lunedì 12 maggio 2008

Fabio Biondi leva 'Idomeneo' a Lisboa



FABIO BIONDI ESTA NOITE EM LISBOA, NA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN

EUROPA GALANTE
FABIO BIONDI (maestro)
IAN BOSTRIDGE (tenor) - Idomeneo
EMMA BELL (soprano) - Elettra
JURGITA ADAMONYTE (meio-soprano) - Idamante
KATE ROYAL (soprano) - Ilia
BENJAMIN HULETT (tenor) - Arbace

Wolfgang Amadeus Mozart
Idomeneo, K.366
(ópera em versão de concerto)


Mais:
http://www.musica.gulbenkian.pt/




de BERNARDO MARIANO
in: http://dn.sapo.pt/2008/05/12/artes/fabio_biondi_e_grande_elenco_idomene.html



Fabio Biondi diz que a escolha do Idomeneo "vem do amor muito grande que sempre tive por Mozart". Mais racional, prossegue: "é uma ópera muito representativa da sua vida, mas é sobretudo um dos exemplos mais felizes e emblemáticos da reforma operística que se dá na segunda metade de Setecentos". Por fim, prático: "a orquestração muito rica e colorida presta-se bem a uma orquestra latina como a Europa Galante".

Repegamos na questão da "reforma": "Idomeneo mostra a que ponto a música pode ser mais reformista que o libreto. Mozart prova como música e texto podem ser vívidos e juntar-se num projecto teatral mais amplo e sólido que aquele da opera seria tradicional". Por isso, afirma sem rebuço que "o Idomeneo é não só uma música extraordinária, mas também um grande projecto!"

E, porém, Mozart não abunda em Biondi: "fizémos o Ascanio in Alba há três anos e eu dirigi A Flauta Mágica em Turim". Após Idomeneo, a esperança é "fazer o Così [fan tutte], uma ópera que amo muito".

Uma coisa já lamenta: "com um elenco destes e o trabalho intenso que se fez, creio que perdemos uma boa ocasião de fazer uma gravação ao vivo. Mas não estava previsto no projecto. Veremos se ainda se encontra tempo e datas para a fazer...".

Da partitura, diz ser "complicada por uma razão muito simples: é uma ópera na qual há um enorme incremento de recitativos acompanhados". Estes são "uma língua extraordinária, pois são os comentários mais belos, profundos e, em simultâneo, mais próximos da força de um texto". O busílis é que "são difíceis de gerir". Inesperadamente, algo lhe facilitou o trabalho: "aos 18 anos, o Idomeneo foi uma paixão para mim e agora, ao iniciar os ensaios, reparei que a música estava ainda totalmente gravada na minha alma!" Um amor antigo...

A versão que ouviremos, diz: "é a versão da estreia, em Munique [a 29 de Janeiro de 1781] patente na Neue Mozart-Ausgabe, com uma única adição: a última ária de Elettra, que Mozart retirou na produção de estreia, mas que, pela sua beleza e qualidade, me pareceu cruel não mostrar ao público". Biondi usa uma orquestra "muito próxima das dimen- sões da Orquestra de Mannheim, aquando da estreia". Segundo ele, "conseguiu-se um feliz equilíbrio e uma presença sonora que evidencia os vários detalhes da orquestração".

Sobre a ornamentação nas árias, é cauteloso: "as árias têm uma estrutura muito particular. À parte Idamante, escrito para um castrato, as árias dos outros não se prestam a grandes manipulações de escrita". E explica: "são árias reformistas, a sua estrutura já não está nos moldes da típica da capo barroca". Dos cinco personagens principais, escolhe Idamante, "porque me agradam os fracos e sofredores", justifica. Cita ainda Idomeneo, mas por outras razões: "ter alguém como Ian Bostridge a fazê-lo". Uma terceira personagem lhe merece uma observação: "Elettra, pelo seu carácter, é uma das primeiras magas-feiticeiras da história da ópera e sinto-a afim do jovem Verdi - de resto, penso muito no Macbeth quando fazemos o Idomeneo". E, no entanto, afirma, "o grande significado do Idomeneo está na palavra esperança, aliada à perseverança. O seu grande e solar sorriso afirma o nosso direito inalienável à esperança".

Após Mozart, Vivaldi: "vou gravar Ercole sul Termodonte em Florença, daqui a um mês, com Ciofi, Damrau, Genaux, Daniels, Villazón e DiDonato", diz, com entusiasmo. Pudera...

1 commento:

Annina ha detto...

Fabio Biondi, Ian Bostridge e Idomeneo. Ah, perchè stavo a Copenaghen e non a Lisbona?

/anna