Ao desafio de escreverem sobre “um museu ideal” responderam alguns alunos, cujas composições aqui se publicam...
O museu ideal
Os museus são lugares especiais porque combinam diversão, apreendimento e bem-estar. Há casos em que um elemento é predominante que outro: se, por exemplo, um museu marca mais o lado do apreendimento, pode tornar-se aborrecido para alguns; e vice-versa, um museu baseado em temas ligeiros, com atrações interativas pode ser considerado não bastante científico para aquelas pessoas mais cultas.
Eu acho que um museu é primeiramente um centro de divulgação cultural, e por isso tem que adicionar ao fundamento científico à capacidade de interessar o grande público. É imprescindível que a coleção seja rica e completa, mas a mesma importância tem o percurso da exposição. O mais comum é um desenvolvimento cronológico, mas já vi muitos felizes casos em que uma repartição por temas ou técnicas artísticas resultou muito interessante. Fundamental é a escolha do curador. Um bom museu deveria também enriquecer a sua oferta cultural com actividades complementares à exposição, tal como conferências de estudo com peritos internacionais, concertos, teatro, laboratórios educativos infantis e aberturas extraordinárias de noite.
O museu ideal é um museu actualizado com as novas tecnologias: para tornar uma visita engraçada são úteis as reconstruções em 3D, um ecrã interativo, os efeitos de som, as luzes adequadas. Contudo, um museu de nível não pode ficar numa estrutura fraca: é por isso que tem que estar garantida a acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, lugares de estacionamento, serviços, audio-guias, workshop, biblioteca e cafetaria. A climatização do edifício também não pode ficar descuidada: a visita tem que ser uma experiência agradável, sob todos os pontos de vista.
Afinal, um museu que seja guardião de obras de arte, deveria também ser uma obra de arte ele mesmo. È o caso dos antigos palácios, castelos e igrejas que albergam galerias de pintura o escultura, mas sobretudo é o caso, muito mais interessante, daqueles arquitectos contemporâneos que fazem obras faraónicas em museus de vanguarda. Por exemplo, o recém-nascido Maxxi em Roma ou a Casa da Música no Porto.
IRENELLA SARDONE
1 commento:
Gostei muito do texto, tem ideias muito interessantes para o bom funcionamento de um museu e muito bem expostas.
Gostei especialmente da referência à Casa da Musica no Porto, como exemplo de edifício contemporâneo, apesar de não se tratar propriamente de um museu.
Parabéns
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