martedì 26 aprile 2016

Poesia para Violante: Antero de Quental por Gaia Marnetto



Alunos e ex-alunos do Instituto Português de Santo António ofereceram a Violante Saramago Matos  poesia no dia da finissage da sua exposição romana: “O improvável mundo de Alice”. Aqui deixamos as poesias que foram lidas e os nomes de quem tão generosamente contribuiu para esta festa emocionante em honra da pintora e escritora portuguesa.

 Gaia Marnetto



EVOLUÇÃO
de Antero de Quental

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

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