Obrigado, Angela, pela partilha!
A minha vida é
cheia de música.
Várias canções marcaram as fases da minha existência, desde a infância até agora. Uma vida sem música é uma vida
vazia; cada canção lembra um tempo importante para mim e ouço música cada vez
que posso: enquanto leio, faço trabalhos domésticos, dou um passeio.
Eu vou falar duma canção de Fabrizio De Andrè, um autor muito famoso que eu
amei sempre desde a primeira vez que eu o ouvi.
As suas canções são muito profundas e cheias de significado e falam de
amor, luta, pessoas simples, os últimos da terra, as pessoas esquecidas. São
baladas que, quando era jovem, eu e as minhas colegas de escola tocávamos à
guitarra e gostavámos tanto delas.
A canção que eu mais amo deste autor è “La guerra di Piero”, uma verdadeira
acusação contra todas as formas de guerra. É uma canção de expressividade única
que per momentos se torna poesia.
Descreve totalmente a loucura da guerra que conduz milhares de jovens, que
não se conhecem uns aos outros e que poderiam ser irmãos ou amigos, a odiar e
matar. Piero é um jovem que gosta de paz e tem de ir para a guerra.
Ele pensa na sua namorada che se chama Ninetta. Um dia encontra um soldado
inimigo, jovem como ele e que pensa as mesmas coisas que ele sente no coração.
Um momento de reflexão, Piero acha que não pode ver os olhos do jovem antes
de morrer, e isto no momento que o vê, tem medo e mata-o.
O Piero more no mês de Maio, o mês mais lindo, quando a natureza brilha e é
maravilhosa, no tempo melhor da vida dele, na flor da juventude.
A fazer-lhe sombra só mil papoilas vermelhas, uma imagem que rapresenta
tradicionalmente os milhões de mortos de guerra.
“La guerra di Piero” foi escrito em 1964 e tornou-se ao longo dos anos um
hino antimilitarista.
Os objectores de consciência cantavam-na e nos anos por volta de 1968 era
muito famosa e cantada por jovens.
ANGELA DE CHIRICO
Dormi sepolto in un campo di
grano
non è la rosa non è il tulipano
che ti fan veglia dall'ombra dei
fossi
ma son mille papaveri rossi
lungo le sponde del mio torrente
voglio che scendano i lucci
argentati
non più i cadaveri dei soldati
portati in braccio dalla corrente
così dicevi ed era inverno
e come gli altri verso l'inferno
te ne vai triste come chi deve
il vento ti sputa in faccia la
neve
fermati Piero , fermati adesso
lascia che il vento ti passi un
po' addosso
dei morti in battaglia ti porti
la voce
chi diede la vita ebbe in cambio
una croce
ma tu no lo udisti e il tempo
passava
con le stagioni a passo di giava
ed arrivasti a varcar la
frontiera
in un bel giorno di primavera
e mentre marciavi con l'anima in
spalle
vedesti un uomo in fondo alla
valle
che aveva il tuo stesso identico
umore
ma la divisa di un altro colore
sparagli Piero , sparagli ora
e dopo un colpo sparagli ancora
fino a che tu non lo vedrai esangue
cadere in terra a coprire il suo
sangue
e se gli sparo in fronte o nel
cuore
soltanto il tempo avrà per morire
ma il tempo a me resterà per
vedere
vedere gli occhi di un uomo che
muore
e mentre gli usi questa premura
quello si volta , ti vede e ha
paura
ed imbraccia l'artiglieria
non ti ricambia la cortesia
cadesti in terra senza un lamento
e ti accorgesti in un solo
momento
che il tempo non ti sarebbe
bastato
a chiedere perdono per ogni
peccato
cadesti interra senza un lamento
e ti accorgesti in un solo
momento
che la tua vita finiva quel
giorno
e non ci sarebbe stato un ritorno
Ninetta mia crepare di maggio
ci vuole tanto troppo coraggio
Ninetta bella dritto all'inferno
avrei preferito andarci in
inverno
e mentre il grano ti stava a
sentire
dentro alle mani stringevi un
fucile
dentro alla bocca stringevi
parole
troppo gelate per sciogliersi al
sole
dormi sepolto in un campo di
grano
non è la rosa non è il tulipano
che ti fan veglia dall'ombra dei
fossi
ma sono mille papaveri rossi.
2 commenti:
Uma maravilhosa canção do Fabrizio De André, que explicaste muito bem, querida Angela. Assim como a canção, também as tuas palavras são cheias de poesia.
Obrigadissima, Roberta!
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