venerdì 20 ottobre 2017

Portugal é MÁTRIA: Christine Vitali



Pedimos aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Christine Vitali escolheu SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN.
Obrigado, Christine!



Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto, 6 de novembro de 1919 — Lisboa, 2 de julho de 2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante prémio literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1998. E recebeu também o prémio ibérico Rainha Sofia, que recompensa autores de língua espanhola e portuguesa, em 2004 - quer dizer, só um ano antes da morte.

O seu apelido ANDRESEN vem do bisavô dinamarquês que, chegado jovem ao Porto para fazer negócios com o vinho do Porto, casou com uma rapariga da aristocracia portuguesa e nunca voltou no país de origem.

A Sophia cresceu na quinta dos avós, rodeada dum grande parque, que no futuro se tornaria no jardim botânico do Porto. Teve uma infância feliz numa família de crença católica com valores tradicionais, que apoiava o rei e era contra a ditatura salazarista. 

Já aos 12 anos, Sophia iniciou a escrever os primeiros poemas ispirados no parque da quinta e na praia onde fazia as férias com a família. Portanto, o tema do mar foi a sua ispiração principal no famoso livro A MENINA DO MAR que escreveu quando já era mãe, oficialmente para satisfazer os desejos dos seus filhos.

Na juventude, Sophia estudou filologia e colaborou com revistas de poesia. Casou com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, e teve 5 filhos.

No total escreveu 37 livros, de quase todos os géneros de escrita: poesia, peças de teatro, contos infantis, traduções, literatura. O seu interesse espalhava-se por assuntos ligados à natureza, à infância, à juventude, à literatura clássica grega, sem esquecer o seu empenho político na luta contra o regime ditatorial. 

O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014.

Eis algumas opiniões sobre a obra da Sophia, pelos mais importantes críticos literários portugueses:  uma sensibilidade de poeta, uma sobriedade extremamente dominada, uma rara exigência de essencialidade, um apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no amor, um clamor irredutível de liberdade –  sem compromissos nem vacilações. Uma grande mulher.

CHRISTINE VITALI

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