martedì 12 novembre 2013

“Tolentino è un Maestro di Amicizia”


“Tolentino è un Maestro di Amicizia”. Foi assim que o Pe. Antonio Spadaro, director da revista La Civiltà Cattolica, definiu o Teólogo e Poeta português, acrescentando que ele vive essa elegância da amizade feita de grandes atenções e do cuidado pelos detalhes.  

Aconteceu esta tarde, em Roma, na Radio Vaticana, durante a apresentação de Nessun cammino sarà lungo (Paoline, 2013) a bela tradução italiana que Manuele Masini fez de Nenhum caminho será longo, para uma Teologia da Amizade, publicado no ano passado em Portugal.

O clima de simpatia e de ridente controvérsia foi instaurado imediatamente pela jornalista Laura De Luca (de Pagine e Foglie, um programa literário da Radio Vaticana) que declarou imediatamente estar ali não para “moderar”, antes para “agitar” o debate – diante de um público divertido em que se contavam o Director do Pontifício Colégio Português, D. Carlos Azevedo e a insigne lusitanista Giulia Lanciani.

Com aquele mesmo tom polémico Antonio Spadaro. Para o jesuíta, de facto, melhor que “Teologia da Amizade” estaria o subtítulo “Teologia como Amizade”  ou “Teologia da Gratuitidade”. Nesta “prosa teológica amigável” viu ele uma escrita claramente feita entre dois pontificados e sob a sua influência de ambos. Interrogou Tolentino sobre o desinteresse que ele defendia na relação de amizade, mormente na amizade com Deus.


Tolentino falou da amizade não como um tema, mas como um território – aberto, indefinido – onde cabem a o dom, o perdão, a perda, o encontro, a partilha. Uma terra identitária que, em silêncio, define cada um de nós. Outro aspecto sublinhado pelo Poeta e Teólogo foi o da gratuidade da amizade e como essa característica deveria pautar a relação do individuo com Deus. Defendeu a instauração de uma  verdadeira “mística do quotidiano”, uma fé verdadeira onde é licita a existência da sombra da dúvida, uma nova gramatica para dizer Deus.


Leitura profunda que exige tempo e reflexão, agora disponível também para um público italiano. Da sua introdução retiramos o parágrafo que segue:

«I nostri amici fanno parte della nostra vita» ha scritto Raïssa Maritain. Ma non solo: essi la amplificano, cospirano affinché diventi luminosa e autentica, le offrono leggerezza e profondità, la purificano con la verità, la temperano con l’umorismo, insistono sul fatto che essa è fatta di futuro. Gli amici testimoniano al nostro cuore che c’è sempre un cammino, e che nessun cammino sarà troppo lungo.

José Tolentino Mendonça

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