Não sei porque é que Lisboa faz sentir toda a gente bem consigo mesma e com os outros. Como por encanto quando ali vou sinto-me bem. As tensões da vida quotidiana abrandam e reencontra-se uma dimensão humana. Já esquecida.
Pode-se vaguear em silêncio, ou em conversa, mas o ar que se respira é sempre igual: calma e calma ainda.
As horas não correm depressa como habitualmente acontece. Aqui o tempo tem um valor diferente. Em cada cantinho da cidade, sobretudo nos bairros antigos, as pessoas que se encontram pela rua falam connosco como se fossemos amigos há muito tempo. Falam da comida, do rio, da história, do fado. Parece-me tudo isso uma alquimia e sinto-me privilegiada.
Quando leio poesias afixadas nas paredes e nos muros de Lisboa, encontro paz. Pois apesar de Portugal ser tão pequeno territorialmente, transmite o seu grande passado através destas coisas.
Eu respiro tudo isso.
Diz-se que cada um de nós escreve o próprio destino. Eis porque volto frequentemente a Lisboa. Não para o escrever, mas para o ler e para o viver.
IVANA BARTOLINI
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