Um nome de rua, no centro histórico da Cidade Eterna, que marca a presença de Portugal e a ligação antiga de dois povos e duas culturas. Nesta outra "Via dei Portoghesi" queremos falar de Portugal em Roma e de Itália em Portugal.
mercoledì 28 maggio 2008
Italiano descobre inédito de Alberto Caeiro
Notícia da edição de ontem do jornal Diário de Notícias:
http://dn.sapo.pt/2008/05/27/artes/descoberto_poema_inedito_atribuido_a.html
Descoberto poema inédito atribuído a Alberto Caeiro
por
ISABEL LUCAS
"Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas." Este é o último verso de um poema inédito atribuído a Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa, e encontrado na última página de um livro que pertenceu a Pessoa pela equipa que está a digitalizar o espólio do poeta. O livro estava na casa que ocupa o nº 16 da rua Coelho da Rocha e só por acaso não foi detectado antes. "O poema está manuscrito e tem como cabeçalho a palavra Caeiro sublinhada", disse ao DN Patricio Ferrari que, a par com Jeronimo Pizarro, dirige a equipa que está a passar a formato digital toda a biblioteca que pertenceu a Fernando Pessoa, não apenas da Coelho da Rocha, como os papéis ainda nas mãos da família do poeta.
O poema foi encontrado a 30 de Abril pelo italiano Antonio Cardiello. "Foi uma descoberta inesperada", declarou Jeronimo Pizzarro,que só gastaria de ver o poema divulgado depois de" devidamente" estudado por especialistas na obra de Caeiro. Por enquanto levanta dúvidas. "Apesar da linguagem ser a de Alberto Caeiro e de o poema ser precedido pelo nome Caeiro, tanto pode ser o título como a assinatura. Além disso está num livro datado de 1907 quando sabemos que aquele heterónimo só apareceu em 1914." As cautelas de Pizarro, o investigador que já transcreveu o poema, são partilhadas por Patricio Ferrari. Um e outro opõem-se à intenção de Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, de fazer postais com réplicas do manuscrito para celebrar os 120 anos do nascimento de Pessoa, que se comemoram a 13 de Junho.
Sem querer divulgar a temática e mantendo para já o manuscrito bem guardado, os dois académicos defendem que ele deve ser divulgado de pois de devidamente contextualizado e em simultâneo com toda a marginália de Pessoa, também inédita e onde, por exemplo, foram encontrados em dois livros diferentes, dois horóscopos de Mussolini feitos pelo poeta. "A biblioteca de Pessoa é muito original. Ele anotava os livros, escrevia filosofia, prosa, poesia. Temos uma espécie de segundo ou terceiro espólio que nasce nos livros que ele costumava ler. Não sabemos sequer se este poema será o mais importante", salienta Jeronimo Pizarro.
Nem o poema agora encontrado nem os livros estão no lote que irá a leilão em Outubro, pela P4 Photography, e que temem venha a cair nas mãos de estrangeiros e a dispersar-se. Sobre este tema e sabendo que as suas palavras podem ser usadas para especular preços, Pizarro limita-se a dizer que é algo valioso. "Nunca nenhum papel de Pessoa foi a leilão", lembra. Os anteriores 27 mil foram comprados em 1979 pelo Estado e estão na Biblioteca Nacional. Quanto a estes 800 que a família do poeta decidiu levar a leilão, Pizarro salienta que eram desconhecidos então. "O Estado pensava estar a comprar tudo o que era de Pessoa." Não estava. O DN contactou o Ministério da Cultura que, para já, quer mais detalhes sobre o lote que contém o chamado dossier Pessoa-Crowley. Por sua vez Inês Pedrosa não tem dúvidas: "O Governo tem a obrigação de salvaguardar esse património." Isso e os cerca de 140 livros ainda na posse da família , acrescenta Ferrari. "Todos têm marginália importante que nunca foi totalmente trabalhada."|
Iscriviti a:
Commenti sul post (Atom)
Nessun commento:
Posta un commento