Obrigado, Annarita!
As férias de Natal são a época do ano
mais temida e ainda a mais desejada. Mais temida pela quantidade de alimentos que os
italianos tradicionalmente devoram e desejada pela oportunidade de estar em
família, reunir-se e saudar os amigos.
No resto do ano não vemos os irmãos e
os parentes, que vivem noutras partes da cidade, nem os amigos, que estão espalhados
pelo mundo. No Natal estamos juntos.
Quando as crianças eram pequenas,
gostava de procurar os presentes do Pai Natal e ver a sua alegria. Agora que eles
cresceram, o valor do Natal é estar com a família. Os presentes, com tudo o que
está relacionado com o consumismo, são felizmente uma questão menor.
Na minha família de origem, a
tradição envolve uma ceia de Natal, que combina as tradições da cozinha da Umbria-Marche
e romana. Regularmente o meu pai, na tarde de 24 de dezembro, pela primeira e
única vez no ano, cozinhava pratos fritos. Começava a fritar às 18:00, por
cerca duas horas... as alcachofras, os brócolos, o peixe, o bacalhau e as anchovas,
e também os deliciosos bolinhos de maçã. O jantar também incluía massa com
atum, o bacalhau com passas e ameixas secas e molho de peixe (enguia) marinado
em vinagre, que eu não comia. Finalmente chegavam as muitas sobremesas que a
minha mãe começava a preparar desde o início de dezembro. Depois do jantar, nós
jogávamos cartas ou bingo, e íamos à missa da meia-noite de Natal. Era aqui que,
para mim, o Natal acontecia.
Hoje, infelizmente, não é o meu pai que
está na cozinha, mas continua a ser uma tradição a ceia de Natal. Na noite do
dia 24 fomos a casa da minha mãe, embora hoje os alimentos sejam amplamente
restritos. O dia de Natal foi comemorado com a família do meu marido e
novamente a comida foi a estrela do dia.
No 26 de dezembro foi outra grande
festa, pelo o aniversário da minha cunhada com o jantar num restaurante e
dançar até ao amanhecer. Poucos dias tranquilos e depois novamente muita
comida: a véspera de Ano Novo com os habituais velhos amigos. Mesmo no 1 de janeiro
eu cozinhei o jantar para dez amigos e estivemos a conversar até as 2:00. Mas o
dia mais importante de todos foi o 3 de janeiro, o aniversário da minha filha,
comemorou em casa com 15 parentes.
Felizmente
o meu marido é bom na cozinha e ajudou-me muito.
Este ano foram respeitados todos os
passos da tradição, com o prazer adicional de estar junto ao meu marido e ao meu
filho. Eles moram em Lisboa e estavam em Roma para as férias de Natal. As
férias voaram num instante e eles voltaram para Lisboa na tarde de domingo,
porque tiveram de voltar para a escola e para o trabalho, sem celebrar a
Epifania, como na Itália.
Eu realmente queria fazer uma viagem
para alguma cidade na Umbria ou na Toscana, mas o tempo voou e eu consegui ir só
uma noite ao cinema para ver Star Wars.
O tempo para preparar a “meia” da Epifania do Senhor, e, finalmente, de voltar
ao trabalho e iniciar uma dieta...
ANNARITA MARINI
2 commenti:
gostei muitissimo desse texto ( especialmente gostei de imaginar a mesa cheia daquelas gorduras fritas : as alcachofras, os brócolos e os bolinhos de maçã: como vê se que tenho uma fome de anteontem!) molti complimenti a Annarita.
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