Pedimos
aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em
Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Giuseppe
Bruni escolheu MARIA JOÃO PIRES.
Obrigado,
Giuseppe!
Maria João Pires
não foi somente uma menina prodígio, porque deu o primeiro recital aos 5 anos e
aos sete tocou Mozart em publico. Fundou e dirigiou um Centro em Belgais para o
estudo das Artes. Já dos anos ’70 dedicou-se a uma reflexão sobre a arte e as suas
consequências sociais e educativas. O seu método põe o indivíduo no centro e
deixa de lado as lógicas competitivas. O diário inglês “The Telegraph” escreveu
que ela é a pianista que toca para mudar o mundo. O sentido dessa maravilhosa frase
é que a sua música tem um papel que excede o unicamente artístico.
Quem teve o
privilegio de ouvi-la tocar pode amá-la infinitamente ou ficar indiferente. A
gente reconhece-a como uma das maiores intérpretes de W.A. Mozart. O seu Mozart
não mudou de há 30 ou 40 anos. Os seus piano e pianissimo são admirados, mas de
acordo com alguns não estão ao nível emocional e teatral do mundo mozartiano.
Mas foi tocando Schubert que ela encontrou uma liberdade de expresão que fez da
sua execução da Sonata D960 um verdadeiro encanto.
A sua carriera
començou com Bethoven e a execução da Sonata op. 109, um trabalho transcendente
que culmina num set de variações maravilhosas, emociona incrivelmente:
As gravações da
obra de F. Chopin são centrais no repertório de Maria João Pires; desde o
princípio e ele é o compositor com o qual os seus ouvintes a associam mais
frequentemente. Ela disse “Penso em Chopin, mas como um espírito sonhante, como
um sentimental”. Dos Nocturnos o jornal “Gramophone “ declarou que não tinha dúvida que nas suas gravações
não há rasto de narcisismo:
GIUSEPPE BRUNI
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