca, Portugal recebeu da Coroa espanhola um território na América do Sul que foi integrado no Brasil.

Na Cimeira de Lisboa, que terá lugar no Centro Cultural de Belém, nos próximos dias 25 e 26, será a vez da formalização da adesão do Senegal.Mas na próxima cimeira de chefes de Estado, a realizar em Luanda em 2010, já deverá ser necessário pôr mais lugares à mesa.

"Temos sido abordados por diversos países que exprimiram informalmente o seu interesse em aproximarem-se e solicitar o estatuto de associados", reconheceu o embaixador Luís Fonseca, o diplomata de Cabo Verde que é secretário executivo da CPLP desde há quatro anos.

O embaixador escusou-se a nomear os país interessados, que são essencialmente de duas origens geográficas: Leste da Europa e América do Sul.

No continente sul-americano, a CPLP é atraente aos olhos de todos os países que fazem fronteira com o Brasil: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guyana, Paraguai, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela, em particular deste último onde existe uma forte comunidade portuguesa e o presidente Chávez se encontra em rota de colisão com o Governo de Madrid.

Ucrânia e Roménia são dois candidatos óbvios, devido aos laços que estreitaram com Portugal através de fluxos migratórios. Menos óbvio é o interesse croata.

O forte crescimento do Brasil e Angola ajuda a perceber esta explosão de interesse que a CPLP está a despertar em diversos cantos do Mundo.

Com o preço do barril do brent a roçar os 150 dólares, há muita gente a querer ser amiga de uma comunidade em que metade dos seus membros têm petróleo (Brasil, Angola, Timor e São Tomé).


VER também

martedì 15 luglio 2008

Novo blog sobre Joaquim dos Santos

Em memória do Maestro Joaquim dos Santos, foi criado, pelo seu jovem e grande amigo Nuno Faria Costa, um novo blog inteiramente dedicado ao Maestro, grande amigo de Roma e de Santo António dos Portugueses, e recentemente desaparecido.


Felicitamos o Autor por esta iniciativa tão meitória e justa, que irá ampliar no espaço internáutico a memória do compositor, divulgando a sua vida e obra por um número muito alargado de pessoas.

Aproveitamos para publicar aqui um texto évocativo da figura de Joaquim dos Santos, recentemente colocado no site do Instituto Português de Santo António em Roma:
http://www.ipsar.org/modules.php?name=News&file=article&sid=12


Já sou apenas Som
in memoriam de Joaquim Gonçalves dos Santos
(Vilela, Cabeceiras de Basto, 13.4.1936 – Moimenta, Cabeceiras de Basto, 24.6.2008)


Talvez começar por dizer que a morte de Joaquim dos Santos é a negação da própria morte. É-o para os crentes, para aqueles que o conheciam como padre e homem de crença profundamente cristã, comungando com ele a fé na vida eterna, a verdadeira vida que alcançamos depois da vida. Como também o é para os que não crêem, mas que o recordam como maestro de uma obra musical ímpar, prolífica e cheia de uma qualidade inspirada, de uma qualidade intocada, de uma qualidade verdadeiramente artística e excelente.

Joaquim dos Santos, Doutor Joaquim dos Santos, Padre Joaquim dos Santos, Maestro Joaquim dos Santos, permanece assim na memória e nas orações e a sua obra, como a sua fé, granjeiam-lhe a eternidade.

E é, contudo, com um sentimento de tristeza e de perda que falamos de Joaquim dos Santos, que para além de artista e de membro da igreja, era um grande homem, um ser humano de excepcional bondade e gentileza e alegria e inteligência, destes que fazem realmente falta ao mundo. Eternidade rima, no seu caso, com saudade.

Outros lhe fizeram a biografia e o ensaio crítico, outros lhos farão, como é devido. Nós queremos-lhe fazer uma homenagem toda humana, recordar o poeta que tomou como mote, logo no início da sua carreira sacerdotal e musical, quando estudava em Roma no Instituto Pontifício de Música Sacra, os versos de Sebastião da Gama:

A corda tensa que eu sou,
o Senhor Deus é quem
a faz vibrar…

Ai linda longa melodia imensa!…
- Por mim os dedos passa Deus e então
já sou apenas Som e não
se sabe mais da corda tensa…


Recordar o poeta que escolheu, quando se lhe ofereceram as posições de relevo em âmbito profissional e artístico, quando se lhe abriam as portas do mundo, a fuga do mundo, recolhendo-se nesse pedaço de paraíso onde viveu toda a sua vida – a Casa da Casinha, em Cabeceiras de Basto – tendo por companheira e amiga a sua irmã, Mariazinha, e nos últimos anos um cão que, de tão fiel, morreu no mesmo dia do dono.

Recordar, enfim, o poeta que de música teceu a sua poesia, e que à Roma da sua juventude e dos seus anos de formação regressou no final da vida, edificando aquela que será, provavelmente, a parte mais significativa, interessante e eminente da sua obra, o auge da sua maturidade artística e humana, indissociavelmente ligada à igreja nacional de Santo António dos Portugueses.

Muitas vezes, a criação da sua música era como que a sublimação do som das palavras. A ligação do Maestro Joaquim dos Santos à poesia foi fortíssima desde o exórdio romano (1963-1968) quando ousou apresentar no concerto anual do Pontifício Instituto de Música Sacra uma composição para coro e piano – o piano era então considerado um instrumento pouco adequado para a música religiosa – baseada em Sebastião da Gama. A corda tensa que sou foi apresentada a 22 de Maio de 1966, executada pelo coro dos alunos do Instituto e pelo pianista Luca Lombardi, dirigidos pelo próprio compositor.

Foram depois inúmeras as vezes que recorreu às palavras para compor. Era aquilo a que chamava as suas “ousadias”. Tal foi o caso das cantatas A Noiva do Marão e Santo António dos Portugueses e do oratório Travessia, construídas sobre poemas do bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, e todas três apresentadas em Santo António dos Portugueses. Recordamos também os poemas de Miguel Torga trazidos a Roma pelo Ançãble Vocal (27.04.2002) e todas aquelas composições baseadas em textos bíblicos, geralmente concebidas para o serviço religioso e divulgadas durante anos na Nova Revista de Música Sacra e em Música Nova, publicações periódicas que fundou e com as quais colaborou assiduamente.

A par do canto gregoriano, que veio estudar a Roma e cujos ecos sentimos em muitas das suas composições, outra fonte de inspiração primordial eram as melodias populares, recordação que vem das origens rurais em que a música fazia parte do quotidiano, no trabalho e na festa, e das tradições da sua própria família. Daí serem Cantigas da Minha Terra e Viva a pândega as primeiras obras que apresenta publicamente, ainda no tempo de frequência do Seminário Conciliar de Braga (18.03.1961) e toda uma vasta produção posterior, que tem um duplo e importantíssimo objectivo.

Por um lado, aquele da recolha etnográfica de temas tradicionais, passados informalmente de geração em geração, e por isso em perigo de se perderem; a sua fixação qualificada na pauta musical, e os arranjos que lhes fez posteriormente, adquirem assim um valor de conservação histórica, mas também o de inspiração de obras inovativas, na linha do que fizeram os maiores compositores portugueses do século XX. Por outro lado, e aqui se revela um generoso aspecto pedagógico e de incentivo das artes, as obras do Maestro eram feitas com o intuito de serem executadas, independentemente das capacidades técnicas dos executantes. Por isso, por longos anos, toda a sua produção foi considerada “menor”, associada redutoramente às suas numerosas composições para banda e para a liturgia. Um artista de grande fôlego criativo, mas que nunca se coibiu de escrever música para todos, de qualificar a vida dos mais humildes com a sua música, dedicando-lha e oferecendo-lha.

O encontro com Santo António dos Portugueses permitiu a Joaquim dos Santos, também neste capítulo, dar mostra da sua imensa capacidade inventiva, ilustrada e popular em simultâneo. Os responsórios para coro e órgão Christus factus est e Crucem tuam trazidos pelo Ançãble em 2001, o Prologus, 6 Impressões musicais do Evangelho de S. João executados pelas pianistas Ana Telles em 2002 e Rosa Villar Córdova em 2003, ou as 4 canções populares portuguesas (“Ó tia Aninhas”, andantino, “Espadeladas”, moderato assai, “Debaixo da oliveira”, andante cantabile e “O ratinho malcriado”, allegro grazioso) tocadas pelo Quintetto Metamorphosis em 2004 são disto exemplo. Pondo em destaque as raízes populares, eles são sem dúvida peças de música erudita, interpretada por instrumentos eruditos, em ambiente e para um público erudito.

Mas o encontro com a igreja nacional de Roma, feito através do seu reitor, Monsenhor Agostinho da Costa Borges, com quem estabeleceu rapidamente uma amizade profunda, constituiu em muitos outros aspectos um momento altíssimo na carreira de Joaquim dos Santos. Este fez-se através de Isaías Hipólito, aluno de Joaquim dos Santos no Seminário Conciliar de Braga, que orientara como organista e director os serviços litúrgicos da igreja de Santo António dos Portugueses, enquanto estudava em Roma, no final da década de 90.

A sua primeira obra executada na via dei Portoghesi foi, a 10 de Junho de 2000, Lamentações do Profeta Jeremias, pela então denominada Capela Musical de Santo António dos Portugueses, dirigida pelo Maestro Massimo Scapin. Assim se iniciava uma colaboração intensa, que não só o induziu a criar obras propositadamente para a igreja dos Portugueses, mas a fazê-lo muitas vezes em ocasiões de especial relevância dentro da agenda cultural da instituição, como fossem os dias de Portugal e das Comunidades Portuguesas, na festa do patrono, Santo António, ou nas celebrações da Imaculada Conceição.

Quatro anos após a sua estreia em Santo António, pelo dia de Portugal, Joaquim dos Santos trouxe em primeira audição um Concerto per pianoforte ed orchestra, executado por Ana Telles e pela Orchestra Nuova Amadeus dirigidas pelo Maestro Jean-Sébastien Béreau – um desafio lançado direcatmente pela pianista e pelo maestro ao compositor, que o aceitou. Para celebrar o patrono da igreja compôs a cantata Santo António dos Portugueses, em 2002 (com a participação do barítono Ettore Nova e a direcção de Anne Randine Overrby), a sinfonia Roma Eterna, em 2003 (direcção de Ovidiu Dan Chirila), e o Concerto para violino e orquestra, em 2005 (com o jovem Emanuel Salvador). Enfim, por ocasião da Imaculada Conceição, vieram a cena A Noiva do Marão em 2000, Carmen Fatimale e Arma virosque em 2005, Le forme dello spirito, em 2006 e o Concerto per violoncello e orchestra, em 2007 (com o violoncelista Simonpietro Cussino).

Estes e outros artistas que executaram obras de Joaquim dos Santos – e muitos houve para quem o Maestro escreveu propositadamente, tais como Giampaolo Di Rosa, Vítor Matos e Domingos Castro para não repetir nomes – recordam como na vida do Maestro música e amizade andassem a par: tantas amizades nascidas através da música e tanta música inspirada pelas amizades. A generosidade que o distinguia transpunha-se para a pauta; de facto, são propositadamente reduzidas as suas notações agógicas, dando oportunidade aos músicos de participarem na sua criação artística, interpretando mais livre e individualmente as linhas máximas da melodia que compusera. A música era princípio e fim e veículo das suas emoções, e por isso lhe era fácil fazer amizades através da música.

E talvez porque pusesse “a sua alma de sacerdote em cada coisa que fazia”, como costumava dizer, a música (princípio e fim e veículo das emoções) era matéria do seu máximo rigor e respeito enquanto expressão de uma inspiração divina, a “corda tensa” por onde passavam os dedos de Deus. E era assim que o seu trabalho se desenvolvia, amorosa e aturadamente, matutino, quotidiano, grave, ao som das águas correntes que atravessam os fundamentos da casa paterna, no seu escritório debruçado sobre o verde total do Minho, o Tâmega a correr em baixo e ao fundo a “Noiva do Marão”, o Santuário de Nossa Senhora da Graça, que lhe inspirou em 99 a magnífica cantata. O trabalho a par das orações que fazia regular e canonicamente, na capela dessa mesma casa

Em Roma permanece a recordação quase meia centena de obras apresentadas em oito anos, a maioria das quais em estreia absoluta em Santo António dos Portugueses, compostas propositadamente para esta igreja e para os seus artistas, a um ritmo admirável e inspirado, como se nele houvesse a percepção de que o tempo era escasso e precioso. Meia centena de obras correspondentes a cerca de trinta deslocações do compositor e de sua irmã à via dei Portoghesi, onde se sentiam bem, como em casa própria. Concertos que não esquecemos, em que não esquecemos esse grande homem, simples e genial, que falava com o seu sorriso.

Francisco de Almeida Dias
Roma, Julho de 2008

Nota: Agradeço muito ao Nuno Costa, jovem e grande amigo de Joaquim dos Santos, e um dos seus herdeiros espirituais, a disponibilidade que teve em recordar comigo do Maestro, que eu encontrei em Roma, em Santo António dos Portugueses.

lunedì 14 luglio 2008

Até breve a Leonor Baldaque

A jovem artista portuguesa, que a todos encantou com o seu charme e simpatia, regressa após dois meses de vida romana à sua Paris de adopção.

Leonor Baldaque, cuja beleza e dotes artísticos não foram indiferentes a Manoel de Oliveira, participou em vários dos seus filmes desde 1998: em Inquietude (1998) era Fisalina, foi Sylvia de Je rentre à la maison (2001), Ela de Porto da Minha Infância (2001), Camila de O Princípio da Incerteza (2002), participando ainda em Espelho Mágico (2005), Belle Toujours (2006) e Cristóvão Colombo - O Enigma (2007).

Mas Leonor Baldaque é ainda jornalista - correspondente em Paris da revista portuguesa Máxima - escritora premiada e poetisa. Tantos e tão ricos dotes concentrados num ser humano generoso, que deixa saudades em Roma.

Até breve!

Tese sobre Santo António dos Portugueses

Acabámos de receber uma tese de licencatura em História da Arte Moderna em Roma e no Lácio, defendida na Faculdade de Letras e Filosofia da Università degli Studi di Roma Tor Vergata (licenciatura em Scienze dei Beni Culturali).


A autora é Federica Visconti, que, orientada pelo Professor Alezzandro Valeriani, fez um belo trabalho dividido em 4 capítulos, sobre a fundação do Hospital da Nação Portuguesa e a construção da actual igreja no século XVII.

O trabalho, intitulado LA CHIESA DI SANTO ANTONIO DEI PORTOGHESI A ROMA E IL SUO RIFACIMENTO NEL XVII SECOLO estará disponível, a partir desta data, na Biblioteca do Instituto Português de Santo António.

Parabéns a Federica Visconti e desejos dos maiores sucessos!



Para mais informações contactar Drª Isabella Padellaro (biblioteca@ipsar.org)
VER também
http://www.ipsar.org/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=24

Português do Brasil hoje nas Capannelle


Il compositore e cantante brasiliano Djavan, è uno degli autori brasiliani più conosciuti internazionalmente. Dal momento del suo debutto discografico, nel 1976 con l’album “A voz, o violao, a musica de Djavan”, la sua carriera artistica è stata un crescendo. Fra importanti collaborazioni artistiche, brani composti per i maggiori interpreti brasiliani e la realizzazione, negli anni ‘80, di eccellenti albums come “Luz” e “Lilas”, Djavan è diventato insieme al Maestro Tom Jobim e ad Ivan Lins, uno degli artisti brasiliani più apprezzati in tutto il mondo. Nel corso della sua carriera ha inciso più di 17 albums vendendo milioni di copie. Alcune delle sue composizioni sono state interpretate da noti cantanti brasiliani come Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Roberto Carlos e Nana Caymmi. Negli Stati Uniti ha avuto interpreti come Carly Simon, Al Jarreau, Carmen McRae e il gruppo dei Manhattan Transfer. In Italia Djavan è conosciuto anche per le traduzioni dei suoi brani da parte di Ivano Fossati, Enrico Ruggeri e Bruno Lauzi e per le stupende interpretazioni di Loredana Bertè.


14 luglio 2008
Djavan dal vivo
al RomaRock Festival
Posto unico: Euro 20,00 + Prevendita

sabato 12 luglio 2008

Sólida amizade entre Amadeu's



No dia em que notável pintor italiano Amedeo Clemente Modigliani faria anos (Toscana, Livorno 12.07.1884 - Paris 24.01.1920), recordamos a amizade que o unia a um outro grande pintor, português, seu homónimo: Amadeo de Souza-Cardoso.

Nas palavras de Helena de Freitas, a respeito de Souza-Cardoso, publicadas em:

Em 1906, parte para Paris com Francis Smith e instala-se no Boulevard de Montparnasse. Estuda Arquitectura, frequentando os ateliês de Godefroy e de Freynet, mas acaba por desistir do curso, por estar mais interessado em desenvolver uma actividade de desenhador e caricaturista, permanecendo atento ao movimento artístico parisiense.

Em 1908, começa a assistir regularmente às aulas do pintor espanhol Anglada Camarasa, na Academia Vitti. O seu ateliê, na Cité Falguière, torna-se um dos principais centros de reunião dos artistas portugueses então residentes nesta cidade, onde se encontram para tertúlias e boémias.

A partir de 1910, desenvolve uma sólida amizade com Amadeo Modigliani (com quem expõe no seu ateliê, em 1911) e relaciona-se com Juan Gris, Max Jacob, Sonia e Robert Delaunay, Otto Freundlich, Brancusi, Archipenko, entre outros. Destes contactos, Amadeo retém a informação teórica fundamental para o desenvolvimento da sua investigação plástica.

A sua obra, marcada pela constante pesquisa e reformulação de conceitos e práticas pictóricas, atravessou quase todos os movimentos estéticos relacionados com a ruptura da arte convencional. Do Cubismo à arte abstracta, passando pelo Expressionismo e Futurismo, Amadeo experimenta e ensaia modalidades pessoais de entendimento destas correntes.

venerdì 11 luglio 2008

Blimunda de Azio Corghi

Blimunda

di Azio Corghi (1937-)
libretto proprio e di José Saramago, dal romanzo Memorial do Convento di Saramago
Opera lirica in tre atti
Prima: Milano, Teatro Lirico, 20 maggio 1990

Personaggi: Domenico Scarlatti (rec); Giovanni V, re del Portogallo (rec); Donna Marianna, la regina (rec); Maria Barbara, loro figlia (rec); Fra Antonio de San José (rec); Sebastiana Maria de Jesus (A); Bartolomeu Lourenço de Gusmao (Bar); Baltasar Mateus (T); Blimunda, figlia di Sebastiana (Ms); l’Infante Don Françisco (m); un frate corpulento (m); popolo di Lisbona, operai della fabbrica di Mafra, componenti la processione dell’auto da fé, frati, inquisitori, boia, condannati, pellegrini, coro madrigalistico

Nel Portogallo del XVIII secolo la Storia dei grandi (rappresentata dagli attori) e la storia della gente comune (i cantanti) si incontrano in eventi straordinari. Il re Giovanni V ha ordinato la costruzione del convento di Mafra, ex voto per la nascita dell’erede; negli stessi giorni una nuova coppia viene a formarsi tra un soldato monco, Baltasar, e Blimunda, figlia di una donna condannata per stregoneria, e lei stessa in possesso di poteri straordinari. I due amanti incontrano padre Bartolomeu Lourenço, frate in odore di eresia, che li coinvolge nella costruzione di una macchina per volare: Blimunda dovrà rubare la «volontà» di molti uomini, poiché è proprio questa misteriosa sostanza a far lievitare la macchina. Padre Lourenço deve però riparare in Spagna, ricercato dal Sant’Uffizio, mentre la macchina resta affidata a Baltasar; questi, un giorno, la fa inavvertitamente decollare, scomparendo con lei nel cielo. Blimunda lo cercherà per nove anni, durante i quali padre Lourenço è morto pazzo (come ci narra Domenico Scarlatti, maestro di clavicembalo a corte divenuto amico dei protagonisti). Sfuggita a un tentativo di stupro, la donna finalmente lo ritrova, avvolto dalle fiamme di un autodafé : appena in tempo per poter attirare a sé la volontà del suo uomo.
Seconda opera di Corghi, Blimunda , incentrata sulla figura della protagonista, sintesi affascinante di umanità piena e di mistero, rappresenta un’operazione artistica dalla forte carica ideale, una sorta di manifesto contro la paura e il pregiudizio. La vicenda viene inscenata attraverso tre piani e spazi distinti (la Storia dei potenti, la storia quotidiana e un registro onirico che le collega), secondo fasce parallele (acustica, reale e immaginaria) che si avvicendano senza sosta nel fluire continuo di forme musicali ‘aperte’; tra queste trovano posto alcune costanti della scrittura di Corghi, come il gusto per la coralità (e per il canto popolare), la passione madrigalistica (rappresentata da un ottetto vocale), le nuove tecnologie elettroniche, l’evocazione del clavicembalo scarlattiano, la dolcezza lirica del duetto tra gli amanti.

IN:

Azio Corghi
Compositore, musicolo e didatta. Azio Corghi è nato a Ciriè (Torino) nel 1937. Ha studiato pianoforte al Conservatorio di Torino e composizione al Conservatorio di Milano presso la fertile scuola di Bruno Bettinelli, diplomandosi in composizione, pianoforte, musica corale, direzione di coro, direzione d’orchestra e composizione polifonica vocale. Il catalogo delle sue opere, rappresentate ed eseguite nei più prestigiosi teatri e sale da concerto internazionali, comprende lavori destinati al teatro musicale, al balletto e a varie formazioni di complessi vocali e strumentali, acustici ed elettronici. Sostenuta anche la sua attività didattica, che ha svolto in varie città italiane (in particolare al Conservatorio di Milano, all’Accademia di Santa Cecilia a Roma – di cui è Accademico effettivo – e alla Chigiana di Siena), europee a nordamericane. Come musicologo, ha curato l’edizione critica de L’italiana in Algeri di Rossini e di diverse composizioni vocali di Vivaldi. Numerosi i premi e i riconoscimenti collezionati da Azio Corghi nella sua variegata attività di compositore, didatta e musicologo.
Variegate sono infine anche le linee che attraversano il suo catalogo compositivo. Da un lato, Azio Corghi è musicista estraneo ai dogmi linguistici dell’Avanguardia più radicale, dall’altro è sempre stato molto impegnato sul fronte politico e sociale, ricercando un linguaggio capace di vasta comunicazione ma senza ripercorre vie “facili”. Da un lato è musicista che ama fare i conti con il passato – una vasta eco hanno suscitato le sue parodie di opere di Rossini, Händel, Mozart e altri compositori –, dall’altro è molto attento alla cultura contemporanea, come dimostra il lungo sodalizio con lo scrittore portoghese José Saramago, di cui condivide l’estetica umanistica.
Se è vero che il catalogo corghiano comprende opere dei più svariati generi, è altresì vero che è nel teatro musicale che il musicista ha raggiunto i traguardi più duraturi. E un posto di particolare rilievo occupano le opere Gargantua (1984), Blimunda (1989), Divara (1993), Tatjana (1999) e Senja (2002). Tra i lavori più recenti si ricorda la parodia mozartiana Il dissoluto assolto (2006), che è stata “battezzata” a Lisbona e sarà rappresentata nel prossimo autunno alla Scala.

IN

Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas


Baltasar Sete-Sóis

Personagem da obra Memorial do Convento (1982) de José Saramago. Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, perdeu, na Guerra de Sucessão, a mão esquerda, sendo, por isso, mandado embora do exército. Vivendo de esmola, encontrará trabalho no estaleiro do convento de Mafra. Aí conhecerá Blimunda, a quem unirá para sempre a sua vida, e ajudará o Padre Bartolomeu Lourenço a construir a passarola, com que um dia conseguirá sobrevoar Lisboa. Depois da partida do padre, enlouquecido, para Espanha, velará o engenho. Levado pela máquina, entrega, nove anos depois, num auto-de-fé, a sua vontade a Blimunda. Numa nova trindade, divina e humana ("Deus ele próprio [o padre], Baltasar seu filho, Blimunda o Espírito Santo, e estavam os três no Céu."), Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu Lourenço simbolizam o sonho, a liberdade de amar e de acreditar para lá de todas as evidências, apresentando-se como o reverso de uma época onde o rei e os clérigos subjugam o povo para o cumprimento de um projecto megalómano.

Baltasar Sete-Sóis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-07-11].




Blimunda Sete-Luas

Personagem de Memorial do Convento (1982) de José Saramago, capaz de ver por dentro as vontades dos outros, que possui o dom da clarividência. Num tempo dominado pela aparência, o Portugal barroco, o amor que a une a Baltasar Sete-Sóis é um dos eixos temáticos de O Memorial do Convento. Com Baltasar ajuda o padre Bartolomeu Lourenço a construir a passarola, com que um dia conseguirão voar. Quando a passarola leva Baltasar, procura-o durante nove anos até um dia, num auto-de-fé, em Lisboa, recolher a vontade do supliciado Baltasar Sete-Sóis. O nome desta personagem dá título à opera extraída do Memorial do Convento , estreada em 1990 em Milão.

Blimunda Sete-Luas. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-07-11].



VER também:
http://it.wikipedia.org/wiki/Memoriale_del_convento

Hélder Moutinho a abrir 7Sóis7Luas

O jovem fadista português Hélder Moutinho abre os espéctaculos romanos do festival SEte Soóis Sete Luas 2008, tendo como palco o belíssimo jardim da Embaixada de Portugal junto do Quirinal, Villa Barberini.

No dia 15 de Julho, pelas 21horas, a entrada é livre na Villa Barberini (via Zandonai, 84).



Helder Moutinho è figlio del fado e della guitarra portuguesa, è creatore della “saudade” rinnovata, è la voce del Fado moderno, del Fado con la F maiuscola, ma eternamente tradizionale.
Più che semplice fadista, è “fadautore”, produttore, cantante.
Helder è legato a quanto di meglio si è realizzato negli ultimi anni nel mondo del fado. Chi lo afferma è la giuria dei premi Amália Rodrigues, che ha attribuito al fadista e alla sua “Luz de Lisboa” la categoria di “Miglior Album 2004”. Il premio è giustificato dalle ovazioni ricevute nelle sale in Olanda, Grecia, Cipro e in Inghilterra.

"Sete Sóis Sete Luas" em Roma - XVI edição

Calendário:

15 luglio, 21h00
Villa Barberini, Via Zandonai 84
ingresso libero

Helder Moutinho (Portogallo)


24-26 luglio, 21h30
Accademia di Spagna, Piazza S. Pietro in Montorio (Gianicolo),
ingresso libero
24 luglio
7SóisOrkestra (Mediterraneo)
25 luglio
Luar na Lubre (Galizia)
26 luglio
Med'Set Orkestra (Mediterraneo)


27 luglio, 22h00
Villa Ada,
ingresso 8€

Argentina (Andalusia)


O Festival Sete Sóis Sete Luas, em 2008 na sua XVI edição, é promovido por uma Rede Cultural de 30 cidades de 9 diferentes Países: Cabo Verde, Croácia, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal.Realiza projectos de música popular, de teatro de rua, de artes plásticas, com a participação de grandes figuras da cultura europeia e mediterrânea.Recebeu o apoio da União Europeia com os Programas Caleidoscópio, Cultura2000 e Interreg IIIB Medocc, pela dimensão europeia e qualidade cultural do projecto.Os Presidentes Honorários do Festival são os Prémio Nobel José Saramago e Dario Fo.



Parabéns Mamma B!

Come un grande amore (autoritratto con il marito), 1967 (detalhe)

Hoje a grande pintora luso-moçambicana Bertina Lopes faz anos! Quantos, não se diz: o seu é sempre o espírito de uma rapariguinha irrequieta, alegre, cheia de sentido de humor, mas teambém de profundo sentido cívico, de humanidade. Uma artista generosa, na arte como na vida: as cores são abundantes, livre o traço e a mancha, livre o gesto com que abraça todos quantos a circundam.
Para dar os parabéns a Mamma B, como todos a conhecemos, aqui se publica um belíssimo texto de Paulo Rolletta, anteriormente publicado em:


Bertina, a Pintora

Energia imparável é o comentário mais óbvio que se pode fazer quando se fala de Bertina Lopes. Uma exposição em Rimini a inaugurar no próximo dia 4 de Março, uma outra em Roma em meados de Maio, e outros mil projectos em carteira desta senhora das artes plásticas moçambicana que nasceu no final dos anos 20 do século passado.
Um texto de um jornal deve ser justificado por um acontecimento especial, um “gancho” como se diz na gíria. O gancho para esta pequena homenagem a esta grande mulher foi-me dado há algumas semanas quando, neste semanário, foi publicado um artigo sobre o fundador do jornal “Tribuna”, João Reis, recentemente falecido. Reis era proprietário de uma loja de livros de arte, discos de música clássica e jazz, jogos de sociedade, reproduções de quadros, a Poliarte, que estava nas arcadas no Prédio EMOSE, na baixa de Maputo. João Reis apoiava os jovens artistas locais, e organizava exposições de pintura. Justamente em 1956, Bertina participou pela primeira vez com os seus quadros numa exposição colectiva faz agora cinquenta anos. O que justifica estas linhas.
A mãe dos pintores moçambicanos
Na história da pintura, muitas vezes o seu nome é posto ao lado da mexicana e grande artista, Frida Khalo. Duas vidas certamente diferentes, mas com traços comuns muito fortes, e sobretudo com qualidades pictóricas e humanas muito peculiares.
É chamada por toda a gente Mama B. Mãe foi de dois filhos, o Virgílio e o Eugênio. E foi considerada a mãe dos pintores moçambicanos todos. É Bertina Lopes, a artista luso-moçambicana que vive há quarenta anos em Roma, com Franco, seu marido italiano. Proibiu-nos de chamá-la apenas moçambicana. Não quer. “Nas minhas veias corre sangue português, do meu pai, e sangue africano, da minha mãe. Desde sempre queria que todos me chamassem luso-moçambicana, só nos últimos anos consegui ter reconhecido esse meu direito”, afirma com um brilho malandro nos olhos negros marcados com uma linha de kajal.
“Ela é mãe e pai das artes plásticas moçambicanas”, disse-nos Malangatana. “Foi das primeiras a exprimir as inquietações na sociedade portuguesa. Levantava problemas sócio-políticos sem fazer com que a pintura se tornasse panfleto. Quer gostassem quer não da pessoa, todos ficavam impressionados por ela como criadora. Porque era fácil compreender a sua obra, caracterizada – ainda hoje - por uma forte expressividade. Talvez não gostassem dos títulos (por exemplo, Grito grande, Olhos brancos de farinha de milho) que ela escolhia para as suas obras, mas sentiam a obra na carne e na alma.”
Voltou a Lourenço Marques em 1953, depois de uma temporada em Lisboa onde foi estudar Belas Artes. Voltou e começou a dar aulas de desenho na Escola Técnica General Machado. Eram os tempos de Craveirinha, Noémia de Sousa, Rui Knopfli. Casou com o poeta Virgílio de Lemos, o pai dos seus filhos. “ Embora com carácter diferente, muitas vezes os quadros pareciam ilustrações dos poemas do Virgílio e vice-versa”, diz Malangatana.
Embaixada paralela
Bertina recebe na sua casa-atelier todos os “palopes” que passam pela capital italiana. O terraço, com vista fabulosa dos telhados de Roma inclusive da Basílica de São Pedro, tornou-se uma espécie de “embaixada paralela”. Todos deixam a sua assinatura, nas paredes, repletas de homens políticos, artistas, músicos, enfim de toda a gente que por lá passa.
Um pedaço dos palopes em território neutro, a Itália. Está lá o poema que lhe dedicou Graça Machel, a flor de Joaquim Chissano, o charuto de Mário Soares, os agradecimentos de Carlos Veiga… e todos os outros que passaram e passam por lá a tomar um “espumantinho erótico”.
Bertina conta anedotas, sorri à vida, leva tudo com a ligeireza sonhadora dos grandes artistas e fala uma língua que é só dela: o “bertinês”, uma mistura de português e italiano, como a definiu o escritor italiano Carlo Levi. Quando fala, usa sempre um tom baixo e arrastado, como se tivesse sempre que traduzir não apenas as palavras mas aquilo que sente na alma: as reacções agressivas - que são uma caractéristica dela - se apagam logo graças ao sorriso de menina brincalhona e das boas maneiras de senhora requintada.
Bertina é uma pessoa generosa. “No meio artístico e social de Moçambique é carinhosamente chamada Mama B”, escreveu Joaquim Chissano, “porque nela está corporizado o mito e a essência do nosso ser colectivo, o modelo e exemplo a seguir pelas novas gerações, a fonte inesgotável de inspiração nos nossos esforços de reconstrução e desenvolvimento nacional, de consolidação da tolerância e reconciliação, de trabalho árduo por um futuro melhor, em que estejam garantidos o pão, a paz, a harmonia e o bem-estar para todos.”
O antigo presidente de Moçambique esqueceu de dizer que Mama B é assim chamada também em Itália onde conta com 57 “filhochos”, (filhotes). A pena dela é que apenas uma traz o seu nome. “Bertine era a mulher do médico que me fez nascer. Mas como era um nome estrangeiro o governo não deixou registar o nome. Os meus pais decidiram então me chamar Bertina.”
Bertina à medida que a idade avança não deixa de ensinar a arte de viver com o sorriso apesar da dor, a arte da curiosidade, da generosidade, e sobretudo a grande arte de não se levar demasiado a sério, a ironia, e a arte e o prazer da convivência natural e social.
Ela nunca esqueceu de onde veio, nunca esqueceu a luta do seu povo e a luta dela ao lado, embora geograficamente distante, da sua gente. No ano passado foi madrinha de uma exposição de artistas deficientes, “Abaixo o cinzento”, para angariar fundos para o DREAM, o programa de luta contra o SIDA levado a cabo pela Comunidade de Santo Egídio em Moçambique.
“Nunca se divorciou do seu país”, comentou Malangatana. A lembrança faz parte da sua obra de arte e da sua vida. “A minha casa era, desde a minha chegada a Roma, o ponto de encontro dos refugiados, dos exilados”, e recorda como ela, na época da ditadura era “deportada” enquanto a irmã mais velha era deputada nas Nações Unidas.
Entre outros, em 1991 Bertina recebeu o Prémio Mundial “Carson” da Raquel Carson Memorial Foundation de Nova Iorque pelo seus méritos artísticos e humanitários e pela sua fidelidade às origens africanas embora no contexto de uma refinada esperiência pessoal internacional.
Jazz inspirador
Uma das fases mais recentes da pintura da Bertina tem o jazz como elemento inspirador. As telas de Bertina a quererem ser partituras de jazz, como um símbolo activo da síntese mais ambiciosa e qualitativamente elevada, entre diversas culturas e etnias, jogadas no harmonioso signo de uma arte já livre de qualquer exagero nacional-cultural e político.
A força da pintura e da escultura (particularmente interessante aquela que dedicou ao antigo presidente e amigo Samora Machel, Quem nunca morre e de tudo se lembra, é o povo) vivida entre dois continentes, reside neste seu “estar fora”, num espaço pictórico totalmente autónomo das escolas e totalmente dentro da vida, percorrendo o espaço “para encontrar um espaço para África”. Grande capacidade da artista de absorver e metabolizar escolas e tendências sem nunca prescindir das suas raizes e da sua personalidade.
Mas a sua terra natal não se lembra tanto dela como ela se lembra de Moçambique. Há vários anos que não é organizada uma exposição da obra dela. Há pelo menos um banco que possui muitos quadros de Bertina, talvez a maior exposição permanente da artista nesta cidade. Infelizmente não está à vista de toda a gente. Malangatana acha que era tempo de Moçambique organizar uma.
Caleidoscópios
Luciana Stegagno Picchio escreveu que “a própria aventura do informal, que Europa e América enfrentam a nível puramente cerebral e visivo ou mesmo apenas gestual, é vivida por Bertina, africana de Europa, como recuperação de gestos e signos que em África, antes que em qualquer lugar, o tempo tinha isolado e mudado em metáforas: o nó, a rede, o olho, a serpente, o totem.”
Já passaram muitos anos das primeiras pinturas figurativas, repletas de grandes olhos de africanos chocados com a violência do mundo. E passaram também alguns anos dos “totem” repletos das cores fantásticas da liber-tação. Passou também a fase espacial.
No século XXI, Mama B de Maputo, de Lisboa, de Roma, tem como motivo criativo a difusão da cor, quase violenta, em telas sempre maiores, caleidoscópios de cores brilhantes, úteros luminosos e fortes onde se vê nítida a vida e a alegria de viver.

mercoledì 9 luglio 2008

Sermão de Vieira, de Roma a Guimarães


O actor Luís Miguel Cintra fará, sábado, a leitura, nos claustros do Museu Alberto Sampaio, em Guimarães, do «Sermão de Quarta-feira de Cinza», do padre António Vieira. Datado de 1672, o «Sermão de Quarta-feira de Cinza» foi proferido em Roma, na Igreja de S. António dos Portugueses, com o padre António Vieira a fazer uma reflexão sobre a morte, a efemeridade da vida e as vaidades humanas. O espectáculo, que decorre numa altura em que se celebram os 400 anos do nascimento de António Vieira, é uma iniciativa do Teatro Oficina e terá entrada gratuita.


IN

Assinalação do Dr. Duarte Pinheiro, leitor do Instituto Camões na Universidade de Aquila, a quem agradecemos.

D. Maria de Portugal, duquesa de Parma



Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa. Portugal.
brasão ducal dos Farnese, com as armas de Portugal ao centro.

No dia em que passam 431 anos sobre a sua morte, recordamos a infanta Dona Maria de Portugal, neta do rei D. Manuel de Portugal, que, nascida em Lisboa a no dia da Imaculada Conceição de 1538, morreu em Parma com 39 anos, em 1577.

Dona Maria de Portugal casou em Bruxelas, em 1565, o duque de Parma, Alessandro Farnese, tendo sido mãe de Edoardo, cardeal de Santo Eustáquio (1565-1626), Margherita, que se casou com o duque de Mantova (1567-1643), e de Ranuccio I Farnese, dque de Parma e de Piacenza, cuja descendência se ligou por casamento às importantes dinastias dos Medici, d'Este e Colonna.

O casamento entre a infanta Dona Maria e Alessandro Farnese constitui o motivo pelo qual as armas reais portuguesas foram incluídas na parte central do brasão ducal dos Farnese.

venerdì 4 luglio 2008

Herói da história portuguesa será Santo

Notícia publicada hoje no Diário de Notícias:

JACINTA ROMÃO

Nuno Álvares Pereira é o 11.º santo português

Herói de Aljubarrota declarado santo canonizado pelo Papa

Processo foi reaberto em 2004 com intervenção do Patriarcado de Lisboa


Os decretos que reconhecem o milagre atribuído ao Beato Nuno de Santa Maria - mais conhecido dos portugueses como o Condestável Nuno Álvares Pereira, herói da Batalha de Aljubarrota - promulgados ontem pelo Papa Bento XVI, são publicados hoje em O Observatório Romano, o jornal oficial da Santa Sé. A canonização pode realizar-se "daqui a um ano", disse o cardeal Saraiva Martins ao DN, o prefeito para a Congregação da Causa dos Santos (CCS).

O cardeal declarou-se "muito contente e feliz por ter feito avançar um processo que estava parado há séculos". Para os bispos portugueses, a decisão do Papa promulgar os decretos não constitui surpresa. De acordo com o bispo auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, desde a visita ad limina a Roma, em Novembro do ano passado, que havia sido dada informação aos prelados de que os médicos consideravam a cura inexplicável pela ciência e que o processo estava bem encaminhado.

"Agora é só marcar a data, a qual terá que ser concertada com a Conferência Episcopal Portuguesa, a CCS e a agenda do Papa", adianta Carlos Azevedo. E, para si, uma plausível seria "6 de Novembro que é o dia de Beato Nuno de Santa Maria". Precisa de haver disponibilidade na agenda papal porque as canonizações são, segundo as normas, vindas já do século XIII, feitas pelo Papa. Já com Bento XVI, é decidido que é o prefeito da CCS que beatifica, o que tem levado, neste último ano, Saraiva Martins a viajar pelo mundo para presidir a várias cerimónias, com excepção daquela em que foram beatificados mais de espanhóis mortos na guerra civil de 1936-39.

O Santo Condestável, que viveu de 1360 a 1431, foi beatificado em 1918 pelo então Papa Bento XV e esteve para ser canonizado, em 1947, por decreto que Pio XII, o que acabou por não acontecer.


MAIS sobre o Santo Condestável:

giovedì 3 luglio 2008

Zucchero actua hoje no Coliseu de Lisboa

Notícia publicada hoje no Diário de Notícias:


O cantor italiano que gosta de poesia portuguesa

LUÍS FILIPE RODRIGUES


Músico apresenta temas da colectânea de grandes êxitos 'All the Best'

O cantor italiano Zucchero actua hoje pelas 22.00 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. O artista irá apresentar alguns dos temas mais marcantes do seu repertório, num concerto de promoção a All the Best, a segunda colectânea de grandes êxitos da sua carreira. Os preços dos bilhetes vão dos dez aos 120 euros.

A sua obra pode não ser muito conhecida em Portugal, mas, ao longo dos últimos 38 anos, Zucchero tornou-se uma das maiores estrelas do rock italiano. O cantor não esquece, porém, as suas actuações no Festival de San Remo, onde tocou no início da década de 1980. "San Remo fez muito por mim no início da minha carreira. Na altura era uma oportunidade única para um jovem artista mostrar a sua música a muita gente", recorda em declarações ao DN, com alguma nostalgia pelos tempos áureos do festival musical italiano, que hoje "mais parece um reality show".

É verdade que Zucchero é uma grande celebridade em Itália, e está ciente de que a sua popularidade internacional não se compara ao sucesso que tem no seu país de origem. Uma situação que o artista encara com relativa naturalidade. "Podia fazer apenas uma digressão italiana, tocando em dez grandes estádios, de dois em dois anos", admitiu. "Prefiro, contudo, tocar em mais sítios, até mesmo em salas mais pequenas, mas com prestígio, como o Royal Albert Hall.

"Porém, o cantor compreende que as colaborações com algumas das maiores estrelas do panorama pop/ /rock internacional que pautaram a sua carreira desempenharam um papel importante na notoriedade internacional que conseguiu conquistar. De facto, ao longo dos anos, Zucchero tocou ao lado de artistas como Eric Clapton, Joe Cocker, B.B. King, Miles Davis, Sheryl Crow, Solomon Burke, ou o próprio Sting.

No decorrer da digressão que agora o traz a Lisboa, o músico italiano já subiu ao palco com alguns destes nomes, para gáudio das audiências. No entanto, este cenário não se deve repetir logo à noite, uma vez que estes encontros "não são organizados pelas editoras", como o autor de Baila Morena fez questão de referir. "São só dois artistas que se juntam porque admiram o trabalho dos seus pares.

"O cantor pode não conhecer pessoalmente nenhum artista português, porém nutre uma grande admiração pelo País. "Adoro Portugal", admite. "Gosto muitos de poetas portugueses, como o [Fernando] Pessoa. Também gosto da música portuguesa, do fado." Contudo, o músico admitiu ao DN que não podia citar nenhum artista nacional em concreto, apesar de já ter assistido a actuações de algumas bandas portuguesas e ter apreciado a sonoridade praticada pelas mesmas.

mercoledì 2 luglio 2008

Julho e a Mitologia Greco-Romana

BARRIAS Félix Joseph
Allégories des Mois de juillet et d'aout
Musée du Louvre, Département des Arts graphiques

É com a maior alegria que publicamos aqui um artigo escrito pelo nosso antigo aluno e grande amigo Massimiliano Rossi. Tendo estagiado no Verão passado em Portugal, escreveu este interessante artigo sobre a origem greco-romana da palavra "Julho", publicado nessa ocasião em vários jornais regionais.
Aqui segue com os nossos parabéns a Massimiliano Rossi.

O mês de Julho e a mitologia greco-romana



Muitas das palavras que usamos no dia-a-dia têm uma história muito antiga e, na maioria das vezes, muito interessante. Frequentemente, porém, presos na azáfama do quotidiano, esquecemo-nos da sua origem.
Talvez poucas pessoas saibam qual é a origem da palavra Julho. Contudo, não é necessário passar um dia inteiro a pesquisar numa biblioteca empoeirada para a descobrir.

O nome antigo deste mês era Quintilis, o quinto mês, pois o ano romano começava em Março. Foi substituído pelo nome de Julho (Julius) para comemorar Júlio César, que transformou o calendário lunar, em vigor na época, em calendário solar, criando o ano de 365 dias e introduzindo o ano bissexto.
Júlio César descendia de uma nobre família que se vangloriava de ter origem divina. Segundo o mito, a família seria descendente de Vénus, pelo lado do príncipe troiano Eneias, nascido pela união da deusa com o mortal Anquises.

Curiosamente, era em Julho que os antigos romanos celebravam as bodas de Vénus e Adónis. Afrodite, este era o seu nome grego, Deusa do Amor e da Beleza Sensual, apaixonou-se pelo jovem e bonito caçador. No entanto, o deus da guerra e seu amante, Marte, ciumento do rival, enviou um javali para assassiná-lo. Diz-se que as lágrimas de Vénus misturadas com o sangue de Adónis, ferido de morte pelo animal, teriam dado origem a pequenos corações vermelhos: os Morangos.

No dia 19 de Julho sugerimos que realizem um ritual de equilíbrio e de amor: acendam uma vela vermelha, que representa Adónis, dentro de uma concha aberta, que representa Vénus. A vela a queimar na concha simboliza os dois amantes fundidos num só. Aproveite este momento para namorar com a sua cara-metade.

Massimiliano Rossi


VER:

martedì 1 luglio 2008

Verão de Sophia


Os dias de Verão vastos como um reino
Cintilantes de areia e maré lisa
Os quartos apuram seu fresco de penumbra
Irmão do lírio e da concha é nosso corpo

Tempo é de repouso e festa
O instante é completo como um fruto
Irmão do universo é nosso corpo

O destino torna-se próximo e legível
Enquanto no terraço fitamos o alto enigma familiar dos astros
Que em sua imóvel mobilidade nos conduzem

Como se em tudo aflorasse eternidade

Justa é a forma do nosso corpo


Sophia de Mello Breyner Andresen