Pedimos aos nossos alunos do 3º nível que fizessem
pequenos textos ilustrativos de alguns provérbios portugueses - e RITA PUCCI
aceitou o desfaio, escrevendo sobre «FAZER OUVIDOS DE MERCADOR».
Obrigado, Rita!
FAZER
OUVIDOS DE MERCADOR
O Mikhail desejava
um cão desde há muito tempo, desde a sua chegada a Portugal há dois anos.
Ele é de origem
ucraniana e tem agora dez anos.
Provém de uma
família de imigrantes.
O seu pai foi o
primeiro da família a deixar a Ucrânia e a viajar para Portugal em busca de um
trabalho e de uma vida melhor para ele e a sua família.
Depois de ter
arranjado um trabalho nas obras e arrendado um pequeno apartamento na periferia
de Lisboa, ele fez chegar a sua mulher e o seu filho Mikhail.
No início, a vida
em Portugal foi árdua para toda a família.
A mãe de Mikhail
também teve de procurar um trabalho e encontrou-o como empregada doméstica.
Os pais de Mikhail
trabalhavam duramente e ficavam fora de casa durante quase todo o dia.
Quanto ao Mikhail,
pela manhã, ele ia à escola onde, devido ao seu escasso conhecimento da língua
portuguesa, tinha muitas dificuldades em aprender as várias disciplinas e em
fazer amigos; pela tarde, ele ficava sozinho em casa durante muitas horas e
esforçava-se por aprender o português e fazer os trabalhos de casa.
Um cão ajudá-lo-ia
a sentir-se menos só e seria terapêutico para a sua solidão. Mas os seus pais
tinham feito sempre ouvidos de mercador e ele já não esperava ter um.
Porém, ontem, o
Mikhail levou a caderneta e os seus pais, ao ver as boas notas do seu filho,
comoveram-se e decidiram que ele teria um cão.
RITA
PUCCI
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