O Centro de História de Além-Mar (CHAM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa vai ser o palco, no próximo dia 21 de Abril da conferência A comunidade portuguesa em Roma durante a união das Coroas Ibéricas pelo Professor Gaetano Sabatini da Università degli Studi Roma Tre.
Dentro da sua promoção de diversas acções integradas no estudo da História dos Descobrimentos e da Expansão, o CHAM convidou o estudioso romano, que se tem dedicado ao estudo das relações entre Portugal, Itália e Espanha durante o período de dominação dos Habsburgos, a falar de um tema que lhe é caro, e que o ocupa desde os últimos anos.
Segue o resumo, publicado em:
http://www.cham.fcsh.unl.pt/
A presença de uma comunidade lusitana em Roma, documentada desde o século XIII, ganhou forma entre a segunda metade do século XIV e a primeira metade de Quatrocentos através da fundação de três instituições assistenciais, destinadas a peregrinos e a residentes da nação portuguesa. Em 1467, da unificação destas três instituiçoes, nasceu no centro de Roma o Hospital de Santo António dos Portugueses, com a sua Igreja anexa, à qual, em 1508, foi associada a Confraria homónima.
Chamados a serem custódios e promotores do património do Hospital e das prerrogativas da comunidade, os membros da Confraria de Santo António dos Portugueses foram, ao longo da época moderna, acima de tudo a expressão do mundo dos religiosos e dos mercadores portugueses que gravitavam em torno da Cúria romana. Em 1540 Papa Paulo III concedeu à confraria os primeiros estatutos, que contudo nao foram suficientes para dar-lhe estabilidade na fase de dificuldades que teve início em 1580, pois logo a seguir à união das coroas ibéricas os embaixadores espanhóis em Roma procuraram exercer controlo sobre a comunidade lusitana.
A revisão dos estatutos, realizada em 1593, permitiu superar estas tensões, e ao longo de todo o primeiro quartel do século XVII a confraria de Santo António dos Portugueses consolidou o seu papel próprio na sociedade romana, através de um grande incremento patrimonial, o qual envolveu, em 1624 – pela mesma altura da canonização de Santa Isabel de Portugal – o início das obras de reconstrução da Igreja de Santo António dos Portugueses, obras essas das quais resultou o explêndido edifício barroco que subsiste até hoje. No entanto, a seguir a 1640 reacederam-se as tensões com a comunidade espanhola residente em Roma e o longo enredo diplomático entre Roma, Madrid e Lisboa provocou um atraso nos trabalhos de reconstrução da Igreja, os quais só conheceram o seu termo perto do final do século.
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