Pedimos
aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em
Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Christine
Vitali escolheu SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN.
Obrigado,
Christine!
Sophia de Mello
Breyner Andresen (Porto, 6 de novembro de 1919 — Lisboa, 2 de julho de 2004)
foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira
mulher portuguesa a receber o mais importante prémio literário da língua
portuguesa, o Prémio Camões, em 1998. E recebeu também o prémio ibérico Rainha
Sofia, que recompensa autores de língua espanhola e portuguesa, em 2004 - quer
dizer, só um ano antes da morte.
O seu apelido
ANDRESEN vem do bisavô dinamarquês que, chegado jovem ao Porto para fazer
negócios com o vinho do Porto, casou com uma rapariga da aristocracia
portuguesa e nunca voltou no país de origem.
A Sophia cresceu na
quinta dos avós, rodeada dum grande parque, que no futuro se tornaria no jardim
botânico do Porto. Teve uma infância feliz numa família de crença católica com
valores tradicionais, que apoiava o rei e era contra a ditatura salazarista.
Já aos 12 anos,
Sophia iniciou a escrever os primeiros poemas ispirados no parque da quinta e
na praia onde fazia as férias com a família. Portanto, o tema do mar foi a sua
ispiração principal no famoso livro A
MENINA DO MAR que escreveu quando já era mãe, oficialmente para satisfazer
os desejos dos seus filhos.
Na juventude,
Sophia estudou filologia e colaborou com revistas de poesia. Casou com o
advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, e teve 5 filhos.
No total escreveu
37 livros, de quase todos os géneros de escrita: poesia, peças de teatro,
contos infantis, traduções, literatura. O seu interesse espalhava-se por
assuntos ligados à natureza, à infância, à juventude, à literatura clássica
grega, sem esquecer o seu empenho político na luta contra o regime ditatorial.
O seu corpo está no
Panteão Nacional desde 2014.
Eis algumas
opiniões sobre a obra da Sophia, pelos mais importantes críticos literários
portugueses: uma sensibilidade de poeta,
uma sobriedade extremamente dominada, uma rara exigência de essencialidade, um
apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no
amor, um clamor irredutível de liberdade –
sem compromissos nem vacilações. Uma grande mulher.
CHRISTINE VITALI
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