Um nome de rua, no centro histórico da Cidade Eterna, que marca a presença de Portugal e a ligação antiga de dois povos e duas culturas. Nesta outra "Via dei Portoghesi" queremos falar de Portugal em Roma e de Itália em Portugal.
lunedì 12 maggio 2008
Cardeal português em Roma fala da fome
Sua Eminência o Cardeal José Saraiva Martins, nasceu em Gagos de Jarmelo, na Diocese da Guarda, a 6 de Janeiro de 1932. Foi ordenado presbítero no dia 16 de Março de 1957 e eleito titular da Igreja de Tuburnica, com o título de Arcebispo a 26 de Maio de 1988.
No Consistório de 21 de Fevereiro de 2001 foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II, com o título de Diácono de Nossa Senhora do Sagrado Coração.
Exerce desde 30 de Maio de 1998 a função de Prefeito da Congregação da Causa dos Santos.
Notícia na edição de hoje do Diário de Notícias
de JACINTA ROMÃO
in: http://dn.sapo.pt/2008/05/12/sociedade/cardeal_lanca_alerta_contra_o_escand.html
Vivemos numa "sociedade opulenta" e depois deparamo-nos com "esta realidade triste, vergonhosa, onde morrem milhões de irmãos à fome". É desta forma que o cardeal português, José Saraiva Martins, que preside hoje e amanhã às celebrações do 13 de Maio em Fátima, um dos "ministros do governo" no Estado do Vaticano, caracteriza o estado actual da sociedade no mundo. Colocando o enfoque nos países ocidentais, onde considera que a situação de pobreza ainda é menos admissível do que nas áreas do globo menos desenvolvidas.
Defende, por isso, que é preciso "proceder a uma distribuição social dos bens que a Terra produz", porque "são de toda a humanidade, não deste ou daquele que se arrogue seu proprietário". O prelado alerta "os responsáveis mundiais" - declarando ao mesmo tempo a incapacidade da Igreja Católica para intervir directamente - para o que considera "o escândalo da fome" na sociedade contemporânea, algo "intolerável e inadmissível". Para si, a actual carência de alimentos para milhões de pessoas "quer dizer que alguma coisa não funciona" e apela aos "responsáveis para que ponham os olhos neste problema e o resolvam porque todos os homens têm direito uma vida digna".
A Igreja "não pode substituir os políticos", sublinhou, ao ser confrontado com perguntas dos jornalistas, num encontro informal ontem à tarde. "Pode levantar a voz e recordar o dever de obediência a certos princípios", diz, mas julga que a separação entre a religião e a política "deve manter-se como até aqui". "A Igreja faz o que pode e não pode ir mais além", justificou. Ressalva, ainda assim, que a Igreja pode e deve manifestar-se dizendo que "estes problemas como a fome" ou a "proibição" do governo da antiga Birmânia de entrar ajuda externa à população constituem "uma violação dos direitos humanos". Aceita que pode entender- -se neste contexto a mensagem que pretende deixar aos peregrinos neste 13 Maio em Fátima, no qual inclui o tema da família, negando, embora, qualquer intenção de comentar os assuntos internos do País no que toca às leis que estão no topo da actualidade nacional como a do divórcio.
Ontem, numa celebração de cariz mais particular onde celebrou uma missa a convite dos membros do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, reunidos no Santuário para comemorar os 75 anos da instituição, o cardeal leu o anúncio da assinatura do decreto que declara a heroicidade das virtudes do fundador do Instituto, pelo Papa Bento XVI - monsenhor Joaquim Alves Brás, que foi camareiro secreto do Papa Pio XII, nomeado em 1958. O introdução do processo de beatificação e canonização vinha já de 1990. Saraiva Martins, centrou, por isso, a tónica da sua homilia nas questões da família e reforçou aos jorna- listas a ideia de que esta é questão central das sociedades actuais.
A lei divórcio não deixará, mesmo assim, de constituir tema no Santuário de Fátima nestes dias, mas pela mão do reitor cessante, monsenhor Luciano Guerra. Como já vem sendo hábito, este escreveu o seu editorial deste mês no jornal oficial, Voz da Fátima, e discorre largamente sobre o assunto. Sem nunca mencionar o diploma legal em causa opina sobre as implicações que dela decorrem afirmando: "A verdade das leis mede-se pelo bem que conseguem para aqueles que a aplicam" e lamenta-se pelo alastramento da "mentira" que se tornou uma "epidemia" e provoca "a desintegração da unidade e da verdade social".
E já mais directo ao tema do divórcio que responsabiliza por fragilidades sociais escreve: "Mente-se nas grandes instituições, entre as pessoas responsáveis pela sua liderança, nas nações, nos governos, nos sindicatos, nas empresas, nos partidos; mente-se até nas instituições para educar as crianças". E incisivo, na crítica quando diz que "facilitam o suceder dos divórcios e caucionam a infidelidade conjugal", sem "prevenirem o abandono dos filhos pequenos e só agora descobrem o hediondo crime de pais que recorrem às piores calúnias para privarem o outro progenitor da custódia dos filhos".
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