Deito-me tarde
Espero por uma espécie de silêncio
que nunca chega cedo
Espero a atenção a concentração da hora tardia
ardente e nua
É então que os espelhos acendem o seu segundo brilho
É então que se vê o desenho do vazio
É então que se vê subitamente
A nossa própria mão poisada sobre a mesa
É então que se vê passar o silêncio
Navegação antiquíssima e solene
"Espera" in Geografia, Lisboa, Ática, 1967.
http://it.wikipedia.org/wiki/Sophia_de_Mello_Breyner
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