(Il disegno originale col testo in spagnolo è di Erlich, pubblicato il 9-11-13 sul giornale "El País")
No livro que o antigo Presidente da República Portuguesa Mário Soares acaba de publicar neste mês de novembro, intitulado “A esperança é necessária” (editora “Terras & debates”) podemos ler estas palavras:
“A crise vai-se agravando. Sem remédio? Creio que não. Porque a esperança deve ser a última a perder-se. Sempre pensei assim e não me arrependo”. “Quem tem estado no poder são os partidários dos mercados usurários, das troikas e do dinheiro acima de todos os valores. Têm o sentido de que o que conta é a austeridade e a pobreza das pessoas. As próprias pessoas que se lixem, para usar o termo que hoje alguns usam. Os valores não contam. A ética e o humanismo, que permaneceram depois da Segunda Guerra Mundial, hoje são motivo de riso dos tecnocratas, que enchem os bolsos e nada mais. Pois bem, isso vai ter de mudar ou a Europa cai no abismo e nada nos vale. Não creio que sejamos tão estúpidos que caiamos nesse abismo. Por isso, tenhamos esperança. E acreditemos nos nossos valores”.
Concordo com as palavras de Soares. De fato, a grave crise que atualmente sofre Europa é não só uma crise económica e financeira, mas também uma crise de valores. Se queremos sair desta crise é necessário fortalecer a ideia de Europa. Eu acho que seria necessária uma coesão muito maior na União europeia, e que, por exemplo, a harmonização fiscal seria uma das questőes mais urgentes para resolver. Em resumo, seria necessária uma Europa realmente unida e solidária, que saiba dar um salto de qualidade, sem que haja nacionalismos ou rivalidades entre os países da União. Mas seria necessário também voltar a acreditarmos naqueles valores da ética e do humanismo, que, como diz Soares, “hoje são motivo de riso dos tecnocratas”, se queremos não perder a esperança.
Secundí Sañé Colomer
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