venerdì 27 aprile 2018

Lançamento do livro "Elogio da sede", de José Tolentino Mendonça



IN http://www.snpcultura.org/lancamento_do_livro_elogio_da_sede_jose_tolentino_mendonca.html

Lançamento do livro "Elogio da sede", de José Tolentino Mendonça

O P. José Tolentino Mendonça conversa esta quinta-feira com a jornalista Anabela Mota Ribeiro a propósito do seu novo livro, "Elogio da sede", durante a sessão de lançamento da obra, que será apresentada pelo responsável máximo dos Jesuítas em Portugal, P. José Frazão Correia.
O volume, editado pela Quetzal, contém as meditações propostas pelo poeta e ensaísta durante os Exercícios Espirituais do papa e da Cúria Romana realizados em fevereiro, nos primeiros dias da Quaresma, em Ariccia, próximo do Vaticano. Francisco assina o prefácio e a mensagem final.
«Obrigado por este apelo a abrirmo-nos sem medo, sem rigidez, para sermos suaves no Espírito e não nos mumificarmos nas nossas estruturas que nos fecham», declarou o papa no final do retiro, dirigindo-se ao P. Tolentino Mendonça, primeiro diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
O lançamento decorre às 18h30, na Universidade Católica, em Lisboa (auditório Cardeal Medeiros). Após a apresentação decorre a conversa entre o autor e a jornalista, seguindo-se um momento musical e, por fim, a sessão de autógrafos.
Por ocasião do Dia Mundial do Livro, apresentamos um excerto da obra.

José Tolentino Mendonça
In "Elogio da sede"

A água é ensinada pela sede

Aos sedentos é útil recordar que há uma ciência da sede. Tomada de um ponto de vista técnico a sede vem caracterizada como um conjunto de sensações internas que a desidratação desperta em nós e que a reidratação repara. É uma definição rápida esta, e que claramente supõe muito mais. Na verdade, quando nos apercebemos de que temos sede estamos a beneficiar de uma silenciosa e vital interação dos sistemas fisiológicos de controlo do nosso próprio corpo, que se organizam para transmitir-nos essa preciosa informação. Ao que parece, num adulto saudável, este mecanismo de alerta é suficiente para fazê-lo procurar um estado de hidratação adequado, mas nem sempre é assim. Tanto a capacidade de deteção da sede como a possibilidade de resposta positiva a este estímulo podem estar alteradas e, até mesmo, diminuídas, expondo a pessoa a riscos de que não se dá conta. Temos sede e não nos apercebemos. De um modo cada vez mais frequente uma das perguntas que os médicos tendem a universalizar para os pacientes de qualquer idade é esta: «Que quantidade de água bebe por dia?» E normalmente bebemos menos do que aquilo que devíamos. É uma boa pergunta para transpormos para o plano espiritual. Será que reconhecemos a sede que há em nós? Apercebemo-nos da desidratação que, voluntária ou involuntariamente, nos impomos? Damos tempo a decifrar o estado da nossa secura? A poetisa Emily Dickinson dizia que «a água é-nos ensinada pela sede». São João da Cruz afirmava que podemos beber mesmo na obscuridade porque a nossa sede ilumina a fonte. O que é que a nossa sede nos ensina? Que fonte ela ilumina e esclarece? Será que fazemos da nossa sede uma escola de verdadeiro conhecimento, nosso e de Deus? Ou, pelo contrário, aceitamos viver à míngua de água, procurando mascarar uma sede que não escutamos?

A dor da nossa sede

Não é fácil reconhecer que se tem sede. Porque a sede é uma dor que se descobre pouco a pouco dentro de nós, por detrás das nossas habituais narrativas defensivas, asséticas ou idealizadas; é uma dor antiga que sem percebermos bem como encontramos reavivada, e tememos que nos enfraqueça; são feridas que nos custa encarar, quanto mais aceitar na confiança. Em muitas ocasiões, a lâmina da sede colada à nossa garganta lembra o punhal de Abraão encostado à garganta de Isaac. E não é uma posição muito cómoda, convenhamos. Várias são as passagens da Bíblia que vão nessa linha, onde a sede nada tem de simbólico ou de inspirador. A sede é só sede: uma dura experiência de sacrifício e de prova. É assim que ela é descrita, por exemplo, em Êxodo 17:1-4:
«Toda a comunidade dos filhos de Israel partiu do deserto de Sin para as suas etapas, segundo a palavra do Senhor. Eles acamparam em Refidim, mas não havia água para o povo beber. O povo litigou com Moisés, e disse: “Dá-nos água para beber.” Disse-lhes Moisés: “Porque litigais comigo? Porque pondes o Senhor à prova?” Ali o povo teve sede de água, e murmurou contra Moisés, dizendo: “Porque nos fizeste subir do Egito para nos fazer morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e ao nosso gado?” Moisés clamou ao Senhor, dizendo: “Que farei a este povo? Mais um pouco e vão apedrejar-me.”»
Existe uma violência no mundo e em nós próprios que provém da sede, do medo da sede, do pânico que as condições de sobrevivência não estejam garantidas. Viramo-nos contra os outros, litigamos, achamo-nos enganados, queremos voltar ao passado, apressamo-nos a encontrar um bode expiatório. A sede destapa uma agressividade que nos surpreende, mas que, se formos honestos, está algures dentro de nós. Claro que não nos é grato reconhecermo-nos nessa imagem, mas ela oferece-nos pelo menos a possibilidade de nos tornarmos mais conscientes.
A dor da nossa sede é a dor da vulnerabilidade extrema, quando os limites nos esmagam. E acerca disso o Livro de Judite (7:20-22) empresta-nos algumas imagens intensas, que documentam uma situação concreta, infelizmente igual a tantas outras que se verificaram e verificam na história. No Livro de Judite (7) trata-se das consequências devastadoras provocadas pelo cerco do exército assírio:
«O exército da Assíria, a infantaria, os carros de combate e os cavaleiros mantiveram o cerco durante trinta e quatro dias, até que todos os recipientes de água dos habitantes de Betúlia ficaram vazios; as suas cisternas começaram a ficar esgotadas, sem água para poderem beber a sua porção diária, uma vez que a água era racionada. As crianças mais pequenas estavam abatidas e as mulheres e os jovens começaram a desfalecer de sede e a cair pelas ruas e às portas da cidade. Estavam no limite das suas forças.»
A sede retira-nos o alento, esgota-nos, desvitaliza-nos, faz-nos perder as forças. Deixa-nos sitiados e sem energia para reagir. Transporta-nos aos limites. Compreende-se que não seja fácil expormos a nossa sede.

A parábola da nossa sede

O dramaturgo Eugène Ionesco reagia sempre que ouvia classificar o seu teatro como «teatro do absurdo». Ele considerava tal descrição completamente despropositada. Se as suas personagens habitam num mundo de pernas para o ar, que nos mira do avesso, se usam palavras desarticuladas e termos inventados, que simplesmente não existem, há uma razão. Isto acontece para romper com a banalidade de uma comunicação humana que é muito fluente e reconhecível, mas que já não diz nada. Ionesco justificava-se explicando que a única coisa importante no teatro é que ele solte «um grito profundo da alma». Por isso, as suas peças são parábolas tatuadas sobre o coração e em rutura com este tempo desencontrado que vivemos.
Uma delas, representada pela primeira vez em 1964, chama-se "A sede e a fome". Conta a história de um casal — Jean, o homem, Marie Madeleine, a mulher —, onde cada um representa uma posição diferente não só perante a vida prática, mas também quanto ao sentido da própria vida. Jean é devorado por um desejo sem objeto, um infinito vazio, uma inquietude sem coordenação com nada de real. Ele vive abrasado por uma sede e por uma fome que nada parece aplacar. E que rugem dentro dele continuamente como um trovão: «Tenho sempre fome. Como e é como se não tivesse comido. Este vazio, este vazio que não consigo encher... O meu estômago é um buraco sem fundo; a minha boca é um abismo cujas paredes são de fogo. Fome e sede, fome e sede.» A mulher tenta reorientá-lo, mas em vão. Ela interroga-se: «Porque é que não lhe agrada criar raízes?» Ou então: «Onde poderá ele procurar aquilo que está desde sempre ao seu alcance, que se encontra ali, debaixo dos seus pés?» Ele, porém, mesmo amando a mulher e a filha, não acredita que um amor assim limitado possa satisfazer a grandeza da sua sede: «O universo é ainda maior, e o que me falta é-o ainda mais.» Em vez de viver na sede do absoluto, Jean escolheu viver o absoluto da sede. Por isso, tudo lhe parece ínfimo, insuficiente e mesquinho. Sobre todas as coisas espalha o mesmo veneno da lamúria, condenando-as. Esta sede, a que ele não consegue dar um rosto, fez dele um homem sem casa, nem raízes; incapaz de criar laços; estrangeiro de si mesmo; perdido no vazio do labirinto onde escuta apenas o solitário rumor dos seus passos.
Se tivéssemos de contar a parábola da nossa sede, porventura teria traços semelhantes. Uma sede que se torna numa grande insatisfação, numa desafeição em relação ao que é essencial, numa incapacidade de discernimento que nos empurra para os braços do consumismo. Fala-se muito contra o consumismo dos centros comerciais, mas não podemos esquecer que há também um consumismo na vida espiritual. E que o que se diz sobre um, ajuda-nos a compreender o outro.
De facto, as nossas sociedades que impõem o consumo como padrão de felicidade transformam o desejo numa armadilha. O desejo tem a dimensão de uma montra e promete uma satisfação imediata e plena que evidentemente não pode cumprir. Vemos um objeto iluminado numa vitrine e, nesse momento, ele parece-nos conter o brilho do astro distante pelo qual ansiamos. É mesmo aquele, pensamos, enquanto avançamos para a fila da caixa registadora embevecidos com aquele ato de satisfação simbólica. Mas uma vez comprado, o objeto não parece o mesmo, perdeu alguma coisa que tínhamos por irresistível, já não tem a consistência da promessa, como se a posse implicasse uma desvalorização. E com isso cresce em nós um vazio que nos faz voltar ao ponto de partida, uma vez e outra e outra. A desilusão atira-nos para o circuito insone do consumo, onde o nosso desejo adoecido se torna o desejo de nada, a pura metonímia da nossa carência. O objeto do nosso desejo é um ente ausente, um objeto sempre em falta. Obsidiados pelo transe comercial desejamos tanto que já não somos capazes de desejar. Porém, o Senhor não cessa de nos dizer: «O que tem sede aproxime-se; e o que deseja beba gratuitamente da água da vida.»

O caminho da nossa sede

Mesmo não se tratando de uma obra religiosa, o livro de Saint -Exupéry "O Principezinho" é uma espécie de mistagogia contemporânea, pois inicia-nos na procura do sentido da existência. Não é indiferente o facto de ter sido escrito no ano de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, quando tantas feridas e incertezas pesavam, e mais do que nunca parecia difícil e urgente afirmar aquele «essencial que é invisível aos olhos». Ora, na verdadeira "peregrinatio animae" que o Principezinho realiza, depois de deixar o seu planeta, uma das figuras que encontra é um estranho comerciante de pílulas.
«— Olá, bom dia! — disse o principezinho.
— Olá, bom dia! — disse o vendedor.
Era um vendedor de comprimidos para tirar a sede. Toma-se um por semana e deixa-se de ter necessidade de beber.
— Porque é que andas a vender isso? — perguntou o principezinho.
— Porque é uma grande economia de tempo — respondeu o vendedor. — Os cálculos foram feitos por peritos. Poupam-se cinquenta e três minutos por semana.
— E o que é que se faz com esses cinquenta e três minutos?
— Faz-se o que se quiser...
“Eu”, pensou o principezinho, “eu cá se tivesse cinquenta e três minutos para gastar, punha-me era a andar devagarinho à procura de uma fonte…”»
Há muitas formas de iludirmos as necessidades que nos dão vida, e de adotarmos um escapismo espiritual, sem nunca assumir, no entanto, que estamos em fuga. A nosso favor evocamos sofisticadas razões de rentabilidade e eficácia, substituindo a audição profunda do nosso espaço interior e o discernimento da nossa sede por pílulas que prometem resolver mecanicamente o nosso problema. É tão fácil apegarmo-nos à ideia de poupar cinquenta e três minutos e sacrificarmos a isso o prazer de caminhar devagarinho à procura de uma fonte. É tão fácil idolatrarmos a pressa e a vertigem neste nosso tempo hipertecnológico e que tem o culto da instantaneidade, da simultaneidade e da eficácia. Escreve Milan Kundera, em "A Lentidão":
«Há um laço secreto entre lentidão e memória, entre velocidade e esquecimento. Tomemos uma situação das mais banais: um homem caminha pela estrada. Por instantes, procura recordar-se de alguma coisa que, no entanto, lhe escapa. Então, instintivamente, ralenta o passo... Na matemática existencial esta experiência assume a forma de duas equações elementares: o grau de lentidão é diretamente proporcional à intensidade da memória; o grau de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento.»
Como é o nosso passo: sempre tenso e apressado ou humilde e distendido? Sentimo-nos nutridos pela memória ou secos pela velocidade de tudo? Sentimo-nos a caminhar devagarinho para uma fonte? Aqui, como em outros âmbitos da vida, a verdadeira conversão não consistirá em belas teorias, mas em decisões que resultem de uma tomada de consciência efetiva das nossas necessidades. E, depois, o passo a passo dos pequenos gestos e das práticas concretas que nos comprometem.


SNPC
 IN http://www.snpcultura.org/lancamento_do_livro_elogio_da_sede_jose_tolentino_mendonca.html

Imagem: Capa | D.R.
Publicado em 23.04.2018

Título: Elogio da sede
Autor: José Tolentino Mendonça
Editora: Quetzal
Páginas: 176
Preço: 14,94 €
ISBN: Título do livro


 IN http://www.snpcultura.org/lancamento_do_livro_elogio_da_sede_jose_tolentino_mendonca.html

PROVÉRBIOS PORTUGUESES - Rita Pucci


Pedimos aos nossos alunos do 3º nível que fizessem pequenos textos ilustrativos de alguns provérbios portugueses - e RITA PUCCI aceitou o desfaio, escrevendo sobre «FAZER OUVIDOS DE MERCADOR».

Obrigado, Rita!




FAZER OUVIDOS DE MERCADOR

O Mikhail desejava um cão desde há muito tempo, desde a sua chegada a Portugal há dois anos.
Ele é de origem ucraniana e tem agora dez anos.
Provém de uma família de imigrantes.
O seu pai foi o primeiro da família a deixar a Ucrânia e a viajar para Portugal em busca de um trabalho e de uma vida melhor para ele e a sua família.
Depois de ter arranjado um trabalho nas obras e arrendado um pequeno apartamento na periferia de Lisboa, ele fez chegar a sua mulher e o seu filho Mikhail.
No início, a vida em Portugal foi árdua para toda a família.
A mãe de Mikhail também teve de procurar um trabalho e encontrou-o como empregada doméstica.
Os pais de Mikhail trabalhavam duramente e ficavam fora de casa durante quase todo o dia.
Quanto ao Mikhail, pela manhã, ele ia à escola onde, devido ao seu escasso conhecimento da língua portuguesa, tinha muitas dificuldades em aprender as várias disciplinas e em fazer amigos; pela tarde, ele ficava sozinho em casa durante muitas horas e esforçava-se por aprender o português e fazer os trabalhos de casa.
Um cão ajudá-lo-ia a sentir-se menos só e seria terapêutico para a sua solidão. Mas os seus pais tinham feito sempre ouvidos de mercador e ele já não esperava ter um.
Porém, ontem, o Mikhail levou a caderneta e os seus pais, ao ver as boas notas do seu filho, comoveram-se e decidiram que ele teria um cão.

RITA PUCCI


PROVÉRBIOS PORTUGUESES - Gabriella Montali

Pedimos aos nossos alunos do 3º nível que fizessem pequenos textos ilustrativos de alguns provérbios portugueses - e GABRIELLA MONTALI aceitou o desfaio, escrevendo sobre «TER DOR DE COTOVELO».
Obrigado, Gabriella!



TER DOR DE COTOVELO

A inveja é, provavelmente, a emoção mais frequente entre as pessoas, desde o tempo do Caim. No entanto, a inveja é também o sentimento mais latente e vergonhoso. Todos somos invejosos (pelo menos às vezes!), mas ninguém nunca admitiria este miserável sentimento, apesar de serem pessoas geralmente sinceras. Por isso, provavelmente, os invejosos mais cruéis hoje em dia enchem sobretudo o Web: é ali que podem desabafar toda a sua malvadez, mas quase sempre ficando anónimos. 

A inveja “morde” a pessoa invejosa, como um caruncho rói a madeira: às escondidas, mas implacavelmente. A inveja “morde” nos provérbios de todo o mundo. Numa máxima portuguesa, a inveja “rói” o cotovelo (que “dói”), assim como num provérbio italiano a inveja “morde” o fígado, e numa máxima francesa, de mesma maneira, a inveja é comparada à ferrugem, que morde o ferro. 

Como os seres humanos querem sempre o que não podem conseguir, provavelmente a inveja vai existir para sempre. Pessoalmente, tenho inveja daquelas pessoas que não conhecem a emoção da inveja. Todavia, como é provável que não existam, vale a pena procurá-las!!

GABRIELLA MONTALI

ENERGIE PITTORICHE - nuova mostra personale di Karen Thomas



ENERGIE PITTORICHE
mostra personale di Karen Thomas

HOTEL ART
Via Margutta 56 - Roma


Opening: 3 maggio 2018 - ore 19:00
fino al 3 giugno 2018

Carlo D'Orta inaugura nuova mostra sulle architetture dell'EUR e del Torrino

 

MOSTRA E LIBRO SUGLI 80 ANNI DI EUR


Dal 3 al 31 maggio 2018 si svolgerà all’EUR a Roma, presso il salone espositivo dell’Archivio Centrale dello Stato (Piazzale degli Archivi 27, all’angolo con Viale dell’Arte), la mostra <<80 anni di EUR. Visioni differenti. Archivio Centrale dello Stato e Carlo D’Orta>>, promossa da Archivio Centrale dello Stato ed EUR spa.   Confindustria e DeA Capital Real Estate sono Main Sponsor della mostra.

L’inaugurazione si svolgerà giovedì 3 maggio alle 12,30.
La mostra proseguirà poi fino al 31 maggio, coi seguenti orari di apertura:
da martedì a venerdì, 14-19;
sabato, 10-19;
domenica, 11-15.

In questo 2018 cade infatti l’80° compleanno del quartiere EUR di Roma, e proprio questa ricorrenza, che coincide col completamento/attivazione di nuove importanti architetture nel quartiere, evidenzia la forte valenza istituzionale della esposizione.

Il progetto dell’E42 (poi ridenominato EUR, acronimo di Esposizione Universale di Roma) fu ideato nel 1935/38 come nuova area della capitale in cui avrebbe dovuto essere svolta la Esposizione Universale del 1942, che però non si tenne a causa della guerra.
L’EUR cominciò ad essere concretamente realizzato proprio nel 1938, anno in cui fu completata la costruzione del primo edificio, il Palazzo degli Uffici (sede dell’Ente EUR, oggi EUR spa), ciò che fa del 2018 l’80 anniversario dalla reale fondazione del quartiere.

In occasione di questo compleanno/ricorrenza, EUR spa (società pubblica che tutela, valorizza e gestisce una parte importante del patrimonio architettonico dell’EUR) e Archivio Centrale dello Stato (Istituto del MIBACT che valorizza e gestisce, tra l’altro, il patrimonio documentale storico sull’EUR) hanno perciò deciso di organizzare una mostra volta a raccontare 80 anni di architetture dell’EUR.

La mostra si articolerà sue due tipi di opere:

1.      Materiale storico sull’EUR (planimetrie, progetti, bozzetti, ecc) che l’Archivio Centrale dello Stato ha la funzione di conservare e gestire.

2.      Circa 200 Fotografie d’arte dell’artista Carlo D’Orta (50 stampate in grande formato, le altre proiettate a parete), autore di una approfondita ricerca fotografica, di taglio artistico e non meramente descrittivo, sulle architetture dell’EUR: da quelle originarie in stile razionalista/neoclassico progettate alla fine degli anni ’30 dal gruppo di architetti coordinati da Marcello  Piacentini,   a quelle in modern style realizzate   negli anni ’50-’70, fino alle più recenti in contemporary style realizzate in questo XXI secolo, come il Roma Convention Center e i grattacieli del Torrino.
Questa ricerca è confluita, nel marzo 2018, nel libro fotografico di Carlo D’Orta “EUR 42/oggi: visioni  differenti”, corredato anche dai testi di critici autorevoli quali Giuseppe Prode, Massimo Locci, Amedeo Schiattarella e Maria Italia Zacheo, ed edito da INAIL.