Artigo de Sara Otto Coelho, 15 Abril 2015 em http://observador.pt/especiais/joaquim-carreira-a-historia-do-quarto-portugues-justo-entre-as-nacoes/
À porta do
Pontifício Colégio Português, em Roma, estava afixado um aviso: “Este edifício
serve para fins religiosos e é propriedade do Estado da Cidade do Vaticano.
Quaisquer buscas ou requisições estão proibidas”. A assinatura era do general
alemão Reiner Stahel, que comandou Roma entre setembro de 1943 e junho de 1944,
durante a ocupação nazi da capital italiana.
O Vaticano seguia
então uma política cautelosa, de uma difícil neutralidade. Mas o mesmo não fez
o então vice-reitor do colégio luso. “Concedi asilo e hospitalidade no colégio
a pessoas que eram perseguidas na base de leis injustas e desumanas”, escreveu
o padre Joaquim Carreira no relatório referente ao ano letivo de 1943-1944.
Agora, 70 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, o português vai
receber esta quarta-feira, em Lisboa e a título póstumo, a medalha e o diploma
de “Justo entre a Nações”, do Yad Vashem, Memorial do Holocausto e centro de
pesquisa com sede em Jerusalém. É a maior distinção para não-judeus que pode ser
emitida em nome do Estado de Israel e do povo judeu – uma distinção só
atribuída a heróis.
Aristides de Sousa
Mendes, Sampaio Garrido e José Brito Mendes. No Memorial dos Justos, em
Jerusalém, estão gravados mais de 25 mil nomes de mulheres e homens não judeus
que, durante a Segunda Grande Guerra, puseram a vida em risco para salvar da
morte certa os judeus perseguidos pelo regime nazi. Até agora eram aí
recordados três portugueses. A partir deste verão, um quarto nome luso passará
a estar lá gravado.
A notícia foi dada
em primeira mão no blogue Religionline, do jornalista António Marujo,
distinguido em 1995 e 2006 com o Prémio Europeu de Jornalismo Religioso na
Imprensa Não-Confessional. Até porque tinha sido o próprio a enviar para o Yad
Vashem, um ano antes, os novos dados, que incluíam o depoimento de um
sobrevivente judeu ainda vivo, determinante para apoiar a investigação do
centro israelita.
“Esta é uma
historia muito comovente porque ele nem sequer era italiano, era um português
em Roma. Podia muito bem ter dito: ‘Não tenho nada a ver com isso’. Mas decidiu
envolver-se e ajudar a família”, explica ao Observador Irena Steinfeldt,
diretora do departamento “Justos entre as Nações” do Yad Vashem. A família
judaico-italiana Cittone é a peça central do processo. Os nomes de Elio, à
época com 16 anos, do pai, Roberto, e do tio, Isacco, estão na lista de
refugiados escrita por Joaquim Carreira para o relatório. Em 2012, António
Marujo conseguiu encontrar Elio Cittone em Milão. Hoje com 88 anos, é
provavelmente a única testemunha viva da ação do padre português.
“Era muito gentil”,
disse num artigo publicado no jornal Público, para o qual António Marujo
trabalhava na altura. “Nunca mais o vi (…). Mas estou-lhe muito grato e recordo
sempre o facto de ele me ter salvo a vida”.
“NAQUELE CANTINHO DE PORTUGAL EM ROMA, AGUARDEI O RETORNO
À VIDA”
O reconhecimento do
Yad Vashem pelos feitos do padre português inclui apenas a ajuda dada à família
judaica Cittone. Mas Joaquim Carreira abriu as portas do Colégio aos
necessitados sem olhar a religião nem família política. “Professores, médicos,
advogados, socialistas, pessoas que pertenciam ao exército italiano mas que não
concordavam com o sistema, e que estavam na lista de perseguidos. Todos os que
batiam à porta ele acolhia”, conta ao Observador João Carreira Mónico, sobrinho
de Joaquim Carreira e padre dos Missionários Espiritanos. Serão à volta de 40
pessoas, mas é difícil saber o número exato. “Servindo-nos dos relatórios de
1943, 1944 e 1945 que ele escreveu, e onde aflorou a situação que viveu, ele
fala em 40 pessoas”, clarifica. “Mas, tratando-se de um colégio de
seminaristas, não contabiliza, por exemplo, senhoras e raparigas que batiam à
porta naquela emergência toda, que ele depois canalizava para as casas
religiosas femininas. Desses casos falou mais tarde a algumas pessoas”, diz. No
caso da família Cittone, por exemplo, o filho de Isacco, Elio Cittone (os
primos Cittone partilham o mesmo nome), esteve com a mãe e a irmã mais velha
noutro colégio “nos arredores de Roma”, contou ao Observador, via e-mail. Tem
85 anos.
Nos primeiros anos
do século XXI, João Carreira Mónico publicou a biografia Monsenhor Joaquim
Carreira – Apóstolo do Bem, na Guerra e na Paz. Mergulhou no arquivo do Colégio
Português e incluiu alguns depoimentos dos refugiados que permitem saber mais
sobre aquela época e sobre quem esteve escondido. Quase todos os refugiados têm
em comum as boas posições civis e militares na sociedade italiana. Cesare
Frugoni, por exemplo, foi médico de personalidades como Guglielmo Marconi,
inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, e do próprio
ditador fascista Benito Mussolini.
Mario Jacopetti,
engenheiro e professor na Universidade de Nápoles, esteve lá vários meses. Em
dezembro de 1943 escreveu um poema sobre o dia-a-dia no colégio lusitano, e que
constitui o relato mais completo de como viviam os refugiados. Para além de
elogiar a bondade com que foi recebido pelo “Dr. Carreira”, Jacopetti contou em
verso que cada pessoa foi distribuída pelos quartos destinados aos padres,
recordou a necessidade de deixar sempre tudo em ordem para que a casa “apareça
como que abandonada” e a criatividade necessária para ocupar o tempo lá dentro.
Uns procuravam a biblioteca, outros “conforto junto do rádio à procura de
algumas notícias e música” e até houve tempo para aprender a um jogo de cartas
português “chamado sueca”.
“E entre as pessoas
assim perseguidas
que se apresentavam
humildes, temerosas,
procurando asilo
quase desesperado
houve alguns cujo
ansioso
pedido foi do céu
bem aceite
e foram acolhidos
pelo humano
Reitor do Colégio
Lusitano”.
Mario Jacopetti,
dezembro de 1943
As memórias e o
poema estão nos arquivos do colégio, assim como tanto outros, recuperados por
João Carreira Mónico para a biografia que escreveu sobre a vida do tio. Outro
testemunho, de 2 de agosto de 1946, é do médico cirurgião Francesco
Santostefano, ainda estudante de medicina quando foi acolhido por Joaquim
Carreira, perante a ameaça permanente de rusgas alemãs. “Apesar de se ter
abatido sobre Roma o espectro da fome, graças à preocupação e sacrifício do
reitor nunca faltou nada na nossa mesa”, escreveu. “Naquele cantinho de
Portugal, em Roma, aguardei o retorno à vida, enquanto me acalentava à chama da
verdadeira caridade”.
No relatório, o
vice-reitor confessou provações. “Enquanto durou a guerra pudemos, com a ajuda
de Deus, sustentar o Colégio, sem vergonha do mundo, sim, mas não sem
gravíssimas dificuldades”. Com Roma em guerra, a comida começou a faltar e o
custo de vida a subir. A propósito do centenário do nascimento de Joaquim
Carreira, em 2008, o Santuário de Fátima dedicou-lhe um texto onde é possível
perceber que era o Monsenhor que se ocupava pessoalmente de arranjar
mantimentos. “Se não conhecesse tantos moleiros nos arredores de Roma, os meus
hóspedes teriam passado muita fome! O milho, cozido em grão, valia por bom
bife!”. Comprar comida a mais para o número de pessoas que deveria habitar o
edifício também poderia ter colocado a vida do padre em risco.
A 26 de maio de
1944, Giuseppe Caronia, médico, e a poucas semanas de ser nomeado reitor da
Universidade de Roma La Sapienza, soube que a polícia andava à procura dele por
ter ajudado judeus e dissidentes vários. Também ele acabou por se refugiar
durante oito dias junto de Joaquim Carreira. E escreveu:
“Durante a noite de
3 para 4 de junho, do alto dos terraços do Colégio, assistimos confrangidos ao
espetáculo grandioso da destruição da periferia de Roma, de obras que tanto
esforço humano representavam: eram de todos os lados, o clarão imenso dos
fogos, o estrondear de explosões (…). Mas, se o tempo há-de atenuar a
recordação das tristes e cruéis vicissitudes da guerra, viverá para sempre em
mim a lembrança daqueles poucos dias passados na paz tão hospitaleira e fraterna
do Colégio Português”.
Apesar do aviso
afixado à porta, há relatos de pelo menos uma incursão do exército nazi ao
edifício português. Na conversa com o jornalista António Marujo, Elio Cittone
disse ter ideia de que os alemães bateram à porta do colégio pelo menos uma
vez. E o tio, Isacco, consciente de que as instituições religiosas já não
estavam a salvo, decidiu sair com o sobrinho para procurar outro refúgio, após
mês e meio de estadia no Colégio.
“O relatório não
nos diz nada sobre uma invasão”, explica João Carreira Mónico. Mas o episódio
terá mesmo acontecido. “Nós sabemos que houve uma ameaça de entrada dos alemães
e os refugiados tiveram de fugir e esconder-se no telhado. Depois, chegámos à
conclusão que foi um grupo que entrou”. O padre João nunca esclareceu este, nem
nenhum outro episódio com o tio. “Ele não se abria muito. Talvez por humildade
ou simplicidade, ou porque não valia a pena estar a chorar o leite derramado”,
recorda.
“PARA O QUE UMA MÃE CRIA UM FILHO!”
Joaquim Carreira
nasceu a 8 de setembro de 1908, no Souto de Cima, na Caranguejeira, a cerca de
20 quilómetros de Fátima. Em sua homenagem, a rua onde cresceu chama-se
atualmente Rua Monsenhor Joaquim Carreira. Os pais, Joaquim e Inácia Carreira,
tiveram mais três filhas. Era uma família crente. A mãe chegou a perguntar a
Joaquim Carreira se não gostaria de se tornar padre, mas não viveu o suficiente
para conhecer o destino do filho. Morreu em outubro de 1918, um ano depois do
milagre de Fátima. Joaquim tinha acabado de completar 11 anos.
Pouco tempo depois,
o único filho homem da família entrou para o Seminário de Leiria. Em 1926, com
18 anos, foi para Roma para se tornar sacerdote e formou-se em filosofia,
direito canónico e teologia. No regresso, depois de cinco anos sem vir a
Portugal, foi colocado como professor do Seminário de Leiria. Nos tempos livres
gostava de voar – tirou o brevet, tornando-se o primeiro sacerdote português
piloto – e desenvolveu a paixão pela fotografia, tornando-se mesmo fotógrafo oficial
do Santuário de Fátima.
Até que em Maio de
1940 o Bispo D. José Alves Correia da Silva mandou-o ir novamente para Roma. O
sobrinho, João Carreira Mónico, conta que ele não queria ir por causa da
guerra. “Ele já conhecia Roma e o Colégio, mas dada a situação de guerra, não
era brincadeira nenhuma. Tinha um certo receio. Na despedida, ele disse: ‘Para
o que uma mãe cria um filho!’. Eram tempos duros. Não só metia medo fazer a
viagem de comboio, porque nunca se sabia o que iam encontrar pelo caminho, de
minas a bombardeamentos, como depois lá. Era um cenário difícil de prever. Mas
o Bispo de Leiria pediu-lhe e ele, embora com sacrifício, aceitou”.
Joaquim Carreira
foi vice-reitor do Colégio Pontifício Português de Roma durante quase toda a
Segunda Guerra Mundial, entre 1940 e 1945. Depois, foi nomeado reitor, cargo
que ocupou até 1954. Após ter deixado o Pontifício Colégio, foi trabalhar para
a Embaixada de Portugal no Vaticano. Ali ficou até 1978, altura em que saiu por
limite de idade. Faleceu a 7 de dezembro de 1981, “na véspera da Imaculada
Conceição”, lembra o sobrinho. “Ele dizia sempre que gostava de morrer num dia
de festa de Nossa Senhora, porque era muito devoto, e foi o que aconteceu”.
Morreu na Casa Madonna di Fatima, onde vivia.
O “padre aviador”
passou a maior parte da vida na capital italiana e o sobrinho via-o,
essencialmente, nas visitas que fazia à terra quando vinha a Portugal.
“Visitava as três irmãs, tratava de assuntos referentes ao Colégio e
aproveitava para matar saudades de andar na avioneta, no Aero Clube de Leiria,
do qual era membro. Em Roma, depois da guerra, também tinha autorização para
voar, quer lá, quer em Rieti. Gostava muito de ver a terra do alto”, recorda o
sobrinho.
Em 1975, já no
caminho do sacerdócio, o padre Mónico passou muito tempo em Roma com o tio. Com
ele pôde conhecer bem a antiga capital do Império Romano. “Ele sabia dos
monumentos, da história, das estátuas, das esculturas, sabia tudo”, conta. Em
1974 chegou a publicar, pela Lello & Irmão Editores, o roteiro Roma –
História, Arte, Religião. João Carreira Mónico descreve um homem simples,
sorridente, alegre, inteligente, uma pessoa comunicativa. “Mas também não se demorava
muito. Estava sempre atento aos outros. O bem que ele pudesse fazer, fazia-o.
Era também bem-humorado, tinha sempre uma anedota, uma piada para
descongestionar”.
Quando Joaquim
Carreira morreu, ficou sepultado no Campo Verano, em Roma. Mas em 2001, a
família decidiu trazer os restos mortais para a terra natal. A trasladação fez
sair alguns artigos na imprensa portuguesa. “Restos mortais trasladados para
Leiria. Padre piloto salvou centenas do nazismo”, titulava o Correio da Manhã,
em fevereiro de 2001, por ocasião da chegada do caixão de Joaquim Carreira ao
cemitério de Soutos-Caranguejeira, em Leiria. O Jornal de Notícias falava mesmo
em “milhares de pessoas” escondidas pelo padre. À época, os dados ainda não
estavam reunidos e os números foram empolados.
António Marujo foi
o primeiro jornalista a investigar a história e a difundir o número correto de
pessoas ajudadas por Joaquim Carreira. Há cerca de 10 anos, no Congresso de
Historiadores em Roma, uma freira referiu que milhares de refugiados judeus
tinham sido abrigados em casas religiosas durante a Segunda Guerra Mundial.
Depois de ler a intervenção, ficou com vontade de pegar no assunto “e tentar
perceber se no Colégio Pontifício Português também teria havido alguma coisa
semelhante ou não”, recorda ao Observador.
Acabou por
encontrar informações e soube que existia documentação nos arquivos do Colégio,
situado desde 1975 num edifício na Via Nicolò V, mesmo junto às muralhas do
Vaticano. Propôs ao Público uma investigação mais cuidada e foi a Roma no
início de 2012. “O relatório não entra em muitos detalhes. Mas é depois apoiado
nas muitas cartas que os refugiados enviaram mais tarde, a agradecer”,
sublinha. O último passo da pesquisa deu-se quando conseguiu encontrar Elio
Cittone e entrar em contacto com ele.
Sabia que os dados
tinham potencial para o Yad Vashem distinguir o padre português e escreveu para
lá. “Mandei o material que tinha publicado no jornal e perguntei se não queriam
investigar. Mas limitei-me a comunicar”. A história pode vir a acabar num
livro. António Marujo admite que tem propostas em cima da mesa. “Provavelmente
em maio poderei pensar nisso”, adianta.
A GRATIDÃO DO POVO JUDEU, 70 ANOS DEPOIS
O Yad Vashem
confirma que recebeu a informação de António Marujo, e que esta foi importante,
nomeadamente o contacto do sobrevivente Elio Cittone. A relatório do padre
português com os nomes e a confissão de ter escondido pessoas no colégio também
era credível, por ter sido escrito antes do final da guerra. Mas o centro
israelita investigou por conta própria e encontrou também o testemunho de uma
das irmãs de Elio Cittone, Jenny, que também esteve escondida, ainda que noutro
colégio, e confirmou a história.
A 4 de setembro, o
processo foi encerrado com a decisão de fazer de Joaquim Carreira o quarto
português “Justo entre as Nações”. “É uma honra, estamos muito agradecidos”,
diz Irena Steinfeldt. De entre 25 mil nomes, há poucos os portugueses. “Mas as
histórias e as motivações são muito diferentes entre si. Cada história é
especial”, sublinha.
O número reduzido
de portugueses pode ser explicado, em primeiro lugar, por Portugal não ter
participado na guerra. Esther Mucznik, presidente da Memoshoa – Associação
Memória e Ensino do Holocausto e vice-presidente da Comunidade Israelita de
Lisboa, arrisca ainda outra explicação. “Os cônsules e as pessoas que estavam
no terreno corriam não só o risco local, mas também se ariscavam no próprio
regime. E Aristides de Sousa Mendes pagou esse risco”, diz ao Observador. O
“Justo entre as Nações” mais famoso de Portugal foi suspenso por Salazar, logo
que o governante tomou conhecimento que o cônsul de Bordéus tinha emitido
vistos de entrada em Portugal a judeus.
Para Esther
Mucznik, a homenagem a Joaquim Carreira “é totalmente merecida. Foi um homem
que na realidade arriscou bastante, não só escondendo, mas saindo e entrando
para trazer a comida para as pessoas”. A medalha e o certificado de honra vão
ser entregues esta quarta-feira, 15 de abril, na Sinagoga Shaaré Tikvá, pela
embaixadora de Israel em Lisboa, Tzipora Rimon. “É importante preservar a
memória e as lições da Shoá, e que a história do Holocausto esteja integrada,
cada vez mais, no ensino da nova geração”, justifica a Embaixada ao Observador.
A data da cerimónia
coincide com o dia judaico de homenagem às vítimas do Holocausto. “Muito antes
da ONU decretar o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das
Vítimas do Holocausto, todas as comunidades do mundo celebram o dia do Holocausto
com cerimónias nas Sinagogas, nos museus, e em Israel há um minuto de silencio
em que o país para todo. Este ano, calha na quarta-feira e aproveitou-se essa
ocasião para fazer a entrega, é altamente simbólico”, explica Esther Mucznik.
Para além da medalha e do certificado, é plantada uma árvore em nome do
homenageado na Ala dos Justos. “Há uma coisa que no judaísmo valorizamos muito,
que é a gratidão. E estas foram pessoas que arriscaram tudo, não sendo judias.
Quem salva uma vida, salva a humanidade inteira”.
No final dos anos
1970, João Carreira Mónico visitou o Memorial dos Justos, em Jerusalém. Estava
longe de imaginar que um dia estaria ali gravado o nome de um familiar seu. É
ele quem vai receber a medalha e o certificado em nome do tio. A assistir vai
estar Esther Mucznik, António Marujo, familiares e amigos de Joaquim Carreira.
“Ficamos muito contentes. O Yad Vashem teve uma atitude nobre que nós
agradecemos profundamente”, comenta o sobrinho.
Teria o homem
simples, prático, e que nunca se abriu muito sobre os seus feitos, gostado da
homenagem do Yad Vashem? “Ia gostar. Ia gostar”, arrisca. “Mas também era homem
para dizer: ‘Deixem-se dessas coisas’! [risos].
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