A Arte qualifica a vida?
Nos primeiros anos do século XX as novas tendências artísticas contestaram o Sistema de“Mercado Cultural” porque tinha transformado as obras de arte em mercadoria que, para ser vendida, se baseava em estereótipos e lugares comuns favorecendo a preguiça intelectual do grandepúblico. Assim os artistas procuraram novas experimentações e novos canais de comunicação que, com certeza, assustavam mas, no entanto, enriqueciam o mundo da arte (Futurismo, Abstractismo, Dadaismo…….. )
Também nas origens da Arte Urbana estiveram uma contestação, uma transgressão, um desafio ao Sistema, mas entre vandalismo e graffiti havia formas de arte geniais. Sabe-se: a genialidade produz sempre crises e queda de certezas e o génio fica separado e destinado à solidão. Felizmente hoje génios e formas de arte são identificadas como manifestações artísticas , são oficiais, têm contactos com as Instituições e chamam-se Arte Urbana .
Esta nova Arte qualifica a cidade: edifícios anónimos dão em obras de arte que podem ser vistos por todos num museu de céu aberto onde a Arte Contemporânea interage com um maior numero de pessoas e qualifica a vida delas.
Claro que sim: a arte qualifica a vida porque:
- Nos lembra a ideia da ordem e da harmonia no Caos.
- Num tempo, como o nosso, que exagera o valor da materialidade, da cultura física e a da mente, a arte é o reino da alma e tenta transcender o mundo sensível. Dá- nos uma vida indirecta representando uma realidade não superficial mas vista através de um jogo de símbolos que transfiguram as coisas diárias e lhes dão um valor e um significado.
- (Coisa mais importante) A arte põe-nos em comunicação com a beleza. De facto a arte , de qualquer forma, é a beleza que faz esquecer nós mesmos e a dor do mundo. A sensibilidade do artista ajuda a descobrir a beleza e oferece a chave para a encontrar, mas é preciso nós pararmos e olharmos o que fica perto de nós. O mundo é cheio de beleza e de arte e para as encontrarmos “ não precisamos de uma fuga de Bach ou de um quadro de Giorgione, é bastante uma nódoa de azul num céu nublado, o leque palpitante da cauda de uma gaivota, são bastantes as cores do arco-íris numa mancha de óleo no asfalto da rua. E também muito menos. “ (H. Hesse)
MARIARITA VECCHIO
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