Uma praia da minha vida
Gosto imenso do mar, no verão mas também no inverno, ele infunde-me um
sentido de liberdade, serenidade.
Uma praia que lembro com muita saudade é aquela de Lefkada, na Grécia que
não só visitei, mas fiz ali campismo no verão do 1996. Aquele foi um ano muito pesado e doente, não
conseguia encontrar paz e serenidade, estava com a minha família, o meu marido
e os meus filhos, e também com as famílias das minhas irmãs; eu não gostava de
ninguém, queria ficar sempre sozinha.
Parecia que um estranho veneno tivesse tomado conta de mim e eu não
conseguia ficar em nenhum lugar tranquila, parada, quieta.
Normalmente quando me encontrava numa situação semelhante ler livros
ajudava-me muito, mas não naquela ocasião.
Imergir-me nas estórias que pertenciam às outras pessoas afastava-me dos
desagradáveis e maus pensamentos, mas não desta vez; tentei, mas ficava sempre
na mesma página, a minha cabeça trabalhava muito contra mim, o medo de não
saber como encarar os dias seguintes, em particular no regresso das férias, o
terror de não conhecer como viver dia após dia com esta mágoa dentro, não me
deixava livre de viver as histórias dos outros.
Só uma coisa tinha o poder de me acalmar: ver o mar, aquele mar, limpo,
transparente, lindo que sacudia sobre os rochedos produzindo um barulho que me fazia
tornar tranquila, em paz. Só olhando
aquela maravilha e escutando os sons que produzia me fazia pensar que a vida
continuava, que ainda se muitas coisa mudam causando sofrimento não significa
que muitas coisas maravilhosas não podem ainda acontecer.
E realmente foi assim, mas foi necessário muito tempo para o ocorrer.
Agora gostaria muito de voltar ali, sentar-me sobre a areia, olhar e
escutar o mar e agradecer-lhe.
Nicoletta Del Gaudio
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