Agradecemos à nossa aluna ROBERTA ZEZZA o texto e a imagem que ela mesmo criou
graficamente para o ilustrar – e que quis partilhar com os nossos leitores.
Há o mesmo provérbio em italiano (L’abito non fa il monaco), em
espanhol (El hábito no hace al monje) e em alemão (die Kutte macht noch keinen Mönch). Em inglês soa diferente, Don’t judge a book by its cover, e
talvez haja em outras línguas, mas estas são as línguas que eu conheço.
Gosto imenso dos provérbios. Acho que eles dizem muito sobre um povo, sua
história e jeito de ser. Neste caso não se pode não pensar na importância que
os monges tinham na idade média na Europa. Eles viajavam muito e eram pessoas
importantes e respeitadas. Talvez por isso todos quisessem ser monges.
Hoje em dia o provérbio não tem nada a ver com os monges, é claro, mas nós
somos os antigos monges. É verdade que se pode julgar uma pessoa pelo seu
hábito ou aparência? Acho que em algumas ocasiões sim. Por exemplo, existem
situacões que requerem um certo tipo de roupas. Se uma pessoa chega a uma
entrevista de emprego em calças de ganga rasgadas e com o cabelo tingido de
vermelho ou roxo e anfíbios, o empregador vai a pensar que esta pessoa é um
punk ansioso de voltar à década de 80. Não acho que venham trabalhar juntos,
mesmo que o nosso punk seja um engenheiro ou um economista graduado com honras.
Em outros casos, não se deveria fazer como o empregador de que falei. Há
pessoas, cuja profissão é de grande importância, que usam roupas casuais e
outras que se vestem de uma forma muito formal e por isso parecem ter muitos
mais anos. O mesmo na vida diária. Quantas vezes nós estávamos errados em
julgar uma pessoa apenas pela aparência? Vivemos num mundo cheio de restrições
em que às vezes é cansativo mantermos a nossa originalidade.
ROBERTA ZEZZA
1 commento:
gostei imenso deste texto: brava Roberta! muito muito obrigado
http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/sim-habito-faz-monge-mostra-pequisa-4488046
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