Boa
leitura!
Portugal está a povoar-se a cada ano de
um número maior de aposentados italianos que no País do imenso navegador Vasco
da Gama, assomado ao oceano, com um clima ameno (e também com un fisco mais
propício), têm arranjado uma segunda juventude, e também muitos novos amigos
que tocam o fado, comem o bacalhau cozinhado de 360 diferentes maneiras (quase
uma para cada dia do ano) e falam una língua amavelmente musical.
De resto, aprender uma nova língua, mas
não só o inglês do costume (antes o português, diria eu, por exemplo!)
representa um dos 15 pontos duma receita para envelhecer de maneira feliz, e
redigida pelo jornal online de Psicologia “Fuoritestata”. “Aprendam enfim bem
uma língua estrangeira, mas não só o útil inglês", li no ponto 9 dessa
receita, “mas também o japonês, o árabe, o latim, o grego antigo, o
sânscrito…”. E ainda um conselho psicológico para os aposentados: “Todas as
vossas atividades têm de ser empreendidas com muita seriedade e com zelo
constante, e não com frequência caprichosa: pelo contrário, os vossos
passatempos têm de ser vividos da mesma maneira dum verdadeiro trabalho, mas um
trabalho satisfatório". Numa palavra: durante a aposentação, enfim,
pode-se fazer o trabalho dos nossos sonhos!
Aliás, durante a juventude e também na
idade madura, todos fazemos todas as coisas à pressa, sem discernimento
bastante, como se isso fosse para sempre, ou simplesmente porque temos de cumprir
o nosso dever. Pelo contrário, no fim da vida, podemos gozar duma criatividade
completamente livre e também podemos fazer tudo devagar, saboreando cada
instante dos nossos dias. Uma criatividade, também aquela dos reformados italianos,
que frequentemente têm arranjado inspiração à beira do Atlântico, num País
pequeno, às vezes esquecido, no limite mais ocidental da Europa. Ali muitos
nossos reformados que durante a vida de trabalho foram tristes “travèt",
agora dançam, cantam, fazem canoagem no Tejo… Desta maneira, em Portugal,
também a crise económica parece de qualquer maneira mitigada, pelas ondas altas
e compridas do oceano. E também graças à gente portuguesa, tradicionalmente
muito generosa, tolerante e hospitaleira.
GABRIELLA
MONTALI
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