mercoledì 17 febbraio 2010

Erasmus a Lisbona - Alessia Clementi


Notícias da nossa aluna Alessia, em Lisboa, a frequentar a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa...


Le lezioni sono iniziate la settimana scorsa, ma in questi giorni siamo a casa perche' si festeggia il carnavale.

Frequento il corso di grammatica portoghese b2, letteratura portoghese del xx secolo ed altri corsi di inglese.

Mi piace molto l'universita' portoghese, sopratutto l'organizzazione, ed anche i professori che ho conosciuto fin'ora.

Sono abbastanza esigenti ma sempre molto Disponibili, sopratutto la prof.ssa di letteratura portoghese.


ALESSIA CLEMENTI

lunedì 15 febbraio 2010

Julião Sarmento - "The real thing" na Galleria Alessandra Bonomo


Comunicato stampa evento: Julião Sarmento - The real thing


Dal sabato 27 febbraio 2010al venerdì 30 aprile 2010
Orari: lun/sab h. 15.00/19.00; o su appuntamento


La Galleria Alessandra Bonomo è lieta di annunciare la personale dell’artista portoghese Julião Sarmento. La mostra presenta una serie di nuovi quadri e disegni insieme ad un’installazione pensata appositamente per gli spazi della galleria. L’opera di Sarmento, incentrata in gran parte sulla figura femminile e sui fantasmi del desiderio, utilizza linguaggi artistici differenti: dal disegno alla fotografia, dal video all’installlazione. L’artista ci consegna lavori nei quali l’estetica del frammento diviene cifra stilistica fondamentale ed evocativa. Il corpo della donna, icona portatrice di molteplici significati, viene mostrato solo in parte – attraverso inquadrature parziali che dischiudono complessi orizzonti di senso. Afferma difatti l’artista: “Essere uomini significa desiderare, immaginare o creare costantemente ciò che non possiamo vedere o di cui non possiamo fare esperienza”. Julião Sarmento nasce a Lisbona nel 1948, ed attualmente vive e lavora ad Estoril, in Portogallo. Dal 1979 espone le sue opere in tutto il mondo. L’artista ha partecipato a due Documenta ed a tre Biennali di Venezia. Il suo lavoro è esposto, tra gli altri, presso il Museum of Modern Art di San Francisco, il Solomon R. Guggenheim Museum di New York, Il Centre Georges Pompidou a Parigi e l’Hara Museum of Contemporary Art a Tokyo.


INAUGURAZIONE

SABATO 27 FEBBRAIO 2010 ORE 18.00


Fino al 30 aprile 2010

Galleria Alessandra Bonomo

Via del Gesù 62Roma 00186

Tel +39 06 69925858


venerdì 12 febbraio 2010

Carta a Lisboa - de Ivana Bartolini

A nossa aluna Ivana Bartolini, que esteve em Lisboa a estudar na Faculdade de Letras durante o primeiro semestre, escreveu esta linda carta de despedida à cidade, e permitiu-nos a sua publicação no blog.
Obrigado, Ivana!


Roma, 11 de Fevereiro de 2010

Minha querida Lisboa,

depois de quase 5 meses deixei-te e regressei a Roma...e já tenho saudade tuas!
Esta minha carta é um algo que te devo.

Vivi uma Lisboa diferente durante o tempo da minha estadia. Uma estadia cheia de estudo, de pensamentos, de contemplações, de reflexões. Tu deste-me tudo isso. Só perto de ti me reencontro. Não sei porquê, mas o porquê é inútil, não há uma resposta.

Foste diferente porque o teu céu não foi sempre tão azul como no Verão. Foste também variável, mutável, encantadora e nunca me traíste. Foste sempre maravilhosa..

Andei vagando pelas tuas ruas, ouvi a música dum fado distante e os gritos das crianças que brincavam nas vielas e o rumor da água à beira do Tejo e senti muita felicidade!

Neste período tinhas um ar fumoso. Só depois percebi que toda aquela neblina vinha das inumeráveis vendedores de castanhas assadas. O cheiro era intenso e o fumo no ar dava-te um aspecto melancólico e irreal. Pensei: Dom Sebastião está a voltar.....num dia cheio de nevoeiro!

Às vezes fui à praia. No Inverno, para mim, é belíssima. Vi barcos que estavam lá esperando pelo mar, vi pessoas que gostavam a praia como eu... e a tua luz fez-me muita companhia.

É tudo, esta carta é a minha despedida.
Regressei a ti muita vezes e ainda hei-de voltar muitas outras.
Adeus Lisboa!

Ivana

lunedì 8 febbraio 2010

As mulheres e os livros - por Germana Lardone


A nossa aluna Germana Lardone comenta assim a frase de Agustina no filme de Manoel de Oliveira, Vale Abraão...



“As mulheres não têm de ler … livros” é uma frase provocatória.
Na minha opinião existem dois tipos de discussão: um é o da condição em que se tenta manter as mulheres em alguns contextos e o outro refere-se à lógica da cultura.

Porque é que as mulheres não devem ler um certo tipo de livros?

Ler é saber e o conhecimento é liberdade.
A leitura abre novos conhecimentos e lança em mundos antes desconhecidos, faz reflectir sobre o nosso mundo interior e às vezes é uma simples evasão da dura realidade (por exemplo, uma pessoa que está cumprindo uma pena de prisão ou uma pessoa que vive insatisfeita com a vida que leva: podem escapar com a leitura).

Quando aumenta a consciência e a capacidade de julgar das pessoas que estão numa posição de inferioridade (às vezes as mulheres, os filhos, os subalternos) põe-se em discussão um equilibro e isto é assustador.

Além disso as estatísticas e as nossas próprias experiências dizem que as mulheres lêem mais dos homens e no estudo têm mais jeito que os companheiros...

Aliás, quando não há falta de determinação, ninguém jamais conseguiu impedir que uma mulher atingisse o vértice: há exemplos em todos os campos: literário, científico, artístico, político.

GERMANA LARDONE

Luciana Stegagno Picchio. Retrato de uma Lusitanista Uma Língua, uma Cultura, uma Vida


"Luciana Stegagno Picchio. Retrato de uma Lusitanista Uma Língua, uma Cultura, uma Vida" é o título da exposição que o ISPA - Instituto Universitário apresenta de homenagem a Luciana Stegagno Picchio (1920-2008), figura a quem David Mourão Ferreira, poeta e intelectual português, apelidou de "maior lusitanista do mundo".

A exposição biobibliográfica conta com documentação fotográfica, livros e documentos únicos do arquivo pessoal e da biblioteca da filóloga, historiadora da cultura e crítica literária que foi doada ao Instituto Português de Santo António, em Roma. Simultaneamente estará patente uma exposição In Memoriam de Luciana Stegagno PIcchio do pintor português contemporâneo, Paulo Alexandre Rego.

giovedì 4 febbraio 2010

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA na Libritalia


JOSÉ EDUARDO AGUALUSA na Libritalia
Quinta-feira 11 de Fevereiro às 19.00 livraria italiana LIBRITALIA

Apresentação das traduções italianas "Un estraneo a Goa" e da antologia de contos "Borges all'inferno e altri racconti" de José Eduardo Agualusa com a presença do escritor.

Marco Bucaioni, das Edizioni dell’ Urogallo e tradutor para italiano, introduz e entrevista o escritor sobre a divulgação da literatura em língua portuguesa no estrangeiro.

Edizioni dell'Urogallo www.urogallo.eu é um projecto editorial activo desde a primavera de 2008, cujo principal objectivo é o de traduzir e publicar os títulos mais interessantes provenientes do mundo de língua portuguesa e galega.

LIBRITALIA Rua do Salitre 166b Lisboa info 213840245 libritalia@sapo.pt http://www.libritalia.pt/

Albuquerque Mendes na Vallicelliana




Foi inaugurada ontem, na presença de S. E. o Embaixador de Portugal junto do Estado italiano, Dr. Fernando de Oliveira Neves, e do Conselheiro Cultural da mesma Embaixada, Prof. Paulo Cunha e Silva, a exposição Espressioni pittoriche dei Paesi del Mediterraneo na Biblioteca Vallicelliana de Roma. Entre os expositores, o artista português Albuquerque Mendes com duas obras de pequeno formato.

Aqui ficam algumas imagens e informações do evento.


Espressioni pittoriche dei paesi del Mediterraneo

Si tiene la mostra che ospita artisti di area mediterranea organizzata con il patrocinio della Regione Lazio, della Provincia di Roma, del Comune di Roma, della Regione Calabria, della Provincia di Crotone, del Comune di Santa Severina e delle ambasciate dei Paesi partecipanti. Gli anni Novanta sono stati caratterizzati da un acceso dibattito su un ipotetico scontro tra Islam e Occidente. Dopo gli avvenimenti dell'11 settembre i discorsi sull'impossibilità di una coesistenza pacifica tra questi due mondi hanno avuto una presa facile sull'opinione pubblica. Dialogo ed apertura devono, invece, essere alla base di una convivenza tra popoli diversi superando qualsiasi conflitto di civiltà ed ostilità. Nell'esposizione sono presenti pittori di numerosi Paesi tutti appartenenti a quella culla di civiltà che è il Mediterraneo che esprimono, attraverso la loro opera, aspetti e componenti della storia e della civiltà fiorita sulle rive di questo splendido Mare. I loro nomi sono Brahim Achir, Souhail Benazzouz, Jeni Caruana, Angelo Cassia, Calev Castel, Mettheos Christou, Xovalin Delia, Aristotelis Demetriou, Corrado Frateantonio, Elizabeth Frolet, Ruza Gagulic, Anna Galea, Khaled Hourani, Lila Iatruli, Shobou Imed, Umit Inatci, Dalibor Jelavic, Julianos Kattinis, Nisveta Kurtagic' Granulo, Zeljiko Lapuh, Andreas Makariou, Solaiman Mansour, Walled Fawzi Matar, Mohamed Malehi, Alburquerque Mendes, Faith Mika, Milos Miki Popovic, Aghim Muka, Alberto Perres, Beatrice Pasquet, Aykut Seribas, Esteban Villalta Marzi, Abdel Kalic Yhia, Sheriff Shoukry. L'introduzione della conferenza Il Mediterraneo: incontro di culture e arte oggi, che si tiene in occasione dell'inaugurazione della mostra, è curata dal senatore Maurizio Mesoraca, gli interventi sono a cura di Amedeo Bonifacio, Paolo Giansiracusa e Sara Muscarà.

Data Inizio:03 febbraio 2010
Data Fine: 17 febbraio 2010
Costo del biglietto: Ingresso gratutio
Luogo: Roma, Biblioteca Vallicelliana
Orario: dal lunedì al sabato dalle 10.00 alle 13.00fino al 17 febbraio - festivi chiuso
Telefono: 0668802671 Fax: 066893868

Organizzata con il patrocinio dell'Assessorato alle politiche culturali e della comunicazione del Comune di Roma, la a mostra resterà aperta fino al 17 febbraio. L'esposizione, che ospita opere di una trentina di artisti di aerea mediterranea, è accompagnata nella giornata inaugurale da una conferenza intesa ad analizzare la realtà e le prospettive di quest'area geografica quale luogo d'incontro di culture e di arte, come superamento delle incomprensioni che hanno caratterizzato la storia recente, il Mediterraneo inteso, dunque, come un mare comune, come porta di ingresso per il dialogo e lo scambio tra i popoli diversi. I lavori saranno introdotti dal senatore Maurizio Mesoraca; interverranno lo storico dell'arte Paolo Giansiracusa, la prof. Sara Muscarà e il dott. Amedeo Bonifacio.

Visita do Embaixador de Portugal à Universidade de Roma Tre



Aconteceu ontem à tarde, 3 de Fevereiro de 2010: uma grande alegria e uma grande honra para a nossa Universidade e Deparamento de Literaturas Comparadas.

S. E. o Embaixador de Portugal junto do Estado italiano, Dr. Fernando de Oliveira Neves, acompanhado pelo Conselheiro Cultural da mesma Embaixada, Prof. Paulo Cunha e Silva vieram, a convite do Reitor da Università degli Studi di Roma Tre, Prof. Guido Fabiani, visitar a nossa Faculdade.

Depois de um encontro com o Reitor, foram acolhidos na Faculdade de Letras pela Presidente, Prof. Francesca Cantù, seguindo-se um simpático encontro com alguns dos estudantes de Português, mediado pela nossa Catedrática, Prof.ª Giulia Lanciani, e pelo Prof. Giorgio de Marchis.

Um momento de encontro muito agradável de que publicamos aqui algumas imagens, aproveitando para agradecer o esforço dos estudantes que, em época de exames e pausa intersemestral, não quiseram faltar a este momento importante na jovem história da Cátedra José Saramago.


Francisco de Almeida Dias, Cultor de Português.


Luca Capannolo
Claudia Corbi
Valentina Idini
Angela Di Matteo
Eleonora Capitoni
Antonella Silletti
Milica Pejovic
Serena Sibona
Roberta Spadacini
Valeria Di Marco
Cristina Rossi
Gabriele Mazzucco
Daniele Mastropietro
Flaminia Gaetani
Simona Capanna
Emilia Manti
Isabella Mangani
Matteo Colaci
Jeanne Valery Rollo
Elisa De Nicola

28 de Janeiro, IPSAR: Fados, Guitarradas e 2 Aniversários

Há exactamente uma semana, no dia 28 de Janeiro, a lição de Português do nível médio-avançado no Instituto Português de Santo António tornou-se numa grande festa; por quatro motivos:

- porque o nosso aluno Alessandro Cannarsa, que para além de lusófilo é um exímio guitarrista e delicado construtor de guitarras, nos presenteou com o acompanhamento musical de um pequeno concerto, em que tocou um instrumento projectado e construído por ele mesmo. Ei-lo:
- porque neste dia se celebrava o 70º aniversário da Cipriana, e da sua gémea, Alice. A Cipriana é a senhora mais popular da Via dei Portoghesi, e quem por aqui passa pode sempre encontrá-la à porta do nº 4 com o seu famoso cãozinho de nome importante: Sansão! Parabéns, Cipri!
Ei-la com a sua irmã:
- porque a nossa aluna Isabella Mangani, cuja voz maravilhosa é já bem conhecida de todos os lusófilos romanos, nos brindou com alguns fados acompanhada pelo Alessandro e pelo seu namorado Stefano. Amália, claro está, mas também dois fados dos Deolinda e uma música dos Madredeus. O Alessandro levou-a a fazer uma traiçãozinha a Portugal e cantar um tema de Elis Regina...
Ei-la:
Eis parte do seu público:
Ei-la com o Stefano:
E depois do concerto... houve lanche: magníficos doces feitos pela Isabel Sperl, e outros trazidos pela Paola Barbieri...
Mas o verdadeiro motivo de festa foi a enorme alegria que todos tivemos em festejar a colega e a aluna Paola Barbieri, a queridíssima Paoletta que tinha feito,a 27, meio século de vida! Muitos parabéns, Paoletta!
Ei-la com as suas amigas do curso de Português:
Obrigado, do coração, pelo entusiasmo de toda a turma:
Paola Barbieri
Isabella Mangani
Isabel Sperl
Paola Proietti
Roberto Iachetta
Irenella Sardone
Barbara Moreselli
Alessandro Cannarsa
Susanna Perrucchini
Claudia Bagatella Coloma

martedì 2 febbraio 2010

Lisboa - por Stefano Valente

Lisboa, Lisboa…

Pois que me parecia inútil repetir lugares comuns, assuntos já tratados, acrescento aqui as minhas — poucas e desordenadas — recordações pessoais: as que, com qualquer presunção, creio me pertençam, a mim próprio e a nenhum outro.
Portanto, sempre desordenadamente, vou começar escrevendo dois números: 25 e 28. Mas não os explico já…

Fui a Lisboa só duas vezes (que pena!). A primeira vez em 1995, a segunda exactamente dez anos depois (tratou-se de uma pura coincidência).
Em ambos os casos foi em Abril, e então tive também a sorte de assistir à celebração de 25 de Abril — eis o primeiro número — na capital portuguesa. Não falarei agora na forma lusitana de festejar — e de ser —, discreta, educada, cheia de dignidade, tímida e também um bocadinho introvertida (tão diferente da espanhola!), que adoro. Acrescento somente que, desde o meu segundo 25 de Abril português, faço parte daquela porção de humanidade (quantos somos?, chegamos à centena?) que, pela primeira vez na sua vida, viu o filme “Capitães de Abril” na televisão num quarto dum hotel de Lisboa…

Mas vamos avante.
Com um jogo de palavras “volto” à minha primeira “chegada” a Lisboa. A qualidade da luz! Então era verdade o que contava sempre a minha professora da Universidade (a grande e inesquecível — no bem e no mal — Luciana Stegagno Picchio): que Lisboa tinha aquela mesma luz que também Roma tem — dourada, como de pérolas desfeitas.
Lisboa e Roma surgem ambas sobre sete colinas.
Tudo isto, a luz e as sugestões que me tinham ensinado, somado à doce melancolia do espírito que eu tinha sentido no próprio momento de pisar o chão da Baixa, fez-me experimentar a nítida sensação de eu já ter estado aí — de me encontrar como em minha casa.
Este, assim, foi a primeira lição que tive de Lisboa, uma espécie de teorema pelo qual hoje em dia concluo que existem só três tipos de lugares, de cidades:
as cidades conhecidas (onde já temos estado)
as cidades des-conhecidas (onde nunca fomos)
e as cidades re-conhecidas (onde nunca fomos; onde porém, sem o sabermos, temos sempre vivido — como Lisboa para mim).

Fica ainda a explicar aquele outro número, o 28.
Se ainda não o tivessem adivinhado, é o eléctrico que parte (ou partia, não sei) da Praça Martim Moniz e leva até o Castelo, depois de ter ido em volta pela Alfama, subindo por vielas tão estreitas que o condutor (no meu caso era uma mulher negra, provavelmente caboverdiana) não consegue se travar e acaba por gritar palavrões terríveis aos carros ou, pior, aos camiões que lhe bloqueiam o caminho.
Apanhei-o por acaso. Desde sempre tinha querido dar uma volta à cidade por mim mesmo, de autocarro, de eléctrico, de metro. Não encontrei dificuldades — foi maravilhoso. Uma outra maneira de me mascarar de lisboeta.
Algum tempo depois li numa revista de viagens, num artigo sobre Lisboa, mais ou menos estas palavras: «… e não percam o eléctrico número 28, que faz uma volta lindíssima por Alfama e chega até o Castelo de São Jorge…».

Há muitas outras coisas, obviamente, como em qualquer viagem que se respeite.
Por exemplo quando esperei todo o dia, em vão, perto do silenciosíssimo porteiro do Instituto Camões, para ser recebido pela Presidente. Ou quando, nos Armazéns do Chiado, caiu-me no chão uma garrafa de cerveja. Ou quando tentei encontrar o endereço dum leitor da Universidade — cujo apelido era Chaves —, e fi-lo chamando o operador por um telefone público, e ele pronunciava “tchaves”, à espanhola ou talvez à galega. Ou quando os pasteis de nata me comoveram, de tanta perfeição. Ou aquela bailarina, branca de ar e espuma, a fazer piruetas mesmo na base da Torre de Belém. Ou quando, sentado diante do mar a que chamam Tejo, queria que o tempo parasse — que a passagem dos navios prosseguisse até o infinito. Ou a velhinha que cantou um fado ao sol-posto, enquanto estávamos debruçados a admirarmos a cidade pelo miradouro — e talvez não era apenas uma mulher idosa, mas também uma sereia…
Há muitas outras coisas, sim. Mas a quem interessam?

STEFANO VALENTE

IPSAR - CORSI PORTOGHESE - 2º semestre




Istituto Portoghese di Sant'Antonio in Roma

Via dei Portoghesi, 2 - 00186 ROMA
+39 06 68802496
http://www.ipsar.org/
corsi@ipsar.org


Anno Accademico 2009-2010 - 2º Semestre

Corsi di Lingua e Cultura Portoghese


La riunione iniziale (1º livello) avrà luogo presso l’Istituto, il 15 febbraio alle ore 18.30.

Attività accademiche:

P1 - 1º livello (basico)
40 ore
25 lezioni + esame
tassa iscrizione: € 25
prezzo semestre: € 300
manuale: € 30

Lunedì e mercoledì, dalle 18.30 alle 20.00.
Professore: Duarte Pinheiro.

Lezioni:
Febbraio - 17, 22, 24
Marzo - 1, 3, 8, 10, 15, 17, 22, 24, 29, 31
Aprile - 7, 12, 14, 19, 21, 26, 28
Maio - 3, 5, 10, 12, 17
Esame: 19 maggio


P2 - 2º livello (medio)
30 ore
14 lezioni + esame
tassa iscrizione: € 25
prezzo semestre: € 250
manuale P2: € 30

Martedì, dalle 18.00 alle 20.00.
Professore: Duarte Pinheiro.

Lezioni:
Febbraio - 16, 23
Marzo - 2, 9, 16, 23, 30
Aprile - 6, 13, 20, 27
Maio - 4, 11, 18
Esame: 25 maggio


P3 - 3º livello (medio-avanzato)
30 ore
14 lezioni + esame
tassa iscrizione: € 25
prezzo semestre: € 250
manuale P3: € 30

Venerdì, dalle 18.00 alle 20.00.
Professore: Francisco de Almeida Dias.

Lezioni:
Febbraio - 26
Marzo - 5, 12, 19, 26
Aprile - 2, 9, 16, 23, 30
Maio - 7, 14, 21, 28
Esame: 4 giugno


P4 - 4º livello (avanzato)
30 ore
14 lezioni + esame
tassa iscrizione: € 35
prezzo semestre: € 250

Giovedì, dalle 18.00 alle 20.00.
Professore: Francisco de Almeida Dias.

Lezioni:
Febbraio - 25
Marzo - 4, 11, 18, 25
Aprile - 1, 8, 15, 22, 29
Maio - 6, 13, 20, 27
Esame: 3 giugno


L’avviamento dei corsi sarà stabilito dalla presenza di un numero minimo di alunni. Segnaliamo che le diverse classi hanno come limite massimo il numero di 20 alunni.

altre informazioni:

o I programmi saranno stabiliti tra Professore e Allievi all’inizio delle lezioni. La valutazione comprenderà la frequenza e la partecipazione dell’Allievo, confermate da una prova orale e scritta alla fine del corso. L’esame darà diritto ad un Certificato di frequenza e merito, autenticato dalla Segreteria dell’Istituto Portoghese di Sant'Antonio in Roma.

o Il pagamento dei corsi dovrà essere effettuato presso la Segreteria dell’Istituto nel suo orario di funzionamento. Comprenderà una tassa d’iscrizione, per quelli che s’iscrivono per la prima volta, alla quale sarà aggiunta la tassa di frequenza del semestre. Presso la Segreteria sarà effettuato anche l’acquisto dei manuali di studio, sotto indicazione del Professore.



È gentilmente richiesta la pre-inscrizione tramite e.mail corsi@ipsar.org, con l’indicazione di nome e cognome, numero di telefono e livello nel quale, il candidato, pretende iscriversi. Nel caso che il numero degli pre-iscritti oltrepassasse il numero massimo previsto, verrà rispettata la precedenza attraverso l’ordine di pre-iscrizione e presenza nella riunione iniziale.

Lisboa - por Eros Olivieri


Sonhar com Lisboa

Antes de tudo, preciso de confessar uma coisa: nunca fui a Lisboa. E assim o meu discurso teria já acabado. “Obrigado. Até à próxima.”
...
Mas, se quiserem, eu posso falar um pouco de quando eu sonho com Lisboa.

A primeira coisa que eu sonho é não chegar a Lisboa de avião, nem de carro, nem de comboio, nem de moto ou de bicicleta; nem sequer a pé. Sonho chegar... de barco, de barco à vela, navegando solitário, em silêncio, através do mar Mediterrâneo.
Após dias e noites de navegação, eu dobro Gibraltar e depois passo através das Colunas de Hércules, costejo o Algarve, dobro o Cabo São Vicente e ponho a proa do barco à direita pela rota de Norte.
Eis o Cabo de Sines, o Cabo Espichel e a Costa da Caparica.
Já ouço no ar a voz de Amália e também, desculpem-me pela junção, o cheiro de bacalhau e de ginjinha.
Então, viro a proa um pouco à direita, direcção nordeste e, finalmente, apresenta-se, pálida e imponente, a Torre de Belém.
Vejo à distância as luzes de Lisboa. A cara está húmida de lágrimas e de jactos da água de mar. Os olhos procuram encontrar nos pontos mais altos de Lisboa alguns lugares e monumentos só vistos nos livros. E então descubro um a um os perfis escuros, como se fossem sombras chinesas: o Castelo de São Jorge, o Mosteiro dos Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos, a Ponte 25 de Abril, o Cristo Rei, a Boca do Vento, a Senhora do Monte.
Mas tudo o mais de Lisboa esta invisível na noite.
E então, no sonho, sonho ver a Rua Augusta, o Oceanário, o Cais de Sodré, a Basílica da Estrela, a Praça do Comércio, o Eléctrico e, ainda, sonho azulejos por toda a parte, na abóbada do céu e no chão... até na casa de banho...
Agora alvorece, o primeiro cacilheiro destaca-se da doca com as luzes de noite acesas.
Em frente, atrás de Lisboa, vai nascer o sol.
Para despertar bem, lavo a cara com agua de mar. Dos lábios saem lentas palavras: “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.....Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena”...
É Lisboa, Portugal, com certeza. Cheguei.
Amaino as velas, encosto o barco, faço os nós nos cabos e salto para terra. Não sei se é a Doca do Bom Sucesso ou a da Alcântara ou a do Jardim do Tabaco. Estou incerto, quase inquieto, até que leio num cartaz de estrada: “Olá marinheiro, bem-vindo”.
Cheguei, afinal.


EROS OLIVIERI

Lisboa - por Germana Lardone


Fui a Lisboa pela primeira vez no começo dos anos noventa e foi amor à primeira vista.

Não quero falar dos monumentos, conventos, palácios, azulejos, museus: quando viajo o que mais me interessa são as sensações e, como estas são coisas abstractas, é muito difícil para mim explica-las numa língua que não conheço bem.

Talvez o que me encantou tenha sido o céu azul, a brisa atlântica, os hieroglíficos das calçadas, não sei... é provável que tenha sido a atmosfera: era como voltar atrás de trinta anos.

Anos depois voltei e encontrei-a ainda mais bonita; do alto do elevador de Santa Justa vi que todos os telhados agora eram novos. Desci e, caminhando pelas ruas, encontrei muitos edifícios restaurados; foi um prazer reconhecer lugares da memória.

Por último aconteceu que há cinco anos, um dos meus filhos tinha por uns meses trabalhar em Lisboa... mas ainda lá está agora. Por este motivo volto a esta cidade duas ou três vezes cada ano e, como ele mora em Alfama, o bairro mas antigo e mais típico, posso gozar deste lugar que me encanta. Parece-me viver numa aldeia onde todas as pessoas se conhecem, se encontram e conversam nas ruelas estreitas e sinuosas que muitas vezes cheiram a sardinhas assadas. Gosto de passear neste bairro e sentar-me a olhar para aquele pedaço de mar que não é mar, mas que é o rio Tejo.

É como viver numa ilha com a sensação que aqui estamos na fronteira da Europa e do Oceano.


GERMANA LARDONE

Lisboa - por Vilma Gidaro


A primeira vez que vi Lisboa foi por acaso. Uma minha colega tinha-me convidado para passar férias de Verão a Portugal.
De Portugal conhecia, naquela altura, muito pouco. Lembrava-me de ter visto imagens de Lisboa, na televisão, nos dias da revolução dos cravos, muitos anos antes.
Duas horas e meia de avião e eis Lisboa!
Já no aeroporto fomos bem acolhidas, tudo funcionou na perfeição.
Habitualmente quando vejo pela primeira vez um lugar, tento sentir alguma emoção.
Lisboa deixou-me imediatamente em estado de graça. Sentia-me bem e o azul forte do seu céu abria-me a alma.
Nos dias seguintes foi muito fácil visitá-la: ao contrário de Roma, os meios de transporte em Lisboa são extremamente cómodos e frequentes, mas eu apreciei sobretudo andar a pé.
Descobri as suas grandes avenidas e praças amplas, as numerosas subidas e descidas, as esplanadas dos miradouros espalhadas por toda a cidade com vistas maravilhosas.
Comecei a conhecer a sua história e o fascínio dos seus palácios e monumentos. A grandeza imperial e as ruas dos bairros populares.
Durante o dia o céu é azul e a noite é estrelada; depois há sempre vento fresco e concertos de Fado no Bairro Alto ou nos restaurantes de Alfama; pode-se passar a noite degustando um cálice de Vinho do Porto no Solar de São Pedro de Alcântara ou passeando pelo Chiado.
Além disso descobri a beleza e a força do Rio Tejo, imenso, vivaz, vital; a energia e a riqueza da cidade, um rio que é mar e como o mar é vida.
Para mim, Lisboa foi, também, a apreciável sensação de estar em minha casa, ter um grande sentido de orientação, que não me é nada habitual, e todas as vezes que lá vou tenho a mesma sensação.


VILMA GIDARO

Lisboa - por Rocco Costantino


Lembro-me de Lisboa


Passaram muito anos, cerca de 9, desde a minha primeira visita a Lisboa e portanto as lembranças não são muito claras.
Aliás não tem sentido o fazer um micro-guia turístico, não saberia o que escrever. Mas ainda há com certeza algumas sensações e sugestões na minha memória.
Admito que não tenho lembranças de locais e lugares demasiado feitos à medida dos turistas, nem de ruas e ruelas muitas vezes características demais para serem verdadeiras.
Porém permanecem em mim a doce beleza da cidade no seu conjunto, a facilidade (talvez só dos turistas) em fazer, ver e mover-se nela.
Mas eu partia com uma sugestão grande que provinha do incipit de “O ano da morte de Ricardo Reis” do meu amado Saramago :
“Aqui o mar acaba e a terra principia. Chove sobre a cidade pálida, as águas do rio correm turvas de barro, há cheia nas lezírias”. E depois Ricardo Reis desembarca no cais Alcântara do barco Highland Brigade e chega ao Hotel Bragança na Rua do Alecrim.
Quando chega, quando passeia para cima e para abaixo do Chiado ao rio-mar, chove e chove sempre. Lembrava-me de Ricardo Reis e porventura esperava e queria chuva (ainda que fosse Julho e não Dezembro), mas pelo contrário...
Lisboa permanece na minha memória como luz, com a sua incrível luminosidade entre o oceano e o Tejo e tudo o que permanece mais vivo tem como fundo, ou melhor, como protagonistas, o Tejo, o oceano e a luz: a Torre de Belém, os Jerónimos, o Terreiro do Paço, o fantástico Oceanário.

ROCCO COSTANTINO

Encontro temático: Lisboa - sexta-feira 29 de Janeiro





Na passada sexta-feira, 29 de Janeiro, e aproveitando os últimos dias da exposição de fotografias sobre Lisboa de Luciana Galli, um grupo de alunos, liderado por Eros Olivieri, envolveram dois professores de Português numa visita-lição-apresentação sobre Lisboa.

Uma tarde para recordar, no Instituto Português de Santo António.

Aqui estão algumas imagens dessa tarde e publicam-se, de seguida, os textos apresentados oralmente pelos alunos.

Muito obrigado:

Barbara Morselli

Eros Olivieri

Germana Lardone

Ilaria de Franchis

Rocco Costantino

Rosanna Cimaglia

Stefano Valente

Vilma Gidaro

"Regresso a Roma" - Peregrnação em Fevereiro


«Durante o ano de 2007 reunimo-nos para celebrar os 30 anos da fundação do SDPJ. Era um jantar de reencontro dos fundadores; praticamente não nos tínhamos voltado a encontrar desde que nos despedimos após a nossa peregrinação a Roma... há mais de 25 anos.
Após muitas histórias e recordações e num momento já mais sereno, pensámos que deveríamos tomar qualquer iniciativa que mobilizasse os peregrinos de Roma que quisessem reencontrar-se. Ao longo destes anos e nas mais diversas circunstâncias pessoais e profissionais, fomos muitas vezes interpelados pela memória dos que peregrinaram connosco: «eu também fui a Roma em 83!». E nessa altura percebia-se a importância do nosso encontro com o Papa Wojtyla em 1983, em Castelgandolfo, e as marcas que essa peregrinação deixou nas nossas vidas. Uma etapa que vivemos na mesma idade que agora têm os filhos daquela geração de 83.
Achámos que esta memória não se devia perder e que poderíamos propor uma nova mobilização aos 1.000 jovens que visitaram o Papa. Mas, agora, em outros moldes: voltar a Roma com as famílias.
Assim, submetemos a nossa ideia ao Senhor Patriarca que, já em 1983 e na qualidade de bispo auxiliar de Lisboa com a responsabilidade da Pastoral Juvenil, acompanhou o Cardeal Ribeiro na peregrinação e superintendeu toda a organização.O Senhor D. José Policarpo concordou com esta iniciativa e concedeu-nos todo o apoio. Deste modo e depois de uma primeira reunião com alguns responsáveis dos autocarros, iniciámos o processo de organização.
Será longo e trabalhoso: perderam-se os arquivos de 1983, pelo que temos de recuperar a lista de peregrinos num processo de entreajuda. Mas será também um esforço duro e exigente: mobilizar a vontade de todos, especialmente dos filhos, e preparar os orçamentos familiares para este grande empenho económico.Considerando estes dois desafios, entendemos que a peregrinação deve ser marcada para 2010: 13 a 17 de Fevereiro. Contamos contigo e com a tua família em Roma... mas antes, como em 1983, termos ocasião de nos encontrar em Lisboa para preparar a peregrinação.
Esperamos que esta tenha sido uma boa notícia!
A Equipa Central do SDPJ 1978-1983 »




PROGRAMA

Sábado (13 de Fevereiro de 2010)
7:15 ou 9:25: Viagem Lisboa – Roma
Tempo livre


Domingo (14 de Fevereiro de 2010)
9.30h: Missa (Igreja do Colégio Urbano)
12.00h: Angelus (Praça de S. Pedro)
13.00h: Almoço e convívio (Restaurante Granicolo; entrada junto à Via della Conciliazione)
15.30h: Tempo de reflexão, formação e de encontro das famílias (Colégio Urbano)
17.30h: Fim das actividades
Tempo livre


Segunda-feira (15 de Fevereiro de 2010)
Tempo livre [sugestões culturais e turísticas: Roma, Assis, Viterbo (túmulo de João XXI)]


Terça-feira (16 de Fevereiro de 2010)
Manhã e tarde livres [sugestões para visitas ao Vaticano: museu e túmulos de S. Pedro e de João
Paulo II]
18.00h: Missa (Igreja de Santo António dos Portugueses), com entrega dos bilhetes para a
audiência com o Papa
19:00h. Concerto de órgão pelo Prof. Giampaolo Di Rosa, organista residente (Igreja de Santo
António dos Portugueses)


Quarta-feira (17 de Fevereiro de 2010)
8.30h: Concentração na Praça de S. Pedro
10.30h: Audiência com o Papa (Auditório Paulo VI)
Após a audiência: despedida espontânea
15:00h (a confirmar): transfer hotel-aeroporto para os peregrinos que regressam nesse dia
18:45h: Viagem Roma – Lisboa



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