Ommaggio a Manoel de
Oliveira
I nostri studenti e alcuni
amici di “viadeiportoghesi” hanno commentato la scomparsa del mostro sacro del
cinema portoghese.
106 anos significa ter nos olhos a história do século XX, ser testemunha ocular duma Europa em rápida mudança, ter uma imensa juventude. É um privilégio raro, mas é ainda mais raro quando acontece a um cineasta: neste caso torna-se um privilégio compartilhado com os espectadores.
Com Manoel de Oliveira falece a última pessoa que viu e viveu a passagem do cinema mudo ao sonoro. Expressou o desejo de fazer filmes até à morte, e assim foi.
Filho do primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal, mau estudante num colégio galego de jesuítas, excelente atleta, o jovem Manoel começa a sua vida de cineasta rodando documentários etnográficos relacionados com o quotidiano da gente do mar, sem saber que cedo teria dado uma contributo significativa para a antropologia visual.
Ao salazarismo não oferece o máximo da sua arte, mas, chegado aos 70 anos, começa uma intensa atividade de realizador, confirmando o seu impacto no cinema europeu.
São filmes "simples", com poucos personagens, poucos ambientes, mas cheios de sentimento e de inspiração. O profundo respeito pelo papel do ator o leva a ter muito cuidado na escolha dos cast. Ele prefere encenar o passado, as raízes de Portugal, e não só.
Uma curiosidade: o Manoel di Oliveira foi o último diretor de Marcello Mastroianni no filme Viagem ao Princípio do Mundo (1997).
O último filme, Gebo e a sombra (2012), que teve a participação da Claudia Cardinale, foi apresentado na Bienal de Veneza.
Em 2014 foi premiado com o Leão de Ouro de Carreira, sempre em Veneza.
Portugal chorou o seu maestro com dois dias de luto nacional. O fantástico ancião agradece e fecha a cortina.
Gaia Marnetto
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