Progettare in Europa
Um nome de rua, no centro histórico da Cidade Eterna, que marca a presença de Portugal e a ligação antiga de dois povos e duas culturas. Nesta outra "Via dei Portoghesi" queremos falar de Portugal em Roma e de Itália em Portugal.
martedì 30 novembre 2010
Relações entre a arquitectura portuguesa e italiana em debate em Milão
Progettare in Europa
lunedì 29 novembre 2010
2 dicembre: "Alfredo d'Andrade: dalla pittura al restauro" a Pavone Canavese
Alfredo d’Andrade: dalla pittura al restauro
a cura di Daniela Biancolini e Rosanna Maggio Serra
giovedì 2 dicembre, ore 21
Pavone Canavese, Fondazione A. d'Andrade
Per informazioni:
Fondazione A. d’Andrade. Via G. Quilico, 1 Tel. e Fax 0125 516564
info@fondazionedandrade.it www.fondazionedandrade.it
Tra le direzioni di ricerca volte alla conoscenza del secolo appena concluso,un argomento importante è costituito dalla tutela e dal restauro, temi generati dall’appassionato dibattito culturale sviluppatosi particolarmente alla fine dell’Ottocento ma assurti a disciplina giuridica nazionale proprio al debutto del Novecento.
Ed è singolare che il deus ex machina della storia piemontese della tutela sia un artista portoghese,cresciuto in campo pittorico ed approdato solo nella sua piena maturità al confronto con il restauro e –attraverso di esso- alla conservazione dei monumenti diventando uno dei primi soprintendenti d’Italia. Fondamentale la sua partecipazione alla cerchia degli intellettuali e artisti della “scuola di Rivara”,dove la frequentazione di Felice Biscarra (tra i compilatori del primo elenco degli edifici e monumenti nazionali del Piemonte) e di Vittorio Avondo (raffinato e attento conoscitore di arte antica) lo proietta sulla scena del restauro attraverso la attiva partecipazione al recupero del Castello di Issogne,acquistato da Avondo e da lui restaurato con colta attenzione conservativa sulla quale non devono tardare studi specifici.
Inizia in quegli anni per d’Andrade un irreversibile marcia di avvicinamento ai temi della storia da conoscere e da documentare attraverso disegni, appunti, schizzi commentati che saranno la base per la realizzazione del Borgo Medioevale di Torino, fortunatissima rappresentazione delle arti piemontesi per l’Esposizione Italiana del 1884 e trampolino di lancio per il d’Andrade restauratore.
La sua capacità organizzativa gli frutterà infatti l’ulteriore incarico del restauro di Palazzo Madama e la carica di Regio Delegato per la Conservazione dei Monumenti del Piemonte e della Liguria.
Nel 1891 la Delegazione diventerà Ufficio e, nel 1907, Soprintendenza ai Monumenti.
Maturano contestualmente i tempi per la normativa di tutela : dalla legge Nasi del 1902 a quella Rosadi del 1909, entrambe sottoposte in bozza al d’Andrade dal Ministero per ulteriori affinamenti e integrazioni, segno della considerazione della quale godeva in seno al dicastero.
I restauri operati dalla Delegazione prima e dall’Ufficio poi guadagnano l’attenzione della critica europea, come è testimoniato dalla partecipazione del d’Andrade a convegni, mostre, dibattiti, esposizionì , commissioni giudicatrici, tra le quali vanno ricordate almeno l’Esposizione Universale di Parigi nel 1900, il Convegno degli Architetti di Londra e di Vienna, entrambi nel 1907 .
La sua autorevole presenza a Roma in qualità di membro delle commissioni giudicatrici per i concorsi nazionali di direttore dei musei,gallerie e uffici regionali influenzerà indirettamente il cammino della tutela e de restauro in Italia.
D’Andrade, divenuto cittadino italiano nel 1912, muore a Genova nel 1915. Nel 1930, a quindici anni dalla morte, le sue spoglie e quelle della moglie Costanza riposano nella piccola chiesa di San Pietro, all’interno delle mura del Castello di Pavone, acquistato nel 1885 e in seguito restaurato e ampliato in chiave neo medioevale.
Daniela Biancolini
Patrícia Schmarzeck comenta poesia de Sophia: "Brasília"
Brasília
Desenhada por Lúcio Costa, Niemeyer e Pitágoras
Lógica e lírica
Grega e brasileira
Ecuménica
Propondo aos homens de todas as raças
A essência universal das formas justas
Brasília despojada e lunar
como a alma de um poeta muito jovem
Nítida como Babilônia
Esguia como um fuste de palmeira
Sobre a lisa página do planalto
A arquitetura escreveu a sua própria paisagem
O Brasil emergiu do barroco e encontrou o seu número
No centro do reino de Ártemis
- Deusa da natureza inviolada -
No extremo da caminhada dos Candangos
No extremo da nostalgia dos Candangos
Atena ergueu sua cidade de cimento e vidro
Atena ergueu sua cidade ordenada e clara como um pensamento
in Sophia de Mello Breyner Andresen GEOGRAFIA (1962)
Comentário ao poema BRASÍLIA de Sophia Andersen
No poema Brasília, Sophia Andersen canta uma majestosa capital brasileira. A grandiosa cidade das modernas linhas e intensa luminosidade é comparada à Atenas das históricas colunas, berço da cultura clássica ocidental. Esta aproximação verificada na leitura dos versos deve-se tanto as suas linhas geométricas quanto à idéia de Brasília como cidade símbolo de um país cuja formação é resultado da união de diversas culturas, línguas e credos.
Para a poetisa a Brasília paradisíaca nasce do desenho preciso do arquiteto que, por sua vez, provém dos números exatos do matemático; sendo, portanto, um dos resultados mais impressionantes da cultura ocidental. Mas a cidade concretiza-se longe do Olimpo, no coração árido do território tupí-guaraní, como uma miragem. É o desejo dos deuses e, por isso, não pode ser outro que lugar mitológico. E é ali onde chegaram os pioneiros construtores que Ártemis edifica o emblema da modernidade sem que este perca a sua identidade tropical. A capital tem a lógica no corpo de formas sem excessos, amplo e luminoso, e a lírica na alma, que é aquela de um jovem poeta, curioso e romântico.
Por sua vez, a construção da capital dos anos 60 significa a passagem, no Brasil, do Barroco ao Modernismo, ou seja, a passagem do velho ao novo, do escuro ao claro, do excesso à leveza. Essa mudança permite sobretudo o vislumbrar de um futuro prometedor.
Sem duvida Brasília é um hino de admiração à grandeza da obra de idealização e de realização deste sonho urbano. É a descrição poética de uma paisagem que merece ser sonhada além de admirada.
Patricia Schmarczek
Reciclagem do Lixo (2) - Patrícia Schmarzeck da Silva
Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul, Estado situado no extremo sul do Brasil. Foi fundada em 1772 e hoje consta de aproximadamente 1.400.000 habitantes. É considerada uma das mais importantes capitais brasileiras e apresenta um dos mais altos níveis de qualidade de vida do país.
A reciclagem do lixo na capital gaúcha inicia em 1990 como um projeto-piloto idealizado pela Administração Pública num dos bairros mais centrais da cidade. Foi projeto precursor no país, sendo considerado inicialmente, pelos mais céticos, uma utopia. Mais do que simplesmente separa os resíduos a meta era envolver a população numa campanha de melhoria da sua própria qualidade de vida. Com esse objetivo parte um lento, mas constante, processo de conscientização que abrange, entre outros, publicidade mediática, distribuição de folheto explicativos e palestras em escolas.
Hoje, o DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) realiza a coleta seletiva em 100% da sua área de abrangência, recolhendo diariamente de 40 a 60 toneladas de lixo (o total geral de lixo recolhido na cidade é de 800 toneladas/dia) selecionadas por 300 mil porto-alegrenses (25% da população). Segundo informação deste órgão a coleta seletiva tem um custo de R$90,00/tonelada (aproximadamente 30€) contra R$27,00/tonelada de lixo orgânico (cerca 10€). Essa diferença econômica não substitui, no entanto, ganhos de ordem ambiental e social. Dados técnicos municipais elucidam que, coletando e riciclando cerca de 7,4 mil toneladas de papel, foram preservados algo como 252 mil árvores. Com a reciclagem de 4,3 mil toneladas de vidro, 5 mil toneladas de areia e com as 2,54 mil toneladas de latas, 2,9 mil toneladas de ferro e 390,8 toneladas de carvão. Importantes também são os resultados obtidos com a inserção social de indivíduos que antes sobreviviam da coleta do lixo residencial ou do aterro sanitário da cidade. (http://www.portoalegre.rs.gov.br/ecos/revistas/ecos11/dmlu.htm)
Neste novo modelo de reciclagem surge a figura do reciclador. No início do projeto, os recicladores eram catadores de lixo desorganizados (coletores individuais de lixo seco) hoje são cerca de 300 indivíduos concentrados em oito unidades e organizados em associações de triagem e prensagem dos dejetos recicláveis ou reaproveitáveis. Atividade essa que garante atualmente uma renda média de dois salários mínimos e meio ao mês (aproximadamente 300€). Objetiva-se ainda a criação de pequenas empresas que consigam maior lucro na venda do lixo separado, através do acréscimo de processos como os de lavagem e extrusão de resíduos.
Modelo ambiental e mecanismo de inserção social reconhecido mundialmente, a reciclagem de lixo realizada em Porto Alegre comprovou-se, ao longo dos anos, não como uma utopia mas como uma realidade de consciência e participação popular que tende ao desenvolvimento e expansão. Esse exemplo confirma que a ação coletiva pode mudar destinos.
LINKS INTERESSANTES:
www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu/
http://www.lixo.com.br/
http://www.youtube.com/ (Programa Algo Mais matéria reciclagem do lixo – 4mim – 28/11/2008)
http://www.portacurtas.org.br/ (Curta Metragem Ilha das Flores – 13mim – 1989)
Reciclagem do lixo (1) - Maria Paola Satolli
O desafio era meditar sobre a reciclagem do lixo e escrever sobre este assunto tão actual. Das várias composições recebidas dos alunos que estudam, no nível avançado, Português, na Facoltà di Lettere e Filosofia da Università degli Studi Roma Tre eis uma primeira versão de Maria Paola Satolli, a quem agradecemos.
Na Itália a reciclagem do lixo pode mudar de cidade para cidade.
Em Roma, por exemplo, há 4 caixotes diferentes. O azul é para os objectos de plástico, metal e vidro, que compreendem garrafas, frascos, sacos, latas, folhas de alumínio, os contentores dos alimentos enlatados, rolhas e ainda as latas do spray. Cada objecto tem que ser esvaziado, lavado com água e, eventualmente enxugado.
Os pratos, os copos e os talheres de plástico não podem ser reciclados.
O caixote branco recolhe o papel: caixas, jornais, cadernos, panfletos, prospectos, manifestos, os pacotes de leite (em tetrapak também). Os cartões para as bebidas têm também que ser limpos e o seu volume reduzido antes de os deitar fora.
O terceiro caixote é castanho e è destinado ao lixo orgânico.
O último é verde e contém, simplesmente, tudo o que não pode ser reciclado: podemos defini-lo como uma categoria residual!
Os dois primeiros caixotes são públicos e agora substituíram, em alguns bairros, os grandes caixotes verdes. Os últimos dois são mais pequenos e são dos condomínios: cada condomínio tem os seus e a AMA faz a recolha cada semana.
Se as pessoas não respeitam a diferenciação, o inteiro condomínio pode receber uma multa.
Geralmente a lógica diz que aqueles que são mais ricos têm pagar mais em taxas. No caso do lixo a situação pode ser mais complicada por vários motivos. Não é fácil definir a quantidade do lixo produzida por pessoa… mas é claro que se uma família é muito numerosa, produz mais. Mas se o núcleo familiar é grande, um pagamento extra poderia ser uma solução gravosa para pessoas que já têm muitas despesas.
Acho que a separação do lixo é só o primeiro passo para um ambiente melhor. Essencial é que sejam divulgadas as energias limpas. Mas a nível individual, tudo o que um cidadão pode fazer é empenhar-se na recolha diferenciada.
MARIA PAOLA SATOLLI
Volontariato Internazionale per lo Sviluppo - L'Africa non gioca
L'Africa, non gioca!
L'Africa è un Continente vasto, con 53 Paesi dalle diverse caratteristiche e con molti denominatori comuni: guerra, carestia, povertà, infanzia negata.
Di Africa si parlerà sempre di più nei prossimi anni, oggi, noi, vogliamo iniziare a parlarne iniziando dal gioco. "L'Africa, non gioca!" è una campagna del VIS - Volontariato Internazionale per lo Sviluppo di raccolta fondi che pone l'attenzione sull'infanzia in tanti Paesi del Continente africano ed unisce Danilo Gallinari e Rino Gattuso, due grandi campioni di sport semplici, ai bambini africani. Sportivi che hanno fatto del gioco il proprio mestiere. Giovani che hanno studiato, ma anche giocato. I bambini africani non vanno a scuola, spesso lavorano e non conoscono il gioco che aiuta lo sviluppo psicologico e sociale.
Sosteniamo il progetto del VIS in Angola: sette strutture tra asili nido, centri di accoglienza diurni e notturni per i bambini a rischio e ragazzi di strada di Luanda, la capitale angolana.
Il pallone ha da sempre accompagnato il metodo educativo di Don Bosco: il gioco di squadra sollecita il ragazzo al sentimento di solidarietà, di condivisione, di responsabilità verso l'altro. In tutte le scuole ed istituti tecnici dei Salesiani, di ogni parte del mondo, a fianco alle aule si trova un campo da calcio e un canestro sul quale i ragazzi si allenano, disputano una partita o semplicemente giocano.
Una scuola, un campo da calcio, un canestro per giocare a basket e un pallone possono contribuire a far diventare migliaia di bambini dell'Africa campioni della propria vita.Unisciti al gioco e sei un campione anche tu.
Agradecemos a assinalação à nossa aluna Claudia Corbi.
Roberta Sciamplicotti: "Il portoghese tra Lisbona e Brasilia"
Il portoghese tra Lisbona e Brasilia
di Roberta Sciamplicotti
Una modifica ortografica della lingua lusofona punta a promuoverne la diffusione e l’uso a livello internazionale. E in Portogallo fioccano le critiche. (27/10/08)
Revista LIMES nº5/2010 - "Il Portogallo è grande"
EDITORIALE - Dalla Torre di Belém
PARTE I - L'IMPERO DOPO L'IMPERO
Mario G. LOSANO - Oceano, il mondo visto da Lisbona La lunga parabola della geopolitica portoghese è segnata dalla pulsione ultramarina e dalla pressione iberica. La differenza con la Spagna, una necessità esistenziale. Pensatori e strateghi dell'età dell'impero. Dimensione sud-atlantica e lusofonia.
José FREIRE NOGUEIRA - Il 'Grande Spazio' nell'immaginario geopolitico portoghese Per Lisbona l'estensione territoriale ha sempre rappresentato un fattore di potenza. Le direttrici oceaniche, il Brasile, i possedimenti africani: che cosa resta di una geostrategia ambiziosa quanto realistica. Il timore di finire sotto la Spagna.
António SILVA RIBEIRO - A che ci serve il mare Le grandi potenze hanno scatenato una corsa agli oceani simile a quella che due secoli fa culminò nella spartizione dell'Africa. Come proteggere gli interessi del Portogallo, paese atlantico, in una competizione che rischia di travolgerci.
Armando MARQUES GUEDES - La lusofonia nella partita del Sud-Atlantico Sullo strategico bacino dell'Atlantico meridionale si affacciano cinque paesi lusofoni, Brasile e Angola in testa. I quali rischiano di restare tagliati fuori dalle manovre delle potenze esterne. Le poste in gioco energetiche.
António Paulo DUARTE - Portugal maior La percezione dello spazio nella geopolitica portoghese, dalle origini ad oggi. L'oceano come territorio imperiale. Il sistema di interazioni fra Lisbona e l'Oltremare. Il vettore della lusofonia. Un soggetto mondiale più che europeo.
José Alberto LOUREIRO DOS SANTOS - Il modo portoghese di fare la guerra Nella tradizione militare lusitana spicca la propensione alla guerriglia. Le lezioni delle campagne di controsovversione condotte tra il 1961 e il 1974 in Angola, Guinea e Mozambico restano attuali. E oggi sono molto utili nelle operazioni Nato.
Roberto VECCHI - Il molo estremo Tra desiderio e rimorso, il destino europeo del Portogallo. L'ambivalenza identitaria di un paese che continua a coltivare - e talvolta ad abbellire - la propria memoria imperiale. La zattera di Saramago e lo sguardo dell'Europa secondo Lourenço.
Hélder MACEDO - Nazione versus impero Le vere capitali dello spazio portoghese erano in Brasile e in India, come dimostra la 'disobbedienza civile' dei viceré. Un esercizio imperiale che impoveriva la metropoli e arricchiva le oligarchie. La fortuna di Lisbona è di essersi emancipata dalle colonie.
António RUSSO DIAS - La riscossa della lusofonia Conversazione con António RUSSO DIAS, rappresentante permanente del Portogallo presso la Comunità dei paesi di lingua portoghese (Cplp) a cura di José FREIRE NOGUEIRA.
António HORTA FERNANDES - Il Portogallo nella storia del sapere geopolitico È solo negli ultimi due secoli che si configura in Occidente l'effettiva sovranità degli Stati, premessa delle teorie e delle prassi geopolitiche. In terra lusitana si producono prima che altrove le condizioni che favoriscono tale sviluppo. Come nasce la nostra frontiera.
Luis TOMÉ - Born to Nato Le strategie di sicurezza e difesa del Portogallo ruotano intorno all'Alleanza Atlantica. Lisbona partecipa attivamente agli obiettivi e alle trasformazioni del blocco occidentale. Con occhio attento alle regioni storicamente affini e agli umori dell'Ue.
Paula MONGE - La difesa europea per un paese atlantico Lisbona è impegnata nello sviluppo delle politiche di sicurezza comunitarie, per non restare confinata nella periferia del continente. Ma sempre a partire dal vincolo Nato. Il rischio di una competizione fra l'Alleanza Atlantica e Unione Europea.
PARTE II - OMBRE E LUCI DEL RETTANGOLO
João RODRIGUES - Un paese diseguale destinato a impoverirsi? Il Portogallo non cresce più da anni. La crisi globale ha messo in evidenza la disfunzionalità dell'euro, che favorisce il nucleo centrale del continente a scapito delle periferie. Le ricette europee di austerità non aiutano. Le alternative possibili.
José Félix RIBEIRO - Una piccola economia dalle grandi ambizioni 1986: con l'ingresso nella Cee inizia la modernizzazione che, in un quarto di secolo, ha cambiato il volto del Portogallo. Oggi il paese è più ricco, ma non meno periferico. La crisi offre una nuova opportunità di riscatto. Che Lisbona è decisa a sfruttare.
Roberto BELLINZONA - Lisbona e Madrid separate in casa Negli ultimi trent'anni, Spagna e Portogallo hanno preso strade opposte: la prima ha consumato il suo miracolo, il secondo è rimasto, nel complesso, un paese arretrato. Ora la crisi rimescola le carte e impone loro di collaborare. Ammesso che ne siano capaci.
Carlos ZORRINHO - L'innovazione come antidoto alla crisi Informatica, ricerca, formazione, energie rinnovabili: Lisbona punta tutto sul futuro per scongiurare il declino economico e la marginalità geopolitica. I progressi ci sono, ma la crescita langue. Numeri e obiettivi della strategia di rilancio.
João FREIRE - La breve parabola dell'Estado social Con la fine dell'èra salazarista, la spesa pubblica portoghese muta radicalmente. Gli alti esborsi per sicurezza e difesa lasciano il posto a una crescita esponenziale dello Stato sociale. Che ora, però, appare sempre meno sostenibile.
Luca DEL BALZO DI PRESENZANO - Perché non possiamo non vedere il Portogallo Dall'antica Roma ai connubi dinastici, dalla Nato all'Unione Europea, la parabola delle relazioni italo-portoghesi. Il retaggio imperiale fa di Lisbona una porta verso i paesi lusofoni emergenti, a cominciare dal Brasile. Le affinità culturali.
PARTE III - TRA IBERIA E LUSOSFERA
Enrique VILA-MATAS - La città che naviga
Roberta SCIAMPLICOTTI - Olivenza o Olivença? Il destino in una letteraNel 1801 la Spagna conquistò la città portoghese e la zona circostante. Il Portogallo ne ottenne la restituzione al Congresso di Vienna, ma i 453 km² contesi restano a tutt'oggi spagnoli. Una disputa geopolitica che riecheggia antiche rivalità iberiche.
Miguel DE UNAMUNO - Un popolo suicida (presentazione di Danilo MANERA)
Maria DO CÉU PINTO - Lisbona riscopre il Mediterraneo Il Portogallo guarda al Nordafrica, attratto dal boom economico del Maghreb e dalla crescente dimensione comunitaria del mare nostrum. Commercio e diplomazia bilaterale prosperano, ma manca ancora una strategia. Il fattore energetico.
Catia DOS SANTOS - Capo Verde, una perla atlantica che fa gola a molti I rapporti di Lisbona con l'ex colonia sono ottimi. Ma l'integrazione nell'Ue o addirittura il ritorno all'ex madrepatria sono assai improbabili. Il ruolo della lusofonia, gli interessi strategici europei e quelli americani: Praia come sede di Africom?
Marco MARINUZZI - Macao, la Cina latina L'ex colonia portoghese è un ibrido culturale e amministrativo che conserva le sue peculiarità, ma guarda al continente. Le vicende storiche. I rapporti con Lisbona. Il ruolo di ponte tra Cina, Ue e Mercosur. Non c'è alternativa all'integrazione regionale.
Nuno CANAS MENDES - Timor, meu amor! Eredità storiche, legami emotivi, ambizioni internazionali, Realpolitik. L'ostinata attenzione del Portogallo all'ex colonia è frutto di un mix di ragione e sentimento. Dove il secondo ha la meglio.
Luís ELIAS - L'incerto futuro di Timor Est Povertà, disoccupazione, corruzione e malgoverno sono solo alcuni dei mali che affliggono la giovane democrazia timorense. Il ruolo dell'Onu. Il risiko degli aiuti internazionali. C'è spazio per il Portogallo?
Omar GHIANI - Portoghesi (poco) uniti d'America Provenienti soprattutto dalle Azzorre, i componenti della lobby lusitana negli Stati Uniti non hanno saputo consolidare la propria influenza nella vita politica americana. Divise e lontane, le folte comunità sono destinate a un'inesorabile integrazione.
Agência de notícias ZENIT - versão portuguesa
martedì 23 novembre 2010
4 dicembre - Galleria IPSAR: Guillermo Luna, “RADICI PERDUTE”
R A D I C I P E R D U T E
Georgia 2008 – 2010
GALLERIA DELL’ISTITUTO PORTOGHESE DI SANT’ANTONIO IN ROMA
VIA DEI PORTOGHESI 6 – ROMA
DAL 4 AL 19 DICEMBRE 2010
DA MERCOLEDI’A DOMENICA, DALLE ORE 16.00 ALLE ORE 19.00
SABATO 4 DICEMBRE – ORE 17.30
INGRESSO LIBERO
“La prima vittima di un conflitto è la verità... la seconda la popolazione civile”
Dal 4 a 19 dicembre 2010, presso la Galleria dell’Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma, si terrà la mostra fotografica “Radici Perdute. Georgia 2008-2010”.
Le immagini esposte sono frutto dell’arte e della coscienza civile di un fotografo, Guillermo Luna, che in due anni ha voluto documentare le drammatiche conseguenze del conflitto russo-georgiano sulla popolazione civile.
Un conflitto dimenticato come la vita di migliaia di persone rimaste ‘senza voce’, alle quali è stato strappato il passato, le radici ed ogni legame con la
propria terra.
A questi muti testimoni, Guillermo Luna restituisce idealmente la voce attraverso intensi scatti fotografici: il ritratto di un Paese dimenticato dai Media e dunque, drammaticamente, dal mondo.
Guillermo Luna è nato a Funes, Argentina, nel 1970.
Inizia l’attività di fotografo in Argentina, nel settore pubblicitario e commerciale. Nel 1996 realizza il suo primo reportage sulla raccolta del cotone degli aborigeni Pilagàs, nel nord dell’Argentina, e da quel momento si dedica con crescente passione alla fotografia sociale e al reportage, concentrando la sua attenzione sull’Uomo.
Nel 1997 si trasferisce nella Terra del Fuoco, dove vive per tre anni lavorando per diversi giornali locali e testimoniando la crisi argentina dai luoghi più estremi e isolati.
Dal 2000 vive e lavora in Italia.
Nel 2005 inizia una serie di reportage nella regione Caucasica, in particolare in Georgia: un work in progress che continua ancora oggi.
Membro di Shoot4Change, collabora con diverse agenzie e testate giornalistiche internazionali.
Alessandra Bucci Vafiadis - tese sobre José Tolentino de Mendonça
O enigma que é explicar a poesia em si, não se desfaz quando se trata de dizer o modo como ela irrompe numa vida. Também eu, portanto, não sei dizer como é que a poesia nasce. Sei, no entanto, que ela tem sido uma experiência determinante na minha existência.
“Correntes marítimas em vez de correntes literárias”. Poderemos, porém, identificar algumas linhas de força que desenhem o seu percurso e a sua produção poética?
A viagem ao interior da palavra e da linguagem é inseparável da busca da raiz do próprio ser?
Essa é a minha profissão de fé.
Pode falar-se, na sua vida, de uma educação poética?
Sim, se aceitarmos a sugestão do maravilhoso título de João Cabral de Melo Neto: “Educação pela pedra”. Li a Bíblia, li os gregos (tanto a lírica como o teatro), li os místicos com dedicação, li contemporâneos meus de várias proveniências. Mas a educação em vista do poema, onde a colhi? Em cada pedra, em cada punhal, em cada pétala.
Quais são as suas leituras?
Sou um leitor omnívoro. Leio sobre cinema e sobre traduções bíblicas medievais; anoto autores espirituais e homens de ciência; debruço-me sobre gramáticas e ensaios; observo livros técnicos e romances. E quando encontro um grande livro sei que não fui eu que o escolhi, mas prefiro pensar que fui por ele escolhido.
O que é que caracteriza a sua memória de infância? Em que modos nascer na Madeira influencia o Poeta?
Hoje tenho a impressão que caminhei a infância inteira por baldios. Fecho os olhos e vejo o mar e os campos, a solidão das encostas de certos montes, a cumplicidade da vegetação, o silêncio extremo que têm as ilhas...
Qual é, na sua obra, aquele que considera o traço mais forte da sua permanência em Itália?
Acho que a minha poesia ganhou uma força visual com a permanência em Itália. Ainda hoje trago na cabeça milhares de imagens... Imagens para revisitar a vida inteira.
Só e sempre a noite.
Sem o silêncio não existiria a palavra, aquela poética pelo menos. Um poeta é uma consequência do silêncio.
Qual é a viagem do viajante sem sono, e porque é que o viajante é insone?
A grande viagem é aquela interior. O viajante é insone, porque mesmo quando estamos quietos a deambulação continua. E mesmo quando dormimos, continuamos a caminhar nos nossos sonhos.
Além de ser poeta, é também tradutor. Quer falar um pouco da sua experiência com a tradução?
Traduzir é para mim a melhor forma de ler. Não sou um tradutor de ofício, mas de paixão. Tudo o que traduzi são escolhas minhas, pessoalíssimas.
Porquê traduzir? O que representa? Há um significado particular a escolha do texto “ Cântico dos Cânticos” como primeira tradução?
O Cântico dos Cânticos é o mais belo poema que se escreveu. São Tomás de Aquino, ao morrer, pediu que lhe lessem o Cântico. Eu gostava de partir assim.
lunedì 22 novembre 2010
10 dicembre, Roma: IMPERO ultimo lavoro di Vasco Araújo
Ultimo lavoro di Vasco Araújo
Venerdì 10 dicembre alle ore 19.00
A cura di Simona Cresci
Venerdì 10 dicembre alle ore 19:00 negli spazi della Fondazione Pastificio Cerere, che ha ospitato l’artista durante il período delle riprese, verrà presentato l’ultimo video di Vasco Araújo, dal titolo IMPERO.
Girato tra Roma e Lisbona, rispettivamente tra il quartiere dell’Eur e nel centro di raccolta delle statue di gesso della Facoltà di Belle Arti della capitale portoghese, il film riferisce sulle manovre, le azioni e le relazioni sociali inerenti la creazione, l’amministrazione e l’espansione di un Impero, creando un ponte tra l’Impero Romano e i rispettivi sistemi di regole e azioni del mondo contemporaneo.
Con IMPERO Vasco Araújo vuole rappresentare una comparazione tra l’antico e il contemporaneo dando vita così a un parallelismo tra la nozione di impero individuale e quella di impero collettivo, mostrando rispettivamente le posizioni antagoniste rilevabili tra un’epoca ricca di possibilità e promesse e un’altra che affonda nella disperazione del collasso.
Il testo è stato scritto da Vasco Araújo in collaborazione con André E. Teodósio e si basa su l’”Imperio” di Gore Vidal e sul libretto dell’opera di Händel “Agrippina”.
Vasco Araújo (Lisbona 1975) Il canto, l’Opera, la storia delle protagoniste del passato sono la base del suo lavoro, che con le sue opere agisce attraverso il medium del proprio corpo, tendendo verso il mondo del teatro e della rappresentazione visiva. Cantante lirico, prima ancora che artista, Araújo dichiara che l’Opera è una passione che tiene in vita attraverso l’arte. Ha partecipato a numerose esposizioni internazionali sia in spazi privati che pubblici in Portogallo, Germania, Russia, Spagna, Grecia, Australia e in Italia nello specifico nel 2005 alla 51th Edizione della Biennale di Venezia, Padiglione Italiano “Experience of Art”; nel 2006 La Nuova Pesa Centro per l’Arte Contemporanea, Roma.
INFORMAZIONI:
Vasco Araújo presenta il video “IMPERO”
Presso lo Spazio Cerere
Via degli Ausoni, 3 - 00185 Roma
QUANDO:
Giovedì 10 dicembre
Ore 19:00
CONTATTI
Fondazione Pastificio Cerere
Tel e fax: +39 06 45422960
E-mail: info@pastificiocerere.it
http://www.pastificiocerere.com/
IMPERO di Vasco Araújo è stato realizzato grazie al sostegno dell’ Ambasciata Portoghese a Roma; Istituto Camões; F.B.A.U.L. - Facoltà di Belle Arti, Università di Lisbona; Fondazione Pastificio Cerere, Roma
Lisboa: Cimeira da Nato
Estarão ainda presentes em Lisboa o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a responsável da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, estará também na capital portuguesa onde se espera a presença do secretário-geral da Assembleia Parlamentar da NATO e o presidente do Comité Político da instituição, Karl Lamers.
Barack Obama, presidente norte-americano, e Dimitri Medvedev, o presidente russo, serão dois dos chefes de Estado presentes em Lisboa, que reunirá nos próximos dias os dirigentes máximos do hemisfério Norte.
Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, lidera a delegação daquele país cujos restantes membros não são ainda conhecidos.
Entre os chefes de Estado presentes contam-se os da Bulgária (Georgi Parvanov), Croácia (Ivo Josipovi), Eslováquia (Ivan Gasparovi), França (Nicolas Sarkozy) e Letónia (Valdis Zatlers).
Participam ainda os presidentes da Lituânia (Dalia Grybauskaite), Polónia (Bronislaw Komorowski), Republica Checa (Vaclav Klaus), Roménia (Traian Bsescu) e Turquia (Abdullah Gül).
Fazem ainda parte da lista de presenças os presidentes da Arménia (Serzh Sargsyan), Azerbeijão (Ílham Aliyev), Bósnia (Nebojs Radmanovi), Finlândia (Tarja Halonen), Geórgia (Mikhail Ssaakashvili), Macedónia (Gjorge Ivanov), Cazaquistão (Nursultan Nazarbayev).
No que toca aos chefes de Governo, e além do anfitrião do encontro, José Sócrates, estarão em Lisboa os líderes da Albânia (Sali Berisha), da Alemanha (Angela Merkel), da Bélgica (Yves Leterme), do Canadá (Stephen Harper), da Dinamarca (Lars Rasmussen) e de Espanha (José Zapatero).
Participam ainda os chefes do Governo da Eslovénia (Borut Pahor), Estónia (Andrus Ansip), Grécia (George Papandreou), Hungria (Viktor Orbán), Itália (Sílvio Berlusconi), Luxemburgo (Jean-Claude Juncker), Noruega (Jens Stoltenberg) e Holanda (Mark Rutte).
Estão ainda na lista os chefes de Governo do Reino Unido (David Cameron), Republica Checa (Petr Neas), Australia (Julia Gillard), Geórgia (Mikhail Ssaakashvili) e Suécia (Freddrick Reinfeldt).
Em alguns casos as delegações terão representação reduzida, como a Coreia do Sul (vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro do Comércio), a Malásia (embaixador em Paris) e Tonga (representante do PM).
De referir que a maior delegação esperada é a da Geórgia, que será liderada pelo presidente Mikhail Saakashvili e incluirá o vice-PM, Giorgi Baramidze, os ministros dos Negócios Estrangeiros e Defesa, Gregory Vashadze e Bachana Akhalaia e três vice-ministros.
Dos políticos que participam na Cimeira da NATO, o primeiro-ministro italiano é o político que tem a maior fortuna pessoal, avaliada este ano pela Forbes em 6,7 mil milhões de euros. Aos 74 anos, é conhecido por ser vaidoso. Já fez várias cirurgias plásticas, implantes capilares e usa maquilhagem. Foi casado duas vezes e tem cinco filhos. Em Itália são famosas as suas festas privadas recheadas de mulheres bonitas. Um fotógrafo captou imagens do primeiro-ministro com jovens seminuas na sua mansão Villa Certosa, na Sardenha, avaliada em 450 milhões de euros. As imagens foram divulgadas pelo espanhol El País e a notícia teve repercussão em todo o mundo.
A mansão da Sardenha é apenas uma das mansões de sonho que fazem parte do património do magnata. Berlusconi vive na portentosa Villa San Martino, em Arcore, Milão e tem pelo menos mais oito espalhadas por Itália, como um castelo na Toscânia ou uma casa à beira do Lago Como, onde é vizinho do actor George Clooney. Em Roma tem ainda uma residência oficial, o Palácio Grazioli.
Maria Pina Giaquinto sugere-nos a saudade de Tabucchi
A nossa aluna Maria Pina Giaquinto sugere-nos a leitura deste etxto interessante de Antonio Tabucchi, publicado em
Studi di Letterature Comparate in Onore di Remo Ceserani - Letture e Riflessioni Critiche (vol. 1), a cura di Mario Domenichelli [et al.], Vecchiarelli Editore, Roma, 2003, pp. 347-354.
secondo
ANTONIO TABUCCHI
(Lettera di Antonio Tabucchi a Remo Ceserani)
L'ARABA FENICE.TENTATIVO DISSENNATO DI DEFINIRE A UN AMICO UNA PAROLA INDEFINIBILE
Caro Remo,
giorni fa, chiacchierando con un comune amico portoghese che mi chiedeva cosa stessi facendo, ho detto che stavo girando intorno a un racconto che avevo in mente di scrivere per la miscellanea che ti stanno preparando, intitolato Le farfalle di Luino. E lui mi fa: «Ah, o nosso querido Ceserani, tenho Saudades dele!» («Ah, il nostro caro Ceserani, ho Saudades di lui» al plurale in questo caso). Immediatamente ho avuto Saudades tue anch'io (ovviamente al plurale), perché la Saudade è contagiosa. Non di rado la Saudade è democratica, e quando viene condivisa è per forza al plurale (un pezzetto di Saudade a ciascuno). E così mi sono detto: ma quasi quasi, al posto del racconto che prima o poi dedicherò a Remo, affronto una buona volta la definizione di questa parola (come è noto intraducibile), memore di quando eri venuto a Lisbona e ogni volta che ci vedevamo, con quella tua arietta fra lo svagato e il malizioso, mi chiedevi: «Antonio, ma cos'è questa famosa Saudade?», e io vigliaccamente rispondevo: «è una parola intraducibile». Ebbene, caro Remo, ho deciso in questa sede di affrontare seriamente il problema, e di inchiodare questa parola sfuggente (come le farfalle di Nabokov, che io però trasferirei a Luino), di spillarla al lemma che le compete.
L'autorevole MORAIS (che è come dire il BATTAGLIA, per il Portogallo, ma è stato pubblicato molto prima), alla voce 'Saudade' così recita: «Dall'antico soidade, con probabile influenza di saúde [italiano: 'salute'], malinconia causata dal ricordo di un bene del quale si è privati; pena, dolore provocato dall'assenza di qualcuno o dell'oggetto amato; ricordo dolce e simultaneamente triste di una persona a noi cara; secondo alcuni autori, è priva di corrispettivo in altre lingue». Segue, come esempio di queste prime definizioni, la citazione di un poeta romantico, Almeida Garrett, di cui ti trascrivo i primi versi:
Saudade! Gosto amargo de infelizes,
Delicioso pungir de acerbo espinho,
Que me estás repassando o íntimo peito
Com dor que os seios d'alma dilacera,
- Mas dor que tem prazeres - Saudades!
Saudade! Gusto amaro di infelici,
Dolce puntura di agreste rovo,
Tu trapassi il profondo del mio petto
Con un dolore che lacera l'anima,
Ma dolor dilettoso, Saudade!
Ma il MORAIS non si ferma qui. Enumera anche altre valenze semantiche contenute in questa parola. Ad esempio 'Malinconia'; 'Saluti inviati in modo familiare a una persona assente per manifestare la nostra stima e affetto nei suoi confronti (si adopera più frequentemente al plurale)'; 'Nostalgia, tristezza profonda causata dalla lontananza della famiglia o della patria'; 'Sentimento luttuoso, dispiacere, cupaggine, provocati dal ricordo di un avvenimento triste o allegro'. E altre variazioni sul tema che ti risparmio, ciascuna di esse confortata da esempi letterari indiscutibili.
Non voglio mancare di rispetto all'illustre MORAIS, ma secondo me l'etimo saúde ('salute') con la Saudade c'entra poco, a meno che non si voglia fare di un saudadoso (cioè uno che ha Saudade) una specie di infermo di una malattia tipo tisi, che un tempo si chiamava 'dolce malattia' e che consumava con surrettizia delicatezza. Sempre a mio avviso c'entra di più la solitate, cioè la solitudine, e dunque l'abbandono. Anche se (e qui di nuovo la Saudade ci fa lo sgambetto), essendo come dicevo un sentimento (stavo per dire 'una parola') provabile in compagnia, e una solitudine pluralizzabile e condivisibile (un po' come lo spinello), e dunque in opposizione alla solitudine.
In italiano (come anche in altre lingue europee) la Saudade viene generalmente tradotta con 'nostalgia'. Parola inadeguata, ma soprattutto troppo giovane per un termine così antico come la Saudade. Semmai, se proprio volessimo andare in direzione nostalgica, meglio tornerebbe all'uopo il 'desío' dantesco, che nello strazio reca una tenera dolcezza, visto che quel desío (a cui l'ora volge) intenerisce il cuore a chi naviga in mari lontani. Ma della parola 'desío' si è perso l'uso. Oggi lo si chiamerebbe 'struggimento'. Forse 'magone'. Com'è noto la 'nostalgia' fu coniata nel Settecento da Johannes Hofer, che indicava con essa la 'malattia dei paese' (Heim Weh) dei soldati mercenari svizzeri, che lontani a lungo da casa a un certo punto deperivano, cadevano in malinconia e si ammalavano (un fattore scatenante della patologia pare fosse lo struggente Kuhreigen, un canto montano dei pastori, forse dalle origini magiche). E qui saremmo ancora al cosiddetto 'magone', seppure in forma acuta. Ma per Eduardo Lourenço, il maggior filosofo portoghese vivente, che si è fatto etnologo dell'anima lusitana (O labirinto da Saudade) la Saudade è qualcosa di più di tutto questo: quasi una categoria dello spirito che non si trova altrove (la Saudade è una cosa che solo i portoghesi hanno perché hanno una parola per dire che ce l'hanno, ha scritto Pessoa), una Stimmung che costituisce anche un labirinto nel quale i portoghesi sono penetrati (o si sono rifugiati) senza riuscire a trovare più una via d'uscita.
Caro Remo, il mio discorso comincia a farsi alquanto brumoso, me ne rendo conto, ma facendo di necessità virtù, e visto che la nebbia ben si addice al clima delle coste atlantiche del Portogallo, tenterei di forzare la serratura della Saudade grazie a uno dei miti più importanti della letteratura portoghese, dove la nebbia è indispensabile. Si racconta infatti che O Desejado, 'il Desiderato', cioè Don Sebastiano, debba far ritorno in un mattino brumoso per riportare il Portogallo alla perduta grandezza il che offre pretesto a una Saudade nazionale stavolta piena di fiducia. Don Sebastiano (1557 1578), ultimo discendente della dinastia Aviz, il 'Re-bambino' al quale Camões dedicò I Lusiadi, era stato educato severamente e religiosamente dallo zio, il cardinale Don Henrique, e un bel giorno decise di combattere i Mori, che peraltro erano già stati cacciati dalla penisola iberica molti anni prima e se ne stavano nel Nordafrica senza dare noia a nessuno. Animato da un esuberante misticismo e (a dire delle malelingue) incoraggiato dallo scaltro cugino Filippo II (gli storici seri hanno appurato che Filippo non c'entrò un bel nulla), se ne partì col suo esercito (il fior fiore della nobiltà portoghese, con l'aggiunta di truppe mercenarie che gli erano costate il tesoro del regno) per l'ardita impresa. La partenza di questo tardo crociato mi ricorda il nostro Visconti Venosta, perché anche il prode Don Sebastiano mise l'elmo sulla testa, e lo fece mettere a tutto l’esercito. E non solo l’eImo. Nel deserto di Ksar el-Kebir, sotto un sole rovente, i soldati dell’esercito portoghese, ingabbiati nelle pesanti armature di ferro che li resero bolliti, furono sbaragliati in un battibaleno dalla cavalleria leggera dei Mori. Il cadavere di Don Sebastiano non fu mai ritrovato sul campo di battaglia, dove secondo la leggenda accanto ai soldati morti restarono migliaia di chitarre (e questo sì che è sintomo di Saudade!). Muore il sovrano, nasce il mito. Anche perché, estintasi con lui la dinastia Aviz, Filippo Il di Spagna, legittimo successore al trono per li rami, non perse l'occasione di annettere il Portogallo alla corona spagnola, sì che il piccolo ma fiero Portogallo, che per secoli aveva respinto in eroiche battaglie i tentativi d’invasione della poderosa Spagna, si ritrovò spagnolo per vie burocratiche. Fu una dominazione che durò per sessant’anni, fin quando ai portoghesi non gli saltò la mosca al naso e non defenestrarono (in senso letterale: il corpo cadde sul selciato fra la folla) il Vicerè spagnolo a Lisbona. Ma intanto in sessant'anni il mito del 'Desiderato', che un giorno di nebbia avrebbe restituito al Portogallo la su libertà, crebbe come una palla di neve. E noi sappiamo quali Saudades il sogno della libertà può alimentare. Soprattutto se non la si cerca, ma la si aspetta, che è sì cara.
Nel Seicento, sulle ali del pessimismo barocco, nasce il Desengano: si credeva, si credeva, e invece... Ma, come si sa, non di rado le delusioni generano nuove illusioni. La Saudade sebastianista rimasta senza esito (il 'Desiderato' si fece troppo desiderare) si trasforma in profezia. Della trasformazione si incaricò il padre gesuita António Vieira, fecondissimo prosatore e predicatore, strenuo paladino degli Indios brasiliani, uomo di Chiesa e di mondo che si eresse ad ambasciatore dei poveretti sfruttati dall'avidità coloniale del regno di Portogallo portando la sua filantropica eloquenza fino al soglio di Pietro. Insieme con le sue affascinanti prediche, costruite su una incomparabile arte retorica, elaborò un trattatello storico (o di fantastoria), História do Futuro, idea che supera perfino il pensiero più avanzato del signor Hegel. Padre António Vieira fu un grande meteorologo della storia: il futuro del Portogallo, ne è convinto non condivide le sorti dei comuni paesi delI’Europa; al suo Paese è riservato un futuro Quinto Impero, all'insegna della supremazia spirituale, per interpretare il quale il lungimirante predicatore rispolvera la profezia di Daniele che interpreta il sogno di Nabucodonosor. Con Vieira i portoghesi smisero di avere Saudade di una grandezza passata che si ostinava a non tornare, e si misero a praticare la nostalgia del futuro, cosa per altro più saggia, perché il passato non è detto che torni, ma il futuro prima o poi ha da venire.
Il Romanticismo, che in Portogallo assume un tono prevalentemente patriottico e democratico, non celebra né il trono né la Chiesa, e trova dunque voce soprattutto in autori in esilio. Con Almeida Garrett, di cui ti parlavo prima, la Saudade, conquistando dimensioni storico poIitiche, diventa ansia di liberazione, anelito di futuro e valore progressista. Nel suo Frei Luís de Sousa, un'opera patriottica condannata dal destino a diventare una lettura imposta agli studenti liceali dal Ministero della Pubblica Istruzione (come da noi I promessi sposi), la Saudade è ormai un complesso di cose (patriottismo, nazionalismo, agnizione poetica, desiderio di riscatto) che è davvero impossibile tradurre con una parola in italiano.
Nell’Ottocento ci furono però anche autori che elevarono la Saudade a una dimensione metafisica. Dell’ascensione alle vette si incaricò soprattutto Antero de Quental (1842 1891), uno dei più grandi poeti portoghesi di sempre, uomo tellurico quanto le sue Azzorre natali, materialista e socialista utopista, che durante i suoi studi di giurisprudenza a Coimbra dalle lettere di Michelet e Proudhon era pervenuto allo studio dell'astronomia e delle geometrie, lasciandosi sedurre dall'ipotesi cosmogonica di Laplace e della concezione matematica della spazio. Antero frequentò la filosofa tedesca e in pari misura trasse da Hegel un vigoroso ottimismo sul futuro dell'uomo e da Schopenhauer un profondo pessimismo sulla natura individuale. Apparentemente ebbe il sopravvento la seconda influenza, dato che a quarantanove anni, tornato in patria dai suoi vagabondaggi per il mondo, si suicidò su una panchina pubblica davanti alla bianca cattedrale di Ponta Delgada. Ma il fatto che per raggiungere il suicidio abbia avuto bisogno di due successivi colpi di pistola alla tempia, poiché la prima pallottola non era bastata, suggerisce l’idea di una buona volontà che forse non è del tutto estranea alla qualità dell’ottimismo. Nei suoi appunti degli ultimi anni Antero annotò di «soffrire di infinito», il che fa supporre una discendenza leopardiana dove il dolce naufragar sia diventato patologia quotidiana.
Nei suoi straordinari sonetti, piccoli congegni misteriosi e astratti nei quali tradusse la sua concezione della macchina cosmica, aleggia una Saudade che non si sa se assomigli di più a una sorta di Aleph preborghesiano, a un’anima collettiva di tipo spinoziano, ma vibrante delle energie dell'universo secondo certe concezioni positiviste-elettriche dell'epoca, o a un totale vuoto pneumatico, sorta di Mu che a pensarci bene non è del tutto estraneo a quel tipo di rapimento che introduce a questa ineffabile dimensione lusitana. Ma il fatto più curioso è che dopo aver portato la Saudade a vette così impervie, Antero evita accuratamente di nominarla. La rammenta solo in due sonetti, Despondency e Trascendentalismo, modificandone però il nome in Soledade, che è un arcaismo e un ispanismo insieme senza essere né l'uno né l'altro. Ti cito la chiusura del secondo sonetto:
Na esfera do invisível, do intangível,
sobre desertos, vácuo, soledade,
voa e paira o espírito impassível.
Nella sfera dell’invisibile, dell’intangibile,
Sopra deserti, vuoto e soledade,
vola e aleggia lo spirito impassibile.
Purtroppo l’ibrido utilizzato da Antero rende la parola ancora più intraducibile dell’originale portoghese, per cui sono costretto a lasciarla tale e quale nella versione italiana.
Nel Novecento la Saudade lievita con le idee politiche del tempo a cui appartiene. Nella sua proprietà agricola del Nord del Portogallo, nel villaggio di Pascoaes dal quale deriva il suo nom de plume, Teixeira de Pascoaes, poeta tipo il nostro Pascoli, vagheggia di fare della Saudade una categoria dello spirito, una quintessenza dell’anima portoghese. Nella sua Arte de ser Português (L’arte di essere Portoghese), Pascoaes dichiara che solo fra le montagne del Marão, la provincia profonda dove il Portogallo è rimasto puro, si può capire come la terra sia l’autentica scaturigine della «razza portoghese», la «granitica asprezza e l’idillio verdeggiante da cui è nata l’anima lusiade».
Autoctonia, terra nutrita dai cadaveri degli avi che genera i veri cittadini di quella terra un discorso analogo, meno poetico di quello di Pascoli e Pascoaes, lo fa in Francia, in quegli stessi anni, Charles Maurras. È un diritto di cittadinanza 'superiore' che prescinde dall’eugenetica, e che è alla base del fascismo più moderno, vedi in Italia certi partiti localistici di recente formazione. Le idee di Pascoaes trovarono presto diffusione sulla rivista «A Águia» (1911), pubblicata a Oporto, portavoce del Saudosismo (movimento dal nome ovviamente intraducibile) nella cui cerchia figurarono, fra gli altri, Miguel de Unamuno e il giovane Fernando Pessoa, che però si stancò ben presto del Saudosismo trovandolo troppo provinciale. Alla Saudade rocciosa e terragna di Pascoaes, Pessoa oppose una Saudade così lieve e ineffabile che appartiene solo alla parola, e con essa evapora come un fiato d'aria. Per far capire che cosa aveva capito della Saudade, Fernando Pessoa scrisse la poesia Saudade Dada (cioè Saudade data, participio passato del verbo dare) che qui ti riporto:
Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas, brandas,
Brincam no tempo das berlindas,
As vindas vendo das varandas.
De onde ouvem vir a rir as vindas
Fitam a fio as frias bandas.
Mas em tomo à tarde se entorna
A atordoar o ar que arde
Que a eternal tarde já não torna!
E em tom de atoarda todo o alarde
Do adornado ardor transtoma
No ar de torpor da tarda tarde.
E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos antos dos conventos...
Prantos de intentos, lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.
Sarà una Saudade dada (participio passato del verbo dare) o una Saudade dadà, cioè dadaista? Lascio il problema ai lusitanisti più volenterosi.
Caro Remo, come avrai capito, la poesia di Pessoa è totalmente intraducibile, ben più della semplice parola Saudade. Con Pessoa essa diventa un flatus vocis fatto di allitterazioni, giochi verbali e intrecci fonetici: la melopea abituale di cui si è quasi perso il senso e della quale non si conoscono bene le parole, un po' come capitava alle beghine che andavano a dire le orazioni in chiesa quando la messa era ancora in latino.
Via via, cercando disperatamente di tradurti in italiano questa parola intraducibile, la Saudade che di te avevo all'inizio, caro Remo, è andata aumentando, e l'auspicio che faccio è di rivederti presto, per poter matar Saudades, cioè 'ammazzare Saudades’, come si dice in buon portoghese. Perciò direi che ora basta con la Saudade, non ti pare?
Saudades dal tuo
Antonio
lunedì 15 novembre 2010
Teresa Leonor M. Vale publica na revista da Academia de França em Roma
João de Mascarenhas (1633-1670), pour sa demeure des environs
de Lisbonne
Muitos Parabéns!
Aniki-bobó (1942) e Singularidades (2009) de Manoel de Oliveira - analisados por Cristina Gemmino
Aniki-bóbó
Passarinho tótó
Berimbau, Cavaquinho
Salomão
Sacristão
Tu és Polícia, tu és Ladrão”
Esta é a “fórmula mágica”, podemos dizer, que as crianças recitam para brincar e compreender quem é o ladrão e quem é a polícia: fórmula que, neste caso, também deu o título ao filme...”Aniki-bóbó”.
Esta longa-metragem (de 1942) apresenta de uma maneira tanto subtil quanto incompreensível, um tema que se tornará o tema preferido pelo regista Manoel de Oliveira: o amor por uma rapariga pode condicionar a acção de um rapaz.
Tudo acontece na cidade do Porto (perto do rio) entre três personagens principais, motor de acção nesta longa-metragem: Carlitos, o sonhador, Eduardo, o chefe do grupo e enfim a linda Teresinha que com os seus olhos encanta quer Carlitos quer Eduardo. Na escola, os meninos lançam-se sempre olhares de desafio porque cada um quer conquistar o coração de Teresinha. Este amor leva, Carlitos à “Loja das tentações” (nome que já esconde um possível sinal do futuro projecto de Carlitos) para roubar a boneca de que tanto gostava a Teresinha.
Por outro lado, Eduardo organiza uma reunião com todos os outros companheiros da aula, sem, evidentemente, dizer nada a Carlitos.
Para “assegurar o coração” de Teresinha, Carlitos, de noite, vai pelos telhados da cidade até à janela de Teresinha para lhe oferecer a boneca roubada.
A tensão entre os dois meninos começa subir e chega ao ápice quando Carlitos - enquanto se escondia do dono da loja, que procurava o responsável do furto - vai com alguns companheiros da aula, entre eles Eduardo, até à colina; aqui todos juntos começam brincar, recitando a fórmula mágica de “Aniki-bóbó”.
Ao som da chegada do comboio, os dois rivais começam lutar por um olhar da linda Teresinha e por acidente Eduardo tomba ao lado do comboio em movimento: todas as suspeitas caem sobre Carlitos.
Só a palavra do dono da loja, que estava ali, “salva” Carlitos de qualquer suspeita.
Todos os elementos representados nesta longa-metragem, têm um objectivo comum: traçar as características dos meninos ingénuos (Carlitos e Eduardo) e a originalidade da acção e não-acção de Teresinha, a rapariga maliciosa. Falo de não-acção para Teresinha porque ela é a menina que está à espera de gentilezas, feitas pelos meninos: podemos dizer, neste caso, que Teresinha é a Beatriz de Dante Alighieri na sua “Vita Nuova”, a menina que leva à acção dos seus namorados.
Mais ou menos 67 anos depois, Manoel de Oliveira, apresenta ao Festival do cinema de Berlim 2009, um filme baseado na obra-prima do escritor realista português Eça de Queiróz.
Trata-se, ainda aqui, duma história de amor: o amor de um jovem, Macário, trabalhador no armazém lisboeta do tio Francisco, por uma rapariga loura, Luísa, que ele olhava sempre pela varanda do seu escritório. Numa viagem de comboio para o Algarve, Macário conta as aventuras da sua vida amorosa a uma senhora desconhecida. De facto, ele conta as “singularidades” desta rapariga: o seu leque chinês, os seus cabelos louros, o seu olhar azul... elementos que tinham levado à curiosidade do jovem Macário para conhecer a linda rapariga.
Um dia, Macário, tendo vindo a Luísa à loja de tecidos, desce abaixo para encontrá-la e falar-lhe: é por Luísa, esta rapariga loura, que Macário se apaixona completamente. Macário, então, quer casar-se com ela e pede ao tio Francisco a bênção; mas o tio discorda, despede-o e expulsa-o de casa. Sozinho, Macário começa procurar trabalho em todos os lugares de Lisboa, mas o tio Francisco tem muitos amigos que o conhecem há muito tempo e que, por isso, não o querem desafiar empregando o sobrinho. A fortuna do jovem chega com um trabalho em Cabo Verde; Macário consegue enriquecer ali e quando volta para Lisboa, obtendo a aprovação do seu tio para casar Luísa, ele descobre a verdadeira “singularidade” da rapariga: é uma ladra, que numa joalharia rouba um anel de brilhantes. Ela é desmascarada pelo seu futuro noivo e por ele abandonada.
Também nesta longa-metragem todos os elementos são úteis para sublinhar um aspecto comum com a longa-metragem de “Aniki-bóbó”: as características do homem maduro (supõe-se) que se apaixona por uma rapariga loura.
Em ambas as longas-metragens, a história, em geral, é a mesma mas a “singularidade” (eu prefiro chamá-la assim) está na reacção dos dois (ou três, se incluirmos também Eduardo) protagonistas masculinos, de Carlitos e Macário, face às raparigas por quem eles se apaixonaram.
No primeiro caso, o de Carlitos, a reacção é infantil porque o leva a roubar uma boneca, acto que não é aceitável numa sociedade civil; por outro lado, a reacção de Macário é um pouco mais viril porque a afronta a seu tio e a expulsão do seu escritório, levam Macário (que quer casar Luísa) a Cabo Verde com o objectivo, mais valoroso do que o de Carlitos, de ganhar bastante dinheiro para se casar. Atrás desta acção, de qualquer modo, esconde-se sempre uma forma infantil, ligada ao choro de Macário em frente da rapariga antes de deixar Lisboa para Cabo Verde.
Apesar de apresentar este elemento discordante, as duas longas-metragens têm dois aspectos comuns e também interessantes: o primeiro está ligado ao “ruidoso” silêncio que caracteriza ambos os filmes; “ruidoso” silêncio porque atrás deste se esconde a vontade do realizador, Manoel de Oliveira, de envolver nas acções o público, ou seja, de levar o seu público a sugerir os movimentos dos personagens; ao mesmo tempo, na minha opinião, o objectivo do realizador é também o de apreciar silenciosamente os barulhos de duas cidades preciosamente ricas como o Porto e Lisboa.
William Shakespeare antes e Manoel de Oliveira dois séculos depois, propõem a mesma imagem: a jovem rapariga numa varanda que olha o seu “namorado”. Então, o balcão torna-se o elemento de acção quer em “Aniki-bóbó” quer em “Singularidades de uma rapariga Loura” mas que leva a duas reacções diferentes.
Enfim, quer o balcão, quer o olhar das raparigas, quer o silêncio, quer os dois jovens, são elementos que juntos a muitos outros, fazem destas duas longas-metragens, dois exemplos da vida portuguesa “verosimilmente real”.
CRISTINA GEMMINO
23 novembre: presentazione del libro "Fascino Lusitano"
Leggere:tutti nell’ambito della rassegna Libri&Spritz
giunta al 8° appuntamento settimanale
vi invita alla presentazione del libro
Fascino Lusitano.
Identità e cultura nella società della comunicazione portoghese
di
Barbara Bechelloni
Martedì 23 novembre – ore 18,00
Concerto di Fado: Chiara Morucci e il Conjunto Romano
CONVOGLIA
Via Giovanni Giolitti 36 (Stazione Termini) – ROMA
Nell’ambito della rassegna Libri&Spritz, iniziativa del mensile di promozione del libro e della lettura Leggere:tutti con la collaborazione di Convoglia Viaggio di Sapori – innovativo ristorante presso la Stazione Termini di Roma – martedì 23 novembre alle ore 18,00 verrà presentato il libro di Barbara Bechelloni, Fascino Lusitano. Identità e cultura nella società della comunicazione portoghese edito da Z!NES.
A presentarlo il sociologo della comunicazione Alberto Marinelli, professore della Facoltà di Scienze della Comunicazione della Sapienza e il lusitanista Giorgio de Marchis, professore della
Facoltà di Lettere e Filosofia di Roma Tre.
Chiara Morucci e il Conjunto Romano (Felice Zaccheo, Franco Pietropaoli) ripercorreranno il cammino segnato dalla magia lusitana, interpretando alcuni Fado , intensi brani della tradizione musicale portoghese. Un’intensità che nasce dal tipico contraddittorio sentimento della saudade che evoca contemporaneamente la nostalgia del passato e la speranza nel futuro che verrà. Si dice che «il Fado è nato un giorno, quando il vento non soffiava ed il cielo prolungava l’orizzonte del mare e, sul ponte di un veliero, un marinaio triste cantava».
Barbara Bechelloni è dottore di ricerca in Teoria e Ricerca Sociale presso la Sapienza, Università di Roma dove svolge attività didattica. Si interessa a mondo lusofono e italiani nel mondo, media e identità culturali, viaggio e memoria. Ha vissuto in Portogallo e Brasile. Nella sua attività di ricerca si occupa da alcuni anni di comunicazione scientifica e accademica. Tra le sue pubblicazioni, oltre a saggi e articoli sul mondo lusofono, Università di carta. L’editoria accademinca nella società della conoscenza (2010 FrancoAngeli), ha curato il volume (2009)Deportati e internati. Racconti biografici di siciliani nei campi nazisti e (2007) Secondo coscienza. Il diario di Giacomo Brisca 1943-1944 (in collaborazione), entrambi editi da Edizioni ANRP/Mediascape, Roma.
Vilma Gidaro: uma cantiga "Na Capelinha da Senhora do Ó"
Tentava um dia encontrar o meu amor
Recensão de Duarte Pinheiro: "O Deus do Bosque"
O novo romance de João Tordo - “O Bom Inverno” - baseia-se na história de uma procrastinação. “Que coisa pode ser mais ridícula do que um escritor que não acredita na literatura, embora julgue, paradoxalmente, que esta acabará por o vingar?” (p. 13) interroga-se o narrador da mesma, um escritor desiludido com as falácias do seu mundo e hipocondriacamente coxo. Depois de alguma relutância, o protagonista decide participar num encontro de escritores em Budapeste, onde conhece um jovem mas ambicioso escritor italiano, Vincenzo Gentile; e é este quem lhe propõe, por mero interesse profissional, umas férias de verão (ou será ironicamente 'um bom inverno') na casa de um famoso produtor cinematográfico – Don Metzger – em Sabaudia, Itália. Nessa casa imersa num bosque, o nosso narrador conhecerá gente excêntrica, como Roger e Stella Dormant, realizador e actriz de filmes pornográficos que prolongam os seus ofícios para além das filmagens em noites extasiantes de álcool, sexo e drogas, ou ainda, Andrés Bosco, um artista catalão que, para deleite do seu mecenas (o próprio Don Metzger), constrói balões de ar quente que vagueiam vazios pelos céus azuis do Lácio. Todavia, o nosso escritor não chega a conhecer o anfitrião da casa, ou melhor, conhece-o já morto. E o assassinato deste produtor é o (um dos) ponto(s) de viragem da história, como se descarrilássemos em episódios mais ou menos surpreendentes. As personagens ficam presas no covil do assassino e o destino delas é imprevisível. Mas um escritor raramente poderá contar a verdade, inventando-se mentiroso e cobarde, adiando para tal uma outra existência e refugiando-se no peso indelével das palavras. Nós, leitores, não esperávamos que uma história sobre o destino niilista de um escritor e o lugar da própria literatura - “uma mentira impossível em substituição da vida possível que constantemente recusavam.” (p. 50) – fosse, afinal, um policial cru, espesso, e castrador. Os diálogos fluidos e os jogos semânticos adensam uma história já de si misteriosa e perturbadora, e nem sequer faltam as notas de rodapé que nos fazem recuar estilisticamente até José Cardoso Pires. O autor de As Três Vidas volta a surpreender-nos, escrevendo um romance vertiginoso e cortante, mas que poderá ser apenas mais uma “escusada mentira” (p.288) de quem textualmente encontra na morte uma factível vida.
Duarte Pinheiro