Frase que Agustina Bessa-Luís põe na boca da tia de Ema, no seu Vale Abraão, e que Manoel de Oliveira transpôs para o cinema em 1993. Recordação da magnífica interpretação de Laura Soveral, no papel dessa mulher severa e religiosa, e que se aflige de ver a sobrinha a saber tanto e a ler muito... O diálogo era assim:
« - Mas olha, Ema, devias crer mais em Deus, e razar... E não leres esses romances de amor. As mulheres, não têm de ler... livros. Não são coisas que verdadeiramente lhes interessem...
- E porquê?
- Porque? Porque elas são muito poderosas!...»
Aqui fica a sugestão do nosso aluno Eros Olivieri acerca desta frase...
- E porquê?
- Porque? Porque elas são muito poderosas!...»
Aqui fica a sugestão do nosso aluno Eros Olivieri acerca desta frase...
“As mulheres não têm de ler... livros”
As mulheres não têm de ler livros?!
E quando é que elas poderiam ler livros?
Elas têm de enfrentar a gravidez e, enquanto estão grávidas, têm muitas vezes de se ocupar também da casa, dos outros filhos, dos velhos pais doentes e dependentes...
E ainda, de dar satisfação aos olhos, à fome, ao desejo dos seus homens.
E ainda, de trabalhar: são empregadas, vendedoras, médicas, camponesas, arquitectas, cabeleireiras, operárias, mestras, lutadoras pelos direitos civis.
Em conclusão: eles têm de viver aquela vida que no fim vai ser escrita nos livros que, portanto, não é preciso que elas leiam...
Mulheres: não leitoras, mas protagonistas dos livros.
E quando é que elas poderiam ler livros?
Elas têm de enfrentar a gravidez e, enquanto estão grávidas, têm muitas vezes de se ocupar também da casa, dos outros filhos, dos velhos pais doentes e dependentes...
E ainda, de dar satisfação aos olhos, à fome, ao desejo dos seus homens.
E ainda, de trabalhar: são empregadas, vendedoras, médicas, camponesas, arquitectas, cabeleireiras, operárias, mestras, lutadoras pelos direitos civis.
Em conclusão: eles têm de viver aquela vida que no fim vai ser escrita nos livros que, portanto, não é preciso que elas leiam...
Mulheres: não leitoras, mas protagonistas dos livros.
EROS OLIVIERI
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