Um nome de rua, no centro histórico da Cidade Eterna, que marca a presença de Portugal e a ligação antiga de dois povos e duas culturas.
Nesta outra "Via dei Portoghesi" queremos falar de Portugal em Roma e de Itália em Portugal.
MAURO DONATI, aluno de Português do IPSAR e estudioso apaixonado da obra de Fernando Pessoa, ortónimo e heterónimos, fez esta pequena composição inspirada nas célebre "Cartas de Amor" de Álvaro de Campos.
Com a sua autorização aqui o publicamos, saudando muito o autor e amigo Mauro!
Quando era jovem costumava escrever cartas de amor. Mas logo deixei de escrevê-las, pois diziam as cartas de amor serem ridículas. Hoje tenho uma prosa irrepreensível, os cabelos grisalhos e saudades de coisas ridículas.
MAURO DONATI
Para ler a poesia de Álvaro de Campos "Todas as cartas de amor são ridículas" - de 21-10-1935 - publicado pela primeira vez em Lisboa pela editora Ática em 1944, aqui: http://arquivopessoa.net/textos/2492
Pedimos aos alunos do segundo nível do
Instituto Português de Santo António em Roma para escreverem sobre alguns
provérbios portugueses, que têm em comum a sua expressão inicial: «Mais
vale...».
Jeannette Papadopoulos escolheu «MAIS VALE UM COBARDE VIVO QUE UM HERÓI
MORTO»
Obrigado, Jeannette!
Talvez hoje este provérbio não seja verdadeiro,
porque já não há heróis.
As pessoas acham que é melhor preocupar-se
consigo mesmase não com as outras pessoas.
São poucas as pessoas que querem dar a sua
vida para salvar alguns ou ajudá-los, se têm de renunciar algo.
Para mim, os modernos heróis são os jovens que
trabalham nas organizações humanitárias ou para salvar o ambiente natural. Eles
arriscam, talvez não a morte, mas a cadeia; e certamente sacrificam muito a sua
própria vida.
Há muitos anos que uma música triste do
Fabrizio de André diz:
“Ela que o amava, estava esperando o retorno
de um soldado vivo; de um herói morto o que se fará?”
(La ballata dell’eroe, 1968)
Um profeta dos nossos tempos sem heróis! Mas,
infelizmente, ainda há guerras!
D. Manuel Clemente
presidiu à delegação da instituição recebida em audiência no Vaticano
Foto Lusa,
Audiência da UCP no Vaticano
Ensino: Papa pediu à Universidade Católica para «passar das palavras aos atos» - reitora da UCP
Henrique Matos,
enviado da Agência ECCLESIA a Roma, 26 de Outubro de 2017, às 23:00
A reitora da
Universidade Católica disse hoje à Agência ECCLESIA que o Papa Francisco pediu
à instituição portuguesa para “passar das palavras aos atos”, em “diálogo com o
mundo” e a “fazer no mundo”.
“Há sempre mais a
fazer e não podemos ficar no nosso conforto”, afirmou Isabel Capeloa Gil após o
encontro com o Papa, em Roma.
Para a reitora da
UCP, o Papa apelou a uma universidade “inclusiva” e desafiou à afirmação da
“dimensão da Igreja no mundo”, criando um “espaço que de diálogo fecundo dos
saberes”.
“Sermos concretos,
estarmos no terreno, estarmos em diálogo com o mundo, mas estarmos a fazer no
mundo também”, insistiu.
O Papa Francisco
recebeu hoje uma delegação de 150 colaboradores da UCP em audiência no
Vaticano, presidida por D. Manuel Clemente, magno chanceler da instituição.
Para o
cardeal-patriarca de Lisboa, o Papa pediu no discurso que dirigiu à delegação
que “toda a reflexão que se faz na universidade, teórica e científica, nunca
perca de vida o concreto das situações e da vida das pessoas”.
D. Manuel Clemente
lembrou que o Papa deixou um apelo a um “diálogo integrador”, à procura do
“saber integrado e integral”, sempre com uma preocupação “humana e humanizadora.
“Noto em toda a
gente, desde a equipa reitoral e os diretores das faculdades, uma grande
vontade na linha do que o Papa Francisco propôs”, acrescentou o
cardeal-patriarca de Lisboa.
Durante a
audiência, Isabel Capeloa Gil entregou ao Papa dois presentes: o Fundo de Apoio
Social Papa Francisco e uma cruz peitoral, “desenhada por uma jovem artista
portuguesa, Carolina Curado, bióloga por formação e designer por vocação”.
A Universidade
Católica Portuguesa está a assinalar 50 anos de existência, celebrados em Roma
na audiência com o Papa Francisco, uma sessão na Universidade Gregoriana e uma
Missa de Ação de Graças na Igreja de Santa Ana, no Vaticano.
A criação da
Universidade Católica data de 1967 e o reconhecimento oficial de 1971,
considerada pelo Estado como “instituição universitária livre, autónoma e de
utilidade pública”.
Henrique Matos,
enviado da Agência ECCLESIA a Roma, 26 de Outubro de 2017, às 23:00
Il ricamo, da sempre, è ricercato per la sua
bellezza che può farlo diventare oggetto di desiderio come nel caso di
Alessandro il Grande nei confronti del letto a baldacchino ricamato di
Dario dopo averlo sconfitto. Inoltre in Spagna ed in Portogallo i fili
divennero colorati grazie all’influenza della dominazione musulmana,
dando vita ad una fine tradizione. Essa era presente anche nel ricamo
delle donne meno abbienti le quali disegnavano raffigurazioni semplici e
frasi d’amore a volte sgrammaticate su canovacci. Essi divennero
fazzoletti di corteggiamento e simbolo d’amore delle ragazze in età da
marito verso i loro fidanzati non ancora dichiarati o anche per quelli
che erano salpati per l’Oceano. Questi manufatti avevano quindi un
forte valore psicologico. E’ per questo motivo che Benhy Bradshaw Costello ha voluto reinterpretare in chiave moderna i fazzoletti di corteggiamento.
Essi sono esposti nella mostra intitolata “Agulhas falantes lençons de
namorados e altri ricami rivisitati”, che si tiene presso l’ Istituto
Portoghese di S. Antonio a Roma, Via dei Portoghesi, 6,
aperta fino al 30 ottobre tutti i giorni dalle 17 alle 20. Il
patrocinio è dell’Ambasciatore del Portogallo presso la Santa Sede
Antonio De Almeida Lima, il curatore è il Prof. Francisco de Almeida
Dias. In occasione del vernissage ci ha gentilmente concesso
un’intervista l’artista il quale ha affermato di aver voluto
reinterpretare l’antica tradizione popolare del ricamo per farla
diventare un’arte. Nelle sue opere esposte Benhy Bradshaw Costello ha
utilizzato la tecnica ed il disegno delle donne di umili origini ed ha
aggiunto raffinatezza e ricercatezza scrivendo sui fazzoletti brani dei
più famosi letterati portoghesi come Camoes e Pessoa. Nella mostra vi è
anche una seconda parte in cui le opere sono completamente diverse.
Sono vecchie foto che l’artista ha trovato al mercato delle pulci di
Lisbona e che ha ricamato sulla carta fotografica. Si tratta di una
tecnica più difficile rispetto al ricamo su canovaccio in quanto non
consente errori. Al ricamo su foto ha aggiunto elementi divertenti e
didascalie con storie inventate che le foto gli hanno ispirato, creando
un effetto ironico e divertente. Con la sua mostra sul ricamo l’artista
ha inteso recuperare una tecnica di comunicazione inusuale ma che può
essere più e vera e profonda rispetto a quella dai ritmi veloci e a
volte frenetici dei social
Pedimos
aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em
Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Mauro Clementi escolheu AMÁLIA RODRIGUES.
Obrigado,
Mauro!
Amália Rodrigues, a
Rainha do Fado ou também a Embaixadora da Alma Portuguesa, nasceu em Lisboa em
julho de 1920 como Amalia da Piedade Rodrigues.
Na idade de escola
primária ela já cantava e com 9 anos estreou-se em frente do público; também
ela trabalhou muito cedo, como operária e vendedora de laranjas.
Aos 19 anos, depois
de participar em muitos concursos amadores, ela torna-se cantora de fado
professional no Retiro da Severa.
Esteé o início de uma longa carreira de mais de
50 anos. Na primeira parte desta carreira Amália participou em espetáculos de
revista e também em operetas e começou a viajar pelo mundo inteiro (Espanha,
Brasil, França etc.) cantando o Fado, mas também enterpretando muitas canções
em línguas estrangeiras.
Com uma voz única,
muito clara e áspera, o público ficou muito cedo apaixonado por esta imensa
cantora. Em cena, a pequena Amáia trasformava-se num gigante que encantava os
ouvidores.
Em 1945 ela gravou o
seu primeiro disco em 78 rotações, o primeiro de cerca 170 discos!
Com 27 anos de
idade, em 1947 Amália participou como actriz em dois filmes: “Capas Negras” e
“Fado – História de uma cantadeira”.
Na década de 1950,
a sua carreira cresceu ainda mais: concertos pelo mundo todo, outro filme (“Os
amantes do Tejo”) e muitas gravações de discos.
Nos anos 60 ela mora
mais frequentemente em Portugal e grava muitos discos aí. São estes os anos da
melhor produçao musical de Amália, enterpretando, entre outras, canções com
letras de importantes poetas portugueses (Camões, Pedro Homem de Mello, Ary dos
Santos, David Mourão-Ferreira e Alexandre O'Neill).
Na primeira metade
dos anos 70 ela veio muitas vezes cantar a Itália e além disso, gravou dois
lindissimos discos em lingua italiana: “A una terra che amo” em 1973 e “Amália
in Italia” em 1974. O primeiro destes é sobretudo interessante porque inclui
canções antigas e dialectais, como “Vitti ‘na crozza”, “Ciuri ciuri” e
“Tarantella”, aqui nos podemos ver a versatilidade desta grande artista.
Com a revolução de
1974 Amália sofreu um período de esquecimento por ser o Fado considerado um simbolo
do antigo regime.
Na década sucessiva ela grava outros discos, alguns com
letras escritas por ela mesma. A sua voz fica mais quente e dolente que antes,
mas come sempre faz vibrar e emocionar quem a ouve.
Em 1987 finalmente
ela dá um grande concerto na sua Lisboa, no Coliseu.
Ela começa a sofrer
de uma doença nas cordes vocais e por isto nos anos sucessivos a sua actividade
torna-se menos frequente, e os discos são compostos principalmente de velhas
gravações.
Em 1995 Amália
grava com o cantor e violista Roberto Murolo duas pérolas da musica napoletana:
“Anema e core” e “Dicintencello vuje”, estas são proavelmente das últimas
gravações de Amália, que vai morrer a 6 de outubro 1999, na sua casa em Lisboa.
Amália Rodrigues
descansa no Panteão Nacional, na ingreja de Sanra Engrácia.
Pedimos
aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em
Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Giuseppe
Bruni escolheu MARIA JOÃO PIRES.
Obrigado,
Giuseppe!
Maria João Pires
não foi somente uma menina prodígio, porque deu o primeiro recital aos 5 anos e
aos sete tocou Mozart em publico. Fundou e dirigiou um Centro em Belgais para o
estudo das Artes. Já dos anos ’70 dedicou-se a uma reflexão sobre a arte e as suas
consequências sociais e educativas. O seu método põe o indivíduo no centro e
deixa de lado as lógicas competitivas. O diário inglês “The Telegraph” escreveu
que ela é a pianista que toca para mudar o mundo. O sentido dessa maravilhosa frase
é que a sua música tem um papel que excede o unicamente artístico.
Quem teve o
privilegio de ouvi-la tocar pode amá-la infinitamente ou ficar indiferente. A
gente reconhece-a como uma das maiores intérpretes de W.A. Mozart. O seu Mozart
não mudou de há 30 ou 40 anos. Os seus piano e pianissimo são admirados, mas de
acordo com alguns não estão ao nível emocional e teatral do mundo mozartiano.
Mas foi tocando Schubert que ela encontrou uma liberdade de expresão que fez da
sua execução da Sonata D960 um verdadeiro encanto.
A sua carriera
començou com Bethoven e a execução da Sonata op. 109, um trabalho transcendente
que culmina num set de variações maravilhosas, emociona incrivelmente:
As gravações da
obra de F. Chopin são centrais no repertório de Maria João Pires; desde o
princípio e ele é o compositor com o qual os seus ouvintes a associam mais
frequentemente. Ela disse “Penso em Chopin, mas como um espírito sonhante, como
um sentimental”. Dos Nocturnoso jornal “Gramophone “ declarouque não tinha dúvida que nas suas gravações
não há rasto de narcisismo: