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O Papa celebra hoje o seu 78.º aniversário natalício, que vê como um dia “totalmente normal, como os outros”, incluindo a tradicional audiência pública das quartas-feiras.
Francisco foi muito saudado ao longo do percurso do papamóvel na Praça de São Pedro, onde várias pessoas tinham mensagens de felicitações e postais de aniversário gigantes, tendo parado junto de um grupo de padres e seminaristas, com uma bandeira argentina, dos quais recebeu um bolo e o tradicional mate.
O Papa cumprimentou em particular um grupo de milhares de dançarinos de tango que esta tarde vão executar um flashmob em honra do pontífice sul-americano, o qual desejou que sopre "um pouco de vento pampero" na capital italiana.
A data é assinalada com uma edição especial do Semanário ECCLESIA, incluindo fotos, vídeos e citações da página do Papa na rede social Twitter, ao longo de 78 páginas que passam em revista vários momentos do pontificado.
Na recente entrevista ao jornal argentino ‘La Nación’, Francisco recordou a celebração deste dia em 2013, no qual três sem-abrigo se juntaram a ele, por iniciativa do esmoler pontifício.
“Foi um bom gesto e aí nasceu o mito de que tinha tomado o pequeno-almoço com os sem-abrigo, mas eu comi com todo o pessoal da casa [de Santa Marta] e os sem-abrigo estavam lá. São dessas coisas folclóricas que me colam”, relatou.
Este ano, por ser dia de audiência geral e não haver Missa na capela da Casa de Santa Marta, onde reside o Papa, o aniversário vai ser assinalado ao almoço, “juntamente com todos os empregados”.
Jorge Mario Bergoglio foi eleito a 13 de março de 2013 como sucessor de Bento XVI, que renunciou ao pontificado, escolhendo o inédito nome de Francisco; é também o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e o primeiro pontífice sul-americano.
Francisco nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de dezembro de 1936, filho de emigrantes italianos, e trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia antes do curso teológico.
Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, Bergoglio foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).
João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998, após a morte do cardeal Antonio Quarracino.
O primaz da Argentina seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.
Tem como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.
Em 21 meses de pontificado, o Papa Francisco visitou o Brasil, a Terra Santa, a Coreia do Sul, a Albânia, a Turquia e a cidade francesa de Estrasburgo, onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa; realizou também sete viagens em Itália, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa e uma homenagem no centenário no início da I Guerra Mundial.
Entre os principais documentos do atual pontificado estão a encíclica ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI, e a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), tendo ainda iniciado um Sínodo sobre a Família, em duas sessões, com consultadas alargadas às comunidades católicas: uma extraordinária realizada em outubro deste ano, e outra ordinária, em 2015.
Francisco criou um Conselho de Cardeais, com membros dos cinco continentes, para o aconselharem no Governo da Igreja e na reforma da ‘Constituição’ do Vaticano, e aprovou legislação para regular a atividade financeira do pequeno Estado e da Santa Sé, com uma nova Secretaria para a Economia.
Após a viagem à Terra Santa, reuniu no Vaticano os presidentes de Israel e da Palestina para uma invocação pela paz, na qual participou também o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu I, um interlocutor privilegiado do Papa.
Ainda este ano, Francisco visitou a sede da FAO em Roma e promoveu a assinatura de uma declaração conjunta inter-religiosa contra a escravatura.
O Papa convocou ainda um Ano da Vida Consagrada, por ocasião do quinquagésimo aniversário da constituição dogmática sobre a Igreja ‘Lumen gentium’, do Concílio Vaticano II, que no capítulo VI trata dos religiosos, e do decreto ‘Perfectae caritatis’ sobre a renovação da vida religiosa.
OC
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