martedì 31 luglio 2018

LUSO - Mostra Itinerante del Nuovo Cinema Portoghese



Dal 29 settembre al via la prima edizione di “Luso – Mostra itinerante del nuovo cinema portoghese” che porterà in oltre 25 città cinque dei film più significativi della filmografia del Portogallo

Gli autori del nuovo cinema portoghese in tour in Italia
 
Cinque registi del nuovo cinema portoghese saranno i protagonisti della prima edizione di “Luso!”, la prima mostra itinerante che da settembre porterà in Italia il giovane cinema del Portogallo. Cinque film ed un programma di cortometraggi che hanno affascinato pubblico, giurie e critica dei festival internazionali e che finalmente potranno essere apprezzati anche dal pubblico grazie al progetto di cinema itinerante che mette assieme, al momento, più di 25 città italiane per il prossimo autunno e inverno.
L'inaugurazione avverrà il 29 e 30 Settembre alla Casa del Cinema di Roma, dove è in programma un incontro pubblico con i rappresentanti del cinema e della cultura portoghese.
Luso – Mostra itinerante del nuovo cinema portoghese è organizzata da Associazione Il Sorpasso - promotrice in Portogallo e in Brasile della Festa del Cinema Italiano - e Arch Film, casa di distribuzione indipendente italiana, in collaborazione con Fundação Calouste Gulbenkian,Ambasciata del Portogallo di Roma, da Instituto Camões e Slingshot Films.
Il Portogallo negli ultimi anni ha attirato l'attenzione dei media internazionali per il momento sociale e politico che sta vivendo, ma anche essere diventate una delle mete preferite dei turisti italiani. Parallelamente anche il cinema portoghese sta avendo molto successo nei festival internazionali ma i suoi giovani autori ancora in Italia non hanno avuto modo di essere conosciuti.
Le proiezioni si svolgono in sale, multisale, cineteche, centri culturali, al momento hanno già aderito oltre venticinque sale, tra queste Milano, Trieste, Torino, Bologna, Pisa, Perugia, Roma, Palermo, Bari, Lecce e tante altre. I film selezionati sono “A fabrica de nada” di Pedro Pinho, "São Jorge" di Marco Martins, “Verão Danado” di Pedro Cabeleira, “Ramiro” di Manuel Mozos e "Cartas de guerra" di Ivo Ferreira, oltre ai lungometraggi è in corso la selezione di un programma di cortometraggi dei più grandi maestri del cinema portoghese.
Luso nasce da una collaborazione tra produttori e distributori impegnati sul cinema portoghese e una rete dinamica e ancora in corso di formazione di sale cinematografiche su tutto il territorio italiano.

Contatti:
Manuela Buono
Giuseppe Gori Savellini

ANNALISA SANDIROCCO: "Ter as costas quentes"


TER AS COSTAS QUENTES não é, provavelmente, uma coisa muito apetecível neste verão tão quente em Roma... Mas este texto, pelo contrário é fresco e divertido! Feito pela nossa aluna Annalisa Sandirocco no último semestre académico, é finalmente publicado no nosso blogue. Obrigado, Annalisa - autora também da encantadora ilustração que o acompanha!


A expressão idiomática "ter as costas quentes" designa, na sua interpretação literal, uma sensação agradável de bem-estar e segurança (veja-se a ilustração) devida a uma proteção localizada nas costas, envolvidas com uma ternura que transmite calor e consolação.

A noção de proteção mantém-se com a trasladação da expressão em âmbito figurado, mas ali perde as conotações de ternura para adquirir outras, referidas a situações mais prosaicas, como lugares públicos, esfera política e semelhantes, numa palavra, favorecimento que nada tem que ver com a meritocracia; muito pelo contrário, as duas questões são incompatíveis.

Se a sua mãe é diretora clínica dum importante hospital público e você consegue obter um estágio na empresa cujos dispositivos de diagnóstico têm livre acesso, sem concurso nenhum, ao supracitado hospital, não se surpreenda se alguém insinua que tem as costas quentes.

Se a sua filha é subsecretária da Presidência do Conselho de Ministros e você está no conselho de administração dum banco popular, haverá quem suspeite que tenha as costas quentes se recebe informação com antecedência no momento do banco ter uns probleminhos.

(Como se vê, as costas quentes podem ser intergeracionais com direção de ida e volta).

Qualquer referência a fatos reais acontecidos e/o pessoas realmente existentes, deve ser considerata puramente casual.

ANNALISA SANDIROCCO

Maria João Avillez sobre José Tolentino Mendonça: "Os escolhidos"



Os escolhidos de Maria João Avillez a 28/7/2018, em https://observador.pt/opiniao/os-escolhidos/

Tanto o Gianfranco Ravasi como José Tolentino Mendonça foram pescados à linha por Deus que um dia olhou para eles como costuma olhar para os escolhidos. Que como se sabe são bem menos que os chamados.

1. “Nada acontece até ser contado” dizia Virginia Woolf que muito contou e bem contou. Tinha razão: o contar pode transformar um quinhão de vida num acontecimento. E se desistirmos contar, que outro destino para o não contado que um poço vazio? Penso muitas vezes nisso. Penso de cada vez que venho ao de cima de qualquer coisa que de imediato me sinaliza que há que contar. Contar sem que importe definir o fio – intuição? impulso? — que nos conduziu. Importa antes que o desatar do fio tenha trazido consigo aquilo que de tão misterioso altera a natureza das coisas, fazendo delas um “acontecimento”. E tanto faz que ele seja privado, pertença apenas a alguns, ou a todos: o que conta é o poder transformador do contar.

O escritor holandês Cees Nooteboom de quem leio agora um diário (“533 dias”, Siruela, Espanha) também se interrogava sobre isso mesmo: “como descrever algo que para o mundo nunca contaria como um acontecimento mas para nós, sim?”

Não preciso porém de recorrer à história dos 533 dias que Nooteboom passou na sua amada casa da ilha de Minorca para classificar de “acontecimento” uma noite inclassificável que testemunhei há dias e merece ser contada.

Passando eu agora a voluntária mensageira dessa noite.

2. Foi a meio de Julho na Capela do Rato. Alguém — ignoro quem — se propôs homenagear o poeta José Tolentino Mendonça celebrando a sua poesia e cantando-lhe os seus versos.

Contar o límpido momento que lá se viveu, fá-lo ter acontecido. Foi emotivo, profundo, íntimo. Escolhidas por Leonor Xavier — “encenadora” do límpido momento — vinte e cinco pessoas “muito diversas”, encontradas no mar dos crentes ou nas águas dos não crentes, tornaram-se, com a sua voz, parte desta celebração, ramos da mesma árvore, veios da mesma folha.

Anunciadas por mera ordem alfabética e sem mais indicação que a sua profissão, cada uma dessas pessoas “diversas” subiu três degraus de madeira e por entre a espessura de um silêncio que parecia não ter fundo, nem fim, leu, murmurou ou disse as palavras do poeta. Escolha livre, sem ensaio prévio, nem prévia combinação: “tragam um livro do Tolentino e leiam um poema” apenas dissera Leonor.

Antes, ouvira-se, breve, uma flauta; depois, plangente, uma guitarra. Aconteceu assim. Numa intimidade só possível e entendível por estar tão enrolada na raiz silenciosa do que ali se queria dizer.

3. Há muitas espécies de silêncios, sabemos bem, e mesmo que nenhum ecoe do mesmo modo, nunca será demais evocar o que mora na Capela do Rato. É um silêncio só de lá. Seja a abarrotar de pessoas nas celebrações religiosas, ou vazia de gentes e almas; seja numa simples missa dominical ou em participados encontros espirituais ou culturais, há a mesma recolhida atmosfera, tingindo os dias desta Capela. Lembra os lugares dos primeiros cristãos, rezando escondidos e talvez atordoados pela sua nova condição de desafiantes de outra ordem; lembra a dureza da procura, a alegria do caminho encontrado, a perda, a pena, a luz, a chegada. Lembra muitas e contraditórias coisas ao mesmo tempo, é um silêncio fértil.

Sou desde há largas décadas frequentadora intermitente desta Capela. Quando pela primeira vez lhe bati à porta não o fiz por razões políticas (detestaria refazer a história) mas por ser seguidora e ouvidora do verbo lúcido e admiravelmente inspirado de quem lá oficiava nos idos de sessenta do século passado, o Padre Alberto Neto. Salvou-me pelo menos uma boa parte da alma.

Depois, mesmo que com intervalos ou ausências, nunca deixei de lá ir, e mais ainda com Tolentino Mendonça. O que talvez salve o tanto que há para salvar.

4. Um dia do ano de 2012, no silêncio solitário das instalações da “sua” Capela, José Tolentino Mendonça fez-me um convite temível: que eu fosse apresentar a Guimarães os intervenientes da próxima reunião do “Pátio dos Gentios” que nesse ano ocorreria em Portugal, depois de já ter passado em anos anteriores por diversos lugares europeus. O Pátio fora uma ideia nascida da inspiração, visão e vontade do Cardeal Gianfranco Ravasi para desbravar o diálogo entre crentes e não crentes e Ravasi seria justamente o “protagonista” desse do encontro. Figura tão fulgurante merece ser aqui contada, mesmo que fugazmente. E a sua proximidade e interligação tão profunda com Tolentino torna-me esse contar ainda mais obrigatório: ordenado Padre em 1966 na Diocese de Milão com 24 anos, loquaz e vivíssimo, brilhante aluno e depois brilhante professor em Exegese Bíblica, intelectual irradiando em mil direcções do saber, perito biblista e hebraísta, gostando de inovar e inovando, Gianfranco Ravasi cedo se tornou uma referência na diocese, na Universidade, na própria cidade de Milão. Nomeado Perfeito da Biblioteca Ambrosiana — um farol de cultura em toda a Itália –, a escolha revelava um eleito mas o eleito provaria o acerto da escolha. É que o grande teólogo e eminente biblista deixará luminosa assinatura na Biblioteca ao revelar uma imensa capacidade de conciliar o conhecimento da Bíblia e das raízes cristãs com a cultura, a arte, o saber literário. Fazendo pontes e alcançando grandes — ou talvez mesmo inauditas — linhas de transversalidade.

Maestro de tão diversas partituras, amassando o seu pão cultural com a Bíblia, escreveu sobre a alma, contou-nos Jesus, ofereceu-nos leituras para todos os dia das nossas vidas. Propôs-nos Deus.

Em 2007, já nomeado Bispo por Bento XVI, Ravasi foi escolhido para presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, criado vinte anos antes por João Paulo II. Uma escolha desafiante já que, em 1993, o Papa João Paulo decidira unir o “Conselho para o Diálogo com os Não Crentes”, com o “Conselho da Cultura”, fundindo-os num mesmo corpo institucional. Tratava-se agora de uma tarefa dupla e duplamente exigente: o encontro entre a mensagem do Evangelho e os intelectuais das artes, letras e ciências como homens e mulheres ao serviço do bem e do belo; e, por outro lado, a proposta de diálogo entre pessoas que não tendo fé, sinalizavam um sobressalto ou revelavam uma inquietação face ao transcendente.

A partir de então foram-se gerando proximidades até aí supostamente sepultadas. Ergueram-se pontes, abriram-se confluências.

Uma dessas confluências chamou-se Pátio dos Gentios.

Um “Pátio” que, a convite do Padre Tolentino, num dia de 2012 e em hora tão boa que mereceria ser contada, me levou ao norte para apresentar à plateia de Guimarães um convidado especial, o Cardeal Ravasi. (E João Lobo Antunes e Marcelo Rebelo de Sousa, também oradores de um memorável encontro).

5. Porquê tudo isto agora? Porque terei hoje, a propósito de Tolentino, procurado Gianfranco Ravasi, movida por uma espécie de imperiosa necessidade de o trazer aqui? Afinal de contas houve outras colaborações minhas com José Tolentino Mendonça (em que a leitura de uma Paixão com Luís Miguel Cintra, na Igreja de S. Mamede, na Semana Santa de 2016, não terá sido a menor delas).

Porquê então?

Talvez porque simplesmente eu os tenha achado, ao Cardeal Gianfranco Ravasi e ao futuro Arcebispo José Tolentino Mendonça, muito semelhantes, um ao outro. Na radicalidade da entrega, na marca de uma mesma espiritualidade, no uso que fazem da fé, na erudição e no brilho dos respectivos percursos, na transversalidade dos universos onde se movem. Destino parecido o destes dois homens que sempre operaram em nome de Deus na busca do absoluto.

Pescados à linha por Deus que um dia olhou para eles como costuma olhar para os escolhidos. Que, como se sabe, são bem menos que os chamados.

6. Este sábado, 28 Julho, dia em que na pedra antiga do Mosteiro dos Jerónimos o Cardeal D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, o Cardeal D. António Marto e o Bispo Emérito do Funchal, D. Teodoro de Faria procederão á ordenação episcopal do Arcebispo Titular de Suava, Tolentino Mendonça, deixo um breve poema seu. Foi lido há dias na Capela do Rato e é um ténue sopro, como o bater de asa de uma borboleta num solitário entardecer de verão:

“Na corda bamba, entre silêncio e silêncio, a vizinhança de Deus” (in “A Papoila e o Monge”, Assírio e Alvim).

Os escolhidos de Maria João Avillez a 28/7/2018, em https://observador.pt/opiniao/os-escolhidos/

lunedì 30 luglio 2018

Angela De Chirico sobre o concerto de Teresa Salgueiro em Roma

Amiga de Portugal e estudante de português, ANGELA DE CHIRICO envia-nos este seu texto sobre o concerto de Teresa Salgueiro em Roma, que teve lugar no sábado passado e que Angela descreve como "una serata fantastica e lei incantevole".
Obrigado, Angela!



Uma noite maravilhosa, ontem, na "Casa del Jazz" em Roma.

A cantora Teresa Salgueiro encantou o público com a sua voz única. Ela apresentou o seu novo disco que se chama "O horizonte",  canções que às vezes se tornam poemas. 

Falou com as pessoas presentes em Italiano, mostrando muita disponibilidade e sempre a sorrir.

No começo do concerto cantou algumas músicas do seu último disco. Eu lembro-me de "O vento", tema que ela explicou com as tantas vozes que o vento e o mar levam com eles, vozes do passado e do presente. Depois  "Cidade" que fala dos riscos duma  economia que confia no consumo contínuo  e acrítico.

Uma outra canção com um significado muito profundo foi  "Êxodo" sobre as pessoas que têm de fugir da suas próprias terras de origem e sobre o problema da aceitação dos povos, um problema muito atual.

Depois ela cantou algumas musicas de Amália Rodrigues e algumas dos Madredeus, o grupo musical português com o qual ela cantou por vinte anos.

Um momento muito emocionante foi a execução da peça musical de Violeta Parra "Gracias a la vida" e a trilha sonora do filme "Capitães de Abril" sobre a Revolução dos Cravos. Ela disse que temos de nos lembrar que a liberdade conquistada pode tomar-se liberdade perdida e que é nossa responsabilidade nutrir os direitos humanos.

Eu acho que a Teresa é maravilhosa. Imperdível.

ANGELA DE CHIRICO


Ordenação episcopal de José Tolentino Mendonça



Igreja/Sociedade: «Para mim não há diferença entre uma biblioteca e um jardim» – D. José Tolentino Mendonça



Lisboa: D. José Tolentino Mendonça foi ordenado bispo (c/fotos)



Madeira: Bispo do Funchal saúda ordenação episcopal de D. José Tolentino Mendonça



Igreja/Sociedade: Presidente da República Portuguesa participou na ordenação episcopal de D. José Tolentino Mendonça, um homem «excecional»




Igreja/Sociedade: Insígnias episcopais de D. José Tolentino Mendonça mostram percurso de diálogo com artistas (c/vídeo)




Igreja: Brasão episcopal de D. José Tolentino Mendonça evoca ligação de Portugal ao Vaticano