Pedimos
aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em
Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Valeria
Zimei escolheu MARIA DE LOURDES PINTASSILGO.
Obrigado,
Valeria!
Maria de Lourdes
Pintasilgo foi uma mulher excecional por muitas razões, mas sobretudo por ser a
primeira mulher a desempenhar o cargo de primeira-ministra em Portugal entre os
anos 1979-1980. Foi também a terceira na Europa, depois da croata Savka Dabčević-Kučar
e dois meses depois da tomada de posse de Margareth Thatcher no Reino Unido.
Falando sobre a
biografia, ela cresceu numa família numerosa, com a qual se mudou para Lisboa
quando tinha sete anos.
Com 23 anos,
licenciou-se em Engenharia Química, numa época em que, ainda mais que agora,
eram poucas as mulheres que escolhiam essa carreira. Já durante os anos
universitários começou o seu compromisso com as questões sociais e com a
divulgação da religião catolica, apesar do facto de a sua família não ser de nenhum
modo religiosa.
No mesmo ano da
licenciatura, trabalhou na Junta de Energia Nuclear e foi sucessivamente
nomeada chefe da companhia União Fabril, empresa portuguesa do setor químico,
que nunca tinha aceite uma mulher nos quadros superiores antes disso.
Nos anos seguintes
desempenhou diferentes funções executivas na administração portuguesa em matérias
de trabalho e previdência social, particularmente em relação à partecipação das
mulheres na vida económica do pais.
Depois da revolução
de 1974, foi nomeada Secretária de Estado da Segurança Social no I Governo
Provisório.
Foi ministra de
Assuntos Sociais, e o programa de acção concebido durante o seu cargo foi
classificado “programa-modelo” por parte do Secretariado do Desenvolvimento
Social para a Europa da ONU. Na mesma ONU, permaneceu como embaixadora delegada
de Portugal e membro do Conselho Executivo da UNESCO até a 1979, quando foi
indicada chefe do V Governo Constitucional por parte do Presidente, General
António Ramalho Eanes, um governo de gestão formado para preparar as eleições
legislativas daquele ano.
Foi também
candidata independente às eleições presidenciais de 1986, que não conseguiu
vencer por não ser apoiada por algum partido.
Por fim, entre os
anos 1987 e 1989 foi deputada no Parlamento Europeu como independente,
integrada no Grupo Socialista e foi também a primeira mulher a receber a
Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
VALERIA ZIMEI
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