Claude Gillot (1673-1722), Quatre études de costumes de la Commedia dell'arte , Genève, collection Jean Bonna.
“Carnevale Romano”
Tornado particularmente famoso durante a época romântica, graças à poesia de vários autores, como o alemão Goethe, o Carnaval Romano era festejado pelos habitantes da cidade que se travestiam com fatos multicores, representando personagens tais como o advogado, o mendigo, a mulher do povo. Tradição extinta há mais de um século, permanece na memória urbana, pois tratava-se de uma festa pública de enorme dimensão, que durava oito dias, até à noite de terça-feira de Carnaval, véspera do início da Quaresma.
Era a única ocasião em que se podiam transgredir as rígidas normas de ordem pública e em que se trocavam os papéis: o rico vestia-se de pobre e o pobre de rico. Jóias feitas de gesso, penteados extravagantes e posturas bizarros completavam o ritual carnavalesco de Roma.
Entre outras tradições, recorde-se o concurso dos “moccoletti” (velas, no dialecto romano): os romanos corriam pelas estradas da cidade com uma vela na mão, tentando apagar as velas dos outros. Para além desta, faziam-se desfiles de máscaras (de personagens da Commedia dell’Arte, como Pulcinela e Arlequim), bailes públicos (festini), lançamento de confetti e sbruffi.
O primeiro local usado para os festejos, desde a época medieval, foi a actual piazza Navona, até que, em meados do século XV, passou para a zona da actual via del Corso.
MAIS sobre o Carnaval romano:
http://roma.freewebpages.org/romac16i.htm
Carnaval em Portugal
Há várias zonas do país em que o Carnaval é celebrado; os mais célebres Carnavais são os de Ovar, Madeira, Loulé e Torres Vedras.
Os Carnavais de Podence e Lazarim têm uma clara origem pagã – visível na personagem do “Careto”:
Talvez mais do que em qualquer outro lugar, o Carnaval de Podence é uma elegia do movimento. Nos dias grandes da festa — Domingo Gordo e Terça-feira de Carnaval — os Caretos só param para se dessedentar ou para combinarem mais uma investida sobre o Largo da Capela, a pequena praça da aldeia onde a gente do lugar e um punhado de forasteiros curiosos se juntam para assistir ao ritual. E como em todas as culturas e latitudes onde se celebra a funçanata, o mote da agitação está impregnado de um desígnio de licenciosidade, feição que tem pai e mãe na dualidade profana e religiosa da tradição: tanto desvario serve para despedida do Inverno e para anunciar a chegada da Primavera (em Podence, os foliões costumam contar com a benção assídua do sol), por um lado, e, por outro, para marcar (em excessos que supostamente se filiam nas antigas saturnais romanas, festas de homenagem a Saturno, deus das sementeiras) o início da Quaresma, um período de contenção no calendário religioso cristão.
IN http://www.bragancanet.pt/arte/podence.html
Em Lazarim, “o ciclo de festividades inicia-se cinco semanas antes do Domingo Gordo com a "Semana dos Amigos", seguida da "Semana das Amigas", dedicadas à rivalidade entre os sexos. Os jovens envergam os "Caretos" e as "Senhorinhas", máscaras esculpidas em madeira de amieiro pelos mestres artesãos da terra.Antes do Carnaval, as associações dos "Compadres" e das "Comadres" reúnem fundos para as actividades e criam em segredo as quadras destrutivas do "Testamento da Comadre e do Compadre", que será lido na terça-feira. Este é um dos pontos altos das festas. Trata-se de um confronto verbal onde impera a "má língua". Nesta fase de ajuste de contas, são ditas as verdades guardadas durante o ano. As festividades terminam com a queima de bonecos e com o cortejo dos "Caretos". Antes do dia acabar há ainda tempo para a realização do concurso de máscaras que premeia os artesãos com mais talento.”
Carnaval de Podence
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