Interpretação do filme Frei Luís de Sousa, pela nossa aluna Vilma Gidaro, a quem muito agradecemos.
O filme de António Lopes Ribeiro, Frei Luís de Sousa é baseado na homónima tragédia de Almeida Garrett, de 1843.
O ambiente histórico é o do período sucessivo à batalha de Acálcer Quibir e o do desaparecimento de Dom Sebastião e de outros portugueses, entre eles Dom João de Portugal, marido de Dona Madalena, mãe da protagonista do filme.
O ambiente histórico é o do período sucessivo à batalha de Acálcer Quibir e o do desaparecimento de Dom Sebastião e de outros portugueses, entre eles Dom João de Portugal, marido de Dona Madalena, mãe da protagonista do filme.
Madalena fica à sua espera por muitos anos; passados 7 ela casa-se com um homem muito enamorado dela, Dom Manuel, valente defensor da independência do reino de Portugal. Deste casamento nasce uma filha maravilhosa, inteligente, sensível e muito amada pelos pais.
Ela parece ser a protagonista do filme, mas as suas visões, que continuamente anunciam o que acontecerá, levam-me a pensar que o verdadeiro protagonista do filme é o espírito nacionalista.
O filme, de facto, foi gravado num período de grande estabilidade da ditadura Salazarista (1950), com certeza, este regime tinha toda a vontade de afirmar o espírito nacionalista e os valores da família e da Igreja.
O filme é fiel à peça teatral, como tempos, interpretações e também, como costumes.
Acho que a coisa que mais apreciei deste filme foi o discurso que Maria faz no fim, quando, depois do regresso "do outro" (assim ela chama Dom João), Madalena e Manuel decidem de deixar ao mesmo tempo a vida secular e tomar votos como freira e frade, para emenda do pecado.Maria, que haveria de continuar a sua vida só, recusa a vida, mas antes de morrer duvida de que o que está acontecendo seja realmente a vontade de Deus.
Com palavras de amor para os seus pais, tenta levá-los à razão. Palavras que ressoam na igreja e que são exemplo de quantas vezes se podem interpretar mal as regras morais e divinas, sem ter em conta as verdadeiras responsabilidades para com a própria vida e com a dos outros.Com estas palavras e a morte desesperada de Maria, conclui-se a tragédia.
VILMA GIDARO
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