Livro de Horas atribuído a António de Holanda
"Janeiro"
Janeiro fora, cresce uma hora
Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso
Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado
Janeiro quente, traz o Diabo no ventre
Água de Janeiro vale dinheiro
Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro
Janeiro quer-se geadeiro
A pescada de Janeiro, vale um carneiro
Aproveite Fevereiro quem folgou em Janeiro
Calças brancas em Janeiro, sinal de pouco dinheiro
Cava fundo em Novembro para plantares em Janeiro
Chuva em Janeiro e não frio, dá riqueza no estio
Comer laranjas em Janeiro, é dar que fazer ao coveiro
Da flor de Janeiro, ninguém enche o celeiro
Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio
Em Janeiro saltinho de carneiro
Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.
Em Janeiro uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-de achar
Em Janeiro, cada ovelha com seu cordeiro
Em Janeiro, nem galgo lebreiro, nem açor perdigueiro
Em Janeiro, seca a ovelha no fumeiro
Em Janeiro, um porco ao sol e outro ao fumeiro
Goraz de Janeiro vale dinheiro
Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto
Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro
No minguante de Janeiro, corta o madeiro
O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro
Pintainho de Janeiro, vai com a mãe ao poleiro
Poda-me em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço
Quem em Janeiro lavrar, tem sete pães para o jantar
Se o sapo canta em Janeiro, guarda a palha no sendeiro
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