VIAGEM A PORTUGAL
Lembro-me da minha primeira viagem a Portugal (como o título do célebre livro de Saramago). Era o ano 1979 e eu (e a minha mulher também) éramos muito novos.
Decidimos, naquele verão, fazer uma larga volta de carro por França, Espanha e, enfim, Portugal. Tínhamos um velho Fiat 127 que tinha em cima do tejadilho uma capota (a famosa, naquela altura, AIR-CAMPING que se abria lateralmente, com um escadote para subir e dormir por cima do tejadilho do carro).
Depois de atravessarmos a Loire e a Espanha do norte, chegámos enfim a Portugal. A primeira cidade que vimos foi Viana do Castelo. A lembrança mais vívida daquele lugar é a magnifica praia, com um mar que dava vontade de dar um mergulho. Mas a água era gélida de uma maneira insuportável e foi impossível tomar um banho.
Depois de Viana do Castelo a nossa etapa seguinte foi Lisboa. Entrámos na cidade por aquela que é talvez a mais bela artéria de Lisboa, a Avenida da Liberdade, cheia de árvores, pequenos jardins e estátuas. É, de verdade, a entrada no coração da cidade. Duas são as coisas que lembro mais de Lisboa: os telhados vermelhos dos prédios da cidade velha e a luminosidade do céu, que dá às cores em redor uma limpeza sem igual.
Pensando bem há uma outra coisa que lembro com prazer: os espargos brancos que comemos no restaurante Gambrinus (que ainda existe), perto da Praça do Rossio, e, no fim do jantar, o copinho de velho Madeira servido com um esquisito instrumento de manivela para evitar de vazar os resíduos do vinho.
GIANFRANCO DAMIANI
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