martedì 2 febbraio 2010

Lisboa - por Germana Lardone


Fui a Lisboa pela primeira vez no começo dos anos noventa e foi amor à primeira vista.

Não quero falar dos monumentos, conventos, palácios, azulejos, museus: quando viajo o que mais me interessa são as sensações e, como estas são coisas abstractas, é muito difícil para mim explica-las numa língua que não conheço bem.

Talvez o que me encantou tenha sido o céu azul, a brisa atlântica, os hieroglíficos das calçadas, não sei... é provável que tenha sido a atmosfera: era como voltar atrás de trinta anos.

Anos depois voltei e encontrei-a ainda mais bonita; do alto do elevador de Santa Justa vi que todos os telhados agora eram novos. Desci e, caminhando pelas ruas, encontrei muitos edifícios restaurados; foi um prazer reconhecer lugares da memória.

Por último aconteceu que há cinco anos, um dos meus filhos tinha por uns meses trabalhar em Lisboa... mas ainda lá está agora. Por este motivo volto a esta cidade duas ou três vezes cada ano e, como ele mora em Alfama, o bairro mas antigo e mais típico, posso gozar deste lugar que me encanta. Parece-me viver numa aldeia onde todas as pessoas se conhecem, se encontram e conversam nas ruelas estreitas e sinuosas que muitas vezes cheiram a sardinhas assadas. Gosto de passear neste bairro e sentar-me a olhar para aquele pedaço de mar que não é mar, mas que é o rio Tejo.

É como viver numa ilha com a sensação que aqui estamos na fronteira da Europa e do Oceano.


GERMANA LARDONE

Nessun commento: