Itália: da emigração a imigração
Acho que a imigração é uma constante ao longo da toda história da humanidade. É também por esta razão que o homem evoluiu, em caso contrário… com a primeira falta de recursos num território, a raça humana teria sido eliminada muitos séculos atrás! Tradicionalmente, a imigração converteu-se num processo de enriquecimento sem o qual não se poderia explicar a actual sociedade global!
Acho que a imigração é uma constante ao longo da toda história da humanidade. É também por esta razão que o homem evoluiu, em caso contrário… com a primeira falta de recursos num território, a raça humana teria sido eliminada muitos séculos atrás! Tradicionalmente, a imigração converteu-se num processo de enriquecimento sem o qual não se poderia explicar a actual sociedade global!
Itália, país tradicionalmnete de emigração, passou, nos últimos vinte anos do século XX, a país de imigração. O meu Pais é muito lindo mas no passados séculos teve muitos problemas a nível económico, político e social que levaram um grande número de italianos a emigrar para terras distantes.
A emigração italiana foi um fenómeno social iniciado nas últimas décadas do século XIX e que continuou até os primeiros anos depois de 1960. A emigração representou a única possibilidade de sobrevivência para muitos italianos e a válvula de escape para resolver problemas (desemprego, marginalidade e fome). A emigração trans-oceânica teve quatro destinos principais: os Estados Unidos, a Argentina, o Brasil e a Austrália. Outros italianos buscaram melhores condições de vida em países europeus, como a França, a Suíça, a Alemanha e a Bélgica.
Nos últimos vinte anos do século XX, a Itália transformou-se rapidamente de um país de emigrantes para um país que recebe imigrantes. Actualmente a economia italiana necessita dos imigrantes para manter o seu ritmo de crescimento.
A Itália é o país da Europa que conta com o maior número de imigrantes provenientes de países em via de desenvolvimento. Os imigrantes regulares na Itália são quase 4 milhões, aproximadamente 7% da população italiana. A maior comunidade estrangeira é a romena, com mais de um milhão de pessoas. As razões para que alguém abandone o seu lugar de origem são diversas. Existem os que procuram em Itália uma melhor oportunidade de trabalho e de desenvolvimento; há quem, por outro lado, parta para reunir-se com seus familiares ou quem fuja de uma guerra ou uma situação de instabilidade.
As condições económicas e o grau de preparação dos imigrantes na Itália é também diferente mas existe uma condição comum: os imigrantes são gente jovem, empreendedora e preparada. Estas características têm um duplo efeito na economia e no desenvolvimento do país. Por um lado, a fuga de cérebros e de pessoas jovens e empreendedoras, supõe uma perda para o país de origem. Por outro, a chegada das remessas de dinheiro que os imigrantes enviam a partir de Itália supõe um rendimento essencial para o desenvolvimento do país de origem.
Acho que Itália, sociedade de recepção para muitos estrangeiros que chegam de todas as partes do mundo, se tenha enriquecido enormemente a nível económico, social e cultural com a chegada dos imigrantes.
1 commento:
Buscando um poema de Fernando Pessoa para ilustrar uma aula - Toma-me, ó Noite Eterna, nos teus braços / E chama-me teu filho...Eu sou um Rei / Que voluntariamente abandonei / O meu trono de sonhos e cansaços. / Minha espada, pesada a braços lassos, / Em mãos viris e calmas entreguei, / E meu ceptro e coroa - eu os deixei / Na antecâmara, feitos em pedaços. / Minha cota de malha, tão inútil, / Minhas esporas dum tinir tão fútil - Deixei-os pela fria escadaria. / Despi a realeza corpo e alma, / E regressei à noite antiga e calma / Como a paisagem ao morrer do dia. -, deparei-me com esta simpática via dei Portoghesi, onde acreditei poder partilhar uma singela lembrança de uma época em fui imigrante na Itália. Nunca senti tanto a força de uns versos de Dante, que falam do quanto é duro subir e descer as escadas dos outros e comer do pão alheio! Foi no meio dessa dureza estranha que ouvi uma das histórias mais curiosas, com toques shakspeareanos: "vim da Sicília e me enfiei neste restaurante de hárpias por causa de um amor!", dizia-me Francesco, enquanto pendurava o jaleco branco de pizzaiollo atrás da porta, jogando-se depois na cama acima da minha, completando com o rosto banhado em lágrimas: "fugi para não matá-la; depois de nove anos, em que me guardei para o casamento, descubro que ela não é mais virgem..." Algo me comoveu naquele homem. Tão jovem, tão belo e tão... contundente,diante do amor bandido. E isso me trouxe toda a sua região, os hábitos daquele povo do Sul. E uma Itália berço e túmulo de um tipo de visão de mundo própria do agrário, do campesino, que muito a aproxima de regiões abitadas pelos mais pobres do planeta. Não sei se a Itália hoje pode ser vista como um lugar que recebe bem os imigrantes. Talvez ela precise de forças criativas venha de onde vier. Mas jamais veria assim de forma tão otimista uma loba faminta, ou um crocodilo, como queiram...
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