(em cima, o "Martinho da Arcada" na actualidade e,
em baixo, Fernando Pessoa no Martinho, no início do século passado)
Quase no final do primeiro semestre, os alunos do curso inicial de língua portuguesa do Instituto Português de Santo António foram convidados a fazer uma composição livre, que tivesse como denominador comum "a alimentação". Esta foi uma delas, que decidimos publicar no blog, com os nossos parabéns ao seu autor!
No restaurante do Martinho
Quando penso num restaurante ideal, embora a cozinha não seja a melhor de Lisboa, esse restaurante é o Martinho da Arcada.
É um lugar da memória, onde o tempo é imóvel e tudo tem um sabor antigo: os talheres de prata, os pratos espessos, a toalha limpa.
Os empregados são cordiais e parece que eles nos conhecem há imenso tempo (astúcia profissional!).
Habitualmente, o meu jantar “debaixo dos pórticos da Praça do Comércio” inicia com o Caldo-verde, que gosto muito de acompanhar com alguns pasteis de bacalhau... que delícia!
Depois chega o momento do prato português que eu prefiro: a carne de porco “à alentejana”... a terra e o mar juntos, como Portugal e o Oceano Atlântico!
Um jantar português não pode acabar sem um pudim flan - que no resto do mundo se chama “nata portuguesa”.
No restaurante do Martinho, há uma pequena mesa perto da janela; depois de alguns copos de vinho verde é possível ver Fernando, sentado ali, enquanto escreve uma poesia dedicada à sua, à minha Lisboa.
Roberto Manigrasso
1 commento:
Reler esta reflexão me dá uma emoção intensa e antiga. Quantas boas lembranças estão ligadas a esse pequeno Portugal, no coração de Roma!
Até logo.
Roberto
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