Muito interessante reflexão da nossa aluna CRISTINA GEMMINO a quem agradecemos mais esta qualificada colaboração com o nosso blogue e desejamos óptimo ano de 2011.
Contradizer-se: é um óptimo assunto para enfrentar âmbitos diferentes, quer o âmbito pessoal, acerca do comportamento que uma pessoa tem com os outros, quer âmbitos específicos como por exemplo o da tradução.
“Você está-se contradizendo: antes disse e fez uma coisa e agora está rejeitando tudo o que aconteceu!”
Esta é uma típica afirmação que uma pessoa faz, quando o seu interlocutor se contradiz; mas nós podemos analisar esta afirmação, ou melhor, compreender se, contradizendo-se, uma pessoa se torna incoerente com os próprios pensamentos, a sua maneira de agir. Eu acho que não: um escritor, Corrado Sobrero, na sua obra mais importante, Nevica sull’isola di Baro escreve:
“ Ho capito che ognuno porta dentro di se Il prezzo che dovrà pagare per quello che fa, qualunque cosa faccia o non faccia, dica o non dica, ogni scelta è una rinuncia e ogni scelta implica coerenza ma la coerenza spesso limita la libertà di sbagliare.
UN PO’ DI INCOERENZA AMPIA LE POSSIBILITÁ, A VOLTE”.
Então, só nalguns casos, ser contraditório pode ampliar as possibilidades, ou seja, pode permitir fazer diversas experiências: é possível compreender tudo isto quando uma pessoa se confronta com uma outra; quando, se compara com outras “ilhas” que têm outras opiniões. Então, nem sempre contradizer-se tem que ser visto como um aspecto negativo (como uma forma de incoerência com ele mesmo) mas também como um aspecto positivo que, pelo contrário, pode ampliar as escolhas.
Este “ser contraditório” pode também se referir-se ao âmbito tanto específico quanto caleidoscópio da tradução.
Falar da tradução como género não é nunca uma coisa fácil. É por esta razão que, hoje em dia, diferentes autores falam sobre este assunto, envolvendo aspectos diversos, talvez contraditórios.
José Ortega y Gasset é um daqueles autores que quando fala da tradução, fala de miséria e do esplendor da tradução: a maneira em que o tradutor leva o texto fonte para a miséria ou o esplendor. Então, para levar um texto fonte para o esplendor da sua tradução, é preciso “contradizer-se”: o tradutor tem que, quando é necessário, modificar uma palavra, ou seja, modificar o seu significado original para que esta mesma palavra seja associada a uma outra imagem, “contradizendo-se”, aqui, no seu significado primário; tudo isto, este “contradizer-se”, por outras palavras, é o estilo de um tradutor e autor.
Podemos enfrentar também um outro aspecto específico da tradução que está relacionado com a maneira de pensar e de traduzir este pensamento em palavras. Em geral “falar” é considerado como um exercício de uma actividade através da qual nós conseguimos manifestar o nosso pensamento. A linguagem é muitas outras coisas e muitos outros aspectos, mas todas estas actividades envolvem a função primária que é “falar”. Por exemplo, falando, nós tentamos de enganar, de condicionar o pensamento de uma outra pessoa. A mentira é a linguagem que esconde o nosso pensamento mais autêntico. Então “contradizer-se”, ser contraditório, pode ser considerado como um “escamotage” para ocultar o seu pensamento mais verdadeiro e então autêntico.
O objectivo deste trabalho é o de evidenciar todos os aspectos “positivos” de ser contraditório, porque hoje em dia todas as pessoas fazem uso negativo dessa palavra e também desta maneira de agir: contradizer-se é só uma maneira, como escrevia Fernando Pessoa, de:
“Sentir tudo em todas as maneiras”
Para
“Ser sincero, contradizendo-se”.
CRISTINA GEMMINO
“Você está-se contradizendo: antes disse e fez uma coisa e agora está rejeitando tudo o que aconteceu!”
Esta é uma típica afirmação que uma pessoa faz, quando o seu interlocutor se contradiz; mas nós podemos analisar esta afirmação, ou melhor, compreender se, contradizendo-se, uma pessoa se torna incoerente com os próprios pensamentos, a sua maneira de agir. Eu acho que não: um escritor, Corrado Sobrero, na sua obra mais importante, Nevica sull’isola di Baro escreve:
“ Ho capito che ognuno porta dentro di se Il prezzo che dovrà pagare per quello che fa, qualunque cosa faccia o non faccia, dica o non dica, ogni scelta è una rinuncia e ogni scelta implica coerenza ma la coerenza spesso limita la libertà di sbagliare.
UN PO’ DI INCOERENZA AMPIA LE POSSIBILITÁ, A VOLTE”.
Então, só nalguns casos, ser contraditório pode ampliar as possibilidades, ou seja, pode permitir fazer diversas experiências: é possível compreender tudo isto quando uma pessoa se confronta com uma outra; quando, se compara com outras “ilhas” que têm outras opiniões. Então, nem sempre contradizer-se tem que ser visto como um aspecto negativo (como uma forma de incoerência com ele mesmo) mas também como um aspecto positivo que, pelo contrário, pode ampliar as escolhas.
Este “ser contraditório” pode também se referir-se ao âmbito tanto específico quanto caleidoscópio da tradução.
Falar da tradução como género não é nunca uma coisa fácil. É por esta razão que, hoje em dia, diferentes autores falam sobre este assunto, envolvendo aspectos diversos, talvez contraditórios.
José Ortega y Gasset é um daqueles autores que quando fala da tradução, fala de miséria e do esplendor da tradução: a maneira em que o tradutor leva o texto fonte para a miséria ou o esplendor. Então, para levar um texto fonte para o esplendor da sua tradução, é preciso “contradizer-se”: o tradutor tem que, quando é necessário, modificar uma palavra, ou seja, modificar o seu significado original para que esta mesma palavra seja associada a uma outra imagem, “contradizendo-se”, aqui, no seu significado primário; tudo isto, este “contradizer-se”, por outras palavras, é o estilo de um tradutor e autor.
Podemos enfrentar também um outro aspecto específico da tradução que está relacionado com a maneira de pensar e de traduzir este pensamento em palavras. Em geral “falar” é considerado como um exercício de uma actividade através da qual nós conseguimos manifestar o nosso pensamento. A linguagem é muitas outras coisas e muitos outros aspectos, mas todas estas actividades envolvem a função primária que é “falar”. Por exemplo, falando, nós tentamos de enganar, de condicionar o pensamento de uma outra pessoa. A mentira é a linguagem que esconde o nosso pensamento mais autêntico. Então “contradizer-se”, ser contraditório, pode ser considerado como um “escamotage” para ocultar o seu pensamento mais verdadeiro e então autêntico.
O objectivo deste trabalho é o de evidenciar todos os aspectos “positivos” de ser contraditório, porque hoje em dia todas as pessoas fazem uso negativo dessa palavra e também desta maneira de agir: contradizer-se é só uma maneira, como escrevia Fernando Pessoa, de:
“Sentir tudo em todas as maneiras”
Para
“Ser sincero, contradizendo-se”.
CRISTINA GEMMINO
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