AULA EXTRA DO CURSO DE DOUTORAMENTO EM BELAS-ARTES
Jornada Internacional de Estudos
de Desenho
Lisboa, 3 de
Junho de 2013
Faculdade de
Belas Artes Universidade de Lisboa / Sala de sessões da Academia Nacional de
Belas Artes de Lisboa
Roma e a Academia de S. Lucas de
Roma como modelo para a Europa
15 00 Pietro
Roccasecca, Academia de Belas Artes de Roma
A PEDAGOGIA DO DESENHO NA ACADEMIA DO
DESENHO DE S. LUCAS 1593-1635
A pedagogia
de desenho pensada por Frederico Zuccari para a Academia de Desenho de S. Lucas
estava subdividida em duas partes, uma teórica e outra prática; os Discursos,
conferências dadas pelos Académicos para os seus pares, e o Studio, cuja finalidade era a formação
dos jovens pelo desenho.
A actividade
teórica dos Discursos era voltada para a reflexão sobre a função do “desenho
interno” na pintura, escultura e arquitectura. O escopo de Frederico Zuccari
era, de facto, refundar teoricamente o estatuto do desenho, como fundamento das
três artes, partindo do pressuposto que o desenho ele próprio não fosse uma
simples operação manual de traçar linhas sobre uma superfície mas fosse acima
de tudo uma actividade cognitiva primária.
Um barracão
próximo da Igreja de Santa Martinha foi adaptado a sala da Academia onde
haveria lugar à actividade do Studio. O
espaço foi dotado do material didático necessário e as aulas mantidas
regularmente pelo corpo académico. Do projecto didático do Studio da Academia do Desenho conhecem-se seja as actividades, seja
os objectivos formativos que continuaram a ser perseguidos nos sucessivos
Estatutos da Academia de Desenho de São Lucas.
15 30 Fernando António Baptista Pereira, Faculdade de Belas Artes Universidade de
Lisboa
FRANCISCO DE HOLANDA E O DESENHO COMO FERRAMENTA
DA CRIAÇÃO E DO ENSINO DAS ARTES
16.00 Vítor Serrão, Faculdade de Letras, Instituto
de História de Arte
CAMPELO EM ROMA: A 'BELLA
MANIERA' E O PRIMADO DO 'DISEGNO'
16.30 Luísa Capucho Arruda, Faculdade de Belas
Artes Universidade de Lisboa
Disegno / Desenho
ROMA E A
ACDEMIA DE S. LUCAS COMO MODELO PARA OS
ESTUDOS ARTÍSTICOS EM PORTUGAL
Disegnate!
Disegnate! Era a resposta de Donatello aos seus alunos
quando queriam saber que fazer depois de acabar os desenhos que lhes tinha
mandado fazer.
A prática do desenho com normas próprias e como fundação e estrutura das
três artes é o contributo principal da Academia de Desenho de S. Lucas de Roma
relativamente aos estudantes portugueses, do século XVI ao XVIII. Interessavam
à Academia do desenho os estudos do antigo, do nu, das obras das principais
figuras artísticas, e a compreensão de diversas ciências, como a perspectiva, a
anatomia e as teorias e filosofias relativas à Arte.
No decurso do século XVIII
sucederam-se tentativas de abertura de Academias de desenho em lisboa, por
iniciativa de artistas que estudaram na Academia de S. Lucas de Roma entre os
quais ressaltam os nomes de Francisco Vieira Lusitano (1699-1783), Domingos
Sequeira (1768-1837) e Francisco Vieira Portuense (1765-1805).
Quando a Rainha D. Maria II (1819-1853) institui a Academia de Belas
Artes de Lisboa a 25 de Outubro de 1836, foi fundada sob o modelo da Academia
de S. Lucas de Roma, baseada também nas anteriores experiencias da Academia do
Nu fundada em Lisboa por Cirillo Wolkmar Machado (1748-1823) pintor autodidata
e teórico da arte, na Aula e Laboratório de Escultura de Joaquim Machado de
Castro (1731-1822), escultor e também ele teórico da arte e finalmente na Aula
ou Academia do Palácio Real da Ajuda, sob a direcção de Domingos Sequeira e
Vieira Portuense.
A Academia de Belas Artes de Lisboa abre sob o signo
do neoclassicismo pois, na sua fundação, continuará a sofrer a influência
romana sobretudo através do pintor e restaurador de pintura antiga, António
Manuel da Fonseca (1796-1890), primeiro
professor de Pintura de História da Academia, discípulo de Vicenzo Camuccini (1771 - 1844), pintor
restaurador do Vaticano e Príncipe da Academia de S. Lucas de Roma.
17.00 Francisco de Almeida Dias, Roma Instituto de
Santo António
SANTO ANTÓNIO DE LISBOA, EM ROMA - GIACINTO CALANDRUCCI NA CHIESA DEI PORTOGHESI
Discípulo de Carlo Maratti, Giacinto Calandrucci (1645-1707)
é o pintor mais representado em Santo António dos Portugueses. A
sua actividade na igreja nacional de Roma liga-se inicialmente à
decoração da capela de Giovanni Battista Cimini, cuja viúva decidirá financiar
também o arranjo do altar-mor. Um grande número de desenhos preparatórios,
conservados em Paris e em Berlim, permitem acompanhar detalhadamente a
construção dessa que ficou como a imagem marcante da fé de uma nação na cidade
onde todas as nações se reuniam em redor de uma fé. O grande retábulo
representando a Virgem que apresenta Jesus a Santo António é
uma imagem que acabrá por chegar a Portugal, através de gravuras, cópias, e um
esboço intrigante.
17.30 Alberto Faria, Faculdade de Belas Artes,
Universidade de Lisboa
VISITA
AO GABINETE DE DESENHOS DA FBAUL: DESENHOS DE ROMA DE ARTISTAS PORTUGUESES
Nessun commento:
Posta un commento