A nossa aluna Angela Di Matteo faz aqui uma forte crítica à tourada, defendida por muitos portugueses como uma festa que sublinha a identidade nacional. Obrigado pela sua opinião, que temos grande gosto em publicar.
A tourada, para mim, é uma coisa bárbara, uma das vergonhas do género humano. Nunca fui ver um destes espectáculos porque não quero participar no sofrimento gratuito dum animal.
Não estou de acordo com aquilo que costumam dizer, que “as pessoas que primeiro criticam a tourada e depois comem carne não são coerentes”. Comer carne é uma necessidade do homem e os animais morrem sem sofrer e por uma razão alimentar. Ao contrário o touro sofre muito e a sua é uma agonia lenta e sem dignidade. Não há respeito pelo animal e, para mim, nem há respeito pela vida.
Um outro espectáculo tradicional, que não pertence a Portugal mas à Espanha, é a “fiesta de San Fermín” em Pamplona. Também nesta festividade o protagonista é o touro e também nesta ocasião os animais são maltratados e podem ter um fin triste.
Não gosto destes espectáculos e não me importa que seja uma tradição: dizer que a tourada, como todas as festas onde se maltratam os animais, não se pode abolir porque faz parte da identidade de uma nação, é só uma disculpa. A violência não é cultura.
No meu país não há nenhuma festa parecida com a tourada: todas as festas tradicionais estão ligadas à religião, sobretudo no Sul. Trata-se de procissões ou de festividades na praças, com fatos e comidas típicas. Cada região e cada cidade tem as suas tradições diferentes mas entre elas são muito parecidas: há sempre cantos e danças populares, bancos de mercado que vendem bolos e vestidos.
Por sorte na Itália não temos a tourada, mas isto não significa que sejamos uma nação mas civilizada... Nós também temos as nossas vergonhas!
ANGELA DI MATTEO
2 commenti:
Também sou contra as touradas mas quero acrescer que comer carne NÂO é uma necessidade do homem e que na actual indústria alimentar os animais sofrem muito, na vida e na morte.
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