venerdì 30 novembre 2007

Cecilia Bartoli e Inês de Castro









É conhecida a importância do mito de Inês de Castro em Itália, sobretudo através da leitura de Os Lusíadas de Luís de Camões. Dele nos falara já Henrique Chaves em O Mito de Camões em Itália (Lisboa, Edições Colibri, 2001), acerca da enorme fortuna do Poeta nos autores italianos, sobretudo em Oitocentos.


Escreve Cândido Martins a propósito:
Centrado sobre o séc. XIX, o estudo do largo processo da fortuna camoniana começa com as traduções e edições da sua obra; prolonga-se nas biografias e no discurso crítico sobre Camões; desenvolve-se na escolha do mito de Inês de Castro e na sua reinterpretação; afirma-se, enfim, na preferência, para a escrita dramática e melodramática, do tema larmoyant do heróico poeta-soldado português, abandonado, incompreendido e infeliz.


Mais sobre Inês de Castro:
http://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%AAs_de_Castro

Mais sobre Luís de Camões:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5es


Uma das expressões públicas deste interesse foi a produção dramática e lírica que girou em torno do mito da Castro. De facto, Salvatore Cammarano escreveu o libretto para a ópera de Giuseppe Persiani, Inês de Castro. Por sua vez, a obra foi escrita propositadamente para a grande estrela do bel-canto do início do século XIX: Maria Malibran.

Recentemente a mezzo-soprano italiana Cecilia Bartoli editou um novo álbum intitulado “Maria”, homenagem justamente a Maria Malibran, em que recupera uma área da ópera inspirada naquela “que depois de morta foi Rainha”.




L’Inês de Castro di Giuseppe Persiani (1799–1869), fu anch’essa composta a Napoli espressamente per Maria, nel 1835, su commissione del Teatro San Carlo. Nelle sue fosche e tragiche tinte si avvicina alle opere più truculente di Donizetti, la cui Lucia oggi resta praticamente l’unico esemplare sopravvissuto, nel repertorio moderno, di una categoria un tempo popolarissima. Sia il libretto della Inês de Castro che quello della Lucia di Lammermoor furono stesi da Salvatore Cammarano, il quale anni dopo avrebbe scritto altri libretti caratterizzati da trame non meno tortuose, quali la Luisa Miller (1849) e Il trovatore (1853) di Verdi.


La Romanza di Ines, “Cari giorni” con il suo semplice accompagnamento di arpa e il carattere intimo della sua melodia appartiene ai più sublimi punti culminanti di quest’opera. La triste atmosfera della prigione, che fa da sfondo alla voce piena di nostalgia, viene ritratta con colori commoventi realizzati con la magica sonorità di un’arpa dell’epoca. Uno dei rari momenti di quiete, questa Romanza è in pieno contrasto con la terribile vicenda che culmina, nell’Atto terzo, nella grande scena della follia di Ines, un recitativo accompagnato, e nella scena della sua morte straziante a seguito dell’avvelenamento.
Tra le opere concepite espressamente per Maria, la Inês de Castro fu quella coronata da maggiore successo; fu l’unica, inoltre, a poter vantare diverse nuove messe in scena in Europa fino alla metà dell’Ottocento. Maria stessa cantò l’opera ancora una volta, nell’agosto 1835, a Lucca.






Para ouvir a romanza "Cari Giorni":



Cecilia Bartoli no Youtube:

Max Wayne: fotógrafo português em Roma



Já presente na galeria do Instituto Português de Santo António em Roma, o jovem artista português Max Wayne, expõe agora os seus retratos na Accademia del Gioiello.




New Street Scenes
Portrays



ROMA , 1 Dicembre dalle ore 18.00 alle 23.00
ACCADEMIA DEL GIOIELLO, Via dei mille 35.



Parte della collettiva EL DORADO/HELLDORADO,
Happening a cura del gruppo Manufactory.



Verranno esposti 11 lavori tra ritratti e paesaggi urbani realizzati su pellicola 35mm, stampati per questa occasione su una misura mirata all'installazione su i banchi originali di lavoro.
Circondati da strumenti d'orificieria arrivano I luoghi di ripresa spaziano da Lisbona a Roma, Barcellona e Londra dando priorità alla luce invernale.

1º de Dezembro: dia da Restauração da Independência




Dá-se o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela.
Nos anos imediatamente anteriores a 1640 começou a intensificar-se o descontentamento em relação ao regime dualista em parte dos membros da classe aristocrática, dos eclesiásticos (principalmente os jesuítas, que exploraram nesse sentido as crenças sebastianistas – e, em geral, «encobertistas») e acaso também entre os interessados no comércio com as províncias ultramarinas do Atlântico. (…) A má administração do governo espanhol constituía uma grande causa de insatisfação dos Portugueses em relação à união com Castela. Dessa má administração provinha o agravamento dos impostos. (…)

Num escrito editado em 1641, sob o título Relação de tudo o que se passou na felice aclamação, declara-se que D. António de Mascarenhas «fora a Évora a amoestar aos cabeças daquela parcialidade que não desistissem do começado e que, para que a empresa tivesse bom sucesso, pedissem amparo à Casa de Bragança». Era no duque, com efeito, que se pensava para chefe da insurreição e futuro monarca de Portugal independente; mas ele não achava oportuno o momento para tão grande aventura, e tratou de dar provas públicas de que reprovava a ideia. É de notar, todavia, que aos incitamentos internos se acrescentava um exterior, provindo da França, (…) então em luta com a Espanha, que se empenhava em impelir Portugal e a Catalunha contra o governo de Madrid. (…)

Por fim, marcou-se o momento de sublevação: 9 horas da manhã de sábado, 1.º de Dezembro. (…) O dia 1.º de Dezembro amanheceu de atmosfera clara e muito serena. Tinham-se os conjurados confessado e comungado, e alguns deles fizeram testamento. Antes das 9 horas foram convergindo para o Terreiro do Paço os fidalgos e os populares que o padre Nicolau da Maia aliciara. Soadas as nove horas, dirigiram-se os fidalgos para a escadaria e subiram por ela a toda a pressa. Um grupo especial, composto por Jorge de Melo, Estêvão da Cunha, António de Melo, padre Nicolau da Maia e alguns populares, tinha por objectivo assaltar o forte contíguo ao palácio e dominar a guarnição castelhana, apenas os que deveriam investir no paço iniciassem o seu ataque. Estes rapidamente venceram a resistência dos alabardeiros que acudiram ao perigo e D. Miguel de Almeida assomou a uma varanda de onde falou ao povo. Estava restaurada a independência…



In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia, Limitada, Vol. 25, Lisboa/Rio de Janeiro, 1978, pp. 317-319.

Giulia Lanciani no júri do Prémio Mondello




A 33ª edição do célebre prémio literário siciliano teve lugar no final da semana passada, em Palermo, contando com a presença da Professora Giulia Lanciani.

Comemorando os 50 anos da morte de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, foi organizado paralelamente um convénio cujo tema foi Tradurre il Gattopardo? Giuseppe Tomasi di Lampedusa cinquant’anni dopo (23.11), ao qual a Professora Lanciani levou notícias acerca das traduções portuguesas do livro – a primeira das quais, quase imediata à sua publicação póstuma, data do início dos anos 60 e foi feita por Rui Cabeçadas.

http://opac.porbase.org/ipac20/ipac.jsp?session=G19641B8491S1.326745&menu=search&aspect=search_basic&npp=20&ipp=20&profile=tipo-nac&ri=&index=.GW&term=Cabe%C3%A7adas+Gattopardo&aspect=search_basic#focus

Mais recentemente a obra teve uma nova tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo:

http://opac.porbase.org/ipac20/ipac.jsp?session=G19641B8491S1.326745&menu=search&aspect=search_basic&npp=20&ipp=20&profile=tipo-nac&ri=1&source=192.168.0.17@%21porbase&index=.GW&term=Figueiredo+Gattopardo&aspect=search_basic#focus


A cerimónia da atribuição dos prémios fez-se no da seguinte, sábado 24. Foi galardoado como “Opera Prima” o livro Freni do escritor Paolo Fallai, apresentado pela Professora Lanciani.
http://it.wikipedia.org/wiki/Paolo_Fallai


Informação completa em:
http://www.initaliaonline.com/articolo-37453.html

mercoledì 28 novembre 2007

Comentários a "O Grande Elias"


Eis alguns comentários ao filme O Grande Elias, deixados por alunas de Português da Roma Tre:



O filme trata de uma história de amor e de uma família portuguesa em crise (…) que sobrevive graças às quantias avultadas de dinheiro que uma tia envia do Brasil.

Marta Mantegazza (1º nível)



(…) em particular gosto muito do Miguel: ele sacrifica-se por amor de Anita e ajuda a família dela na récita com a tia Adriana. Hoje não existem homens como ele!

Simona Capanna (1º nível)



(...) mesmo sendo um filme de 1950 a preto e branco, a sua trama é jovial (...) essa mistura de mentiras e amor acaba com um final feliz. A verdade vem sempre premiada.

Elisa Capparucci (2º nível)



O filme é muito bom: cómico mas com um sentido profundo, porque mostra como, mais cedo ou mais tarde, vem a descobrir-se a verdade. E mostra como por amor as pessoas perdoam as outras.

Alessia Clementi (2º nível)


Os actores eram formidáveis, dado que conseguiam interpretar os próprios personagens com duas personalidades diferentes ao mesmo tempo.

Costanza Pediconi (aluna externa)

Cinema Português ao Sábado



Depois da projecção, no passado sábado dia 10 de Novembro, do filme O grande Elias (1950, Arthur Duarte) com António Silva, Ribeirinho, Milú, Cremilde de Oliveira, Estevão Amarante e Maria Olguim, o ciclo "Cinema Português a preto e branco" prossegue nos próximos dias com as sessões:


- Sábado, 1 de Dezembro, Aldeia da Roupa Branca


- Sábado, 15 de Dezembro, O Leão da Estrela


O programa realiza-se na Aula 21 do edifício da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade dos Estudos de Roma Tre, (via Ostiense, 234) nos dias indicados, entre as 10h00 e as 12h00.

O ingresso é gratuito.

As sessões são seguidas de um pequeno debate, e os alunos que participam são convidados a escrever um comentário à sessão. Os melhores comentários serão publicados neste blog.

Actividades de Dezembro do IPSAR


Instituto Português de Santo António em Roma


Mês de Dezembro



Mercoledì 5 Dicembre 21:00 - Chiesa di Sant’Antonio dei Portoghesi
Concerto dell’Immacolata


JOAQUIM DOS SANTOS (1936), Concerto per violoncello e orchestra
PËTR ILIČ ČAJKOVSKIJ (1840-1893) Notturno op. 19, Andante cantabile op. postuma per violoncello e orchestra
LUIGI CHERUBINI (1760-1842), Requiem in do minore per coro misto e orchestra

ORCHESTRA SINFONICA TIBERINA - CORO DI SANT'ANTONIO DEI PORTOGHESI
CORO DELLA SCUOLA POPOLARE DI MUSICA DI TESTACCIO
(Maestro, Renzo Renzi)
Violoncello, Simonpietro Cussino
Direttore, Massimo Scapin



Sabato 8 Dicembre, ore 17:00 - Chiesa di Sant’Antonio dei Portoghesi
Immacolata Concezione, Patrona del Portogallo


Santa Messa
presieduta dal Rev. D. José Manuel Garcia Cordeiro
Rettore del Pontificio Collegio Portoghese




Domenica 9 Dicembre, ore 19:30 - Chiesa di Sant’Antonio dei Portoghesi
CONCERTO


Arcangelo Corelli (1653-1713): "Concerto di Natale" in sol min. n.8 op.6
Vivace-Grave
Allegro
Adagio-Allegro-Adagio
Vivace
Allegro
Largo. Pastorale ad libitum
Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerto in la min. RV 440 per flauto, archi e b.c.
Allegro non molto
Larghetto
Allegro
Tommaso Albinoni (1671-1750): Sonata in Do Maggiore Op. 2 n.2
Largo
Allegro
Grave
Allegro
Antonio Vivaldi: Concerto in Do Maggiore RV 533 per 2 flauti, archi e b.c.
Allegro molto
Largo
Allegro
Francesco Geminiani (1687-1762) : "Follia" in re min. per archi e b.c.
Antonio Vivaldi: Concerto in Sol min. Op. 10 n. 2 "La Notte" per flauto, archi e b.c.
Largo
Fantasmi, presto
Largo
Presto
Il Sonno, largo
Allegro
Antonio Vivaldi: Concerto in Re min. Op. III n. 11 (L' Estro Armonico)
Allegro
Adagio e spiccato
Allegro
Largo e spiccato
Allegro

ACCADEMIA OTTOBONI
Flauti: Manuel Granatiero Laura Colucci
Violini: Giorgio Sasso, Gabriele Politi, David Simonacci, Pietro Meldolesi, Paolo Perrone, Alberto Caponi
Viola: Teresa Ceccato
Violoncello: Diego Roncalli
Violone: Luca Cola
Clavicembalo e Organo: Yu Yashima




Martedì 11 Dicembre, ore 18:30 - Galleria dell’Istituto in Via dei Portoghesi, 6
Inaugurazione della Mostra di pittura
“ASSENZE”
di Giovanna Noia


Presiederà S. E. l ’Ambasciatore del Portogallo presso la Santa Sede, Dott. João da Rocha Páris.
Orario di apertura: 11 Dicembre 2007 – 6 Gennaio 2008; da Mercoledì a Domenica, dalle ore 16:00 alle ore 20:00




Domenica 16 Dicembre, ore 19:30 - Chiesa di Sant’Antonio dei Portoghesi
CONCERTO
Cancionero musical di Gaspar Fernandes
“Musica per il Natale”
Programma:
Díos mío
Nací tamborilero
Christus natus
Turu lo neglo
Ad te suspiramus
Tañe Gil
Jesós de mi gorazón
As divinas perlinhas
Toquen as sonajas
Cachua


Ensemble Mare Nostrum

Nora Tabbush, soprano
Ilaria Patassini, soprano
Pablo Cassiba, tenore
Mauro Borgioni, basso

Roberto De Santis, viola da gamba
Annamaria Gentile, viola da gamba
Diana Fazzini, viola da gamba
Quito Gato, chitarra barocca, arciliuto, percussioni

Andrea De Carlo, viola da gamba e direzione

lunedì 26 novembre 2007

Convénio Antinori em Camerino



Na "sala della Muta" do Palácio Ducal de Camerino, teve lugar este sábado, 24 de Novembro, um convénio sobre a figura do arquitecto camerte Giovanni Antinori, organizado pela Ordem dos Arquitectos da Província de Macerata.


A organização contou com o Presidente da Ordem dos Arquitectos, Prof. Enzo Fusari, com o Arq. Luca Maria Cristina e com a Arq.ª Valeria Giontella.


Participaram a Prof.ª Angela Cipriani da Academia Nacional de S. Lucas, a Dr.ª Sabina Carbonara Pompei da Faculdade de Arquitectura Valle Giulia, Dr. Francisco de Almeida Dias do Instituto Português de Santo António em Roma, a Dr.ª Carla Benocci da Superintendência dos Monumentos de Roma, Monsenhor Sandro Corradini do Pio Sodalizio dei Piceni em Roma, o Prof. Enzo Bonacucina do Instituto "Giovanni Antinori", os Professores Francesco Quinterio e Pierluigi Falasca da Universidade de Camerino, o Dr. Pierluigi Moriconi do Arquivo de Estado e a Dr.ª Daniela Mosconi. Os trabalhos foram moderados pelo Arq. Giovanni Marucci.


De Portugal veio o Professor Pedro Marques de Abreu, da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, fazenr uma interessante comunicação sobre a "Arquitectura do Iluminismo em Portugal".


Os trabalhos académicos não teriam podido terminar de melhor maneira: um concerto de fado na galeria do Castelo de Lanciano (Câmara de Castelraimondo), em que se puderam ouvir temas tradicionais e modernos pelo famoso guitarrista Marco Poeta, e uma visita à residência principesca, guiada pelo director do museu aí instalado, e que bem ilustrou o contributo de Giovanni Antinori no seu restauro setecentista.



Notícia completa sobre o convénio:



Texto de Luca Maria Crstini sobre o "Projecto Antinori":



Notícia sobre o concerto de Fado no Castelo de Lanciano:



Fotografias Convénio Antinori











Fotografias de alguns dos participantes no convénio que se realizou sábado, 24 de Novembro, em Camerino:

Arch. Giovanni Marucci,

Arch. Luca Maria Cristini,

Prof. Angela Cipriani,

Prof. Pedro Marques de Abreu,

Dott. Carla Benocci,

Mons. Sandro Corradini,

Prof. Enzo Bonacucina,

Prof. Pierluigi Falaschi,

Dott. Pierluigi Moriconi.

mercoledì 21 novembre 2007

Dulce Pontes e Ennio Morricone em Roma


Ontem à noite, terça-feira 2o de Novembro, teve lugar na Aula Paolo VI, no Vaticano, o espectáculo "La luce dei Bambini" - concerto de beneficência do Hospital Pediátrico Bambino Gesù, sob o patrocínio do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Papa Bento XVI.


http://209.85.135.104/search?q=cache:Yhc_82Vak_IJ:www.ospedalebambinogesu.it/portale/opbg.asp%3FIDitem%3D3534+%22la+luce+dei+bambini%22+%22dulce+pontes%22&hl=it&ct=clnk&cd=3


Depois da execução dos hinos pontifício e italiano, a Banda dell'Arma dei Carabinieri interpretou alguns temas clássicos, introduzindo assim o Maestro Ennio Morricone, que dirigiu a orquestra Roma Sinfonietta, o Coro Claudio Casini da Universidade de Tor Vergata e o Coro Lírico Sinfónico Romano.

Como voz solista foi convidada uma das cantoras portuguesas mais conhecidas internacionalmente: Dulce Pontes.

A intensidade e a graça com que interpretou os temas de La luz prodigiosa, Sacco e Vanzetti e Sostiene Pereira emocionaram as centenas de espectadores presentes.
As nossas saudações àquela que é talvez, depois de Amália Rodrigues, a maior voz e a melhor embaixadora da música portuguesa.


Mais sobre Dulce Pontes:
http://dulcepontes.net/site.php

A magnífica música de Sostiene Pereira: "A Brisa do Coração" - Dulce Pontes e Ennio Moricone em Varsóvia:http://www.youtube.com/watch?v=Kmh9GJVH7lk

O segredo a descobrir está fechado em nós
O tesouro brilha aqui embala o coração mas
Está escondido nas palavras e nas mãos ardentes
Na doçura de chorar nas carícias quentes
No brilho azul do ar uma gaivota
No mar branco de espuma sonoro
Curiosa espreita as velas cor de rosa
À procura do nosso tesouro
A brisa brinca como uma gazela
Sobre todo o branco e a rua do Ouro
Curiosa espreita a fenda da janela
A procura do nosso tesouro






lunedì 19 novembre 2007

Papa João XXI e o seu "Tesouro dos Pobres"


Amanhã, terça-feira 20 de Novembro, pelas 18h30, o Dr. Luca Pesante irá apresentar no Instituto Português de Santo António (Via dei Portoghesi, 2) um interessante livro cuja edição coordenou: Il tesoro dei poveri.


Trata-se de um receituário médico do século XIII, composto por Pedro Hispano, o único Papa português, que subiu ao trono pontifício com o nome de João XXI. Tendo falecido em Viterbo a Università degli Studi della Tuscia – Facoltà di Lingue e Letterature Straniere Moderne
em colaboração com o Instituto Camões criou há anos uma cátedra de lingua portuguesa com o seu nome.


Mais sobre Pedro Hispano em




Eis a recensão da obra:


In un connubio di umano e di divino, l’uomo del Medioevo lottava per capire le leggi che regolano il mondo e la vita. E quindi anche per superare la malattia. Più rivestiva un ruolo religioso, più si sentiva impegnato ad operare per migliorare la salute del malato. Come non poteva porsi il problema un uomo destinato a diventare Papa? Pietro Ispano, futuro Giovanni XXI, scrisse il Tesoro dei Poveri pensando di venire incontro alle necessità della povera gente, ritenendo il diritto alla salute un bene di tutti, anche di chi non poteva permettersi farmaci costosi. Ma lo “scienziato” medievale, un po’ teologo e un po’ medico, un po’ astrologo e un po’ giureconsulto, era teso a sintonizzarsi con il macrocosmo, dove più evidente era il peso delle energie divine ed astrali. Ne usciva un quadro culturale composito, che viveva sia della tradizione che delle fonti classiche, sia delle idee dei contemporanei che di spunti personali, un mix di rimedi terapeutici vegetali, minerali ed animali, finanche umani, che oggi possono farci sorridere, ma che nel bene e nel male rappresentano il substrato storico della nostra medicina. Le nocciole tritate con il grasso d’orso fanno ricrescere i capelli, il grasso di capra con il succo di porro restituisce l’udito,la pietra che chiamano magnete allontana la discordia tra marito e moglie, il succo di artemisia rompe i calcoli in modo straordinario, la resina di ginepro spalmata sul pene ne impedisce l’erezione,l’erba colombina portata tra i vestiti estingue la libidine: sono alcune delle indicazioni tratte dalle centinaia di ricette che si susseguono una dietro l’altra, per trovare un rimedio a tutto, in un viaggio insolito, attraverso le malattie fisiche e psichiche che affligono il corpo partendo dalla testa e arrivando ai piedi. Pietro Ispano, la nostra guida, ci accompagna tra le righe con il mirato intento di scacciarne le paure, ma soprattutto di suggerirci i rimedi più appropriati, basati sulla forza rigeneratrice della Natura. Il Tesoro dei Poveri (Thesaurus pauperum), perciò, è un compendio di ricette, buone sia per la caduta dei capelli che per la sterilità,l’impotenza, la febbre, le rughe, l’itterizia e a tutta una lunga serie di malattie. L’esposizione, fatta in modo sintetico, è mirata proprio all’applicazione pratica. Il fatto che vi compaiano rimedi piuttosto curiosi per il mondo scientifico di oggi, non sminuisce l’importanza storica del trattato e la sua importanza sul piano della pratica terapeutica, come dimostrano le numerose edizioni del trattato succedutesi fino all’Ottocento. Al contrario ne rende più piacevole la lettura, dal momento che apre uno squarcio su un mondo terapeutico ignoto, che per noi moderni si carica di magico.

Maravilhoso Pirandello, amigo de Portugal




Até ao próximo domingo, dia 25 de Novembro, estará em cena no Teatro Argentina a peça I Giganti della Montagna (Os Gigantes da Montanha) de Luigi Pirandello.


Grande trabalho encenado por Federico Tiezzi com as participações de Sandro Lombardi, Iaia Forte, Marion d’Amburgo, Massimo Verdastro, Silvio Castiglioni, Debora Zuin, Alessandro Schiavo, Ciro Masella, Clara Galante, Andrea Carabelli, Aleksandar Karlic. Nele concorrem ainda trabalho de luz e som, cenários e figurinos, num todo homogéneo de grande qualidade.

O texto, deixado incompleto pelo grande autor italiano, " è l’analisi incompiuta di tre condizioni dell’uomo: la pietosa finzione del sogno, l’utopia di voler portare la poesia per il mondo ed il nascere di una società di uomini orgogliosi e rozzi che negano qualsivoglia forma d’arte", nas palavras de Lucio De Angelis.


Pirandello foi, desde cedo, um autor muito amado em Portugal,.

Antes das traduções de Manuel Francisco do Nascimento (Pensão Vitalícia, 1940), de José Marinho (O falecido Matias Pascal,1945), de Graziella Saviotti Molinaria (Contos, 1947) e de todas as que se lhe seguiram foi a poetisa Fernada de Castro quem primeiro o traduziu, em 1925.
A peça Uma verdade para cada um foi apresentada no âmbito de uma tentativa de teatro de vanguarda em Lisboa, o "Teatro Novo", promovida por António Ferro, que marcou a estreia absoluta de Pirandello em Portugal, no foyer do Teatro da Trindade. A autora traduziu ainda A Volúpia da Honra, levada à cena no teatro nacional em Lisboa.

Fernanda de Castro (1900-1994), irá encontrar-se duas vezes com Pirandello, sempre graças a iniciativas de António Ferro: em 1933 no “I Congresso de Crítica Dramática e Musical” e mais tarde, em 1937, durante as celebrações que acompanharam a Exposição de Paris (1937) na Casa de Portugal - a que se refere a fotografia que aqui publicamos.

Fernanda de Castro recorda assim um eesses encontros:


“Nos tempos heróicos em que era preciso ter coragem, fantasia, imaginação, para substituir as verbas mais que modestas do SNI, António Ferro encontrara um meio relativamente barato para fazer conhecer Portugal no estrangeiro (…) convidava as pessoas-chave para visitar o nosso País, e dentro das nossas fronteiras ocupava-se delas, mostrava-lhes o que tínhamos de mais interessante para lhes mostrar, passeava-as através do País, organizava, ou conseguia que outros organizassem, festas típicas nas regiões diversas, e ao fim de alguns dias sentiam-se em casa e apetecia-lhes ficar mais tempo. Quando enfim partiam, eram já amigos íntimos de Portugal e, ao chegarem aos seus países, provavam-no escrevendo maravilhas nos seus respectivos jornais. Sei que ninguém vai acreditar, mas posso jurar que o SNI não pagou um único artigo das dezenas e dezenas que então apareceram em diversos jornais e revistas da Europa. Mas como foi possível? Perguntar-me-ão incrédulos. Simplesmente como eu disse (…) saber quem eram as pessoas-chave de então, estimá-las e ser estimado por elas (…) Como teria António Ferro conseguido levar à Casa de Portugal em Paris, quatro sextas-feiras consecutivas Colette, Pirandello, Maeterlinck e Paul Valéry? Pagando-lhes? Pelo amor de Deus, não haveria dinheiro que chegasse.”

( in Cartas para Além do Tempo, p.76)


Para saber mais sobre Fernanda de Castro ver:

Belíssimo artigo de Ana Marques Gastão no Diário de Notícias:




domenica 18 novembre 2007

Ainda Saramago...



Artigo de Isabel Lucas no Diário de Notícias de hoje:








"Eu amo-o." Os olhos azuis de Lisbeth Landefort iluminam-se e as mãos levantam-se em gesto de rendição. É o modo como esta austríaca, nascida em 1925 em Viena e radicada na Finlândia desde 1938, justifica a performance que vai trazer hoje a Lisboa para celebrar os 85 anos do escritor José Saramago. Lisbeth leu todos os livros de Saramago traduzidos em finlandês e sueco (a Finlândia é bilingue) e quando ouviu um disco da cravista Elina Mustonen com música de Domenico Scarlatti lembrou-se das páginas de Memorial do Convento em que o músico é personagem e as duas engendraram um espectáculo que conjugasse a música de Scarlatti com a escrita de Saramago. "Fizemos chegar o disco a José Saramago que respondeu pouco depois a dizer que tinha adorado", diz Elina.






Artigo completo em:






Nota:


O único retrato conhecido de Domenico Scarlatti encontra-se em Portugal, na Casa-Museu dos Patudos, em Alpiarça:


Música erudita na igreja nacional de Roma


Com uma importante tradição concertística desde há mais de dez anos, o Instituto Português de Santo António em Roma (http://www.ipsar.org/), que constitui, para além dos centros universitários, o único polo dinamizador de cultura portuguesa em Roma, recebeu ontem às 21 hora o Ensemble La Selva, num concerto intitulado Io canterei d’amore (attorno al madrigale diminuito, per flauto dolce, violino, viola da gamba, violone, arciliuto).

Ouviram-se os excertos de Cipriano De Rore (1515/16-1565) O sonno-ov’è il silentio, Non gemme non fin’ oro, Vergine bella e Ancor che col partire madrigale; de C. De Rore/ Giovanni Bassano (1558-1617) Io canterei d’ amore; de C. De Rore/Francesco Rognoni (c.1585-1626) Ancor che col partire; de Marco Uccellini (1603/1680) Sinfonia A Virmingarda ; de Biagio Marini (c.1597-1665) Passemezzo e Sonata sopra fuggi dolente core e Passacaglio e Balletto; de Andrea Falconiero (c.1585-1656) Corrente detta l’ Avellina, Battalla de Barabaso yerno de Satanas, L’ Infante Arcibizarra e Sinfonia a tre l’Eroica.


O Ensemble La Selva, já outras vezes presente na igreja de Santo António dos Portugueses é constituído por Carolina Pace (flauto dolce), Isabella Bison (violino), Roberto de Santis (viola da gamba), Michele Carreca (liuto e tiorba) e Pasquale Massaro (violone).

José Saramago fez 85 anos


Na véspera da criação deste blog, a 16 de Novembro de 2007, o prémio Nobel da Literatura José Saramago completou 85 anos.
PARABÉNS JOSÉ SARAMAGO!
Dez anos depois da atribuição deste importante reconhecimento à obra do Autor foi criada na Universidade Roma Tre uma cátedra a ele intitulada.
Citando o texto inicial do protocolo entre a Universidade e o Instituto Camões:
«L’Instituto Camões, nella persona del suo presidente, offre all’Università degli Studi Roma Tre di istituire, presso la Facoltà di Lettere e Filosofia della stessa Università e attraverso un protocollo di intesa, una “cattedra” destinata a fomentare gli studi portoghesi presso il nostro Ateneo. La gestione della cattedra, che sarà intitolata a José Saramago, premio Nobel della Letteratura e dottore honoris causa di questa Università, sarà gestita dal titolare della cattedra di Lingua e Letteratura portoghese e brasiliana attiva presso il Corso di Studi di Lingue e Culture Straniere. Si tratta di un importante riconoscimento all’attività di promozione degli studi portoghesi svolta dal nostro Ateneo, in special modo dalla professoressa Giulia Lanciani, che si è sempre adoperata per la diffusione della cultura lusitana sia attraverso l’attività didattica, sia organizzando seminari, incontri con intellettuali e scrittori lusofoni, mostre, convegni nazionali e internazionali (il più recente “Da Roma all’Oceano” è stato il primo in Italia a dibattere scientificamente i problemi della lingua portoghese, in tutta l’area lusofona, dal Brasile, all’Africa e all’Asia).»
Para saber mais sobre José Saramago:

sabato 17 novembre 2007

Giuseppe Tavani fala de "Tradizione, traduzione e innovazione"






Siamo come nani sulle spalle di giganti, così che possiamo vedere più cose di loro e più lontane, non certo per l’altezza del nostro corpo, ma perché siamo sollevati e portati in alto dalla statura dei giganti.








Teve lugar esta manhã, sábado, 17 de Novembro de 2007, no novo edifício da Faculdade de Letras e Filosofia da Università degli Studi di Roma Tre, uma conferência subordinada ao tema TRADIZIONE TRADUZIONE E INNOVAZIONE, pelo professor do Dipartimento di Studi Romanzi da Universidade de Roma La Sapienza e eminte filólogo, Professor Giuseppe Tavani.




Perante uma vasta assistência de jovens alunos da Faculdade, e apresentada no âmbito da pesquisa e dos cursos de Filologia Romanza, da responsabilidade da Professora Annamaria Annicchiarico, o Professor Tavani indagou sobre a natureza da tradução, com base na tradição e projectando-se na inovação.




A palestra, registada em video, estará brevemente disponível junto do Laboratório Linguístico da mesma faculdade.




Para saber mais sobre Giuseppe Tavani: