A Beira (ou, melhor, as Beiras: Litoral, Alta, Baixa) é a região que fica no centro de Portugal, ao sul de Porto e de Trás-os-Montes e ao norte de Lisboa e do Alentejo.
Nas Beiras há a costa atlântica, a Serra da Estrela, com os mais altos montes de Portugal e o rio Mondego, que surge da Serra da Estrela e é o mais longo rio que tem todo o seu curso em Portugal, com 258 quilómetros de comprimento; ele banha Coimbra e o seu estuário fica na Figueira da Foz.
A Beira Litoral estende-se de Ovar, no norte, até Figueira da Foz, ao sul. Os mais importantes lugares são a douta e elegante Coimbra, a estação termal de Luso, a floresta do Bucaco e Coninbriga, com a suas antigas ruínas romanas, as mais importantes de Portugal.
A Beira Alta é dominada pela Serra da Estrela, com o mais alto monte de Portugal, a Torre, com 1993 metros, onde na noite do 16 Novembro passado caiu a primeira neve de Portugal. É a terra de origem do povo Lusitano e a pátria do herói Viriato, que resistiu aos Romanos invasores.
E eis a Beira Baixa, pátria do ultracentenario Cardeal Jorge da Costa.
Há uma zona de colinas aos pés da Serra e, ao sul dela, há só grandes planícies com olivais e carvalhos, a cortiça e grandes e solitários espaços.
As Verões são tórridos. Não parece um lugar acolhedor.
Pouco interessante é a capital, Castelo Branco; um pequeno "mais" é Monsanto, solitária sobre uma elevação. Há pouco mais a assinalar: o rio Zêzere, a barragem de Idanha... Mas no mapa o território da Beira baixa é quase tudo branco.
E portanto, na minha lista das prioridades para ver em Portugal, ela estava nos últimos lugares. Se não tivesse sido pelo Cardeal, nunca me teria interessado por esta região.
Porém, José Saramago interessou-se por ela e na sua viagem a Portugal passou pela Beira baixa e foi também a Alpedrinha, depois de ter passado pelo Fundão, onde fica a Casa do Paço, que foi propriedade do Cardeal Jorge da Costa.
No seu Viaggio in Portogallo (Einaudi, 1999, pág. 272 e seg., tradução de Rita Desti), escreve Saramago: "Era ambizioso il Cardinale. Gli piacevano i soldi, il lusso e il potere." E ainda (pág. 274): "...Alpedrinha sembra un deserto, il viaggiatore si limiterà a fare due passi per le vie per sentire il fascino particolare di una decadenza che si rifiuta di adeguarsi ad altri modi di vivere. È solo un'impressione soggettiva, forse quella che possono dare alcune vie dove non passa nessuno, porte chiuse, finestre che non si socchiudono, cortine che non si muovono...Strano paese è questo...Di paesi nascosti ce ne sono, ma questa Alpedrinha è segreta."
Mas depois de Alpedrinha eis, afinal, uma boa surpresa para o viajante: CasteloNovo "uno tra i piu' commmoventi ricordi. "
Adeus Beira Baixa. Fica à minha espera...
Eros Olivieri
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