"PARABÉNS" a Vincenzo Barca e a Daniele Petruccioli e a tutti i partecipanti nel Gruppo di Lettura in Lingua Portoghese che si riunisce nella Casa delle Traduzione dal mese scorso.
La discussione di questo martedì, su Ana de Amsterdam di Ana Cássia Rebelo è stata un successo.
Si
è deciso a maggioranza di leggere, per il prossimo incontro, che si
terrà il 13 dicembre prossimo dalle 17 alle 19 sempre alla Casa delle Traduzioni di Roma in via degli Avignonesi 32, il libro di Pepetela O
planalto e a estepe, scaricabile qui: http://tinyurl.com/ zmf2kdy.
Di seguito, il calendario degli incontri nel 2017 (stesso luogo, stesso orario):
31 gennaio
28 febbraio
28 marzo
9 maggio
6 giugno
ANCHE:
http://viadeiportoghesi.blogspot.it/2016/10/dal-13-ottobre-roma-un-gruppo-di.html
http://viadeiportoghesi.blogspot.it/2016/10/maria-serena-felici-sul-gruppo-di.html
"Quando regresso a Benguela, tenho sempre a sensação de reentrar no
ventre materno. Começa pelo ar. Cada terra tem o seu ar, com
consistência própria e sobretudo cheiros particulares. Sinto isso ao
chegar, sendo mais acentuado se a viagem é feita de avião, em que não há
etapas de transição para adaptação dos sentidos às mudanças... Depois
há a cidade e as gentes." Palavras de Pepetela sobre a sua cidade natal.
Em 1969 parte para a região de Cabinda participando directamente na
luta armada como guerrilheiro e como responsável pelo sector da
educação. Adoptou o nome de guerra de Pepetela, que significa pestana na
língua Umbundo, e que mais tarde viria a utilizar como pseudónimo
literário. Em 1972 é transferido para a Frente Leste desempenhando as
mesmas funções até 1974. Integrou a primeira delegação do MPLA que
chegou a Luanda em Novembro de 1974.
Desempenhou os cargos de Directo de Departamento de Educação e
Cultura e do Departamento de Orientação Política. Foi membro do Estado
Maior da Frente Centro. De 1975 a 1982 foi vice-ministro da Educação,
passando posteriormente a leccionar sociologia na Universidade de
Luanda.
"A terra que a boca de Alexandre Semedo morde lhe sabe bem. É o
cheiro do barro molhado pelo orvalho de madrugada e o som longínquo de
badalos de vacas na vastidão do Mundo. Leva esse sabor o cheiro da terra
molhada para cima da pitangueira, onde fica a baloiçar para sempre."
In: Pepetela. Yaka. 1985, p.395.
É membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Grande parte da
sua obra literária foi publicada após a independência de Angola, sendo
alvo de inúmeros estudos em várias universidades e instituições de
ensino em Angola e noutros países. As suas obras foram publicadas em
Angola, Portugal, Brasil, além de estarem traduzidas em quinze línguas,
nomeadamente alemão, inglês, francês, espanhol, italiano, sueco,
finlândes, japonês, servo-croata, búlgaro, russo, ucraniano, basco,
holândes e grego.
"Jaime Bunda estava sentado na ampla sala destinada aos detectives.
Havia três secretárias, onde outros tantos investigadores lutavam contra
os computadores obsoletos. Havia também algumas cadeiras encostadas à
parede. Era numa destas, a última, que Jaime poisava a sua avantajada
bunda, exagerada em relação ao corpo, característica física que lhe
tinha dado o nome. O seu verdadeiro nome era comprido, unindo dois
apelidos de famílias ilustres nos meios luandenses. In: Pepetela. Jaime
Bunda, Agente Secreto. Estória de alguns mistérios. Lisboa, Publicações
D. Quixote, 2001".
As suas obras publicadas são: "As aventuras de Ngunga" (1973), "Muana
Puó" (1978), "A revolta da casa dos Ídolos" (1979), "Mayombe" (1980),
"Yaka" (1985), "O cão e os calús" (1985), "Lueji" (1989), "Luandando"
(1990), "A geração da utopia" (1992), "O desejo da Kianda" (1995),
"Parábola do cágado velho" (1996); "A gloriosa família" (1997); "A
montanha da água lilás" (2000), "Jaime Bunda, agente secreto" (2001).
"É a escrita mestiça de um dos maiores nomes da literatura africana,
de um dos melhores criadores de expressão portuguesa. Uma escrita grande
na beleza estética, imensa no sentido comunicacional, cuidada na forma
rigorosa, contida, e libertadora numa sempre renovada proposta-activa de
fazer do pensamento, hoje, a arma principal contra todas as moléstias
sociais, políticas e culturais. Guerrilheiro que foi, pepetela sabe
definir os tempos e as circunstâncias. Por isso mesmo, guerrilheiro
continua, guerrilheiro, todavia, que usa as palavras para um combate que
tem de travar-se nos campos do conhecimento e da reflexão." In: Maria
Augusta Silva, Diário de Notícias.
Foi galardoado com os seguintes prémios: Prémio Nacional de
Literatura (1980) pelo livro "Mayombe"; Prémio Nacional de Literatura
(1985) pelo livro "Yaka" Prémio Especial dos Críticos de São Paulo (1993
- Brasil) pela obra "A Geração da Utopia"; Prémio Camões (1997) pelo
conjunto da sua obra; Prémio Prinz Claus (1999) pelo conjunto da sua
obra.
Para a professora e crítica literária Inocência Mata, Pepetela "é um
escritor que se tem revelado singular nesse trabalho de desconstrução
discursiva, sem operar rupturas, e consequente desestabilização desse
"local da cultura" nacionalista, pela reinvenção de uma estratégia que
consiste em articular a sua ficção com as transformações da História, da
sociedade angolana, e com as exigências de um pensamento novo face ao
país real (que hoje pouco tem a ver com o país ideal). Muitas
referências coincidem quanto a consoderar a obra de Pepetela como
buscando na História matéria para a ficção... Se, no universo literário
angolano, o autor não pode, talvez com rigor, ser considerado pioneiro
na tematização da História, ... a sua singularidade reside no
questionamento do Presente (valores, comportamentos, ideias) a partir
das mitificações (às vezes das falsificações) da História" In: Inocência
Mata. Silêncios e Falas de Uma Voz Inquieta. Lisboa, Mar Além, 2001, p.
196-197.
"O meu dono segue o hábito dos outros brancos, fossem mafulos fossem
portugueses, que nos chamavam de bárbaros por tomarmos banho sempre que
podíamos e disso fazermos uma festa. Ele tomava um pela Páscoa e outro
pelo Natal, não devia exagerar, muito banho desgastava a pele, como
afirmava. E se esfregava dentro da selha, no meio do quintal, até ficar
vermelho como um jindungo. Era espectáculo a que toda a gente assistia,
família, forros e escravos, numa verdadeira festa, com muitos risinhos
das mulheres e comentários malandros dos rapazes." In: Pepetela. A
Gloriosa Família. O Tempo dos Flamengos. Lisboa, Publicações Dom
Quixote, 1997, p.31.
in http://www.ueangola.com/bio-quem/item/53-pepetela
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