“Tolentino è un Maestro di
Amicizia”. Foi assim que o Pe. Antonio Spadaro, director da revista La Civiltà
Cattolica, definiu o Teólogo e Poeta português, acrescentando que ele vive essa
elegância da amizade feita de grandes atenções e do cuidado pelos detalhes.
Aconteceu esta tarde, em Roma, na
Radio Vaticana, durante a apresentação de Nessun cammino sarà lungo (Paoline,
2013) a bela tradução italiana que Manuele Masini fez de Nenhum caminho será longo, para uma Teologia da Amizade, publicado
no ano passado em Portugal.
O clima de simpatia e de ridente controvérsia
foi instaurado imediatamente pela jornalista Laura De Luca (de Pagine e Foglie,
um programa literário da Radio Vaticana) que declarou imediatamente estar ali
não para “moderar”, antes para “agitar” o debate – diante de um público
divertido em que se contavam o Director do Pontifício Colégio Português, D.
Carlos Azevedo e a insigne lusitanista Giulia Lanciani.
Com aquele mesmo tom polémico
Antonio Spadaro. Para o jesuíta, de facto, melhor que “Teologia da Amizade” estaria
o subtítulo “Teologia como Amizade” ou “Teologia
da Gratuitidade”. Nesta “prosa teológica amigável” viu ele uma escrita
claramente feita entre dois pontificados e sob a sua influência de ambos.
Interrogou Tolentino sobre o desinteresse que ele defendia na relação de
amizade, mormente na amizade com Deus.
Tolentino falou da amizade não
como um tema, mas como um território – aberto, indefinido – onde cabem a o dom,
o perdão, a perda, o encontro, a partilha. Uma terra identitária que, em
silêncio, define cada um de nós. Outro aspecto sublinhado pelo Poeta e Teólogo
foi o da gratuidade da amizade e como essa característica deveria pautar a
relação do individuo com Deus. Defendeu a instauração de uma verdadeira “mística do quotidiano”, uma fé
verdadeira onde é licita a existência da sombra da dúvida, uma nova gramatica
para dizer Deus.
Leitura profunda que exige tempo
e reflexão, agora disponível também para um público italiano. Da sua introdução
retiramos o parágrafo que segue:
«I nostri amici fanno parte della nostra vita» ha scritto Raïssa Maritain.
Ma non solo: essi la amplificano, cospirano affinché diventi luminosa e
autentica, le offrono leggerezza e profondità, la purificano con la verità, la
temperano con l’umorismo, insistono sul fatto che essa è fatta di futuro. Gli
amici testimoniano al nostro cuore che c’è sempre un cammino, e che nessun
cammino sarà troppo lungo.
José Tolentino Mendonça
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