mercoledì 19 ottobre 2011

Vilma Gidaro: reflexão sobre o "Livro do Desassossego"




Exercício da nossa aluna Vilma Gidaro sobre a leitura de um excerto do "Livro do Desassossego".




Pediram-me de reflectir sobre um texto ou sobre um sonho?
Começo interpretando o texto:
É parte do “livro do desassossego” escrito por Bernardo Soares, uma das personalidades de Fernando Pessoa ou o seu heterónimo. Ele escreve sobre a boa maneira de sonhar, com uma linguagem bastante complexa. Acho que neste texto Soares quer dizer que a infelicidade e a tristeza introduzem, como uma escada, ao sonho. Então estes estados de ânimo ajudam a bem sonhar. Pelo contrário não convém utilizar artifícios, físicos ou mentais que sejam. Sonhar é uma arte passiva, continua a argumentar o autor, então é o caso que, quem gosta de sonhar, fique passivo e inerme. Gosto da definição: sonhar é deixar-se possuir por si próprio.
Reflectindo sobre o sonho:
Para mim, sonhar não tem limites, não é possível dar-lhe um rumo e não sei se é o que se deseja ou o que se teme. O sonho vai onde quer e não seria correcto dar-lhe um sentido diferente, opor-se à sua vontade.
O corpo está talvez dentro do sonho, mas não é verdade, não há nada de físico no sonho, se bem, que, às vezes, podem sentir-se emoções também corporais. Um sonho não se pode contrastar, só se pode acordar e acabar, assim, o sonho, mas, sempre, depois de ter acordado, sofre-se imenso, porque não se pode saber o que significava ou o que queria dizer a ti mesmo
Nada de físico no sonho e nada de irreal. Todo o sonho é verdade, mas duma substância diferente, num lugar diferente e talvez num momento da vida que não está nem aqui nem noutro lugar, parte da vida mesma, mas de densidade abstracta.
Inútil desejar um sonho dormindo. Única possibilidade de conseguir sonhar um sonho definido é fazê-lo no estado de vigília.
Mais não sei dizer e para mim é já muito, e é fruto dum sonho estar aqui a reflectir sobre um texto de Fernando Pessoa, porque eu não estaria pronta a fazer isto, com a minha escassa preparação cultural de pequena enfermeira e informática, mas sonhar é a boa maneira de chegar a situações irreais ou extraordinárias.




Vilma Gidaro

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