In fondo è la lezione che si impara viaggiando per il Portogallo: non credere ciecamente a ciò che si vede: quando se viaja por Portugal, temos uma impressão de andar para trás e para frente através do tempo e através do espaço.
Essa não é a verdade: Portugal conhece os usos dos espelhos e as suas dissimulações, e gosta de solicitar a imaginação dos seus espectadores com um uso elegante da ficção. Acho, então, que - mesmo nas suas manifestações de modernidade e de alta tecnologia - Portugal se apresenta como um lugar onde os arquivos convivem com linha do horizonte perdido e onde se respira uma ideia perene de destino, que simplesmente se repete sem fim no tempo presente.
Um caso único na nossa Europa: um país que não é uma ilha, mas que se apresenta como uma ilha: um macrocosmo infinitesimalmente grande num país, na verdade, pequeno (e que ainda mantém a sua proporção). Onde há uma história que se explica nos retalhos do presente.
Acho que viajar para longe de Portugal seja útil para compreender a sua alma privada e para nunca esquecer de onde é que vem aquele senso de eco perene, como a memória de um som ao longe, que sempre nos acompanhou na viagem. Um eco que consegue viver todos os dias nas veias dos homens, nos mapas dos sinais das suas mulheres e nas linhas das montanhas.
Eu vi esse som, que nunca não acaba, num sorriso calado que encontrei pela rua. Esse sorriso silencioso disse-me muito mais que muitas palavras de um livro.
MATTEO CANALE
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