TER AS COSTAS QUENTES não é, provavelmente, uma coisa muito apetecível neste verão tão quente em Roma... Mas este texto, pelo contrário é fresco e divertido! Feito pela nossa aluna Annalisa Sandirocco no último semestre académico, é finalmente publicado no nosso blogue. Obrigado, Annalisa - autora também da encantadora ilustração que o acompanha!
A expressão idiomática "ter as costas
quentes" designa, na sua interpretação literal, uma sensação agradável de
bem-estar e segurança (veja-se a ilustração) devida a uma proteção localizada
nas costas, envolvidas com uma ternura que transmite calor e consolação.
A noção de proteção mantém-se com a
trasladação da expressão em âmbito figurado, mas ali perde as conotações de
ternura para adquirir outras, referidas a situações mais prosaicas, como
lugares públicos, esfera política e semelhantes, numa palavra, favorecimento
que nada tem que ver com a meritocracia; muito pelo contrário, as duas questões
são incompatíveis.
Se a sua mãe é diretora clínica dum importante
hospital público e você consegue obter um estágio na empresa cujos dispositivos
de diagnóstico têm livre acesso, sem concurso nenhum, ao supracitado hospital,
não se surpreenda se alguém insinua que tem as costas quentes.
Se a sua filha é subsecretária da Presidência
do Conselho de Ministros e você está no conselho de administração dum banco
popular, haverá quem suspeite que tenha as costas quentes se recebe informação
com antecedência no momento do banco ter uns probleminhos.
(Como se vê, as costas quentes podem ser
intergeracionais com direção de ida e volta).
Qualquer referência a fatos reais acontecidos
e/o pessoas realmente existentes, deve ser considerata puramente casual.
ANNALISA
SANDIROCCO
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