O nosso aluno de segundo ano, PAOLO
PASQUINI, envia-nos este interessante texto sobre a preguiça.
Obrigado, Paolo!
SOBRE
A PREGUIÇA: CONCEITOS E PRECONCEITOS
Eu tenho uma
propensão natural para a preguiça.
Desgraçadamente, na
minha vida, eu não pude realizar esta magnífica vocação.
Muitas vezes,
virtudes morais encontram vulgares obstáculos pragmáticos.
Devo admitir que há
algumas desvantagens na preguica extrema, qual, por exemplo, uma menor produção
e uma menor probabilidade de alcancar objetivos pessoais. Mas são estas
verdadeiras desvantagens?
Talvez nao, visto que na nossa vida de seres humanos
hé duas tragédias:
1. Não alcançar objetivos
e 2. Alcançar objetivos (a segunda é
mais terrível, porque é sem saída).
Outra desvantagem é
o estigma social, um preconceito muito difuso, um juizo moral negativo sobre a
preguiça e que pode levar à vergonha e ao sentido de culpa, uma combinação
mortal. Somente almas nobres podem
resistir e continuar a perseguir “il dolce far niente” e “la dolce vita”.
Não é fortuito que
estas expressões existam em italiano: essas
derivam do conceito latino de “Otium cum
dignitate”, uma disposiçao filosófica e literário-estética totalmente
desprovida de qualquer traço moral negativo. Pelo contrário, esta era uma
característica apreciável e, certamente, mais compatível com uma vida civilizada e
respeitosa de si mesmo e dos outros, uma vida, além disso, com menor stress e
competitividade e maior tempo à disposição, tranquillidade e possibilidade de reflexão
e, certamente, com uma maior possibilidade de viver no momento presente, o que
representa uma contribução importante para a saúde mental.
Apesar disso, eu
devo reconhecer, de má vontade, que uma
enorme desvantagem existe na perguiça: os perguiçosos têm uma menor possibilidade
de fazer erros e, por conseguinte, de aprender.
Os meus erros foram
muitos e vários.
“Errando discitur”-
verdadeiro
- mas eu teria preferido aprender menos...
Roma,
10 de janeiro de 2018
PAOLO PASQUINI
Il riposo, Belliazzi
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