Um nome de rua, no centro histórico da Cidade Eterna, que marca a presença de Portugal e a ligação antiga de dois povos e duas culturas. Nesta outra "Via dei Portoghesi" queremos falar de Portugal em Roma e de Itália em Portugal.
venerdì 30 maggio 2008
O acordo ortográfico visto por um italiano
Massimiliano Rossi é, para além de um caro amigo, um jovem italiano de grande cultura, um brilhante ex-aluno de português e um amante de Portugal. A respeito do MANIFESTO EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO (http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/) escreveu-nos a carta que aqui publicamos.
Depois de todo o esforço que fiz para aprender a escrever óptimo em vez que ótimo e acção em lugar de ação (se bem que, como italiano, não percebia a razão de escrever duma maneira e pronunciar diferentemente...), agora não quero mudar!
Brincadeiras à parte, estou de acordo com Ivo Castro e com Vasco Graça Moura, também porque, se não há unanimidade na CPLP, simplesmente...não é um bom acordo!
Um acordo que ficasse circunscrito a Portugal e Brasil faria pensar que as motivações fossem mais económicas que culturais e isso não tem muito a ver com a "unidade" ortográfica. Até porque esta unidade (ou uniformização) só seria conjecturada, permanecendo casos de ortografia diferente como na palavra facto em Portugal e fato no Brasil, que é uma das críticas da comunidade intelectual portuguesa. E em relação as formas enclíticas? Deixam-se de usar ou não?
Além disso, sempre achei que as línguas mudam com o uso popular. Portanto seria bom convocar um referendo sobre a aprovação do acordo.
Neste momento põe-se-me uma pergunta: um dos motivos do acordo é a necessidade de uniformizar os contratos legais; mas então porque é que não admitem a validade legal dos documentos nas duas versões do Português, a brasileira e a portuguesa? Isto é que se chamaria simplificação!
Já agora não é verdade que é só a língua portuguesa que possui diferenças ortográficas, porque também existe o inglês britânico e americano, mas nunca ouvi falar de acordos ortográficos entre eles...é verdade, como é que fazem os anglófonos??
De qualquer maneira assinei a petição, embora não seja Português: afinal estamos na "União" Europeia, não é?!
Massimiliano Rossi
p.s.: só uma coisa, como estrangeiro: o trema sobre o u de tranquilo, aguentar, etc. seria útil. Assim como seria útil em italiano pôr o acento sobre as palavras esdrúxulas.
mercoledì 28 maggio 2008
Italiano descobre inédito de Alberto Caeiro
Notícia da edição de ontem do jornal Diário de Notícias:
http://dn.sapo.pt/2008/05/27/artes/descoberto_poema_inedito_atribuido_a.html
Descoberto poema inédito atribuído a Alberto Caeiro
por
ISABEL LUCAS
"Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas." Este é o último verso de um poema inédito atribuído a Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa, e encontrado na última página de um livro que pertenceu a Pessoa pela equipa que está a digitalizar o espólio do poeta. O livro estava na casa que ocupa o nº 16 da rua Coelho da Rocha e só por acaso não foi detectado antes. "O poema está manuscrito e tem como cabeçalho a palavra Caeiro sublinhada", disse ao DN Patricio Ferrari que, a par com Jeronimo Pizarro, dirige a equipa que está a passar a formato digital toda a biblioteca que pertenceu a Fernando Pessoa, não apenas da Coelho da Rocha, como os papéis ainda nas mãos da família do poeta.
O poema foi encontrado a 30 de Abril pelo italiano Antonio Cardiello. "Foi uma descoberta inesperada", declarou Jeronimo Pizzarro,que só gastaria de ver o poema divulgado depois de" devidamente" estudado por especialistas na obra de Caeiro. Por enquanto levanta dúvidas. "Apesar da linguagem ser a de Alberto Caeiro e de o poema ser precedido pelo nome Caeiro, tanto pode ser o título como a assinatura. Além disso está num livro datado de 1907 quando sabemos que aquele heterónimo só apareceu em 1914." As cautelas de Pizarro, o investigador que já transcreveu o poema, são partilhadas por Patricio Ferrari. Um e outro opõem-se à intenção de Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, de fazer postais com réplicas do manuscrito para celebrar os 120 anos do nascimento de Pessoa, que se comemoram a 13 de Junho.
Sem querer divulgar a temática e mantendo para já o manuscrito bem guardado, os dois académicos defendem que ele deve ser divulgado de pois de devidamente contextualizado e em simultâneo com toda a marginália de Pessoa, também inédita e onde, por exemplo, foram encontrados em dois livros diferentes, dois horóscopos de Mussolini feitos pelo poeta. "A biblioteca de Pessoa é muito original. Ele anotava os livros, escrevia filosofia, prosa, poesia. Temos uma espécie de segundo ou terceiro espólio que nasce nos livros que ele costumava ler. Não sabemos sequer se este poema será o mais importante", salienta Jeronimo Pizarro.
Nem o poema agora encontrado nem os livros estão no lote que irá a leilão em Outubro, pela P4 Photography, e que temem venha a cair nas mãos de estrangeiros e a dispersar-se. Sobre este tema e sabendo que as suas palavras podem ser usadas para especular preços, Pizarro limita-se a dizer que é algo valioso. "Nunca nenhum papel de Pessoa foi a leilão", lembra. Os anteriores 27 mil foram comprados em 1979 pelo Estado e estão na Biblioteca Nacional. Quanto a estes 800 que a família do poeta decidiu levar a leilão, Pizarro salienta que eram desconhecidos então. "O Estado pensava estar a comprar tudo o que era de Pessoa." Não estava. O DN contactou o Ministério da Cultura que, para já, quer mais detalhes sobre o lote que contém o chamado dossier Pessoa-Crowley. Por sua vez Inês Pedrosa não tem dúvidas: "O Governo tem a obrigação de salvaguardar esse património." Isso e os cerca de 140 livros ainda na posse da família , acrescenta Ferrari. "Todos têm marginália importante que nunca foi totalmente trabalhada."|
lunedì 26 maggio 2008
Quinta-feira, na Vallicelliana, Inês de Castro por Statello
Ministero per i Beni e le Attività Culturali
BIBLIOTECA VALLICELLIANA
La direttrice
Maria Concetta Petrollo Pagliarani
invita alla presentazione del libro di
SALVATORE STATELLO
INES DE CASTRO,
HEROINA DEL TEATRO ITALIANO
TRA SETTECENTO E OTTOCENTO
Giovedì 29 maggio 2008
ore 17.oo
Salone Borromini
relatrice
MARIA GRAZIA RUSSO
interventi di
DELFINA DUCI e MANUELA PAIXÃO
lettura di brani poetici a cura di
CLAUDIA ROMITO e DANIELE STATELLO
Ines de Castro, personaggio vissuto alla corte di Alfonso IV di Portogallo nel 1300, fu protagonista di una tragica vicenda d'amore, che vide coinvolto Pietro, il principe ereditario. Vittima delle "inique corti", sacrificata alla "ragion di Stato", simbolo dell'amor puro la cui forza supera il limite della morte e i confini del tempo, grazie all'opera eternizzante della poesia, Ines, assurta a topos letterario nella cultura europea, nell'Italia del 1700 e 1800 è stata ispiratrice di opere letterarie e musicali.
MAIS sobre a BIBLIOTECA VALLICELLIANA:
http://www.vallicelliana.it/
MAIS sobre a obra:
Statello, Salvatore
Ines de Castro : eroina del teatro italiano tra Settecento e Ottocento / Salvatore Statello ; prefazione di Alfredo Sgroi ; postfazione di Angela Barbagallo ; intervento di Paola Ciarlantini
Riposto : Circolo socio-culturale Il Faro, 2004.
95 p. : ill. ; 24 cm
Fotografias do Prémio Mondello
Eis que nos chegaram algumas imagens da 34ª edição do prémio Mondello, recentemente publicado neste blog.
Nelas se distinguem alguns dos elementos do júri - Buttitta, Cordelli, Corrao, Deidier, Elkann, Forte, Lanciani, Malcovati, Marenco, Nigro, Santagata, Saracino, Scaparro, Trigilia - e dois dos vencedores, BERNARDO ATXAGA, TZVETAN TODOROV.
venerdì 23 maggio 2008
BARI: Centro Studi Lusofoni - David Mourão-Ferreira
O CENTRO STUDI LUSOFONI - Cátedra David Mourão-Ferreira - UNIVERSITÀ DEGLI STUDI DI BARI, ampliou e reformulou graficamente o seu site, por ocasião do 1.º aniversário da inauguração.
Estão, por isso, convidados todos os lusófilos e lusitanistas a visitarem
Agradecemos a assinalação à Professora Fernanda Toriello, responsável pelo CSL-Cátedra David Mourão-Ferreira.
Lanciani na 34ª edição do Prémio Mondello
(imagem da 1ª edição do Prémio Mondello)
Promovido pela Fondazione Banco di Sicilia desde 1975, a edição do "PREMIO INTERNAZIONALE LETTERARIO MONDELLO" realiza-se pela 34ª vez em 2008 e, como já tem acontecido em anos passados, contará entre o júri com a lusitanista Professora Giulia Lanciani.
Il Premio Letterario Internazionale Mondello è considerato uno tra i più importanti appuntamenti annuali nel campo della letteratura.
Ideato da Francesco Lentini e da Bartolo Cattafi nel 1975, si contraddistingue per l'originalità dell'impostazione culturale e la presenza di una giuria di intellettuali di ogni paese.
Le sezioni del Premio Letterario Internazionale Mondello sono così articolate:
Sezione "Autore Italiano": sono premiati tre Autori ex-aequo.
La Giuria, integrata da una rappresentanza di studenti di otto scuole, assegnerà il "SuperMondello" solo ad un Autore, in occasione della cerimonia di premiazione.
Sezione "Autore Straniero"
Sezione Poesia "Ignazio Buttitta"
Sezione "Opera Prima"
Sezione "Teatro" - (non sarà presente nella XXXIV edizione)
Sezione traduzione "Agostino Lombardo"
Sezione "Comunicazione"
Premio Speciale della Giuria
Premio Speciale del Presidente della Giuria
PREMIO LETTERARIO INTERNAZIONALE
MONDELLO – CITTÁ DI PALERMO
34esima EDIZIONE
Palermo, 23 –24 maggio 2008
BERNARDO ATXAGA, TZVETAN TODOROV
ANDREA BAJANI, ANTONIO SCURATI, FLAVIO SORIGA
ELIO PECORA
RENÉ DE CECCATTY
LUCA GIACHI
MILENA GABANELLI, SABRINA GIANNINI
VER:
http://www.fondazionebancodisicilia.it/it/progetti/scheda.php?id=13
martedì 20 maggio 2008
Karen Thomas e Simonetta Gagliano em S. Antonio dei Portoghesi
IPSAR
Istituto Portoghese di Sant'Antonio in Roma
R.U.F.A.
Libera Accademia di Belle Arti
sotto l'alto patrocinio di S.E. l'Ambasciatore del Portogallo presso la Santa Sede
KAREN THOMAS
vi sia la luce
SIMONETTA GAGLIANO
orizzonti
Inaugurazione: mercoledì 21 maggio 2008 dalle ore 18,30
Presiederà S.E. l’Ambasciatore del Portogallo alla Santa Sede,
Dr. Joào da Rocha Pàris
Interverranno
Mons. Agostinho da Costa Borges,
Rettore dell’Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma,
Mons. Josef Clemens,
Segretario del Pontificio Consiglio per i Laici
e il Dr. Francisco Maria Leote de Almeida Dias
seguirà un cocktail
Esposizione: 22 maggio – 22 giugno 2008
Galleria dell’Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma,
Via dei Portoghesi, 6
Orari: mercoledì, giovedì e venerdì 15-20
sabato e domenica 11-13 / 15-20
info: 06 68802496
Catalogo Karen Thomas con testi di Costanzo Costantini, Angelo Dominici, Gianni Franceschi, Valerio Rivosecchi, Claudio Strinati e intervista all’artista di Andrea Romoli Barberini
Catalogo Simonetta Gagliano con testo di Raffaele Simongini e intervista all’artista di Andrea Romoli Barberini
Ufficio stampa: Scarlett Matassi 347 0418110 – e-mail: scarlett.matassi@virgilio.it
In tempi in cui la riflessione teologica sull’arte sembra essere un argomento del tutto desueto, colpisce per coraggiosa originalità la mostra che presenta, da giovedì 23 maggio presso la Galleria dell’Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma, i lavori più recenti di Karen Thomas e Simonetta Gagliano, due pittrici che, attraverso il moderno linguaggio dell’astrazione, cercano di dare risposta ad una domanda antica: può la bellezza, come contemplazione del creato, condurci a Dio? Può ancora l’arte essere tramite del divino? Raffaele Simongini, commentando in catalogo i lavori della Gagliano, ricorda a quanti pensano di poter liquidare la questione con un’ironica alzata di spalle, le parole del teologo von Balthasar :”La nostra parola iniziale si chiama bellezza…Chi, al suo nome, increspa al sorriso le labbra, giudicandola come il ninnolo esotico di un passato borghese, di costui si può essere sicuri che non è più capace di pregare e , presto, nemmeno di amare” .
Spiega Karen Thomas: “E’ molto difficile oggi, per un artista, essere sincero. Ciò che io voglio al di sopra di ogni cosa è mantenere la mia sincerità artistica” . E la sincerità artistica è appunto il legame che apparenta gli ultimi lavori della pittrice tedesca, il ciclo Vi sia la luce, agli Orizzonti di Simonetta Gagliano, opere che non cercano di allinearsi al gusto del momento, complesse per la finezza dell’elaborazione e la solida cultura pittorica che le sottende, eppure, al contempo, abbastanza semplici e immediate da chiamare l’osservatore ad una gioiosa partecipazione emotiva. Opere che emozionano perché scavano senza pudore e senza calcolo nel mondo interiore dell’artista.
Karen Thomas – Vi sia la luce
Di stile particolarissimo che la colloca in una posizione peculiare nel panorama attuale della pittura in Italia parla Claudio Strinati commentando i lavori di Karen Thomas, berlinese, residente da diciannove anni a Roma dove insegna alla RUFA, una delle due accademie di belle arti della capitale. Karen ama però precisare che quel suo stile così personale e riconoscibile è riconducibile all’espressionismo, il luogo culturale della sua formazione. Mai del tutto abbandonato perché “L’espressionismo è il giudizio che si fa pittura. Intervenire sui grandi temi di oggi con una pittura che ha questa vocazione critica significa ribadire e sottolineare la responsabilità dell’artista che deve prendere posizione senza nascondersi, come oggi troppo spesso accade, nei territori del ludico e del decorativismo.”
I suoi lavori più recenti, una serie di dipinti tutti risolti in verticale che ha raccolto sotto il titolo Vi sia la luce, rappresentano la prosecuzione di un percorso di meditazione sulle pagine della Genesi che ha già prodotto un ciclo di nove grandi tele dedicate ai vari momenti della creazione. Ora l’attenzione dell’artista si concentra sul primo giorno: E Dio creò la luce. Da circa tre anni la sua pittura ruota attorno all’idea della luce-colore. Sulle sue tele si vedono quelle che Claudio Strinati definisce vere e proprie esplosioni cromatiche, folgorazioni visive, una luce che giunge a noi da universi lontani. Come sempre, però, nel lavoro di Karen Thomas alla sapiente ricerca di carattere pittorico si affianca la convinzione della missione morale di quella ricerca. Da questo punto di vista il soggetto biblico della creazione dell’universo non è scelto a caso: elevare un inno di luce e colore alla bellezza del creato consente infatti alla Thomas di sollecitare l’impegno dell’osservatore verso le questioni etiche che le sono care, tra queste anche quelle ambientali.
Simonetta Gagliano – Orizzonti
Risponde divertita Simonetta Gagliano a chi le chiede di inquadrare la propria ricerca d’artista: “Esiste una corrente esteto-spirituale? Un’avanguardia che contempli il concetto di sospensione del tempo e di A-temporalità dell’arte? Per me la tela è uno spazio di libertà interpretativa della coscienza.”
L’ultima fatica della pittrice romana consiste in un ciclo di tredici tele orizzontali: gli Orizzonti. Orizzonti mistici, avverte Raffaele Simongini nell’ispirato saggio in catalogo. Orizzonti che dispongono lo stato d’animo dello spettatore verso l’elevazione dello spirito di fronte a Dio. A ribadire la valenza spirituale delle sue forme-colore, “Per me, un viaggio tra fede e ricerca interiore”, Gagliano ha scelto per ognuno dei suoi tredici orizzonti un titolo tratto da versi dell’ottavo salmo del Libro di Giobbe, testo di straordinaria intensità, non a caso già commentato da William Blake, consultato dietro consiglio di Padre Nino, il cappellano della RUFA, libera Accademia di Belle Arti di Roma, dove l’artista è titolare della cattedra di pittura. Ancora la sorprende la perfetta aderenza di quelle parole alle emozioni epresse attraverso i suoi dipinti, concepiti, al pari di molta pittura contemporanea, come work in progress destinati a prendere una definita direzione in corso d’opera. Non sapeva Simonetta, quando ha messo in cantiere i suoi Orizzonti, che, questa volta, il colore l’avrebbe portata tra le pagine del Libro più antico.
Lídia Jorge em Roma, para o Prémio da União Latina
Mais uma vez presente em Roma para a atribuição do Prémio União Latina de Literaturas Românicas, este ano na sua 28° edição, a escritora portuguesa Lídia Jorge apresenta-se hoje na Sapienza Università di Roma, Facoltà di Lettere e Filosofia, Aula I (Villa Mirafiori, Via Carlo Fea, 2-00161 Roma) pelas 15h00, para um encontro intitulado "Scrittura e Storia Recente del Portogallo".
MAIS:
http://dcc.unilat.org/DCC/Litterature/Concours/LitteraturesRomanes/2008/Documents/communiqueDePresse.pt.pdf
SOBRE Lídia Jorge:
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADdia_Jorge
Agradecemos esta informação à nossa colega Dra. Patrícia Ferreira, leitora de Português na Universidade de Roma La Sapienza.
A ortografia da língua portuguesa no Corriere della Sera
(José Saramago recebendo o Nobel do rei Carl XVI Gustaf da Suécia no Stockholm Concert Hall, a 10 de Dezembro de 1998.)
I fautori della rivoluzione: benefici notevoli per le ricerche su internet
In Portogallo si parlerà «brasiliano»
Il Parlamento di Lisbona approva il progetto: si adegua la lingua agli standard dell'ex colonia
RIO DE JANEIRO - È la lingua degli enigmi di José Saramago, o sussurrata al suono struggente del fado, ma è soprattutto quella urlata dalle mulatte di Jorge Amado e resa bossa nova da Vinicius de Moraes. Solo una decina di milioni di persone parlano portoghese là dove la lingua nacque, mentre nel resto del mondo sono ben 220, in gran parte brasiliani: era abbastanza scontato che chi dovesse soccombere nel processo di unificazione della lingua fosse proprio il Portogallo, e così è avvenuto. Non senza una certa fatica, venerdì il Parlamento di Lisbona ha approvato un accordo ortografico tra gli otto Paesi al mondo dove si parla portoghese. Oltre a Portogallo e Brasile, ci sono le ex colonie di Angola, Mozambico, Capo Verde, Timor Est, Guinea-Bissau e São Tomé e Principe. Nulla di davvero radicale — i cambiamenti riguardano solo una parte dell'ortografia — ma il Portogallo ci ha messo una decina di anni per cedere. Quasi tutte le modifiche spostano le regole verso l'uso brasiliano della lingua, assai semplificato da secoli.
Alla capitolazione si sono opposti fino all'ultimo i puristi dell'idioma, che hanno consegnato una petizione di 33.000 firme ai deputati di Lisbona affinché bocciassero la riforma. Ma non c'è stato niente da fare. Anni fa, quando una commissione fissò le nuove regole, venne deciso che l'applicazione sarebbe scattata con l'approvazione di soli tre Paesi, tra i quali non necessariamente il Portogallo. Poi, però, si è ritenuto doveroso aspettare il suo sì: «Siamo i padri della lingua portoghese, non i suoi padroni », ha detto il deputato Nuno Melo al momento di votare. In Brasile, con un certo orgoglio, si è commemorata la svolta ricordando che cade nell'anno del 200esimo anniversario dello spostamento della Corte reale da Lisbona a Rio de Janeiro, in fuga da Napoleone nel 1808. La colonia che diventava impero. Le modifiche ortografiche riguardano soprattutto accenti e trattini e l'eliminazione di lettere che nella pronuncia corrente sono andate perdute. Un esempio su tutti è la parola «selezione », che si scriverà ovunque «seleção», come i brasiliani chiamano tra l'altro le proprie squadre nazionali. Chi cambia di più è il Portogallo, con l'1,4 per cento delle parole contro appena lo 0,4 del Brasile. Su alcuni vocaboli, in mancanza di accordo, le differenze sui due lati dell'Atlantico verranno mantenute. Così come, ovviamente, sulla lingua di tutti i giorni, che differisce assai di più che quella ortografica. Probabile che traduzioni e doppiaggi di film restino separati, come già avviene adesso.
Nella tv, invece, l'egemonia della telenovela brasiliana non lascia scampo: già da decenni i portoghesi si sono abituati all'accento cantato dell'ex colonia, sui teleschermi per diverse ore al giorno. I fautori della riforma sostengono che i benefici saranno notevoli: dall'uniformità nelle ricerche via Internet al linguaggio giuridico internazionale. Una antica aspirazione lusofona è quella di vedere la propria lingua tra quelle ufficiali all'Onu (attualmente sono sei: inglese, mandarino, arabo, francese, russo e spagnolo). Chi invece non pare appassionarsi al tema e non vuole polemizzare è proprio José Saramago: «Io continuerò a scrivere come sempre - ha detto - Poi sarà un problema dei correttori di bozze».
Rocco Cotroneo
18 maggio 2008
IN:
http://www.corriere.it/esteri/08_maggio_18/portogallo_lingua_938f6b64-24a5-11dd-80ae-00144f486ba6.shtml
VER também:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo
lunedì 12 maggio 2008
Lançamento de Agualusa em Roma
O escritor angolano José Eduardo Agualusa estará presente em Roma na próxima sexta-feira, 16 de Maio, para o lançamento da tradução italiana do seu romance O Vendedor de Passados, publicado em Portugal pela Dom Quixote em 2004.
Com o título Il venditore di passati e publicado pela editora Nuova Frontiera, a tradução de Giorgio de Marchis vai ser apresentada na livraria GRIOT, via de Santa Cecilia, 1/A.
Recorde-se que esta obra foi vencedora do prestigioso Independent Foreign Fiction Prize, no ano passado.
Un chicco d'Africa nel mare di Roma
Venerdi 16 Maggio
ore 19.00:
Il venditore di passati,
di Eduardo J. Agualusa,
Ed. La Nuova Frontiera.
Sarà presente l'autore.
La Libreria GRIOT ha il piacere di invitarvi alla presentazione dell'ultimo libro di José Eduardo Agualusa, voce di punta della letteratura angolana e vincitore del prestigioso "Indipendent Foreign Fiction Prize".
Félix Ventura, il protagonista del premiato romanzo, si è scelto uno strano lavoro che, però, rende bene: è un genealogista, ma non ricostruisce il passato. Lo inventa per vendere i suoi falsi a clienti disposti a pagarli profumatamente. Politici dal passato non propriamente immacolato, ex torturatori, petrolieri, trafficanti di diamanti e contrabbandieri venuti dal nulla - tutti, ormai certi di un futuro milionario - non resistono al richiamo del suo elegante biglietto da visita: "Assicuri ai suoi figli un passato migliore." Con uno straordinario talento narrativo e un raro senso dell'umorismo, Agualusa scrive una satira feroce e divertente sulle manipolazioni della memoria e racconta la vita in stato di ebbrezza di un paese, l'Angola, in cui la fantasia ha da tempo superato la realtà.
Libreria GRIOT
Un chicco d'Africa nel mare di Roma
Via di S. Cecilia 1/A - 00153 Roma
tel - fax 06 58334116
Collegamento Wi-Fi
www.griotemporio.it
info@griotemporio.it
MAIS sobre JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
http://www.agualusa.info/cgi-bin/baseportal.pl?htx=/agualusa/div&page=biografia&lg=pt&cs=brown
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Eduardo_Agualusa
Fabio Biondi leva 'Idomeneo' a Lisboa
FABIO BIONDI ESTA NOITE EM LISBOA, NA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
EUROPA GALANTE
FABIO BIONDI (maestro)
IAN BOSTRIDGE (tenor) - Idomeneo
EMMA BELL (soprano) - Elettra
JURGITA ADAMONYTE (meio-soprano) - Idamante
KATE ROYAL (soprano) - Ilia
BENJAMIN HULETT (tenor) - Arbace
Wolfgang Amadeus Mozart
Idomeneo, K.366
(ópera em versão de concerto)
Mais:
http://www.musica.gulbenkian.pt/
de BERNARDO MARIANO
in: http://dn.sapo.pt/2008/05/12/artes/fabio_biondi_e_grande_elenco_idomene.html
Fabio Biondi diz que a escolha do Idomeneo "vem do amor muito grande que sempre tive por Mozart". Mais racional, prossegue: "é uma ópera muito representativa da sua vida, mas é sobretudo um dos exemplos mais felizes e emblemáticos da reforma operística que se dá na segunda metade de Setecentos". Por fim, prático: "a orquestração muito rica e colorida presta-se bem a uma orquestra latina como a Europa Galante".
Repegamos na questão da "reforma": "Idomeneo mostra a que ponto a música pode ser mais reformista que o libreto. Mozart prova como música e texto podem ser vívidos e juntar-se num projecto teatral mais amplo e sólido que aquele da opera seria tradicional". Por isso, afirma sem rebuço que "o Idomeneo é não só uma música extraordinária, mas também um grande projecto!"
E, porém, Mozart não abunda em Biondi: "fizémos o Ascanio in Alba há três anos e eu dirigi A Flauta Mágica em Turim". Após Idomeneo, a esperança é "fazer o Così [fan tutte], uma ópera que amo muito".
Uma coisa já lamenta: "com um elenco destes e o trabalho intenso que se fez, creio que perdemos uma boa ocasião de fazer uma gravação ao vivo. Mas não estava previsto no projecto. Veremos se ainda se encontra tempo e datas para a fazer...".
Da partitura, diz ser "complicada por uma razão muito simples: é uma ópera na qual há um enorme incremento de recitativos acompanhados". Estes são "uma língua extraordinária, pois são os comentários mais belos, profundos e, em simultâneo, mais próximos da força de um texto". O busílis é que "são difíceis de gerir". Inesperadamente, algo lhe facilitou o trabalho: "aos 18 anos, o Idomeneo foi uma paixão para mim e agora, ao iniciar os ensaios, reparei que a música estava ainda totalmente gravada na minha alma!" Um amor antigo...
A versão que ouviremos, diz: "é a versão da estreia, em Munique [a 29 de Janeiro de 1781] patente na Neue Mozart-Ausgabe, com uma única adição: a última ária de Elettra, que Mozart retirou na produção de estreia, mas que, pela sua beleza e qualidade, me pareceu cruel não mostrar ao público". Biondi usa uma orquestra "muito próxima das dimen- sões da Orquestra de Mannheim, aquando da estreia". Segundo ele, "conseguiu-se um feliz equilíbrio e uma presença sonora que evidencia os vários detalhes da orquestração".
Sobre a ornamentação nas árias, é cauteloso: "as árias têm uma estrutura muito particular. À parte Idamante, escrito para um castrato, as árias dos outros não se prestam a grandes manipulações de escrita". E explica: "são árias reformistas, a sua estrutura já não está nos moldes da típica da capo barroca". Dos cinco personagens principais, escolhe Idamante, "porque me agradam os fracos e sofredores", justifica. Cita ainda Idomeneo, mas por outras razões: "ter alguém como Ian Bostridge a fazê-lo". Uma terceira personagem lhe merece uma observação: "Elettra, pelo seu carácter, é uma das primeiras magas-feiticeiras da história da ópera e sinto-a afim do jovem Verdi - de resto, penso muito no Macbeth quando fazemos o Idomeneo". E, no entanto, afirma, "o grande significado do Idomeneo está na palavra esperança, aliada à perseverança. O seu grande e solar sorriso afirma o nosso direito inalienável à esperança".
Após Mozart, Vivaldi: "vou gravar Ercole sul Termodonte em Florença, daqui a um mês, com Ciofi, Damrau, Genaux, Daniels, Villazón e DiDonato", diz, com entusiasmo. Pudera...
Cardeal português em Roma fala da fome
Sua Eminência o Cardeal José Saraiva Martins, nasceu em Gagos de Jarmelo, na Diocese da Guarda, a 6 de Janeiro de 1932. Foi ordenado presbítero no dia 16 de Março de 1957 e eleito titular da Igreja de Tuburnica, com o título de Arcebispo a 26 de Maio de 1988.
No Consistório de 21 de Fevereiro de 2001 foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II, com o título de Diácono de Nossa Senhora do Sagrado Coração.
Exerce desde 30 de Maio de 1998 a função de Prefeito da Congregação da Causa dos Santos.
Notícia na edição de hoje do Diário de Notícias
de JACINTA ROMÃO
in: http://dn.sapo.pt/2008/05/12/sociedade/cardeal_lanca_alerta_contra_o_escand.html
Vivemos numa "sociedade opulenta" e depois deparamo-nos com "esta realidade triste, vergonhosa, onde morrem milhões de irmãos à fome". É desta forma que o cardeal português, José Saraiva Martins, que preside hoje e amanhã às celebrações do 13 de Maio em Fátima, um dos "ministros do governo" no Estado do Vaticano, caracteriza o estado actual da sociedade no mundo. Colocando o enfoque nos países ocidentais, onde considera que a situação de pobreza ainda é menos admissível do que nas áreas do globo menos desenvolvidas.
Defende, por isso, que é preciso "proceder a uma distribuição social dos bens que a Terra produz", porque "são de toda a humanidade, não deste ou daquele que se arrogue seu proprietário". O prelado alerta "os responsáveis mundiais" - declarando ao mesmo tempo a incapacidade da Igreja Católica para intervir directamente - para o que considera "o escândalo da fome" na sociedade contemporânea, algo "intolerável e inadmissível". Para si, a actual carência de alimentos para milhões de pessoas "quer dizer que alguma coisa não funciona" e apela aos "responsáveis para que ponham os olhos neste problema e o resolvam porque todos os homens têm direito uma vida digna".
A Igreja "não pode substituir os políticos", sublinhou, ao ser confrontado com perguntas dos jornalistas, num encontro informal ontem à tarde. "Pode levantar a voz e recordar o dever de obediência a certos princípios", diz, mas julga que a separação entre a religião e a política "deve manter-se como até aqui". "A Igreja faz o que pode e não pode ir mais além", justificou. Ressalva, ainda assim, que a Igreja pode e deve manifestar-se dizendo que "estes problemas como a fome" ou a "proibição" do governo da antiga Birmânia de entrar ajuda externa à população constituem "uma violação dos direitos humanos". Aceita que pode entender- -se neste contexto a mensagem que pretende deixar aos peregrinos neste 13 Maio em Fátima, no qual inclui o tema da família, negando, embora, qualquer intenção de comentar os assuntos internos do País no que toca às leis que estão no topo da actualidade nacional como a do divórcio.
Ontem, numa celebração de cariz mais particular onde celebrou uma missa a convite dos membros do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, reunidos no Santuário para comemorar os 75 anos da instituição, o cardeal leu o anúncio da assinatura do decreto que declara a heroicidade das virtudes do fundador do Instituto, pelo Papa Bento XVI - monsenhor Joaquim Alves Brás, que foi camareiro secreto do Papa Pio XII, nomeado em 1958. O introdução do processo de beatificação e canonização vinha já de 1990. Saraiva Martins, centrou, por isso, a tónica da sua homilia nas questões da família e reforçou aos jorna- listas a ideia de que esta é questão central das sociedades actuais.
A lei divórcio não deixará, mesmo assim, de constituir tema no Santuário de Fátima nestes dias, mas pela mão do reitor cessante, monsenhor Luciano Guerra. Como já vem sendo hábito, este escreveu o seu editorial deste mês no jornal oficial, Voz da Fátima, e discorre largamente sobre o assunto. Sem nunca mencionar o diploma legal em causa opina sobre as implicações que dela decorrem afirmando: "A verdade das leis mede-se pelo bem que conseguem para aqueles que a aplicam" e lamenta-se pelo alastramento da "mentira" que se tornou uma "epidemia" e provoca "a desintegração da unidade e da verdade social".
E já mais directo ao tema do divórcio que responsabiliza por fragilidades sociais escreve: "Mente-se nas grandes instituições, entre as pessoas responsáveis pela sua liderança, nas nações, nos governos, nos sindicatos, nas empresas, nos partidos; mente-se até nas instituições para educar as crianças". E incisivo, na crítica quando diz que "facilitam o suceder dos divórcios e caucionam a infidelidade conjugal", sem "prevenirem o abandono dos filhos pequenos e só agora descobrem o hediondo crime de pais que recorrem às piores calúnias para privarem o outro progenitor da custódia dos filhos".
venerdì 9 maggio 2008
Canção portuguesa e piano italiano
A tarde de ontem, no Instituto Português de Santo António, foi dominada pelo abraço cultural entre Portugal e Itália. Isto porque, no salão nobre desta multissecular instituição nacional em Roma, se assinalava a doação de um piano de cauda por parte dos herdeiros do maestro Giusepppe Morelli (Roma 2.08.1907-16.07.1998), celebrando a memória deste músico italiano através da execução de algumas das suas obras, e contemporanemanete se fazia uma interessante conferência sobre a "canção portuguesa para piano", no século XX português.
O tenor e professor do Conservatório de Lisboa, Mario Anacleto, discursou sobre as origens e os desenvolvimentos deste género musical em Portugal:
«A partire dal 1820, le lotte liberali e la creazione di istituzioni di indole professionalizzante e di carattere liberale, come nel caso dei Conservatori, e in particolar modo quello di Lisbona creato nel 1835, da un lato porta all’apprendimento della musica e al suo sviluppo a livello professionale, e dall’altro lato favorisce l’emergere della Trova popolare, un mondo che fino ad allora era stato soffocato dal regime monarchico. Tra le raccolte regionali effettuate da diversi artisti, che hanno reso possibile la compilazione di Canzonieri Popolari, si distinguono quelle realizzate da Francisco de Lacerda, Artur Santos e Fernando Lopes-Graça. La raccolta di Francisco de Lacerda sarà pubblicata solamente nel 1935, un anno dopo la morte del suo autore. A partire da questa materia prima parallelamente alla nascita della radio (Emissora Nacional), diversi compositori sono stati chiamati ad elaborare un accompagnamento pianistico per molte di queste canzoni. Una parte sostanziale del repertorio della canzone accompagnata ha le sue origini in tali lavori dei diversi compositori, tra i quali possiamo citare i più emblematici: Francisco Lacersa, Alexandre Rey Colaço, Vianna da Motta, Luís de Freitas Branco, Tomás Borba, Artur Santos, Cronner de Vasconcelos, Cláudio Carneyro, Fernando Lopes-Graça. Questi e molti altri autori, sono stati importanti per lo sviluppo e per l’impiego musicale dell’elemento rustico, folcloristico e popolare similmente alle avvincenti opere di Bela Bartók, Maurice Ravel, Manuel de Falla tra altri.»
A conferência foi seguida pela interpretação de obras de:
Francisco de Lacerda
1. A Alegria dos meus olhos
2. Não morreu nem acabou
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Lacerda
José Viana da Mota - Olhos Negros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viana_da_Mota
Luís de Freitas Branco - Aquela Moça
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Freitas_Branco
Cláudio Carneyro – Quatrain
http://www.mic.pt/cimcp/port/apresentacao.html?/cimcp/dispatcher?where=0&what=2&show=0&pessoa_id=141&lang=EN
Jorge Cronner de Vasconcelos - Eu hei-de cantar bem alto
http://phonoarchive.org/grove/Entries/S06863.htm
Fernando Lopes-Graça - Es falsa três vezes falsa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Lopes-Gra%C3%A7a
Armando José Fernandes – Tecedeiras
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armando_Jos%C3%A9_Fernandes
Fernando Lapa - 0 Céu, a Terra, o vento sossegado
http://www.meloteca.com/musicos-compositores.htm#lapa
João Heitor-Rigaud - Vou sobre o Oceano
http://www.meloteca.com/musicos-compositores.htm#rigaud
Carlos Figueiredo -Sé Velha (fado)
para além de um fado, "É fogo a cor dos teus olhos", composto pelo próprio Mário Anacleto.
Ao piano, o tenor português foi acompanhado pelo Maestro Massimo Scapin.
A neta do Maestro Morelli, Gabriella Morelli, ao piano, interpretou Meditazione per violino e pianoforte, Soldatini-Marcetta-Burlesca per pianoforte, Largo espressivo per violoncello e pianoforte, acompanhada pelos irmãos David (violino) e Marco Simonacci (violoncello).
lunedì 5 maggio 2008
"O grande templo do cinema" de Turim
Na edição de hoje do Diário de Notícias, uma outra notícia relativa ao cinema italiano. De Nuno Galopim.
O GRANDE TEMPLO DO CINEMA
NUNO GALOPIM, em Turim
É impossível passear pela cidade de Turim sem deixar de reparar numa estrutura invulgar que se destaca de uma paisagem urbana em que os edifícios raras vezes ultrapassam os cinco andares. Com 167 metros de altura, dominada por uma enorme cúpula, a Mole Antonelliana é um dos ex-líbris da cidade. E raro é o guia turístico ou conselho de amigo que por lá já passou antes que não coloque este "monumento" entre as paragens obrigatórias em Turim. Pela sua imponência arquitectónica, pelo observatório que permite uma vista panorâmica sobre a cidade e, acima de tudo, pelo Museo Nazionale del Cinema (Museu Nacional do Cinema) que alberga há alguns anos. Considerado como um dos melhores do mundo no género, concede algum protagonismo ao cinema italiano mas em nada esquece outras cinematografias de paragens mais distantes.
O acervo do museu soma hoje números impressionantes. As colecções incluem perto de 12 mil filmes, 20 mil objectos (de aparelhos a memorabillia), 750 mil fotografias, 26 mil livros, 30 mil periódicos... Naturalmente apenas parte da colecção está exposta, sugerindo ao visitante uma viagem pela história do cinema, sem que tal esqueça a sua pré-história. Um andar inteiro da Mole Antonelliana é inclusivamente dedicado às primeiras experiências de imagem em movimento, desde os jogos de sombras em voga nas cortes do século XVIII ao advento do cinematógrafo e ao surgimento, logo depois, da indústria do cinema.
Uma visita ao museu pede algumas horas de disponibilidade. Começa precisamente por um percurso cronológico pela arqueologia dos antepassados do cinema. Nesse primeiro andar as paredes abrigam uma numerosa colecção de aparelhos, desde as primeiras máquinas de ilusões ópticas aos cinematógrafos. Juntam-se cartazes promocionais dos espectáculos visuais, sobretudo no século XIX. No centro do espaço, um labirinto de salas permite a experimentação dessas primeiras ilusões de movimento, promovendo uma interacção com o visitante que percorre uma máquina do tempo imaginária que transforma em vida presente as memórias de velhas imagens.
O percurso sugerido segue depois para pisos superiores dedicados a vários aspectos da história do cinema. Um andar inteiro segue, a par e passo, as etapas da produção de um filme, da ideia do argumento à exibição. Recorda os estúdios, os realizadores, a criação de cenários, do guarda-roupa e, claro, não esquece as "estrelas". No piso superior, uma galeria impressionante de posters recorda artes do desenho e da pintura ao serviço da promoção cinematográfica.
A fechar o percurso é proposta uma visita a cenários recriados de filmes e a espaços que sugerem o cinema de género, do westrern à ficção científica. Depois, nada como percorrer uma rampa que sobe até meia altura da cúpula, ladeada por fotografias e objectos que ilustram mais de cem anos de filmes, realizadores e actores.
O Museo Nazionale del Cinema mora numa casa com história. A Mole Antonelliana (assim baptizada em homenagem ao seu arquitecto, Alessandro Antonelli), foi inicialmente concebida, em 1862, como uma sinagoga. Contratempos e desentendimentos conduziram em 1878 à compra do edifício, ainda inacabado, pela Comuna di Torino. A obra foi concluída em 1899, já pelo filho do arquitecto, Constanzo Antonelli, inaugurada como monumento à unidade nacional. Recorde-se que Victor Emanuel II, o primeiro rei da Itália unificada, era natural de Turim.
O Museo Nazionale del Cinema só ali habita desde o ano 2000, tendo entretanto sido alvo de um restyling já em 2006, do qual nasceu o espaço que hoje atrai diariamente inúmeros visitantes. Esta última obra consagra no espaço não só a funcionalidade desejada num museu, como devolve à Mole Antonelliana o arrojo arquitectónico que, desde sempre, caracterizou o edifício.
IN
http://dn.sapo.pt/2008/05/05/centrais/o_grande_templo_cinema.html
João Lopes fala do cinema italiano
O crítico português de cinema, João Lopes, fala do cinema italiano na edição desta manhã do jornal Diário de Notícias.
Cinema italiano: um património riquíssimo
JOÃO LOPES
No seu filme O Caimão, Nanni Moretti aborda a Itália de Silvio Berlusconi a partir da própria indústria cinematográfica. Mais concretamente, trata-se de retratar as atribulações de um pequeno produtor de cinema que se vê a braços com um projecto de filme sobre a figura de Berlusconi. Para além das óbvias ligações com o seu presente (O Caimão foi, em Itália, um dos grandes sucessos de 2006), o filme era também uma maneira de Moretti homenagear as vias mais populares da tradição cinematográfica italiana.
Afinal de contas, ele é um dos herdeiros de um cinema antigo ("pré-televisão") que vivia da popularidade dos seus actores, mas também desse misto de crueldade e ternura com que sabia abordar os grandes temas sociais, desde a reconversão económica pós-Segunda Guerra Mundial até à evolução dos usos e costumes durante a década de 60.
Estamos a falar de um cinema que, desde os tempos do mudo, cultivou os valores do grande espectáculo. Bastará lembrar o caso emblemático de Cabiria (1914), de Giovanni Pastrone, verdadeiro monumento cinematográfico apresentado no Festival de Cannes de 2006 numa cópia restaurada com o patrocínio de Martin Scorsese. Quando, na primeira metade da década de 40, são lançadas as bases do neo-realismo, isso decorre de uma outra dimensão vital: a capacidade de o cinema italiano funcionar como espelho multifacetado das convulsões históricas, contribuindo decisivamente para a formação de uma consciência nacional. Títulos como Roma, Cidade Aberta (1945) e Paisà (1946), ambos de Roberto Rossellini, ou Ladrões de Bicicletas (1948), de Vittorio De Sica, são verdadeiras histórias de resgate, contribuindo para a superação emocional das muitas formas de destruição herdadas da guerra.
O cinema italiano manteve ao longo das décadas de 60/70, nomeadamente no mercado português, uma genuína popularidade. A comédia, mais ou menos cruzada com o melodrama, foi um género exuberante, através de vedetas como Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni ou Claudia Cardinale e realizadores como Luigi Comencini, Dino Risi ou Mario Monicelli. Isto, claro, sem esquecermos que essa foi também a época em que, através de autores como Michelangelo Antonioni ou Federico Fellini, a produção italiana esteve na linha da frente das grandes transformações dos "novos cinemas".
Apesar do contributo de autores como Nanni Moretti, Giuseppe Tornatore ou Roberto Benigni, a história do cinema italiano das últimas décadas está irremediavelmente marcada pela mediocridade imposta pelas televisões (Fellini, em filmes como Ginger e Fred, de 1986, foi dos primeiros a retratar esse processo de degradação). Seja como for, nada pode apagar a vitalidade da sua história e do seu património.
IN
http://dn.sapo.pt/2008/05/05/centrais/cinema_italiano_patrimonio_riquissim.html
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